Talking To The Moon escrita por juliamoura


Capítulo 2
Recomeço e... Pai?!


Notas iniciais do capítulo

Bem, cá estou eu de volta :B ameeeeei os reviews de vocês *-* fico feliz em vocês estarem lendo e gostando :)
Tô acostumada a escrever de madrugs, sei lá, chega mais inspiração. enfim, mais um pra vocês :) beijos e boa leitura.



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(Capitulo anterior)

" - NÃO! EU QUERO FICAR COM ELA! – Gritava desesperadamente enquanto ela me levantava e me tirava de longe dela. – ME SOLTA! MÃÃÃÃE!

Depois disso não vi mais nada."

Estava tudo preto e confuso. Zumbidos estranhos invadiam minha mente. Apita, apita, apita... O que era isso? Forcei meus olhos a se abrirem um pouco e a sala estava com um abajur ligado, a luz era forte e fez com que eu fechasse meus olhos com força, voltando para a escuridão. Abri-os mais uma vez, e eles foram se acostumando a pequena luz branca e forte. Aquilo lembrava muito um quarto de hospital. Fios saíam por meus braços até um monitor que mostrava luzes estranhas. Ah, então aquele apito constante era o batimento de meu coração. Virei a cabeça para o outro lado onde havia um homem sentado me fitando.

– Que bom que você já acordou... Como está se sentindo? – Perguntou com os olhos cansados. Seu sotaque era meio estranho... Ele falava perfeitamente o português, mas o sotaque era meio americano, não sei explicar, na verdade não sabia de nada. O olhei confusa. – Me desculpa a indelicadeza, sou John. – Sorriu, fiz o mesmo como resposta.

– É, acho que eu estou bem... – Forçei a cabeça para baixo e olhei nos aparelhos. – O que aconteceu? – Perguntei confusa, tentando arrumar um jeito confortável de ficar num lugar nem um pouco confortável.

– Os policiais te doparam e te trouxeram para cá. – Disse.

Ah sim, claro. Tudo foi real.

– Então quer dizer que... – Disse com dificuldades, meus olhos começaram a lacrimejar e minha voz a falhar, olhei para cima para que aquelas chatas e insistentes lágrimas não caíssem. – Ela está... – Não consegui segurá-las mais.

– Num lugar melhor. – Completou me fitando, sorriu e se levantou. Limpei as lágrimas rapidamente.

No começo achei estranho, nunca o vi na vida e agora ele está num quarto de hospital comigo... Mas alguma coisa em mim diz que ele é alguém especial.

– Desculpa perguntar mas, quem é você? – O encarei. Percebi uma incomodidade em seu olhar, e permaneceu calado.

– Descase, querida. Ainda está de madrugada e você precisa descansar, seu dia não foi nada fácil. – Passou a mão no meu rosto e beijou minha testa, eita. – Não vou sair do quarto nem por um minuto. Qualquer coisa eu vou estar sentado aqui. – Sorriu gentilmente, sorri ainda um pouco confusa, como resposta.

Estranho, eu não tenho medo e nem fico angustiada perto desse cara. Ele me passa segurança. O que é isso?! Um tipo de pegadinha para mim, ou o quê? É melhor eu dormir. Deve ser os remédios, amanhã tento entender melhor.

Virei meu rosto para o lado oposto e fiquei pensando como minha vida seria de agora em diante. Terei que ser forte, mas isso eu sei que sou. E eu sei que minha mãe sempre vai estar comigo, essa é a maior força que eu poderia ter.

Depois de alguns minutos adormeci.


-   -   -


– Bom dia, Nicolle. – John disse com um sorriso encantador no rosto, entrando na sala com um pacote de coisas na mão. Cheiro bom...

– Bom dia, John. – Sorri. – Comida? – Perguntei com os olhos brilhando, ele riu.

– Toma. – Me deu uma maçã.

Maçã?!

– Uma maçã?! – Me inconformei, mas a peguei já que estava com fome.

– E isso é para mim. – Tirou um sanduíche delicioso, seguido de um refrigerante aparentemente geladinho. Covardia, só pode. – Claro que seria uma maçã, esperava o quê, uma pizza? – Soltou um riso ironico.

– Não seria uma má idéia, faz tempo que eu não como uma. – Falei e tentei me levantar, mas os fios não deixaram. Merda.

– Prometo comprar quantas pizzas você quiser quando sair daqui. – Abri um sorriso gigante, ele riu.

Ele estava me fazendo bem, mesmo eu estando em um fundo buraco negro. Mas eu nem sei quem ele é, de verdade. Ótima hora para perguntar.

– Então, John – Disse dando uma mordida na minha “saborosa” maçã, enquanto o via devorar o lanche. – Agora você poderia me dizer quem você é? – Ele engoliu o bocado do lanche com tudo, bebeu um gole do refrigerante em seco e fez a mesma cara da ultima vez que perguntei. Permaneceu calado outra vez. – Vamos, estou esperando... – Abocanhei novamente minha maçã tranquila, ela estava deliciosa de fato.

– Bem... – Suspirou, se levantando e deixando o lanche em cima do saquinho na pequena mesa. – Acho que não vai ser fácil pra você. – Se sentou do meu lado e pegou minha mão. – Eu.. Eu sou... Eu sou seu pai, Nic. – Minha boca se entreabriu. Meu pai?

– Meu pai?! Como assim meu pai? - Perguntei assustada. - Eu não tenho um pai! - Falei rápido.

– Acredite, tive a mesma reação quando soube que tinha uma filha de 17 anos, linda e brasileira.

Espera, ele não sabia? Mas, mas como?

– Você não sabia? Mas como... Mas, minha mãe, ela, como, ahn?! – Disse totalmente confusa e não entendendo absolutamente nada.

– Calma, vou te explicar... – Disse dando uma pausa, fiz que “sim” com a cabeça pra ele começar, estava tudo muito confuso. – À 18 anos atrás, quando sua mãe tinha sua idade, ela fez um intercâmbio para Atlanta, ficou 6 meses lá – Até aí eu sei, pensei. – Eu era amigo da filha da dona da casa onde ela ficou por esse tempo, e nós nos conhecemos assim. Começamos a ficar e acabou rolando.

– Ok, não preciso de detalhes. Vá em frente. – Estava impaciente.

– Ela parecia gostar muito de mim, mas eu não gostava dela a ponto de corresponde-la. Não queria nada sério, queria só curtir, aproveitar a vida... – Olhei com deprovação pra ele. – E ficamos sem conversar depois da noite que terminamos o que nunca começou, e então ela veio embora para o Brasil. E eu juro, juro que não sabia que ela estava grávida. – Terminou, por fim.

– A história que eu conheço é totalmente diferente... Mas tudo bem, vou dar um voto á você. – Sim, a história que ela me contava era bem diferente, a verdade é que ela nunca foi muito de tocar nesse assunto comigo, sempre a incomodava e eu preferia não tocar nele.

– Tudo bem, só quero que você acredite em mim, de verdade. – Pegou minha mão. – Agora você só tem a mim, e eu vou cuidar de você muito bem, como sua mãe sempre sonhou. – Sorriu e me deu um beijo na testa outra vez. – Agora termine de comer isso que eu trouxe filmes para assistirmos. – Puxou a cadeira do meu lado e pegou seu lanche.

– Obrigada, pai. – No instante que eu pronunciei essa palavra, ele abriu um sorriso gigante. Também soava um pouco estranho falar isso... Pai. – Espera aí, você vai assistir filme comento lanche?! – Perguntei rindo, só para aliviar.

– Ué, qual problema? Pior você que vai assistir comendo uma maçã! – Mostrei a língua e fingi fechar a cara. Caímos na gargalhada, coisa que a muito tempo não fazia.

Ficamos vendo uns filmes de comédia e conversando, até que o telefone dele tocou. Não disse nada e saiu do quarto. Fiquei o esperando e eu odeio esperar. Entrou na sala com cara triste e preocupada, se sentou na cadeira e pelo jeito ele não iria dizer nada.

– O que houve? – Perguntei preocupada e curiosa.

– O corpo da sua mãe.. Ele já está lá no velório, se você quiser nós podemos ir lá e...

– Não, eu prefiro ficar só com as lembranças boas dela comigo. – Sorri. – Ver ela ali, deitada, imóvel, não iria me fazer bem. – Estava tentando ser forte, mas por dentro estava um lixo.

– Tudo bem, você que sabe. – Sorriu pra mim.

Eu não aguentaria vê-la lá.

– Sabe Nic, eu te admiro muito. – Olhou pra mim e falando do nada, fiquei sem entender.

– Me admira? Por quê? – Ri fraco. – Você já passou por tantas coisas e está passando agora por isso, e só tem 17 anos... – Olhei para baixo. – Você parece forte. - O encarei. - E me lembra muito sua mãe. – Sorri, isso para mim o melhor elogio que alguém poderia me dar.

– Não que eu seja forte, mas eu tenho que agüentar. Posso estar parecendo forte aqui por fora, mas por dentro estou um caco. – Desabafei e soltei um riso fraco. – Sabe... Acho que se não fosse você eu não sei, mas acho que não agüentaria... – Meu olhos foram para lacrimejar, ele veio e me abraçou. O primeiro abraço que eu recebo do meu pai. – Eu sempre sonhei em ter um pai. – As limpei e ele me soltou. – Lembro de antigamente as menininhas da minha idade sendo buscadas pelos seus pais e eu só queria ser como elas... Mas confesso que com o tempo fui perdendo as esperanças. – Ri fraco. – E agora eu tenho um pai, pena que já estou um pouco velha pra você me buscar na escola. - O olhei e ele riu.

– Não faltará oportunidades para eu te buscar em outros lugares. - Nos abraçamos novamente.

O dia foi assim, filmes, conversas, enfermeiras, médicos... Tudo normal para um hospital. Estava entediada de ficar presa naquela sala. Não via a hora de receber alta.

– Com licença. – Um médico disse batendo na porta meia aberta.

– Sim, doutor? – Meu pai (é tão bom falar isso!) se levantou e cumprimento o doutor, apenas sorri pra ele como cumprimento.

– Sua filha já pode ir embora. – Sorri com a notícia tão esperada.

– Sério?! – Fiz um estilo meio ridiculo. Ambos riram.

– Sim. – O doutor respondeu com um belo sorriso de quem fez sua parte e se retirou da sala.

– Bom, parece que alguém vai ter que me pagar muita pizza hoje. – Ri. Enfermeiras entraram no quarto e tiraram aqueles fios do meu corpo, coisa que eu acho que nem tinha necessidade. Me levantei da cama e me espreguicei.

– Você é alta! – Meu pai dizia se aproximando de mim, me girando. – E linda também. – Riu, fiquei sem graça. – Vou ter que tomar muito cuidado com você em Atlanta. Ri.

Espera, eu ouvi bem?

– ATLANTA? – Perguntei chocada.

– Sim. Qual problema? – Perguntou normalmente.

– Problema? Problema algum! - Me corrigi rápido. – Mas isso é sério mesmo?

– É sim. – Pegou minha bolsa. – Toma, vai ali se trocar. – Nem reparei que tava com aquela roupa horrível de hospital.

– Por isso que você tem esse sotaque diferente! - Ri. - Mas vem cá, como você sabe falar português? – Perguntei em dúvida, entrando no banheiro.

– Eu sou brasileiro, mas me mudei pra Atlanta quando era muito pequeno. Sabe como é, tô sem praticar o português a muitos anos... – Riu.

– Pronto! – Sai na porta do banheiro. Coloquei uma roupa normal, uma calça jeans, uma regatinha verde água e uma sapatilha bege. Amarrei meu cabelo num coque alto e pronto.

– Então vamos. – Pegou minha bolsa e colocou no ombro.

Fomos andando devagar, porque ainda estava um pouco no efeito dos remédios, ele parou na recepção e eu fiquei esperando ele.

– Pronto, agora é vamos mesmo! – Disse e veio do meu lado.

– Tô precisando de um banho! – Ri.

– É, eu também.




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Notas finais do capítulo

Desculpa os erros, e deixem reviews *-* Beijos, até o próximo :* ah, já ia esquecendo... Marian, obrigada por me ajudar com o primeiro parágrafo *-* -q
Gente, eu troquei Londres por Atlanta, vai ficar mais fácil quando o Justin entrar na história e tal, beijos.