Talking To The Moon escrita por juliamoura


Capítulo 22
My wish is standing right here.


Notas iniciais do capítulo

VOLTEEEEEEEEEEEEEEEEI! Mas que demora pra dar meia noite, hein?! HUEAIHEAIUEAHIU mas até que em fim, é 2012! Espero que gostem :3



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(Capítulo anterior)


"– Eu te odeio, sabia? – Falei com raiva, entre os dentes. – Com toda a minha força.

– Esse ódio vai passar. – Sorriu sínico. - Porque daqui a pouco você estará do lado da sua mamãezinha. – Riu sínico, apertando o gatilho. Depois só ouvi um barulho muito alto."




Ryan's POV

– Tenta, sem fazer barulho. – Sussurrei para Chaz, que apertou a maçaneta da porta que Nicolle estava encostada com um cara que a tinha como refém. Estava aberta, por sorte.

– SOLTA ELA! – Chaz e eu falamos juntos, depois que consegui prender o cara com o meu braço no seu pescoço como uma “chave” e Chaz segurou sua mão pra cima, quando o viu com o dedo no gatilho.

Logo ouvimos o barulho da bala.

– CHAMA A POLÍCIA! – Chaz gritou para Justin, que correu rápido chamar eles, que já estavam no começo da rua.

O maluco não parava de se debater, se a policia não chegasse logo seria bem capaz dele matar um por um.



Justin's POV

– EU VOU VOLTAR PRA MATAR TODOS VOCÊS! – Voltei com os policiais e ouvi o cara gritando logo depois que se soltou e saiu correndo dos meninos, começando a disparar vários tiros contra nós. Eu, Ryan e Chaz nos abaixamos rápido. Os policiais saíram correndo rua abaixo atrás do marginal.

Minha preocupação agora era com a Nicolle. Ele disparou enquanto tava no carro...

– Nicolle... – Entrei no carro correndo e ela tava encostada do outro lado do carro, encolhida, com o braço sobre o rosto, chorando fraquinho. Graças a Deus o tiro não foi nela. Fiquei com tanto medo de perder ela. – Você tá bem? – Passei levianamente a mão sobre sua bochecha corada. Ela me olhou com um olhar vazio, confuso, certamente de medo. Passei o dedo por debaixo do seu olho, limpando algumas lágrimas que caiam incansavelmente.

– Eu to com medo, Justin. – Soluçou abatidamente. Meu nome soa perfeitamente bem na voz dela. - Ai! – Sussurrou entre os dentes, quando passou a mão no corte.

Tirei minha blusa e joguei sobre ela, já que ela estava sem nada e tremendo.

– Vem aqui. – Cheguei mais perto e passei meu braço sobre sua costa, trazendo ela pra mim. Ela soluçou fraquinho perto do meu ouvido, depois se afundou no meu ombro, me abraçando forte. – Vai ficar tudo bem agora. – Acariciei seu cabelo. Ela estava gelada e tremia sem parar. – Eu estou aqui com você. – Beijei seu cabelo, que pegou no pescoço.



Nicolle's POV

O tiro foi no teto. Por um momento eu achei que tinha morrido... Eu estava com muito, mais muito medo. Não tanto por mim, mas por causa de Justin também. Marcos estava fora de si, ele poderia fazer qualquer coisa com ele, a qualquer momento. Acho que mal conseguiria parar em pé, de tanto que meu corpo está tremendo e fraco, como em todas as vezes que aquele canalha, assassino, monstro, maldito... Chegava perto de mim.

Não sou de desejar coisas ruins para as pessoas, pois eu aprendi desde cedo que se você deseja isso à alguém, pode voltar em dobro para você. Mas já que Marcos não pode ser chamado de ser humano, então a morte dele não faria diferença à ninguém.

– Nicolle... – Ouvi a voz de Justin sussurrada, me chamando. Não me mexi, nem levantei o rosto, estava com vergonha de ele me ver naquele estado, mas feliz por ouvir sua voz. - Você tá bem? – Senti sua mão passando delicadamente sobre o canto do meu rosto. O olhei fraca e fechei os olhos levemente, quando senti ele passando a mão por debaixo do meu olho, secando algumas lágrimas.

– Eu to com medo, Justin. – Solucei e passei a mão sobre meu braço, estava muito frio lá. Acabei encostando no corte e sussurrei de dor baixinho. Justin olhou para ele preocupado e depois jogou sua jaqueta sobre mim.

– Vem aqui. – Ele se aproximou e me puxou pra um abraço quente. Não posso negar, eu estava precisando mesmo de um abraço naquele momento, sem contar que eu estava sentindo muito a falta dele. O abracei forte e fiquei com o rosto em seu ombro. Ele estava quente, estava me esquentando. – Vai ficar tudo bem agora. – Falou e acariciou meu cabelo. – Eu estou aqui com você. – Beijou meu cabelo, mas pegou no pescoço.

Meu corpo estremeceu com aquelas palavras. Não sei por que, mas... Eu não sei, não conseguia raciocinar direito. Tinha medo de acreditar e me iludir mais uma vez. Mas não, chega de dores.

– Desculpa atrapalhar, mas... – Chaz chegou na porta. - Acho que é melhor você levar ela daqui, Justin, porque os policiais querem fazer interrogatório e...

– Não quero responder nada. – O interrompi, me impondo.

O que eu quero agora é esquecer que esse cara um dia existiu e, tentar de alguma forma, apagar todas as dores que ele me fez passar.

– Te levo carregada e falo que você não está bem. – Justin foi saindo do carro logo que Chaz saiu.

– Mas eu não estou mesmo. – O olhei estranha e ri fraco, depois ele me pegou no colo. Ele ficou olhando nos meus olhos por alguns segundos consecutivos, parecia que eles estavam querendo me dizer algo, depois fomos indo.

Estávamos quase chegando à casa de Ryan, e tinha uma boa quantidade de pessoas na rua. Apertei o ombro de Justin forte, afundando meu rosto nele. Ele passou pelas pessoas apressando os passos.

Deveria estar acostumado com esse tanto de gente.

– Está tudo bem agora, pessoal. – Ouvi a voz de Ryan atrás de nós, falando pra turma. Depois entramos na casa. – Boas notícias. – Ele chegou sorrindo, mas cansado, logo atrás de nós.

– Prenderam aquele desgraçado? – Justin soltou com uma voz brava.

– Melhor. – Pausou. - Ele levou um tiro. – Olhei aliviada para Justin, ele me olhou com um pequeno sorriso. Pode soar macabro, mas eu estava feliz.

Depois disso Ryan saiu de lá e voltou ara fora, acredito eu, que era explicar pras pessoas.

– Pode me soltar, acho que já estou melhor. – Falei antes que ele subisse as escadas.

– Eu faço questão. – Justin me olhou fofo. Abaixei o rosto e não insisti, eu não ia conseguir mesmo.



Justin's POV

– Está tudo bem agora, pessoal. – Ouvi Ryan atrás de mim, falando para o pessoal lá de fora. Depois a levei pra dentro. – Boas notícias. – Ryan chegou sorrindo fraco, encostando a mão no meu ombro.

– Prenderam aquele desgraçado? – O encarei com a voz forte.

– Melhor. – Pausou. - Ele levou um tiro. – Sorri para Ryan, depois olhei para ela, que estava olhando aviada para mim, deu um pequeno sorriso de alivio também. Acho que depois de tudo isso, foi a melhor notícia da noite.

Depois dei um toque pra Ryan e ele saiu de lá. Queria poder cuidar dela sozinho.

– Pode me soltar, acho que já estou melhor. – Ela falou com uma voz suave.

– Eu faço questão. – A olhei nos olhos e ela abaixou o rosto.

Se depender de mim, nunca mais vou te soltar.



Nicolle POV

– Obrigada. – Ele me deitou na cama, depois se sentou do meu lado. Descansei meu corpo e agora percebi o quanto estava doendo. Era de nervosismo, talvez.

– Tem certeza que tá tudo bem? Não é melhor você colocar alguma coisa no seu corte? Quer algum remédio ou alguma coisa? Se quiser eu desço agora pegar, sem probl...

– Calma! – O segurei, rindo leve. Ele já tava até se levantando. – São só algumas dores, já passei por piores. – Tentei sorrir para aliviar e ele me olhou ainda preocupado.

– Tem certeza? – Franziu a sobrancelha.

– Absoluta. – Estava achando bem fofa toda aquela preocupação. – Mas agora pode descer e curtir a festa, eu vejo os fogos daqui da sacada.

– De jeito nenhum. – Cruzou os braços, o encarei surpresa. – Eu vou ficar aqui com você. – Olhei para ele sorrindo e nossos olhares se cruzaram. Desfiz o sorriso, envergonhada.

Droga, ele sempre faz isso.

– É sério, Justin. Não precisa mesmo, eu fico bem aq...

– Shhhh... – Colocou o dedo indicador em frente a minha boca, curvando um pouco o corpo. – Eu quero ficar aqui, ninguém tá me obrigando. – Sorriu, acariciando meu rosto.

– Obrigada. – Sorri, agradecendo de novo.

– Não tem que agradecer. – Se levantou. – Agora descanse, quando começar os fogos eu te acordo. – Ficamos naquele olhar de novo, depois ele sorriu e mordeu levemente os lábios, indo se sentar. Me virei e fechei os olhos fortes, tentando esquecer essa noite.

Por que ele estava fofo comigo? Não estou entendendo.

– Ai! – Gemi quando percebi que me deitei em cima do braço cortado. Tá vendo o que você faz comigo, Justin?

Olhei para ele, que olhou assustado pra mim.

– Calma, eu só deitei em cima dele. – Ri. – Mas vou fazer um curativo pra isso. – Me levantei rápido, mas tudo girou. – Ai... – Pisquei várias vezes forte e senti Justin me segurando.

– Você não tá bem! – Ele insistiu. Olhei para Justin e tinha uns 5 dele ali se mexendo. - Vou pegar as coisas pra fazer o curativo. – Me soltou rápido e cai na cama.

Minha visão foi voltando ao normal e vi ele derrubando tudo no banheiro tentando achar as coisas. Ri pelo nariz e minha cabeça doeu um pouco.



Justin's POV

Cadê essa porcaria?! Procura, procura, procura. Vai, maletinha linda, aparece pro papai.

ACHEI!

– Pronto. – Corri pra cama e ela tava com a mão na cabeça.

– Tudo isso? – Franziu o cenho. – Justin, você tá bem? – Perguntou rindo meio fraco. Não ia deixar de soltar alguma coisa romântica nessa oportunidade.

– Vou ficar quando você estiver. – A olhei nos olhos e ela devolveu, sem exitar em abaixar o rosto ou coisas do tipo que ela sempre faz.

Cara, eu vou beijar ela.



Nicolle's POV

– Vou ficar quando você estiver. – Ele me olhou nos olhos e eu o olhei também, bem intensamente, não queria desviar. Já estávamos próximos e ele ainda estava chegando mais, bem mais.

– É-é, me passa o esparadrapo? – Perguntei rápido e gaguejando, ele olhou para cima de um jeito meio impaciente, voltando o corpo ao normal.

Eu não podia beijar ele. Porque daí seria mais um beijo pra eu ficar pensando e querendo mais. Sendo que pra ele só ia ser isso, um beijo.



Justin's POV

Merrrrrrrrrrrrrda.

Eu tava quase lá, man. Quase lá!

– Aqui. – A entreguei e me sentei do seu lado, a ajudando.



-   -   -

Nicolle's POV

Ele me ajudou a colocar o trocinho no braço e depois voltou a sentar onde estava sentado, eu fiquei lá deitada. Sempre rolava os olhares, mas nada de mais. Eu queria beijar ele, mais até do que ele queria me beijar. Mas, não.

Me passou uns flash backs nossos, nos nossos poucos momentos. Sinto falta dele, mesmo que a gente tenha passado tão pouco tempo juntos, eu gostava dele, alguma coisa me fez gostar dele. E se pedissem para eu explicar a maneira que eu me senti quando ele falou que era pra eu me acalmar, que eu estava com ele... Eu não saberia responder. Parece bobo, mas não é.

Porquê. Eu gostaria de entender o porquê que eu não sei sentir ódio dele sem ser só no momento, porque eu não consigo parar de pensar nele um minuto sequer, porque eu ainda o amo ou porque eu comecei a amar ele. Não foi uma escolha minha. Não foi.

– Ainda tá doendo? – Perguntou olhando para mim, depois daquele longo silêncio.

– Um pouco. – Está doendo tudo sem você, esse é o problema. – Mas não é nada de mais.

O olhei, não premeditado, mas o olhei. Agora ele estava com o olhar vago para o chão, com as pernas inquietas. Estava pensativo.

Me sentei na cama e olhei lá fora.

– Nic? – Ele me chamou fraco e pelo apelido. Virei o rosto pra ele.

– Oi. – O fitei. Ele tinha se levantado.

Quando eu cheguei hoje aqui, eu te vi ficando com o Andrew. – Começou a falar e eu estava tentando entender o porque dele falando disso agora. – Você parecia feliz. – Falou olhando pro nada, se sentando na mesinha do lado da cama. – E você tava muito linda. – Me olhou e sorriu de canto. Sim, aquele sorriso que faz meus pés saírem um pouquinho do chão. – Eu não gosto dele, mas ele era... Da hora. – Me olhou diferente. – Mas ele te segurava errado, e... eu não sei... Eu senti uma coisa ruim quando ele te beijou. – Fez silêncio, pareceu confuso.

– Justin, eu... – Tentei dizer qualquer coisa, mas foi em vão.

– Espera, me deixa terminar. – Respirou fundo, parecia nervoso. O olhei, o deixando continuar. - Olha, eu sei que eu fiz tudo aquilo com você e praticamente te usei...

– Praticamente? – Debochei ficando brava, não gosto de tocar nesse assunto. Me olhou sério pedindo pra eu parar.

– E também fiz tudo isso porque eu queria curtir. E curti. – Pausou. - Curti muita fossa, muita dor, arrependimento e muita gente falando que eu era idiota. – Pausou e eu o olhei. - Acredite, eu demorei pra acreditar que... Eu acho que, eu não sei. Quer dizer, eu sei. – Ele estava mais confuso do que nunca. - Acho que sei. Bem, parece, tudo indica que... Acho que, que... - Parecia que ele queria dizer alguma coisa mas mão saia. - Eu amo você. – Me olhou e fraco e rápido, depois suspirou aliviado.

Minhas sobrancelhas se arquearam. Foi isso que eu ouvi? “Eu amo você”?!

– Para mim só existia ela. Eu respirava e beijava o chão por onde Selena passava, e achava que eu só tinha que amar ela. E para mim, eu a amava mais que tudo e todos. Passei por cima de muitas coisas para provar que a amava e ela só sabia me pisar. Por ela ser quem ela é, passar por tudo que eu passo, eu achei que ela saberia me entender, então para mim ela era a certa. Eu me enganei. – Suspirou. - Mas, a verdade é que... Eu me encantei por você desde que te vi entrando na minha casa com aquele vestido preto, que te deixou ainda mais linda. Se possível. – Riu e eu abaixei o rosto envergonhada. - Eu podia ter feito você tão feliz... – Se levantou e se sentou do meu lado na cama. - Eu deveria ter te mandado mais sms’s naquela noite, quanto peguei o seu número sem você saber. Deveria ter te convidado pra aquele jantar só para ficar perto de você, não para provar pra Selena que não era só ela que tava de parceiro novo. Deveria ter dito que senti uma coisa horrível quando você desmaiou em casa no jantar, depois daquele telefonema. E porra, como foi horrível te ver na mão daquele cara. Como foi horrível te ver imóvel e não poder fazer nada. E quando eu ouvi o barulho daquela bala, eu já pensei no pior. E quer saber? Meu mundo todo se desmoronou naquele momento. Eu não gosto nem de lembrar. – Balançou a cabeça negativamente. – Aquela poderia ter sido a ultima vez que eu te veria, e eu não iria poder dizer que eu... Te amo. – Pausou, respirando fundo. - Deveria ter dito que eu queria cuidar de você, mesmo sem saber o porquê daquela necessidade. Era para eu ter te derrubado na banheira aquela vez, só para você se molhar e ter que vestir alguma camisa minha. – Riu. - Lembra aquele vestido que você usou no dia que saímos? Eu deveria ter te falado que, naquela noite, você era a mais linda daquele lugar e que quando o vento bateu no seu cabelo e você olhou para baixo, eu tinha certeza de que queria ficar com você pro resto da minha vida. Eu não tô mentindo, tentei por vezes criar coragem e conseguir te falar tudo isso. Coragem, talvez, de dizer a mim mesmo que eu estou gostando de você. E depois daquele vazio que eu senti quando pensei que tinha te perdido, eu percebi que é você, você que eu quero pra mim, é você que eu quero cuidar e é você que eu amo. – Pegou na minha mão e a apertou. - Me chama, vai, pode me chamar de burro. Me chama de burro por não ter visto que seu sorriso era o mais lindo do mundo, por não ter visto a curva dos seus cílios quase tocando nas suas sobrancelhas. Me bate, vai, pode bater. Eu não ligo. Me bate por ter te feito chorar, por ter te feito sofrer tanto... Eu não mereço nenhuma lágrima sua. Vai, me bate. Por favor. Me faz lembrar que você é a garota mais incrível desse mundo e eu que eu percebi tarde demais. Briga comigo por eu preferir ela à você, briga. Eu deveria ter segurado sua mão com força. Deveria ter te impedido mais e ter te feito ficar mais comigo no dia do nosso primeiro beijo. Eu deveria ter beijado sua testa enquanto podia, dizer que queria cuidar de você, ter te abraçado e ter falado que eu precisava de você mais que qualquer coisa que eu já pude precisar. Deveria ter aberto a porta do carro pra você, deveria ter te feito se sentir especial. Deveria deixar de ser tão egoísta, e ter te feito a garota mais feliz do mundo. Eu me odeio por ter de convidado para sair aquela vez e ter rido da sua ingenuidade, por aceitar fazer parte daquele meu plano ridículo. Deveria ter te dito que eu me sinto bem olhando nos seus olhos e que amo o jeito que você abaixa a cabeça e fica sem graça quando eu te chamo de linda. - Sorriu. - Deveria dizer mais o quanto eu fiquei feliz em saber que eu iria fotografar com você naquele ensaio. Deveria ter dito que amo o seu jeito de brava, mandona e orgulhosa. E eu nunca percebi, eu nunca percebi o porquê de você só ter pedido água mineral aquele dia, daquele jeito seco e que aquele “nada”, era você explodindo de ciúmes e de mágoa por eu ter sido tão infantil. Eu deveria ter segurado sua mão para você não entrar naquele táxi, eu deveria.... E lembra daquela vez que você quase caiu com aquele sapato? No ensaio. Dentro daquele “Mais cuidado da próxima vez”, era para eu ter dito que se você caísse, você estaria fazendo o meu mundo cair também. Aquele tapa, você deveria me dar muito daqueles, para eu aprender. Eu só estou falando tudo isso porque eu acho que nenhum cara vai sentir o mesmo que eu to sentindo agora por você, e minha vontade era de socar a cara de cada um que chegar perto de você. Ta vendo? Eu sendo ridículo de novo. Mas eu não consigo ver você com outro cara. Você conseguiria sorrir para ele como você sorriu para mim um dia? Xingaria ele de gordo como você me xingava? Diz pra mim que pelo menos ele te fará sorrir... Diz. Só me diz se ele te faria feliz como eu posso te fazer. Olha, se você não me ama mais, você tem todo o direito de dizer e tudo bem, pode me bater e me expulsar desse quarto, porque eu sei que mereço. Mas se você ainda se lembra do dia que eu falei que você era o melhor pra mim e que te peguei no colo quando você queria ir embora, então, por favor, se você lembra desse dia, se você lembra de quando eu falei que você era melhor que ela, mas que na verdade você é melhor que todas as garotas do mundo... E daquele tapa que você deu no meu ombro porque eu tinha te comparado com ela, e você falou que odiava comparações, sorri pra mim... Pela última vez, sorri pra mim. Eu juro que, por mais difícil que seja, eu te esqueço, que não te perturbo mais e paro de falar que você é linda toda hora, aí você não vai mais precisar ficar corada. Mas sorri pra mim, por favor... Deixa eu, pelo menos essa noite, dormir feliz por ter te visto sorrir pra mim.

Eu estava perplexa.

– Tudo bem. – Abaixou o rosto. – Eu vou te deixar aqui descansando. - Se levantou indo em direção a porta. – E... desculpe, eu to um pouco perturbado com o que aconteceu lá, e eu acabei falando demais. – Riu fraco envergonhado. - Eu sou um idiota mesmo. – Abaixou a cabeça. – E eu sei que não mereço nem seu sorriso. – Abriu a porta. O olhar e a voz dele tavam me matando... Estavam de um jeito que eu nunca vi. Nunca pensei que ele falaria tudo isso, nunca.

Aquele Justin que eu conheci nunca falaria tudo isso. Aquele garoto que achava que a fama e dinheiro o fazia melhor que todo mundo.

Me lembro bem daquela noite que eu passei em claro, pesquisando sobre ele. Entrei em fã clubes no twitter, por acaso, e vi vários fãs se lamentando que ele tinha mudado, que ele era bem melhor quando era mais novo. Talvez eles estivessem certos, talvez esse “Justin Bieber” é apenas um personagem revoltado que ele acabou fazendo dele mesmo e que existisse um garoto incrível dentro dele, ele pelo qual eu me apaixonei.

– E-eu vou indo. – Ia fechando a porta cabisbaixo com uma voz de choro, mas eu tinha que fazer alguma coisa.

– Justin, calma. – Me levantei correndo, rindo abobada. Ainda tava meio em trance por tudo aquilo que tinha acabado de ouvir. –Eu senti sua falta. – Falei e entrei na sua frente. - Mesmo você não merecendo nem o meu ódio. – Ri.

Joguei meus braços sobre seu pescoço e o empurrei até que se encostasse à parede. Ele me puxou forte pela cintura e me olhou intensamente nos olhos com um sorriso lindo, e depois senti sua boca encostando-se rapidamente na minha. Pediu passagem e cedi. Brinquei com seu cabelo e ele deslizou a mão nas minhas costas. Me deparei com nós dois sorrindo, que saudade disso.

Nos separei, mesmo sem querer.

– Minha brasileira. – Sorriu. Amo quando ele me chama assim.

– Sua. – Ri. Ele acariciou meu rosto, e eu fechei os olhos levemente.

– Senti tanto a sua falta. – Me abraçou e beijou meu pescoço. Nos soltamos e ficamos nos olhando nos olhos por um extenso tempo. Nossos olhares diziam muito, talvez até mais que palavras. O senti entrelaçando as nossas mãos. Sorri e o dei um selinho demorado.

– 10, 9, 8, 7... – Ouvimos a turma lá em baixo gritando. O olhei surpresa e saímos correndo em direção a sacada. – 6, 5, 4... – Demos a mão, olhando lá em baixo. - 3, 2... 1! – Começou a festa dos fogos de artifícios!

– Feliz ano novo. – O puxei e cocei nossos narizes, depois o beijei. Um beijo romântico, depois foi ficando mais profundo e molhado.

– Não tinha melhor maneira de começar um ano como essa. – Nos separamos e rimos. Ficamos juntinhos, olhando a queima dos rojões.

– Ah, ia me esquecendo! – Dei um pulo. – Faz um pedido! – Sorri.

– Quer namorar comigo? – Sorriu, mordendo os lábios. O olhei maravilhada.

– Ah, não sei. Tenho que pensar. – Nos desgrudei e fui pro outro lado da sacada.

– Ahhhhhhh, c’mon! – Chegou por trás e me abraçou bravo. – Sério que você precisa pensar? – Colocou a cabeça no meu ombro e fez bico.

– Pensei. – Me virei. – E acho que... – Fiz suspense e voltei pro lugar onde estávamos, mexendo no cabelo.

– Aceita? – Me apressou, fazendo uma carinha linda.

– Claro que eu aceito, você é um idiota que me faz gostar de você. – O beijei. Ele me pegou no colo e me sentou no muro da sacada sorrindo. – Justin! – O repreendi, rindo. – Eu vou cair! – Segurei no seu braço forte, com medo. 

– Nunca vou te deixar cair. – Me olhou e beijou minha mão. Depois ficou me segurando, olhando o termino dos fogos.



Justin's POV

– Eu te amo, sabia? - Ela falou sorrindo, bagunçando o meu cabelo. A olhei sorrindo também, era a primeira vez que ela tinha me dito isso.

– Eu te amo muito mais. – A desci, arrumei seu cabelo pra trás, a beijando.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Amaram? Odiaram? Falem!