Todas as pessoas que estavam na lanchonete nos olhavam e soltavam risadinhas.

Estava passando a maior vergonha por causa do showzinho que Milla tinha dado.

Depois de um tempo parado, tentando absorver toda aquela loucura, me levantei da mesa sem dizer uma palavra. Estava irado com toda aquela situação e precisava ir para casa colocar a minha cabeça para pensar direito.

Fui direto para o caixa para pagar a nossa conta e Louis me seguiu com uma cara assustada.

- Edward, espera cara! – ele puxou meu braço – Vamos conversar!

- É melhor não Louis – fiz uma cara entediada – Vou para casa, colocar a cabeça no lugar. É o melhor que tenho a fazer. – me dirigi para a frente da lanchonete , sempre seguido por Louis.

- Cara, não vou te deixar assim neste estado de nervos sozinho – ele me pegou outra vez – Eu vou com você!

Olhei para todos os lados procurando o pessoal e não vi nem sinal da maluca da Milla, nem das meninas e muito menos do John. Eles deviam ter ido para algum lugar tentar acalmar Milla, que estava parecendo uma louca varrida.

- Faz assim, você procura o pessoal e avisa para o John que eu já fui para casa. – dei a mão e parei um taxi – Amanhã nos conversamos. Passe em minha casa cedo e leve John

Entrei no taxi e segui para casa. Ao chegar, fiz o mínimo de barulho possível para não acordar a minha mãe que provavelmente já estava dormindo e subi para o meu quarto, caindo na cama e apagando logo em seguida, exausto.

Estava revoltado com as atitudes de Milla e precisava descansar.

...

No dia seguinte, meus amigos foram logo cedo em minha casa, me dar apoio. John tinha levado Milla para casa e tinha lhe passado um belo sermão sobre as suas atitudes comigo. Ele disse que ela estava arrependida de tudo, mas que tinha dito a ela que desse um tempo antes de me procurar e conversarmos.

Fiquei grato a eles, pois eles não me julgaram e nenhum momento, só me apoiando.

Depois do episodio da lanchonete, não voltei a procurar Milla. A raiva ainda estava muito grande e eu não queria discutir com ela. Para a minha sorte, ela fez a mesma coisa.

Ela entendeu que precisávamos de um tempo.

Voltaram as aulas e não se falava em outra coisa a não ser a expulsão de Bella e Jessica. Depois de muitos boatos, descobrimos que quem as dedurou foi uma das meninas da turminha delas que revoltada por Bella não passar a cola da prova, contou tudo a diretora.

Depois de mais ou menos um mês de aulas, Milla me pediu para conversar e eu aceitei. De nada ia adiantar aquele clima estranho entre nós.

Então nos encontramos no jardim da escola depois das aulas para tentar resolver nosso problema.

- Edward... preciso que você me escute – nos sentamos em um banquinho – Me deixe dizer tudo o que preciso e depois que eu acabar, você fala. Está certo?

- Está certo, pode falar – sorri simpático.

Ela então disparou a falar, quase não respirando.

Me disse que sentia muito pelo que ela tinha feito comigo na lanchonete e que ela se arrependia muito. Contou que ela se descontrolou ao notar que eu provavelmente sabia do roubo da prova e não tinha contado nada a ela. Pediu mil desculpas pelo seu comportamento e me pediu uma chance para o nosso namoro, pois gostava muito de mim e não queria continuar com o clima horrível que estava entre nós.

Respirei fundo. Eu também gostava dela, mas ainda tinham algumas coisas confusas em minha cabeça.

- Olha Milla – segurei sua mão carinhosamente – aprecio muito o que você me disse, mas acho que ainda preciso de um tempo para colocar minha cabeça no lugar. Quem sabe em mais algum tempo?

Ela me olhou triste e abaixou a cabeça.

- O meu problema foi que eu senti ciúmes de Bella – ela sussurrou.

- Não Milla, o seu problema foi a maneira que você se comportou – falei em um tom amistoso – E uma das coisas que eu menos gosto é ataques de ciúmes que me façam passar vergonha, como o que você deu.

- Me desculpe Edward... – ela me abraçou – Prometo não fazer mais isso. Por enquanto amigos, então?

Ok! A amizade dela eu aceitaria, até porque era o melhor, já que tínhamos o mesmo grupo de amigos.

- Amigos! – respondi confiante.

Junho de 1998

Alguns meses depois da nossa conversa, de muita interferência de nossos amigos e depois de muita insistência da parte de Milla, nós voltamos o nosso namoro.

Ela estava se mostrando, a cada dia, mais madura e compreensiva. Já não implicava com os meus amigos, me deixava a vontade e estava se tornando mais simpática. Vendo todo o seu empenho em me agradar, resolvi que merecíamos uma segunda chance de nos entender.

Desta vez, ela estava se esforçando em ser uma namorada mais carinhosa e animada. Ela já conseguia demonstrar afeto em público e me apoiava em tudo. A nossa turminha estava cada vez mais unida e a volta do nosso namoro só fez aumentar a nossa união.

De vez em quando chegavam noticias sobre Bella e Jessica. Elas estavam bem. Bella continuava na Inglaterra e desde que foi para lá, nunca mais tinha voltado a Sacramento, pois sempre era o seu pai que a visitava.

Jessica estava estudando em outra escola aqui em Sacramento mesmo, mas tinha se afastado totalmente dos seus antigos amigos. Algumas vezes eu a encontrava pelas ruas da cidade e ela, bem simpática, sempre parava para falar comigo.

Quando eu fiz 16 anos, meu pai resolveu fazem uma surpresa para mim e me deu um carro de presente, meu volvo, minha paixão. Este foi um dia muito feliz, pois ele, Esme, Emmett e a pequena Olivia, a filha de 10 anos de Esme, chegaram de surpresa na festinha que a minha mãe e James tinham organizado para mim.

Era bom ver toda a minha família reunida e em harmonia.

A minha vida continuava tranquila, as notas no colégio estavam boas, agora eu tinha uma certa independência, já que ia e voltava da escola dirigindo meu carro, meus amigos continuavam os maiores  e melhores companheiros do mundo e ainda tinha uma namorada carinhosa e engraçadinha, já que Milla realmente parecia ter mudado.

Estava de certo modo feliz, mas sentia que algo faltava em minha vida.

Um pouco de emoção, quem sabe...

Estávamos nas férias de meio do ano, antes de começarmos o nosso ultimo ano de colégio e  Califórnia estava realmente quente e movimentada. Passei uns dias entre viagens e passeios de  Los Angeles a San Francisco com meu pai, Esme e Emmett. Desta vez a pequena Olivia tinha ficado com a avó em Dallas, o que era uma pena, pois gostava da pequenininha como se fosse minha irmã.

Quanto faltavam uns 15 dias para as aulas começarem, voltei para Sacramento e logo no dia que eu cheguei, meus amigos tinham marcado para ir a uma boate que tinha acabado de ser inaugurada e que tinha uma matinê para menores de 18 anos.

Milla ainda não tinha voltado da casa de seus avós, na Flórida, então liguei para ela e contei os nossos planos para a noite. Ela me disse que era uma pena ela não estar conosco e que quando chegasse teríamos que levá-la para uma noite bem divertida.

No começo da noite de sábado, passei, dirigindo na casa dos meus amigos para pegá-lo e ir me divertir um pouco.

Paramos na frente da boate e o manobrista logo veio pegar o meu carro. Laura e Norah entraram na boate correndo e nem nos esperaram. Segui atrás, com meus companheiros inseparáveis observando todo o ambiente lotado.

Muitos dos nossos colegas combinaram de se encontrar na boate, então vi muitos rostos conhecidos em meio a multidão animada.

Quando passei pela pista de dança, em direção a nossa mesa, uma pessoa veio correndo e se jogou em meus braços dando gritinhos animados.

Na mesma hora reconheci a voz.

Não era possível, era?

Olhei para aquele rostinho feliz, que agora estava bem perto do meu peito e abri um sorriso enorme.

Bella estava em Sacramento!

- Cullen! – ela falou com os olhos brilhando e me deu um beijo na bochecha – Que bom te ver!

- Oi Bella! – a abracei – Que surpresa boa, pensei que você estivesse presa na Inglaterra...

Ela riu, se afastando um pouco.

- Este ano meu pai me deu liberdade condicional por bom comportamento e então vim passar as férias com ele aqui.

 -Isto é bom – sorri.

Louis e John que estavam logo atrás de mim, também a cumprimentaram com dois beijinhos na bochecha e partiram para cumprimentar Jéssica, que estava com ela e logo saíram.

Falei também com Jéssica e  fiquei olhando a garota que as acompanhava.

- Deixa eu apresentar vocês – Bella puxou a garota loirinha pela mão - Edward, esta é Anna, minha colega de quarto na minha escola nova.

Sorri para ela.

- E Anna, este é Edward Cullen, aquele meu colega que eu te contei a história do roubo da prova – Bella falou.

- Bom te conhecer Anna - estendi a mão para cumprimentar a garota.

Ela soltou uma risadinha tímida.

- Oi Edward, Bella sempre fala de você. – ela me deu dois beijinhos na bochecha – Morria de curiosidade em te conhecer.

Bella falava de mim para suas colegas Inglesas? Isto era uma grata surpresa! Fiquei feliz.

Apresentações feitas, seguimos para a grande mesa reservada para nós. Nossos colegas agora estavam reunidos, conversando animadamente e muitos deles vieram felizes falar com Bella quando a viram.

Bella se sentou em um sofá bem no meio da mesa e me puxou para sentar junto dela. Louis me olhou torto e deu uma risadinha, já John nem notou a minha presença pois já estava de conversa com uma das nossas colegas.

A partir deste momento ela começou a ser bombardeada por perguntas de todos. Uns diziam que estavam com saudade, outros contavam as novidades da nossa escola, mas todos tinham a curiosidade de saber como ela estava na Inglaterra.

Bella, toda simpática, nos contou a sua rotina no colégio interno só para meninas que ela estudava, o ‘Abbey Mount’. Contou que no começo foi difícil, mas que agora ela tinha feito boas amizades e que até gostava de lá. Elas podiam sair nos finais de semana e sempre ela ia para a casa de alguma das colegas dela e que tem pessoas de todas as partes do mundo por lá.

Ela também contou que sempre elas confraternizam com outras escolas, inclusive com uma escola só de meninos. Anna, a sua colega, se juntou à conversa e nos contou sobre as festas no quarto, os passeios com as monitoras, as tarde que elas passam no quintal da escola, lendo em baixo das arvores e sobre como estavam sendo as férias na Califórnia, depois de um tempo longe.

Bella estava muito mudada. Mais tranquila, mais articulada e muito, muito mais bonita. Sua pele estava ainda mais clara, os cabelos um pouco menores e o sorriso encantador.

Linda demais... Mas não era para mim.

Depois de ouvirem as historias de Bella, nossos colegas começaram a se dispersar. Alguns foram embora, alguns para a pista de dança e outros foram pegar algo para beber ou comer.

Ficamos apenas eu, Bella, Louis, Jessica, Anna e mais três colegas nossas, que conversavam paralelamente na ponta da mesa, sem ao menos nos notar.

Ela fixou sua atenção em mim e voltou a tagarelar.

- E aí Cullen, como vai a vida? – ela sorriu largo – Quais as novidades?

Sorri também para ela. Bella parecia tão mais feliz.

- Nada de novo não...  A mesma vidinha de sempre. Estudando muito, saindo com os meus amigos. Bem menos interessante que a sua.

- A minha é um tédio! - Ela bateu em meu braço .- Cadê aquela sua namoradinha ciumenta, ainda está com ela?

- Estou sim... – respondi tímido – Ela está viajando.

Bella me deu outro tapinha.

- Ainda bem... – ela riu e trocou de assunto rapidamente, voltando a falar mais de sua vida na Inglaterra.

Eu não entendi a sua colocação, mas procurei não questionar.

Voltei a falar animadamente e comentamos sobre nossos planos para a faculdade. Contei a ela meu plano de ir estudar no Texas ou na Flórida, junto com Milla e ela me contou que não sabia mais se voltava para os Estados Unidos, pois tinha se adaptado tão bem na Inglaterra que talvez seu pai se mudasse para lá e ela fizesse faculdade em Oxford.

Ficamos tão imersos em nossa conversa que mal notamos que já estávamos quase sozinho na mesa. Agora só restava John, a garota, Louis e Anna.

A musica fervia na pista de dança e provavelmente todo o pessoal estava lá.

-Vamos dançar Edward – ela fez uma cara pidona e levantou do sofá de repente.

Dançar? Ela estava louca?

- Não Bella, é melhor não – implorei.

- Vamos, por favor! – ela pegou a minha mão – Logo vou voltar para a minha prisão, quero me divertir, vamos...

- Quando você volta para a Inglaterra? – perguntei.

- Amanhã cedo... Esta é a minha ultima noite aqui, então quero aproveitar. – ela me puxou pela mão – Vem comigo, vamos dançar Edward!

Não tinha como negar o seu pedido tão bonitinho, então sai tropeçando atrás dela todo desengonçado. O que faria agora?

A pista estava cheia de casais e grupinhos dançando descontraídos e o pior... Todos tinha ritmo!

Bella continuou andando e foi bem para o meio da pista saltitante, sem soltar a minha mão em nenhum momento.

- Vamos Edward! – ela começou a dançar no ritmo da musica agitada que tocava. – Me acompanhe!

Tinha certeza de que se eu tentasse acompanhá-la em seus passos certinhos, iria passar vergonha...

Queria fugir para um lugar seguro, onde eu não corresse o risco de tropeçar ou cair, ou pior de tudo: derrubar alguém.

Dei uma risadinha sem graça.

- Bella... eu... eu não sei dançar... – falei baixinho.

- Deixa de besteira – ela passou os braços em meu pescoço, colando seu corpo no meu – Vem comigo que eu te ensino...

Suspirei derrotado. Não tinha como negar... Então a acompanhei, dando alguns passos desajeitados.

Rodopiamos ao ritmo da musica, sempre com Bella me conduzindo. Tentei de todas as maneiras não pisar em seu pé, mas não estava dando muito certo.

- É Edward... Você é péssimo – ela riu – Digamos que a carreira de dançarino está vetada para você.

- Eu te disse... – segurei em sua mão – Agora basta desta tortura, vamos pegar algo pra beber.

- Não! – ela protestou – Quero dançar mais um pouquinho... E esta é a minha musica preferida.

O DJ agora tocava ‘Angels’ de Robbie Williams e só casais permanecerem na pista de dança.

Eu a olhei confuso, mas ela me abraçou e colou o rosto na curva do meu pescoço, o que fez um arrepio passear por todo o meu corpo.

Que louco! Nunca tinha sentido nada parecido com isto. Nem quando estava com Milla, em momentos mais íntimos. Era uma eletricidade que passava do dedo do pé até o topo da cabeça e que me fazia tremer.

Fiquei com medo desta reação, mas resolvi não resistir e me entreguei a sua vontade.

Coloquei as mãos na curva da sua coluna, apoiando suas costas e me deixei ser levado pelo ritmo da música.

Bella cantava a musica baixinho em meu ouvido e ria feliz. Ela parecia perfeitamente bem em estar assim, tão junto de mim e isso me deixou louco.

A puxei para mais perto estreitando o nosso contato. Parecia que estávamos flutuando nas nuvens e não no meio de uma boate lotada.

E para piorar a minha loucura, eu queria beijá-la.

Contra tudo o que era correto, eu queria...

Para mim não importava mais a minha namorada, os meus amigos, o meu conceito de certo ou errado, a única coisa que me governava era a minha vontade.

 Louco...

Definitivamente, eu estava louco...

Bella pareceu não notar meu estado de espírito confuso e continuou a cantarolar imersa em seus pensamentos, até que a musica acabou, ela se afastou de mim e tudo pareceu voltar ao normal.

Os arrepios passaram, minha mente clareou, e Bella soltou uma gargalhada gostosa, me trazendo de volta a realidade.

Isto era o certo...

Ela era a minha amiga... Se é que ela era amiga...

- Vamos pegar uma água? – segurei sua mão, agradecendo mentalmente por conseguir manter a compostura – Estou morto de sede.

- Você adivinhou meus pensamento? Era exatamente isto o que eu ia te propor – ela me puxou no meio das pessoas, saltitando toda serelepe.

Bella é incrível!

Uma pessoa única. Tão bonita, tão popular e mesmo assim tão simples e simpática.

Perfeita!

Fiquei olhando para seu rostinho feliz e seus olhinhos brilhante.

Como eu queria ter a oportunidade de estar mais perto dela...

Estávamos nos dirigindo para o bar, quando Bella chamou a minha atenção, girando nosso corpo em direção a uma das mesas escondidas em um canto e deu uns gritinhos animados.

- Olha que bonitinho. A Anna está com Louis – Ele apontou para os dois, que estavam sentados lado a lado, trocando beijinhos tímidos.

Eu soltei uma risadinha e balancei a cabeça. Estava feliz por Louis ter esquecido aquela paixão maluca que ele tinha por Bella e está seguindo a sua vida.

Era menos um problema.

- O Louis se deu bem, quem diria – fingi surpresa. – Esta sua amiga é bem bonitinha. Bom gosto o dele.

Bella soltou uma risadinha.

- Pelo menos ele notou que eu não gosto dele... – ela suspirou e olhou para os dois outra vez – Não queria magoá-lo.

Que garota era esta? Ela podia ter quem ela quisesse a seus pés, mandar e desmandar nas pessoas, maltratar, dar fora, mas não. Ela não era assim. Ela se importava com as pessoas. Ela se importava comigo, com Louis, que éramos bem diferentes dela.

Realmente, não existia outra igual a ela.

- Poxa Bella, Você é demais! – a abracei – Obrigada por nunca ter tirado sarro dele. Valeu mesmo!

- Eu nunca faria uma coisa dessas – ela sorriu – Agora vamos sair daqui antes que o casalzinho nos veja e fique envergonhado.

Fomos até o bar e pegamos nossas garrafinhas de água. Bebi a minha eu uma golada só, enquanto Bella bebia a dela fazendo um biquinho fofo, enquanto observava as pessoas dançando, distraída.

Fiquei hipnotizado com aquela cena, acho que até babei.

Quando dei por mim, Bella estava olhando para mim, provavelmente achando graça da minha cara boba.

O que estava havendo comigo hoje? Balancei a cabeça e ri para ela.

- Cullen, você é engraçado... – ela bateu em meu braço – Vamos nos sentar, meus pés estão me matando.

Voltamos para a mesa dos nossos colegas e nos jogamos juntos no sofá, lado a lado. A dança tinha nos deixado cansados.

Quase todo o pessoal estava na pista de dança e só tinha sobrado Norah e Laura, que estavam sentados no outro sofá, com os pés na poltrona da frente e com as caras cansadas.

- Onde você estava? – Norah estreitou os olhos para mim. – Alias, cadê todo mundo? Louis sumiu já tem um tempão, John disse que ia pegar um refrigerante e nunca mais voltou.

Ia começar a falar, mas Bella não me deu nem a  oportunidade de abrir a boca para responder e logo disparou a falar.

- Edward estava comigo. – ela piscou o olho para mim e sorriu. - Estávamos dançando.

Ela estava claramente provocando Norah e Laura, o que deu certo, pois as duas fizeram uma cara de raiva.

- Isto é verdade Edward? – Laura me perguntou irritada – A Milla não vai gostar nada disto.

Fiquei sem graça, mas procurei não demonstrar e além do mais Milla não tinha nada do que gostar ou não gostar.

Antes que eu respondesse, Bella voltou a falar, provocando as meninas um pouco mais.

- É verdade sim – ela riu sarcástica – Como não vejo problema nenhum nisto, dançamos até os pés ficarem doendo, não foi Edward?

Eu me limitei a balançar a cabeça, tentando prender o riso. Esta era uma das mais cômicas cenas que eu já tinha visto.

A cara de Norah estava vermelho sangue e Laura só faltava espumar ela boca de tanta raiva.

Elas duas se olharam e levantaram de seus lugares, andando para longe da mesa sem nos dizer uma só palavra.

Bella se contorcia de rir, jogando a cabeça em meu colo enquanto eu tentava a todo custo não seguir o seu exemplo e gargalhar com vontade.

- Suas amigas vão querer me matar – Bella se controlou um pouquinho e me olhou – Mas que foi divertido vê as caras raivosas delas, foi. – disparou a rir outra vez.

- Não se preocupe – entrei na brincadeira, agora rindo junto com Bella – Se elas vierem te matar, tem que passar por mim antes.

Bella gargalhou mais alto, batendo em meu ombro.

- Você não tem medo delas contarem a sua namorada e ela te fazer em picadinho?

Que pergunta era esta? Esta Bella tem cada idéia...

- É claro que não! – fiz uma cara indignada e dei de ombros – Ela não manda em mim e  além do mais eu não fiz nada de errado.

Ela riu de novo e se jogou no meu colo, passando as mãos em minhas costas.

- É claro que não... Mas bem que poderíamos ter feito, não é?

Fiquei parado com a sua frase. Bem que poderíamos ter feito?

O que diabo Bella queria dizer com isto?

Ela se afastou de mim, se sentando direito e corando um pouco.

Ela tinha caído na real do que tinha me dito.

Para a nossa sorte, Jessica se aproximou da mesa  naquele mesmo momento, quebrando a tensão.

- Bella, eu já vou. - ela se jogou na poltrona, tirando os sapatos. - Vai comigo, ou vai ficar mais um pouco?

Ela olhou para o relógio e soltou um suspiro.

 - Vou com você. – falou resignada – Viajo amanhã cedo e ainda tenho que fazer minhas malas. Vamos procurar Anna então...

- Eu vou com você e aproveito para procurar os meninos – me levantei e dei a mão para Jessica e Bella se levantarem.

Saímos pela boate, até que encontramos Louis e a amiga de Bella sentados ainda na mesma mesinha de cedo, conversando animadamente.

- E aí, qual de vocês dois vai interromper o momento do casalzinho? – Jessica perguntou.

Nós três nos olhamos e demos risada. No fundo, ninguém queria atrapalhar o momento ternurinha do casal.

- Eu vou – Bella falou decidida e rumou para a mesa.

Fiquei de longe observando junto com Jessica. Louis olhou para nós, acenou envergonhado e de mãos dadas com a garota, veio ao nosso encontro.

Seguimos todos para a porta da boate. Jessica se despediu rapidamente e correu para o carro. Louis e Anna ficaram um pouco atrás, dando seus últimos beijos.

Eu sai de mãos dadas com Bella e a levei para o lado de fora da boate.

Ficamos nos olhando por um momento, até que Bella soltou sua mão da minha.

- Tchau Edward... – ela me deu um beijo na bochecha e me abraçou forte – Até algum dia...

Segurei sua mão outra vez e dei um beijo.

- Tchau Bella... – sussurrei triste.

Ela se afastou e quando já estava na calçada soltou um beijo para mim.

- Se cuida! – ela sorriu e entrou no carro.

Mais uma vez, fiquei sem reação e estático, apenas observando seu carro se afastar cada vez mais.

Era difícil vê-la partir.

Engraçado... Só percebi o quanto sentia a sua falta, agora que ela estava partindo outra vez para a Inglaterra e que talvez nunca mais a visse.

Nunca mais vê-la...

Isso verdadeiramente me doeu...

Doeu porque minha relação com Bella poderia ter mesmo se tornado algo além de amizade...