Quando em 1918... escrita por Leh Cullen


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Gente eu fiquei quase doida quando entre pra ver os coments e tinha 25!!!Vcs são deamsi mesmo!Boa leitura!



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Eu ainda estava muito confusa. Tudo era tão surreal e ao mesmo tempo tão vivido! Parecia que eu realmente estava vivendo esse sonho. Quando entrei no meu quarto, fui até o pequeno guarda roupa de madeira a procura de algo confortável para vestir. Eu esperava encontrar ali, uma calça jeans, camisa e um par de tênis... Mas tudo o que vi eram vestidos das mais diversas cores e modelos. Gemendo internamente escolhi um que fosse menos chamativo. Ele era azul claro e ia até a metade das pernas. Pelo menos não era enorme igual o que minha mãe usava, ele era bem discreto e não possuía decote algum, e a manga não era cumprida e nem muito curta, mas era bufante.

Desci a escada já vestida e segui para a cozinha.

–Querida você esta adorável. –disse minha mãe.

–Obrigada. –eu disse corando.

–Minha filha, assim que terminarmos aqui nós iremos. –disse meu pai e eu assenti em silêncio. Bebi somente um suco, pois se eu comesse alguma coisa eu sentia que ia colocar tudo pra fora.

Como prometido nós saímos, íamos para a casa de uns amigos da sociedade dos meus pais, como eles haviam dito. Eu me sentia envergonhada, todos que andavam pela rua olhavam para nós. Eu estava segurando o braço direto do meu pai e minha mãe o esquerdo. Quem visse de fora éramos uma família muito feliz, o que, pelo que estava me parecendo, éramos. Andamos lentamente pelas ruas ensolaradas de Chicago e eu me senti estranha, eu já estava acostumada a chuva e o tempo nublado, um dia ensolarado era algo que pouco fazia parte de minha rotina vivendo em Forks.

Paramos em frente a uma grande com um portão de metal batido e com detalhes de arabescos. Logo uma moça de cabelo preto, também preso em um coque alto e alinhado, e vestido amarelo veio nos receber.

–Senhor e Senhora Swan. –ela nos cumprimentou. –Senhorita. –ela abriu o portão e começou a andar, nós a seguimos até uma varanda. –Os Masen os esperam.

A empregada abriu a porta para nós e três pessoas nos esperavam ali. Havia uma senhora de cabelos presos em coque como os de minha mãe e da moça que nos recebeu, e um senhor alto, ambos sorriam para nós. Ao lado dele havia um rapaz e quando o olhei quase cai para trás.

Só então eu fiz a conexão dos nomes, Edward havia me contado sobre a sua vida humana e que seu sobrenome era Masen, eu estava tão confusa com tudo o que havia acontecido que não tinha nem percebido nada. Não havia associado o nome da cidade onde ele viveu como humano e muito menos o seu sobrenome. E agora Edward estava ali, a poucos passos de distancia.

Era Edward ali. Meu Edward, mas um Edward humano. Ele era alto como eu me lembrava e seus cabelos estavam arrumados e penteados de um jeito formal, sua expressão era contida e quando ele olhou para mim meu mundo caiu e eu prendi a respiração. Seus olhos eram incrivelmente verdes.

–Esta é nossa Isabella. –ouvi a voz de meu pai dizer ao longe, mas eu ainda encarava Edward e ele me encarava de volta, eu sentia que nunca mais poderia deixar de olhá-lo.

–Querida. –minha mãe cutucou meu ombro.

–Oh me desculpe. –eu corei e baixei os olhos.

–Olá eu sou Elizabeth Masen, este é meu marido Edward e meu filho, Edward Jr. - ela apresentou a sua família.

–Olá. –eu cumprimentei cada um com um aperto de mão e quando cumprimentei Edward e nossas mãos se tocaram uma corrente elétrica passou por nós, ele não estava alheio a isso também, pela forma como ele separou nossas mãos rapidamente.

Percebi nossos pais, os meus e os dele, nos olharem com sorrisinhos zombeteiros no rosto e corei.

–Vamos até a sala, o almoço ficará pronto em algumas horas. –a senhora Masen nos guiou e a seguimos.

Eu observava Edward e a forma elegante como ele andava, com sua postura totalmente ereta. Ele se sentou em um sofá ao lado de sua mãe e eu me sentei com meus pais.

–Seus pais nos disseram que você acabou de voltar do colégio de freiras. –o senhor Masen disse. Ele era a versão mais velha de Edward, a única diferença era que ele não tinha os olhos verdes e nem os cabelos cor de cobre, essas foram heranças da senhora Masen, que era uma mulher muito linda.

–Sim? –eu respondi, mas me pareceu uma pergunta e não uma resposta.

–E como foi lá? –perguntou à senhora Masen.

–O ensino de lá é muito bom. –eu menti afinal que outra resposta eu poderia dar se não essa?

–Nosso Edward pretende ir para a guerra. –disse Elizabeth Masen com voz de desgosto. –Como eu queria que surgisse algo que o fizesse mudar de planos. É horrível para uma mãe ver o filho de dezessete anos querendo ir para guerra. –ela falou e de canto de olho percebi Edward balançar a cabeça em negatividade, muito imperceptivelmente, só perceberia quem realmente estivesse prestando atenção em seus movimentos, o que era totalmente o meu caso.

–Nossa Bella acaba de completar os dezoito, procuramos um bom casamento para ela. –disse minha mãe e eu a olhei com uma expressão de surpresa. Como assim casamento? E como minha mãe poderia aceitar uma coisa dessas? Justo ela que era avessa a idéia de se casar jovem, mas aí eu me lembrei que eu estava no século XIX e que se casar aos dezoito era totalmente comum. Em muitos casos até mais cedo, como por exemplo, casar aos quinze, pelo menos era o que eu lia nos romances de Jane Austen.

–Isso é maravilho. –respondeu à senhora Mansen. –Que ela encontre um bom partido então. –seu olhar recaiu sobre Edward e eu me mexi desconfortável.

As horas se passaram e a todo o momento minha mãe e a mãe de Edward nos jogavam indiretas sobre o casamento, eu só corava e respondia o que me era perguntado com frases curtas, nenhuma vez sequer Edward dirigiu a palavra a mim. Quando ninguém olhava para mim eu ficava olhando para Edward. E em um dado momento eu olhava tão concentrada para ele que quando eu percebi todos estavam em pé e me chamando.

–Querida vamos o almoço será servido. –disse a minha mãe, Edward tinha um sorrisinho malicioso estampado no rosto e eu o achei lindo naquele momento, mais lindo do que quando vampiro, pois sua face tinha uma coloração avermelhada na bochecha, eu achei que nunca o veria corar em minha vida. –Nossa filha anda meio distraída hoje, nos desculpem por isso. –minha mãe disse enquanto seguíamos os Masen para a sala de jantar.

–Isso é perfeitamente normal para a idade dela, entendemos em absoluto. –disse a senhora Masen.

Comi em silencio enquanto os outros conversavam pacificamente, Edward também não disse uma palavra, às vezes eu o pegava me encarando de seu lado da mesa, de frente para mim, eu corava e quando voltava a olhar ele tinha um pequeno sorriso na face.

Quando acabamos de almoçar a senhora Masen nos dirigiu novamente para a sala de estar para tomamos café.

–Edward porque você não toca um pouco de piano para nossas visitas querido? –sua mãe sugeriu e ele acenou corando levemente. Ele se levantou e seguiu para o piano de cauda em um canto da sala, ao lado de uma grande janela.

Logo uma melodia calma a harmoniosa preencheu o ambiente e eu me senti flutuar com a musica, não era tão cheia de arranjos e notas como as musicas que já ouvi Edward como vampiro tocar, mas também o Edward humano não contava com o fator super-velocidade para tocar tão rápido e tão detalhadamente, mas mesmo assim era muito lindo de se ouvir e eu quase chorei como da primeira vez que o ouvi tocar.

–A senhorita Swan toca piano também? –ouvi o pai de Edward perguntar e olhei assustada para meus pais, e se nessa época eu soubesse tocar piano e eles me pedissem para tocar? Eu não saberia o que fazer!

–Oh não. –disse minha mãe desgostosa. –Quando ela era mais nova tentamos pagar aulas para ela, mas teimosa do jeito que é não quis ser forçada a ir para as aulas. –disse minha mãe.

–Talvez nosso Edward pudesse ensiná-la um dia desses. –a senhora Masen sugeriu e eu corei, discretamente olhei para Edward e ele estava concentrado nas teclas do piano, eu tinha certeza de que ele havia ouvido a conversa, pois seu rosto estava tão ruborizado quanto o meu.

–Seria maravilhoso. –minha mãe respondeu.

Algumas horas mais tarde nós estávamos indo embora. Minha mãe a senhora Masen durante todo o tempo jogaram indiretas, mas eu só fazia prestar atenção em Edward. Ele era tão lindo e encantador como humano, e toda vez que nossos olhares se cruzavam um sorrisinho discreto se formava em seus lábios, eu sentia meu coração bater mais rápido e minhas mãos suarem. Este com certeza estava sendo o melhor sonho que já tive na minha vida.

–Os Masen gostaram muito de você querida. –minha mãe comentou enquanto voltávamos para casa.

–Eles são ótimas pessoas. –falei.

–O filho deles também parece ter gostado muito de você. –minha mãe disse e eu corei abaixando a cabeça constrangida. –Seria maravilhoso se nossa filhinha se casasse com Edward Masen Jr., não é querido? –perguntou minha mãe em tom de quem comenta sobre o tempo.

–Ele realmente é um bom rapaz, não é um bom vivã como muitos que vemos por aí. –disse meu pai. –Ele é um rapaz sério e concentrado.

–Um bom partido. –minha mãe disse maliciosa.

–Mãe. –eu falei baixinho repreendendo-a.

–A querida a senhorita não me engana, vi os olhares que você trocava com o rapaz, você também gostou dele não e? –ela me olhou por atravessado e eu corei mais ainda.

–Ele toca piano muito bem. –tentei desfazer do assunto.

–Oh sim e será um ótimo professor para você querida. –ela disse com uma risadinha. –Será ótimo para vocês se aproximarem.

O resto do caminho eu fiz em silencio. Minha mãe do passado era a mesma que a minha mãe do futuro, louca e imprevisível e quando colocava algo na cabeça, era difícil de tirar. Mas eu sabia que assim que eu acordasse na manhã seguinte eu não teria mais problemas, já que isso tudo não se passava de um sonho. O melhor de todos, pois pude ver Edward humano pela primeira vez; e pude ver Edward pela ultima vez na vida.


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Notas finais do capítulo

N/A: Senhora Masen e senhora Swan, vcs duas estão me saindo duas casamenteriras? Será que vai dar certo os planos de vcs? Continuem comentando ^^bjus da Leh e até loguinho!