Talking To The Moon escrita por juliamoura


Capítulo 17
Mistletoe (Part2, final) Flashes? Como assim?!


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Nem demorei muito, fala sério. E eu queria dizer que esse é o capítulo que eu mais tava esperando pra escrever! (ou um dos) Por isso que ele tem duas partes, ele era muuuito grande. Espero que vocês gostem, mesmo! Eu gostei, mas quem tem que gostar são vocês. Qualquer erro, ignorem D: Deixem os lindos, maravilhosos, perfeitos, magnificos e fofos reviews pra Juju aqui :D enjoy it!



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(Capítulo Anterior)

"– "E vocês acabaram de curtir o novo lançamento! Justin Bieber – Mistletoe."

Sabia que eu conhecia! Mas tinha que ser mesmo, praga. É só eu entrar no carro, ligar a rádio e pronto, lá vai eles e resolvem colocar a música desse garoto no mesmo instante.
Em todo lugar esse garoto me persegue de alguma forma, acho que meu destino - infelizmente - deve ter alguma coisa com o dele, porque olha! Mas que caralho."


– Hoje é o primeiro ensaio daquela modelo? – John perguntou olhando sério para Mary, enquanto a mesma o entregava um monte de papeladas.


– Sim, por quê? – Se sentou e começou a folhar uma agenda grande.

Eu estava super perdida. Até agora eu não fiz nada além do que observar e boiar no assunto. Estava no meu primeiro dia de trabalho e graças que meu pai que é meu chefe, porque se fosse outra pessoa me demitiria sem nem antes começar.

– Ela está alguns minutos atrasada. – Falou irritado. - Péssima forma de se começar um trabalho. – Ele estava irritado e impaciente. Viram? Ninguém gosta de quem não faz as coisas direito no primeiro dia de trabalho.

– Pai, eu vou, hm.. tomar alguma coisa lá em baixo, tudo bem? – Perguntei meio incerta, era melhor eu sair dali, mas não sabia se podia. Estava atrapalhando, sem contar que nunca tinha visto meu pai com tamanha irritação.

– Tudo bem. – Respondeu seco. É, acho que não tem vez com essa modelo mais. Peguei minha bolsa e sai de lá.

Era engraçado, eu passava pelos funcionários e todos me cumprimentavam. Alguns poderiam estar querendo ser gentil, mas eu acredito que isso é mais para puxa-saquismo do que gentileza. Enfim.

Vou enrolar um tempinho aqui embaixo e depois eu subo quando as coisas se estabelecerem. Nessas horas o melhor que você faz é ficar longe.

– Um suco de laranja – Pedi. – Bem gelado! – Realcei.

– Nem tá tão calor assim, vai. – Uma voz masculina, - bem sexy, por sinal - chegou do meu lado. – Igual ao dela, por favor.

– Ryan?! – Perguntei incrédula. Esse mundo é pequeno, definitivamente!

– Não, é o bozo. Olha que bozo mais gato.

– Bobo. – Ri. – O quê te trás aqui?

– No momento minhas pernas, mas existem várias maneiras, tipo carro, trens, etc. – Ironizou brincando, de novo.

– Cala a boca e para de ser babaca. – Lhe dei um tapa. – Agora é sério, como que você veio parar aqui?

– Indasmirpewjklafshgdsai, yeah. - Esse garoto tava tirando com a minha cara ou o quê?

– Quer fazer o favor de falar a minha língua? – Encarei, forçando o cenho, enquanto o observava tentando falar de boca fechada.

– Você que me mandou calar a boca. – Me olhou e revirei os olhos, continuando rindo, era palhaço.

Nossos sucos tinham acabado de chegar.

– Justin tá aqui a trabalho, e daqui a pouco começa. – Continuou falando.

– Jura que ele tá aqui? – Revirei os olhos e fingi que não era nada, mas na verdade eu sabia que era. E muito ainda. – Espero não esbarrar com ele. – Sussurrei.

– Oi? – Perguntou desentendido.

– Nada de mais. – Tomei um gole. Tava beeem gelado!

– Ry, daqui a pouco vou ter que subir. – Brinquei com o canudinho.

– Que bonitinha. – Sorriu com uma cara de tapado.

– O quê? Que eu vou subir? – O encarei estranha.

– Não, você me chamando de "Ry". – Imitou minha voz e eu empurrei seu corpo.

– Você é muito idiota – Ri de novo. - Mas vou te chamar assim de agora em diante. – Sorri fofa.

Ficamos conversando por alguns 15 minutos, mais ou menos. Depois Mary me deu um toque no celular pedindo pra eu subir porque era urgente. Ryan subiu comigo, mas foi pra ir junto com Justin.

Não entendo como que aquela coisa que as pessoas chamam de Justin Bieber pode ser melhor amigo de um cara tão bacana e fofo como o Ryan, de verdade. Agora que ele me contou que está namorando, ele tá parecendo um bobo apaixonado, mais fofo ainda.

– Me chamaram? – Entrei na sala. Olhei para eles e ambos estavam com uma cara nada agradável.

Estão sentindo o cheiro de problema?

– Nicolle, preciso de um favor seu. – Meu pai foi o primeiro a falar. Pelo seu tom de voz a coisa era séria. Ai. - Só vou te pedir isso porque estamos em cima da hora. – Lançou um olhar para Mary, que olhou para ele.

– Fala logo, pai! – Me sentei a sua frente. - Tá me deixando nervosa!

– Quer fotografar para o novo ensaio? – Falou direto, mas perguntando meio receoso. Paralisei. Como assim fotografar?

– Fotografar? Tipo... Igual modelos?

– É... – Concordou. – Sim ou não? – Continuou receoso.

– Nic, você precisa se decidir agora. Quanto mais rápido acharmos uma menina, melhor será. – Mary apressou.

Ai meu Deus, e agora? Eu nunca fiz isso na vida! Eu odiava ser fotografada em festas de aniversários ou em qualquer outra ocasião, imagina para um ensaio profissional?

– E aí, filha? – John cobrou enquanto me viu paralisada.

– Eu... Eu topo! – Gaguejei, mas falei segura. Não vim pra trabalhar? Pois é isso que eu vou fazer! Eu acho.

Meu pai suspirou aliviado e Mary abriu um sorriso imenso. Pois é, tomei a decisão certa.

– Então venha, vou te levar para o estilista e para os maquiadores. – Mary se levantou.

– Boa sorte. – John se levantou também. – E obrigada. – Sorriu mais aliviado, me abraçando.

– Não tem o que agradecer. – Sorri e fui acompanhando Mary.


– - -

– Você é a modelo perfeita para esse ensaio. – O estilista falou sorridente para mim enquanto terminava de ajeitar minha calça. Sorri fraco. – Você e ele irão combinar tanto! – Sorriu.

– Ele? Ele quem?

– Ual, que linda! – Mary chegou e pegou minha mão, me fazendo dar uma voltinha, ignorando total o que eu perguntei. – Esse ensaio vai ficar melhor do que planejávamos! – Sorri fraca, estavam me deixando sem jeito, poxinha.

Eu tava linda, confesso. Aquela maquiagem forte e marcante me caiu muito bem, só aquele salto imenso e aquela “jaquetinha” (que eu não sei o nome) sem nada por baixo, deixando minha barriga a mostra que estava me deixando um pouco desconfortável, mas enfim, trabalho é trabalho. E também combinaria muito com o cenário, seguindo eles.

(roupa)

Bem, eu ainda não sei como será. Só sei o que eles me falaram, que não será nada muito exagerado como era pra ser, afinal, é o meu primeiro ensaio. Eu vou dar o melhor de mim, porque pelo que eles falam, esse ensaio é muito importante.

– Ele está chegando. – O estilista deu um toque para o fotógrafo, logo após uma ligação, que o mesmo apenas assentiu com a cabeça. Mas ele quem?

– Venha por aqui, por favor. – O fotógrafo foi me levando, um pouco apressado, acho que pelo horário.

Como é diferente!

– Nossa... – Deixei escapar enquanto olhava pra tudo aquilo. Era um ferro-velho, isso porque era pra ser uma coisa leve. – É totalmente ao contrário do que eu imaginava. – Ri fraca pelo nariz.

– É sempre diferente pela tela de computador ou por uma página de revista. – O fotógrafo falou e chegaram uns 5 maquiadores em cima de mim. Nossa!

Mão pra cá, mão pra lá. Retoque aqui, retoque ali. Pincel aqui, pincel daqui. Estou me sentindo uma Gisele Bündchen.

– Primeiro você começa, depois ele entra com você. – Um outro alguém - do além - apareceu e falou pra mim. Quem é esse ele que eles tanto falam?

– Mary, quem é ele? – Tentei perguntar pelo menos, já que tinha um monte de gente em cima de mim.

– É.. é o, ahn... Hm... Você já vai ver! – Se embolou toda para falar e acabou não falando nada.

– Vem, vamos começar. – O fotógrafo me chamou.

– Ai! – Suspirei nervosa.

– Apenas relaxe. – Ah, como se fosse fácil! – Respire fundo e de tudo de si. – Respirei fundo e o próximo vamos deixar em haver até então.

– Agora vai lá e arrase. – Meu pai chegou do meu lado, sorrindo. Olhei para ele meio insegura. – Vai dar tudo certo, confio em você. – Me abraçou. – Pena que não vou poder ficar pra assistir.

– Ah, por quê? – Fiz uma cara de dó e ele riu.

– Tenho uns compromissos para resolver. – Me olhou. – Mas farei questão de ser o primeiro a ver as fotos! – Sorriu.

– Tudo bem...

– Não podiam arrumar uma blusa maiorzinha não? – Fez cara de bravo, brincando e eu ri. – Te amo, filha. – Me deu um beijo na testa e sorriu, falando em português.

– Também. – Sorri e respondi em português também. É tão legal falar outra língua em outro país, todo mundo te olha como se você fosse um alienígena.

– Pronta? – O fotógrafo falou e soltou um sorriso para me deixar mais calma, e me pediu para eu me encostar no carro.

Ai Deus, é agora!

– Estou. – Sorri. Ainda estava um pouco nervosa, mas faz parte. – Assim? – Encostei na porta de um carro antigo e fiz carão. Sempre foi meu sonho fazer esses carões de modelo.

– Perfeito! – Abri um sorrisão. – Não, não sorria. – Me repreendeu e eu fechei o sorriso no mesmo instante. Não é fácil ser modelo. – Tente fazer uma cara, mais, hmmm... Sexy. – Ri, ele tinha se embolado todo pra falar.

Comecei a fazer caras e bocas. Jogava o cabelo, jogava os braços e as pernas. Eu estava me familiarizando.

– Cuidado cair! – Ouvi uma mulher me falando quando eu vacilei em cima do carro, aquele salto tava um tantinho perigoso. Mas eu apenas ri e me deitei da maneira que o cara tinha me pedido. Eu tava me divertindo, é uma delicia fazer isso, sério!

– Coloque isso. – Outra mulher chegou com um Ray-Ban estilo daqueles antigos e pediu pra eu levantar o rosto. – Isso, assim. – Voltou para seu lugar.

– Agora coloque uma mão apoiada na cintura, vire de costas para mim e olhe de canto para a câmera. – Fiz, era um pouquinho estranho, mas fiz. – Perfeito!

– Tire esse Ray-Ban e o segure com a mão esquerda. - Fiz. - Agora fique com a postura reta e levante um pouco a perna esquerda, como se fosse chutar algo em camera lenta. – Pediu e eu fiz, mas... Droga, essa salto é um saco!

– Ai! – Pensei que tinha caido, mas alguém me surpreendeu, me segurando.

– Mais cuidado da próxima vez, moça. – Uma voz sedutora chegou atrás de mim, rindo fraco. Eu conheço ela...

– Justin? O que faz aqui? – Perguntei e me levantei na hora, ficando um pouco longe dele.

– Não te falaram? – Olhou estranho para Scooter. – Vou fotografar com você! – Sorriu alegremente.

COMO ELES TEVERAM A CAPACIDADE DE NÃO ME CONTAR?

– Não, não me falaram nada. – Fuzilei Mary, que sorriu amarelo. – Só um minutinho. – Falei para o fotógrafo e ele assentiu. Deixei Justin falando sozinho, mas foda-se, e fui acertar minhas contas com a Mary. – Por que você não me falou que eu ia fotografar com ele? – Falei um pouco exaltada, a puxando longe deles.

– Porque aí você não faria.

– É claro que eu não faria! – Afirmei brava. – Você sabe de tudo o que ele fez, Mary.

– Mas nós precisávamos de você, Nic. - Me olhou com um olhar de desculpas. - Desculpa. – Falou e abaixou a cabeça. Eu não sei ficar brava com ela, legal.

– Tudo bem. – Suspirei derrotada. – Mas da próxima vez me avisa, tá? – Sorri fraca e lhe dei um beijo na bochecha.

– E também vai ser bom pra você, suas fotos estão maravilhosas. – Sorriu contente. – Vejo um futuro bom pra isso.

– Não sei, quem sabe... – Ri fraca. – Então me deixa voltar lá, antes que eu leve bronc..

– Espera, ele chegou e vocês vão ter que fotografar juntos.

– Não precisa lembrar. – Revirei os olhos e olhei com uma cara não-contente pra ela, que riu.

– Enfim... Você precisa trocar de roupa, fazer um novo penteado e retocar a maquiagem.

– Por quê? – Fiz uma careta. – Não tá bom assim?

– Tá ótima. Mas é o regulamento do ensaio. – Foi andando até o camarim e eu fui a acompanhando. Se é assim, então é assim!


– - -

(roupa)

– Gostou? – Mary perguntou sorridente.

– Esse sapato é mil vezes mais confortável. – Ri, me olhando no espelho. – E eu amei esse “love” escrito na minha boca.

– Sabia que ia gostar, é a sua cara. – Riu.

– Então vamos, Justin já deve estar te esperando. – Suspirei pesado e olhei desanimada pra ela. – Ah não, Nic, não desanima agora não. – Implorou e eu não sai do lugar. – Nicolle! – Me repreendeu. Revirei os olhos e fui, era a única maneira.

Fomos para lá e Justin tava lá com mais um garoto e Ryan, sorri quando o vi e ele retribuiu, vindo falar comigo.

– Ei, Ry! – Sorri, acenando.

– Ual... Você tá linda! – Corei e ele riu. – Tava vendo suas fotos e você manda muito. – Me olhou e eu sorri, abaixando a cabeça. – O Justin tava lá, babando nas suas fotos. – Riu alto.

– Acho que ainda tá. – O outro amigo do Justin chegou rindo, olhando em direção do Justin.

– Não fala muito não porque você também tava. – Ele olhou feio para Ryan e caímos na risada, mesmo eu ficando um pouquinho sem graça. - Ah Nic, esse é o Chaz. – Falou e deu uns tapinhas no ombro dele.

– Oi, Chaz. – Sorri e ele retribuiu.

– Tá linda, hein? Nossa... – Justin chegou me olhando, na maior cara de pau. O ignorei e continuei falando com os meninos. Ele não gostou muito, mas como eu disse antes: foda-se.

O assunto tava bom e Justin estava um pouco deixado de lado, mas não saiu de lá. Continuei o ignorando, mas sempre o olhava de canto. Ele não parava de me olhar, ele estava me olhando muito, juro. E não é coisa da minha cabeça, ele olhava toda hora. E ele estava tão lindo... Ele é, alias, que droga hein. Estava com o cabelo arrepiado e com uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans rasgada, seus inseparáveis Supras e uns colares tipo Hip Hop. Ele tava um pouquinho mais forte da vez que eu vi ele.

– Vamos começar. – Anunciaram. Respirei fundo, ainda era um pouco difícil ficar perto do Justin, meu coração acelerava, me sentia diferente, desconfortável, não sei.

– Podem ir perto daquele carro. – O fotógrafo apontou e fomos até lá.

– Você tá linda, mesmo. – Justin chegou mais perto de mim e sussurrou só para mim ouvir. Fechei meus olhos por um tempo e voltei para o foco.

– Você pode sentar em cima desses pneus. – Falou para ele, que sentou. – E você senta no colo dele. – Arregalei meus olhos e o fotógrafo continuou olhando para mim. Medi para ir. Olhei para Justin que estava com um sorriso maroto no rosto, revirei os olhos e ele soltou um riso pelo nariz.

– Você deve estar amando, né? – Perguntei irônica, me sentando no seu colo, logo vieram os flashes.

– Com certeza. – Falou bem perto dos meus ouvidos. Tá. Ele já começou com a mão boba, ninguém merece.

– Se eu soubesse que era com você, não teria aceitado. – Trocamos de posições como haviam pedido.

– Eu também não sabia que fotografaria com você, mas fiquei bem mais feliz quando soube. – Sorriu e mordeu os lábios de leve.

– Inclina o rosto perto do dele. – Gritaram lá de longe. Sério, se eu soubesse que seria assim eu não teria aceitado.

Inclinei o rosto como pediram e ficamos ali, um sentindo a respiração do outro. Ele olhou para meus lábios varias vezes, mas eu desviava em todas.

– Entrem no carro. – Pediram, ufa.

– Bieber, deite o banco e coloque os pés no volante. E você, Campbell, sente no banco de trás e encoste-se à janela. – Outra mulher falou e entramos.

Tiramos várias fotos dentro do carro, umas mais provocantes e outras mais normais. O Justin era muito profissional nessas partes, mesmo ele fazendo aquelas palhaçadas.

– Agora Nicolle, prense o Justin contra o carro. – Eu sempre congelava quando pediam pra fazer coisas desse tipo, de ficar muito perto dele e etc. E digamos que era um tantinho difícil de resistir. Mas ele me magoou muito, não dá. – Segure na cintura dela. – Ele não só segurou, como me deu um puxão que nos deixou a poucos milímetros de distancia um do outro.

– Justin... – O repreendi e ele me segurou um pouquinho mais fraco, mas não nos afastou.

Com o tempo eu fui relaxando. Ele era bem palhaço e às vezes eu ria, sem ele perceber, claro.

Mesmo ele tido me magoado daquela forma, eu não conseguia ficar com raiva, tipo, raiva mesmo dele. Ele me machucou, mas eu gostava dele. Gostava de alguma coisa que me fez gostar dele. E eu acho que é sempre assim, eles nos machucam e nós continuamos gostando deles, mesmo sabendo que não é certo.

Mas ele ama outra, não é mesmo? E ele já fez de tudo pra provar isso, inclusive para você. Então se conforme com isso, Nicolle.

– Pausa de 5 minutos. – Anunciaram lá de longe. Aparecem vozes de tudo que é lado, e todos saíram para dentro, só ficou eu e ele.

– Parabéns. – Justin me elogiou com aquele sorriso lindo que ele faz. – Você tava linda. - Tirou sua jaqueta. Eu fico um pouco sem graça com qualquer elogio, independente de quem, mas com ele era covardia...

– Obrigada, você também é bem profissional. – Falei sendo gentil, mas um pouco seca, saindo de perto. Ele estava com uma camiseta gola em V, branca... Aí já é pedir pra parar!

– Nicolle... – Veio atrás de mim, me chamando e segurou meu braço. – Me desculpa por aquele dia, eu...

– Não. – Respondi logo e seca, me soltei rápido e sai andando. O senti vindo atrás de mim.

– É sério – Pausou rápido. - Me escuta, por favor. – Ele tava com a voz fraca. Fechei os olhos levemente e eles até chegaram a aguar, odeio lembrar desse assunto.

– Justin, por favor digo eu! – Me virei e falei um pouco irritada. - Eu tenho 5 minutos de intervalo e eu não quero você perto de mim. – Tentei falar forte, ainda olhando para ele, que abaixou o olhar para o chão. Ou ele estava sendo sincero, ou ele atuava muito bem. Acredito que seja a segunda opção.

Continuei andando reto e ele ficou por lá. Melhor assim.


– Suas fotos estão ficando magníficas! – Mary chegou do nada, toda sorridente e contente, vindo logo atrás de mim. Só ri fraco e voltei a ficar quieta. – Aconteceu alguma coisa? – Me olhou e eu abaixei o olhar. – Já sei, Justin... – Fez uma cara de “sinto muito” e levantou meu rosto. – Nic, me desculpa... Eu te juro que eu só fiz o que achei bom profissionalmente pra você.

– Não, tudo bem. Daqui a pouco acaba e eu vou pro meu canto e ele pro dele. - Sorri fraca. – Agora me deixa aproveitar meus 5 minutinhos e ir tomar pelo menos água. - Ri.

Fui andando em direção qualquer. Eu não estava com sede, eu tava precisando chorar. Mas não ali, nem em lugar nenhum. Eu não iria chorar por ele, pelo menos de novo não.



Ryan's POV

– Ela nem quis me ouvir, cara. – Justin falou jogando a jaqueta forte em cima do carro.

– Claro que ela não iria te ouvir, besta. – Chaz respondeu por mim. Até o Chaz que é mó manézão sabe. – Pô, do jeito que você falava dela eu achei que ela fosse só mais uma, tipo, aquelas lá, sabe? Mas não, ela é super gente boa e linda. Mancada sua, man.

– Ah, agora você me fala isso, né? – Ele ironizou o olhando bravo.

– Eu bem que te avisei, só que você nunca me escuta... – Falei nem me importando muito. – E depois se arrependeu, como eu falei. – Sorri e ele olhou dando de ombros, como um foda-se.

Foda-se, Justin? Sei... Tava na cara que ele tava super na dela, eu conheço o Justin desde pequeno, irmão. Ele tá caidáaaasso! Nem na Selena ele fala mais. Tenho certeza, ele tá gostando dela, só não assume pra si mesmo.

– Não to arrependido, eu só... – Fez pausa, deveria estar pensando numa magnífica desculpa. - Eu só quero ganhar o que eu não tive. – Tentou falar e manter a pose de "eu posso".

– Você pode enganar quem você quiser, menos eu. – Dei um tapinha irônico nas suas costas e fui andando pra onde eu estava.

– Você vai ver, eu vou conseguir pegar ela. – Falou se desafiando e se achando um pouco também, porque pelo pouco que eu já conheço da Nic, não acho que seja assim tão fácil.

Olhei para Chaz que já tinha pegado o que meu olhar queria dizer.

– Tá, vai nessa. – Chaz riu. Ele odeia quando a gente debocha dele assim, mas era pura verdade.

– Então vai lá, pegador, tão te chamando. – O empurrei e baguncei o cabelo dele, que ficou bravo igual sempre, gay é foda.


Nicolle's POV

– Cheguei para a felicidade de vocês, ladies. – Justin chegou, depois de estar atrasado, se achando o bonitão (mas ele é!). Apenas revirei os olhos e fiz uma cara de “ninguém merece” para Mary. Só foi eu elogiar que pronto, já começou a se achar.

– Vamos logo que eu quero acabar isso rápido. – Falei impaciente, tentando subir no carro.

– Cuidado cair. – Falou rindo, vindo atrás. Fiz uma cara de nojo e brava ao mesmo tempo pra ele.

– Cala a boca e venha logo. – Perdi a paciência e acabei o puxando. Acabamos ficando muito perto.

– É pra deitar? – Justin perguntou para o fotógrafo, sem varar os olhos para ele, persistindo em olhar nos meus olhos.

– Sim, mas ela embaixo. Vamos fazer um ensaio mais selvagem. - Justin riu, provavelmente amando aquelas ideias do fotografo, que só fodia comigo.

– Mas ele é muito gordo! - Falei indignada para o fotógrafo e aproveitei para me afastar. O cara só riu. – É sério, ele é muito gordo. – Continuei e ouvi Justin e todo mundo rindo.

– Não é não, nem músculos ele tem direito. – O fotógrafo zombou e eu ri alto vendo a cara feia do Justin. Ah, eu te garanto que ele tem.

– Vamos lá, está quase acabando. – A mulher pediu do outro lado.

– Eu não vou deixar ele deitar em cima de mim. – Continuei firme na minha decisão.

– Deita logo. – Ele me deitou a força.

– Grosso!

– Chata.

– Imbecil!

– Linda. – Falou e deitou em cima de mim, me olhando nos olhos daquela mesma forma. Olhar nos olhos já é covardia, do jeito que ele olhava então... Tudo é covardia quando se trata de Justin Drew Bieber.

Sim, eu pesquisei muitas coisas sobre ele, onde ele nasceu, quando faz aniversário, quando começou, como começou, sua história e até assisti o seu filme. Mas ninguém precisa saber.

Fotografamos mais um pouco assim e teve uma hora que quase nos beijamos... Mas, por sorte, o cara anunciou que tinha acabado.


– - -

– Longo dia. – Falei para eu mesma suspirando cansada, enquanto ouvia o som do meu salto ecoando no estacionamento vazio. Tinha parado meu carro muito longe, mas que droga.

– Falando sozinha? – Justin chegou me abraçando por trás. Estremessi, levei o maior susto, não tinha ouvido ele chegar até aqui e achei que... Sei lá, eu me assusto com essas coisas.

– Sai, Justin. – Deixei minha voz bem seca e me debati, tentando me soltar.

– Eu sei que você gosta. – Falou perto do meu ouvido, que me fez arrepiar. Ô, que merda de menino.

– Sai daqui! – Consegui o empurrar, que foi mas voltou, com um sorriso sínico na cara.

– Não adianta se fazer de difícil, vai dizer que não gosta quando eu faço assim? – Me puxou forte pela cintura, com aquele mesmo sorriso dos ensaios, nos fazendo ficar a poucos milímetros um do outro, de novo. Eu fiquei sem reação e sem fala, acho que ele me tinha fácil. Já falei que esse garoto tem algum poder sobre mim, que é tipo, indescritível.

Selou nossos lábios e senti um sorriso vitorioso. Por um momento eu pensei em nem continuar, mas eu tava resistindo o ensaio todo. Era um beijo de saudade, tanto da minha parte, quanto da dele. Eu tava sentindo falta daquilo, que cacete. Mas estava um pouco diferente, mais gostoso, parece que ele estava se entregando mais.

Fomos andando e encostamos num carro, acredito que o dele, e o beijo estava começando a ficar mais perigoso. É provocação que ele quer? É provocação que ele vai ter então! Ele ainda não conhece a Nicolle Campbell, aliás, esse lado de mim até eu mesma desconheço.

Iria deixar para ver até onde ia. O estacionamento estava vazio e naquela parte que estávamos nunca ia ninguém, sem contar que quase nem tinha carro. Na verdade, só o meu e o dele.

Senti Justin tentando subir as mãos que estavam na minha barriga... Eu deveria estar com medo, como em todas as vezes que os garotos tentavam algo a mais comigo, mas eu não estava. Não sei o que é isso e eu fico muito confusa. Eu nem conheço ele direito, nos conhecemos num jantar a meses atrás, dias depois eu tava saindo com ele, aí eu descobri que ele amava outra e mesmo assim esse meu coração infeliz não desistiu dele.

Não disse que ele tinha algum poder sobre mim?

– Justin, é melhor pararmos.. – Nos separei ofegante, o empurrando leve.

– Aaaaah, c’mon! – Soltou bravo, com cara de quem comeu e nao gostou. No caso aqui, de quem não comeu.

Eu tive que rir da cara dele.

– Para começo de conversa.. Quem me seduziu foi você, então a culpa toda é sua. – Fiz uma de brava e fingi que ia sair dali, mas eu sabia que ele iria vir atrás de mim.

– Espera – Me puxou pelo braço. Não falei? – Vai parar agora? – Me olhou com um olhar pidão.

– Parei o que nem deveria ter começado. – Soltei sua mão do meu braço e continuei caminhando, em passos curtos, mas continuei. – E que não vai nunca acontecer. – Me virei, dando bastante ênfase no “nunca”.

– Tem certeza? – Me puxou pela cintura, de novo. – Never say never, baby. – Brincou. Olhei para cima e revirei os olhos.

– Absoluta. – Falei certa disso e o empurrei novamente. Eu vivo empurrando ele, namoral. – O que eu falei naquela noite, tá falado.

– Do que você tá falando? – Me encarou sério franzindo o cenho.

– De que eu não quero mais você perto de mim, Justin. – O olhei séria também e ele ficou com o olhar fraco. - Agora você pode, por favor, me soltar? – Perguntei impaciente. Ele demorou, mas me soltou enfim. – Segue o seu caminho com a sua namoradinha – Não pude evitar de fazer uma voz nojenta. – Que eu sigo o meu sozinha.

Dei as costas e entrei no meu carro.




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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Beijos e até o próximo :)