Talking To The Moon escrita por juliamoura


Capítulo 21
Happy New Year? I don't think so...


Notas iniciais do capítulo

AYEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Que ano novo mais demorado esse, não? HUEAIHEAIUEAHI mas enfim, leiam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/137750/chapter/21

Acordei com uma sensação ruim hoje... Uma sensação que não me vinha fazia muito tempo. Deve ser só porque eu vou ficar sozinha hoje. “Sozinha”, afinal, eu vou para a casa do Ry. Mas mesmo assim... Eu não gosto de me sentir assim, mas também não gosto de estragar os planos de ninguém. Entre eu ficar mal e a pessoa ficar, prefiro tomar isso para mim. É, deve ser só isso mesmo.

Hora de levantar, não é? Dia 31, ultimo dia do ano. 2012... Que ano! Choros, risos, tristezas, felicidades, decepção, surpresas... Não posso dizer que foi um ano excelente, porque não foi. Mas poderia ter sido pior, por exemplo, minha mãe poderia ter sofrido mais nas mãos do Marcos. Agora aquele monstro está preso e ela num lugar melhor que esse mundo. E longe de mim... Mas se era pra ser assim.. foi assim. E como todo mundo me diz: ela não quer me ver mal, e não vai me ver!

Dona Sarah sempre me dizia que você tem que começar o ano diferente, para que o próximo ano não seja como o que ficou.


-   -   -

– Certeza? – Ele perguntou me encarando, logo que me sentei. Iria começar com a mudança do meu visual. Faria um corte novo no meu cabelo, mudaria a cor e mais algumas coisas, deixaria nas mãos de Luke. Ele era um amigo homossexual da Jessica, um amooor de pessoa! – Só não vou te deixar ver, vai ter que confiar em mim.

– Eu confio. – Sorri. Ele me virou, peguei uma revista e comecei a folhar, para passar o tempo. Uma página no geral me chamou muita atenção, digamos que até demais. Meu... Deus! – Luke, de quando é essa revista? – Perguntei deixando transparecer o nervosismo.

– Desses dias. – Arregalei os olhos. - Por quê? - Me encarou.

– Hm, nada! – Tentei disfarçar sorrindo fraco.

– Vai me dizer que está com ciúmes da garota que está com o Justin Bieber aí? – Falou debochando e riu.

– Quem me dera que fosse só ciúmes... – Comentei apreensiva e baixinho, mas ele deve ter ouvido, já que suas feições mudaram. Ele deveria estar boiando, mas é melhor assim.

Era exatamente a mesma foto que os meninos comentaram na noite de Natal. A foto estava embaçada do jeitinha como eles falaram, para minha sorte. Mas qualquer um que me encarasse saberia que ela, na verdade, era eu.

– Não entendi. - Falou.

– Não é para entender. – Ri fraco e fechei a revista rápido, mas preocupada e pensativa.


-  -  -

– Ai, eu amei! – Disse rindo, jogando meu cabelo. Ele só riu. – Obrigada, Luke. – Me dei à liberdade de dar um abraço nele.

– De nada, moça brasileira. – Me soltei, indo pagar. – Qualquer dia ainda quero saber qual é essa da revista, ok? – Piscou. Ri meio apreensiva e pisquei de volta, como um sim.

Posso falar? Eu estava me sentindo linda. Meu cabelo estava um pouco mais claro, acho que a cor era castanho claro, com umas mexas – não loiras – mas que dava a impressão que ele era mais volumoso e mais claro. O corte não mudou muita coisa no comprimento, mas no corte sim. Estava mais repicado e não deixava mais aquele liso “simples”, segundo Luke. E me deixou com cara de mais velha também. Fiz as unhas e agora só estava faltando o principal: a roupa.

Atlanta, aí vamos nós!


-  -  -

(roupa)

Nem demorei pra achar a roupa. Na verdade, achei tudo o que eu ia usar hoje de noite em uma loja só. E se abusar, foi na terceira que eu entrei.

Depois fiquei a tarde inteira comendo, assistindo e parecendo uma mendiga. Mas agora eu estou toda bonitinha, com meu cabelo arrumado, maquiagem feita, acessórios no lugar e só falta meu perfume. Dei uma ultima olhada no espelho e... Acho que estava bom!

Acho melhor ligar para Ryan pra avisar que estava indo. Estava um pouquinho atrasada, mas alguns minutinhos a mais não fazem mal a ninguém.

– Alô, Ry? – Liguei e fui descendo rápido.

– E aí, gatinha. – Alguém atendeu, não era Ryan. Era uma voz mais grossa.

Será que eu liguei errado? Espero que não.

– Oi... O Ryan tá aí? – Perguntei.

– Ele até tá, só que ele tá um pouco ocupado. – Riu. Tava um barulho muito alto lá atrás.

– Ah, então não tem problema. – Eu sei bem o “ocupado” dele. – Só avisa que eu já to chegando. – Não tinha saído nem de casa ainda.

– Tô te esperando. – Desligou. Me esperando? Ahn? Nem te conheço.

Entrei no carro rápido e o tirei da garagem. Até que eu cheguei rápido, afinal, não tinha ninguém nas ruas. Porque será?!

Estacionei o carro mais pra baixo da casa dele, no caso de algum carro querer sair da garagem. Mesmo eu sabendo que não tem porcaria de carro nenhum na garagem, mas enfim... Sem contar que não tem nenhum carro parado em frente a casa dele, então, não será eu que fará diferente.

Desci e de longe dava para ouvir o barulho da música. Ainda bem que era boa.

– Uiii, que arrepio! – Me arrepiei por inteira - do nada - e aquela sensação ruim voltou quando eu passei por um carro de vidros escuros. – Eu hein... – Murmurei e tratei de acelerar os passos.

Abri a porta e o som ficou mais forte, junto com algumas luzes. Isso porque deveria ser umas 7 horas, mais ou menos.

– Noooooossa... – Ryan chegou me fitando. – Tá afim de mudar seu sobrenome para Butler? – Me puxou pela cintura.

– Quem sabe... – O encarei e pisquei. Depois terminamos o nosso show e eu o abracei forte e rindo, estava com saudades dessas cantadas baratas do meu melhor amigo.

– Qualquer dia alguém ainda vai cair nisso. – Falei baixinho, ainda rindo.

– Não é sacrifício nenhum passar por seu namorado.

– Ryan! - O repreendi fraco e ele riu. Ainda bem que a Alyssa me conhece e conhece o jeito do Ryan, porque se fosse outra namorada, com certeza não iria gostar muito.

– Vem. - Me puxou e eu fui sem entender. – Andrew, essa é a Nicolle. – Sorriu maliciosamente. Ryan...

Olhei para o garoto e sorri, odeio ficar em situações constragedoras.

– Vou deixar vocês a sós. – Me soltou e piscou sem o garoto ver. Meus amigos amam me jogar pra cima dos outros.

Eu ainda massacro ele, sério.

– Quer beber alguma coisa? – Perguntou aleatoriamente.

– Sua voz... – O encarei. – Não me é estranha! – Ri, pegando a taça que ele tinha me oferecido. – E sim, eu quero.

– Eu que atendi o telefone do Ryan. – Sorriu, tomando um gole. Imaginei mesmo.

– Então era você que mandou ele calar a boca aquele dia no telefone? – Perguntei, digamos que afirmando, rindo. Ele concordou, e corou fraquinho. Ficamos ali conversando um pouco. Prestei bastante atenção nele. Ele era bonito, tinha papo e atitude. É, gostei.

– Vamos pra pista?

– Sim. – Sorri e ele passou a mão na minha cintura, me levando pra lá. Tava tocando Take Over Control, minha música.

– Você é muito linda. – Falou perto do meu ouvido. Abaixei o rosto e depois o levantei o encarando, sorrindo meio envergonhada. Não sei reagir a elogios, fim.

Senti ele se aproximando mais de mim e passou a mão delicadamente sobre meu rosto. O encarei e sorri, mordendo os lábios levemente.



Justin's POV

Cheguei na casa do Ryan, iria fazer uma surpresa.

– E aí. – Fui cumprimentei uns carinhas que tavam ali perto da porta. Hm, Take Over Control, minha música. Boooa Ryan!

– Justin! – Alyssa chegou me abraçando, ela era a namorada do Ryan e também uma velha amiga nossa.

– Alyssa? - A cumprimentei. - Cadê o Ryan que não tá com você? Se eu fosse aquele mané não deixaria uma mina tão gata sozinha aqui. - Falei rindo e ela riu também, já estava acostumada.

- Ele subiu lá em cima rapidão, e você já é um mané por ter deixado a Nicolle sozinha. - Me olhou e eu abaixei o olhar um pouco envergonhado. Não precisa todo mundo me jogar isso na cara, eu já entendi que sou um mané. - Alias... - Olhou em direção da pista. - Acho que tem uma coisinha aqui que você não vai ficar muito feliz em ver... – Alyssa falou e voltou com o olhar pra pista.

– O que é? – Fiquei procurando e... nada.

Espera... Não...

– É a Nicolle? – Olhei bem para ter certeza. – E caralho, não... Ela não pode tá com ele.


Andrew's POV

Olha quem chegou! Justin Bieber. Ah, mas é agora que eu pego essa mina de jeito. Fazer o que, sacrifícios de vez em quando são necessários também.

É, é isso aí mesmo. Nem queria ficar com ela, ela nem é tão bonita, man. Sem contar que é ela é um tanto patética. Mina songa, ridícula, nem beber sabe. Aposto que é virgem ainda. Só que eu acabei ouvindo uma conversa entre o Ryan e com aquele Bibinha falando sobre ela e... Bem, como eu disse, sacrifícios são necessários. Mas não existe nada melhor que sorrir na frente do teu inimigo. Era isso que eu estava fazendo. Pegar a mina que o Bieber era apaixonadinha e ainda por cima na frente dele não tinha preço.


Nicolle's POV

– Melhor irmos para fora. – Falei para Andrew, logo que percebi a presença do Justin aqui e pior, me olhando.

Juro que não sabia que ele viria, senão tinha ficado em casa e tudo estaria bem. Mas já era de se imaginar... Mas pô, ele é Justin Bieber! Por que tinha que passar a virada justo aqui?

– Ah, por quê? – Ele pareceu estranho e olhou na mesma direção que Justin estava.

– Tem muita gente aqui. – Inventei qualquer coisa e fui o puxando para fora.

Droga, droga, droga. Ele me persegue, tô te falando. Tinha o mundo todo pra ele passar a virada de ano, mas não, ele tinha que vir justo aqui!

– Ah, Nicolle, eu quero ficar lá dentro. – Me olhou impaciente.

– Não, tá ótimo aqui. - Não volto lá nem que me paguem.

Sem querer olhei para um carro do outro lado da rua, aquele mesmo que eu vi quando tava vindo pra cá. O vidro tava aberto e no instante que olhei ele levantou o vidro rápido. Estranho. Só tinha ele ali na rua, o restante parou mais longe.

– Se você quer ficar aqui, eu fico aqui. – Andrew falou e me virou, me encostando a parede, me beijando. Não estava afim. Estava mais preocupada com Justin e com esse carro da frente que não me passava nada de bom. Mas o beijei.

– Sai daí, mané. – Uma voz grossa chegou atrás de nós e encostou alguma coisa nas costas dele. Andrew tentou reagir, mas viu que era uma arma e saiu correndo, me deixando lá sozinha. Eu não acredito que ele me deixou sozinha aqui! E o cara não fez nada pra ele, nem sequer virou o rosto pra ver em qual direção aquele covarde correu. Só ficou me olhando, depois tirou a mascara que tapava seu rosto.

– Não, você não! – Minhas pernas começaram a tremer e ficaram fracas.

Isso só pode ser um pesadelo, meu Deus...

– Sentiu muito minha falta? – Me olhou e mordeu os lábios. Não respondi e virei o rosto. – Se não quiser papo, sem problema. – Virou meu rosto com força para encará-lo. – O que vim fazer aqui vai ser rápido mesmo. - Puxou meu cabelo e foi me empurrando para a rua, provavelmente pro seu carro.

– MARCOS, ME SOLTA! – Gritei, na tentativa de chamar atenção de alguém. – ME SOLTA!!! – Gritei mais alto. Espero que alguém me ouça, porque senão... Eu não sei o que pode acontecer, eu estou com muito medo.

– Cala a boca, cachorra. – Me deu um soco forte na barriga. Tossi. – Entra logo nesse carro.


Ryan's POV

– Ouviu isso? - Justin perguntou me olhando estranho.

– Ouviu o quê, dude? – Perguntei indiferente e dei um gole na minha bebida, estava impaciente, isso é hora de dar problema no som?

Deve ser uma das miragens da cabeça dele, agora até ouvindo vozes ele está. Ver a Nicolle deixa o garoto assim, meio destorneado.

– Shhhhhhhh! – Colocou a mão na frente do meu rosto me fazendo calar a boca. Depois saiu correndo.

– Justin, aonde você vai? – Sai correndo atrás dele. Menino pirado.


Nicolle's POV

– Vou gritar mais alto. – O encarei e ele amarrou minhas mãos bem fortes numa corda caseira.

– Grita, grita mesmo... – Se ajeitou no bando da frente e me olhou pelo retrovisor, começando a dirigir o carro. – Porque daí eu vou ter motivos concretos para voltar e matar o mini popstar. – Meu corpo estremeceu quando Marcos disse aquilo. Ele não. O Justin não... Por favor.

– Deixa ele fora disso. – Falei seca e dura, engolindo o choro. Eu não iria chorar, não iria dar esse gostinho a esse assassino. – É comigo o assunto, então é comigo que você tem que resolver.

Ele parou o carro ali mesmo e virou, olhando para mim, que estava no banco de trás.

– Faria qualquer coisa pra isso? – Ele instantaneamente olhou para meu corpo. E eu estremeci novamente.


Justin's POV

Eu ouvi alguém gritando, era voz feminina e uma voz muito conhecida. Não pensei duas vezes e sai correndo pra fora.

– Sai da frente, porra. – Dei de cara com alguém. Ah, era Andrew, que não gostou muito. Mas... Que porra ele tá fazendo aqui sem ela? - Cadê ela? – Perguntei rápido.

– Ela quem? – Fez de desentendido e, do nada, o menino ficou branco.

– A mesma que você estava beijando a alguns minutos atrás. – Engrossei a voz e Ryan me olhou.

– E-ela tá lá f-fora. – Gaguejou e demorando para responder.

– FALA A VERDADE, CARALHO! – Levantei ele pela gola da camisa, como eu odeio esse cara.

– Justin, pega leve... – Ryan tentou.

– Pega leve o caralho! – O olhei rude. – ONDE ELA TÁ?

– Sei lá! Um ladrão veio apontando uma arma pra mim e eu sai correndo. – O olhei indignado.

Como sempre. Andrew não mudou nada, sempre um bosta-cagão desde o quinto ano. Sempre zoava os outros, mas quando ia mexer com ele, sempre chamava os amigões do nono ano. Mas eu já dei uma surra nele por causa de uma garota que ele praticava bullying, por isso que era bom ter pai boxeador. Ta aí o motivo dele me “odiar” tanto, eu acho, aquele dia ele passou uma grande humilhação. Humilhar os outros ele gostava, mas quando foi a vez dele, ele não aguentou.

– E VOCÊ DEIXOU ELA SOZINHA COM ELE? – O joguei no chão e fui pra cima dele.

– Justin, não. Justin! – Chaz e os meninos tentaram me segurar.

– SE ACONTECER ALGUMA COISA COM A MINHA NICOLLE, EU VOLTO NEM QUE SEJA DO INFERNO PRA TE MATAR, FILHO DA PUTA! – Sai rápido de lá, preciso encontrar ela. Bater nele agora só me faria perder tempo, sendo que minha pequena pode estar machucada ou nas mãos de algum louco por aí. Não, não, se acontecer alguma coisa com ela... Eu não sei o que eu faço.

– Onde você vai? – Ryan chegou correndo atrás de mim.

– Encontrar ela. – Sai lá fora e olhei para todos os lados e nada dela... Alguém levou ela, não tô acreditando nisso.

– Deixa pra que a polícia cuide disso, entra e se acalma. – Tentou me puxar pra dentro, mas eu me recusei a ir.

– Que polícia, Ryan? É a Nicolle, entendeu? A minha Nicolle que tá nas mãos de algum psicopata por aí. Como quer que eu me acalme? – O encarando e veio um nó estranho na minha garganta. – Não posso deixar que façam alguma coisa com ela e eu ficar parado. – Fui andando pra qualquer direção. Eu preciso encontrar ela, eu preciso olhar nos olhos dela e ver que ela está bem. Eu preciso.

– Espera, dude, não vou te deixar na mão. – Falou. Esse é o cara que eu chamo de melhor amigo. – Só vou pegar uma coisa, vai indo na frente. – Estendi a mão e ele a pegou, fazendo nosso toque. O puxei para um abraço.

– Obrigado, irmão. – Ele me olhou como um “de nada” e correu pra dentro, enquanto eu corria pra encontrar ela. E eu ia encontrar, eu preciso encontrar ela.

Parecia que quanto mais eu andava, mais ela ficava distante de mim. Não tinha nenhum carro na rua, nenhum ser humano andando por ela. Nenhum guarda de plantão. 

- QUE DROGA!


Nicolle's POV

Fechei os olhos e já imaginava o que viria pela frente. Marcos passou para o banco de trás, trazendo sua arma e uma faca.

– Está lembrada dela? – Perguntou mostrando a faca. Ela estava suja, suja de sangue. – É a faca que eu matei a sua mãe. – Falou rindo. Olhei para ele e comecei a chorar.

– Seu monstro! – Tentei me soltar, mas ele puxou meu cabelo para trás.

– Menina má... – Ele estava falando igual um psicopata. Na verdade, ele sempre foi. Mas desça vez ele estava sóbrio, p que mostra o quão louco ele era. – Vai receber um castigo. – Pegou a sua faca e ficou olhando para ela, sorrindo. – Mas.. Primeiro tira a sua roupa. – Falou e escondeu a faca. Fiquei o encarando com raiva e não fiz movimento nenhum. – Ah, verdade... Você está presa. – Riu sínico. – Pode deixar que eu mesmo faço isso. – Me virou num puxão e desceu meu zíper rápido, depois quase o rasgou para tirá-lo.

Eu tremia sem parar. O toque daquele cara me dava arrepios e me passava os pioresflash backs possíveis. Me fazia lembrar da primeira, da segunda, da terceira, de todas as inúmeras vezes que ele me abusou. De que ele maltratou minha mãe, uma grande parte da vida dela. Que ele a matou e destruiu a minha vida. De quão desumano ele era.

– Adorei a lingerie. – Lambeu meu rosto e afastei o rosto rápido, o olhando com nojo. Preferia morrer do que passar por isso que eu tô passando, é a pior coisa do mundo. Eu realmente o odeio, com todas as forças do mundo, o inferno é pouco pra esse monstro.

– SAI DE PERTO DE MIM, MONSTRO! – Gritei. Sei que não deveria, eu estava abusando da sorte, mas eu não suportava o cheiro dele, não suportava estar perto dele, não suportava ver ele me tocando. – SAI!!

– Mais respeito comigo, ouviu? – Pegou a faca e a passou bem próximo ao meu rosto, me fazendo fechar os olhos rapidamente e congelar. Abri os olhos lentamente com uma dor insuportável vindo do meu braço. Olhei e ele estava sangrando.

Ele tinha feito um corte no meu antebraço. Comprido, mas não fundo. Que não impedia de doer e sangrar.

– Isso é só um pedaçinho do espetáculo final. – Puxou meu rosto para perto do dele. – Mas, como qualquer outro espetáculo... – Deixou a faca de lado e pausou. – Tem que haver a cena principal. – Passou a mão na minha coxa e foi subindo. Fui indo para trás, mas... Nada adiantava. Ele desabotoou sua calça.


Justin's POV

“Sai de perto de mim, monstro!” – Tinha ouvido de algum lugar pra frente dali. “Sai!” – Ouvi novamente.

Parecia a mesma voz que eu ouvi gritando lá atrás, tinha absoluta certeza disso. Fui correndo e vi de longe um carro preto, mal estacionado.


Nicolle's POV

Ele tinha se encostado à porta e me colocou no meio das suas pernas, me deixando de costas para ele, me fazendo abrir demasiadamente as pernas. Sempre me ameaçando com a arma ou com a faca, caso fizesse o que ele não queria.

Ainda com o sutiã, começou apertar rigidamente meus seios. Coloquei o braço machucado sobre a barriga e o apertei contra ela, para aliviar a dor de ambas. Nenhuma dessas dores chegavam perto ao pavor que eu tinha dele perto de mim, era meu pior pesadelo, ninguém sabe o quanto eu já sofri na mão desse cara e ele nunca para, eu não desejo isso a ninguém.

Olhei para a janela e vi um cara de longe, se aproximando do carro.

– Marcos, pode soltar minhas mãos? - Esse homem que passava na rua era minha ultima esperança, caso não desse certo ele me mataria mais rápido e me polparia do pior.

– Por que faria isso? – Levantou a sobrancelha, parando o que estava fazendo.

– Você vai gostar do resultado. – Tive que o olhar e fingir que estava gostando daquilo. Ele me olhou e sorriu, soltando a corda. Que nojo...

Eu iria tenta destrancar a porta, como eu disse, o pior que poderia acontecer é eu morrer, mas eu preferia morrer do que passar por isso de novo.

– Mas me diz... Como foi que você conseguiu chegar aqui? – Perguntei numa tentativa de despistar o cara que estava chegando perto, já que percebi que ele tinha visto algo de errado no carro.

– As leis do Brasil nunca foram lá as melhores. – Riu. E, com sacrifícios e sem ele perceber, consegui destravar a porta atrás de mim. – Foi fácil fugir. – Vi o homem se aproximando, que na verdade era um garoto. Você?


Justin's POV

Logo que vi o carro preto, com vidros escuros, desconfiei de alguma coisa... Desci correndo, mas sem que percebessem. Tentei me aproximar e vi um cara segurando agressivamente uma garota. Uma garota não. Essas feições...

– NICOLLE?! – Não podia ser ela, não acredito que era ela. Comecei a bater na janela do carro e tentei abrir a porta freneticamente, mas estava trancada e o vidro não quebrava com meus murros.


Nicolle's POV

Era Justin, era ele!

– NICOLLE?! – Ele começou a bater na janela e tentou abrir a porta, mas ele foi justo à que estava trancada.

Isso pioraria tudo! Marcos vai ficar uma fera e nem posso pensar o que  faria com ele.

– Seu super-herói chegou. – Ele zombou, apontando a arma na minha testa. – Melhor assim, aí mato os dois de uma vezes só.


Justin's POV

– Nicolle!! – A chamei novamente, quando tive certeza que era ela. Ela estava sangrando, quase nua, se debatendo, chorando e com uma arma apontada na sua cabeça. – ABRE ESSA PORTA, CARALHO!!! – Comecei a gritar desesperadamente.

Não sei descrever como eu me senti na hora. Me senti impotente, um nada, me senti... Um lixo, literalmente. Ela estava tão perto, mas ao mesmo tempo tão... Longe do meu alcançe. Por mim aquela porta aí já estaria quebrada há muito tempo e ela já estaria comigo, nos meus braços. Mas não, eu não vou deixar ela morrer por irresponsabilidade minha. Não consigo nem pensar na possibilidade de perder ela. Não conseguiria perder ela.

– JUSTIN!!! – A ouvi gritar. Comecei a bater no carro novamente.


Nicolle's POV

– JUSTIN!!! – Gritei, me debatendo.

– Para quieta, vadia. – Me segurou forte. – Não tem medo da morte? – Perguntou e ficou encostando a arma no meu rosto.

Ao mesmo tempo em que eu queria que ele me tirasse dali, eu sabia que ele o mataria. Mas não, eu não vou o deixar morrer por irresponsabilidade minha. Não consigo nem pensar na possibilidade de perder ele. Não...



Ryan's POV

Ligaram para a polícia, eles já estão a caminho. Eu e Chaz saímos correndo logo após Justin, e o vi batendo num carro.

– Ela deve estar ali, senão ele não estaria tão desesperado assim. – Chaz falou e eu concordei.

Meu Deus, me ajuda... Me dá uma ideia. O cara deve estar a usando de refém, no mínimo, pra ele não ter tentado resgatar ela.

– Já sei! – Falei e Chaz me olhou, me esperando continuar. – Só me siga, sem fazer barulho.

Justin nos viu e Chaz deu sinal pra ele ficar quieto, pra que quem fosse no carro não nos percebessem ali.

– Você abre a porta e me ajuda a segurar ele, depois Justin faz o resto.

– Não vai dar certo, não sabemos quantos tem no carro, ela pode morrer. - Ele falou apreensivo.

– Vai dar certo. – Me encarei. – É a Nicolle ali, ela é nossa amiga também. – Ele me olhou e concordou. Fomos indo meio abaixados e vai dar certo. Sei que sim. Tem que dar.



Nicolle's POV

– Eu te odeio, sabia? – Falei com raiva, entre os dentes. – Com toda a minha força.

– Esse ódio vai passar. – Sorriu sínico. - Porque daqui a pouco você estará do lado da sua mamãezinha. – Riu sínico, apertando o gatilho. Depois só ouvi um barulho muito alto.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só posto a continuação com muitos reviews! Sou má mesmo u-u e maine, te coloqueim gostou? *-*