Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Aqui está maais um capítulo. Tá bem fraquinho, eu sei... mas as maiores emoções ficaram pro próximo!



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Um mês já havia se passado após a contratação de Nadeshiko como segurança. Rima mal podia acreditar. Passou tão rápido! Sua vida havia melhorado por completo. Ela agora podia sair com as amigas sempre que quisesse, seu pai já não fazia tantas cobranças e ainda havia feito mais uma amiga. Nadeshiko agora era como uma irmã para ela.

Rima, Nadeshiko e Amu estavam agora no café de sempre. Yaya havia ficado nas aulas de recuperação.

Comiam bolos variados, tomando chocolate quente e capuccino. Pode haver algo melhor?

— Rima-chan! Por que você quis vir aqui? – Amu sussurrou, parecendo preocupada.

— Mas eu gosto daqui! A gente sempre vem.

— Mas por que logo aqui?!

—Qual o problema?

— Não tem nada! Problema nenhum! – Amu voltou-se para trás, rigidamente, balançando as mãos agitadamente.

— Você tá bem estranha – Rima murmurou, com a habitual cara de tédio.

— Isso tem haver com o fato do gerente do café não parar de olhar para cá? – Nadeshiko perguntou sorrindo gentilmente, embora uma nota de maldade pudesse ser ouvida bem ao fundo.

— C-claro que n-não! Que ideia! Por que haveria?! Há há há há! – Amu falou rapidamente, atropelando as palavras, lançando logo depois um olhar ameaçador na direção de Nadeshiko.

— Bem, é melhor nós irmos para casa, Rima-chan – Nadeshiko ignorou habilmente a intimidação silenciosa de Amu, e se dirigiu a Rima, que comia seu bolo calmamente, com chantilly espalhado por toda a bochecha.

— Por que? Acabamos de chegar! E depois, eu queria ir à casa da Amu! – Rima argumentou, inconformada.

— Está ficando tarde, e é perigoso!

— Perigoso? Ah! Você exagera demais, Nadeshiko! E ultimamente anda ficando cada vez mais neurótica! Até pediu para sair mais cedo da escola aquele dia! E me obriga a usar um caminho diferente cada vez que saímos de casa!

— Eu apenas estou... – Nadeshiko engoliu as palavras rapidamente. Ia dizer “fazendo meu trabalho”, mas lembrou-se que Rima nem mesmo desconfiava que Amu já soubesse da verdade, mais até do que ela mesma - ... estou... fazendo o que seu pai me pediu. É melhor não abusar da boa vontade dele, certo?

— Certo... – Rima concordou de má vontade, levantando-se da mesa, enquanto procurava na bolsa o dinheiro para pagar a conta. Era melhor não discutir com a paranóia da garota.

— Vocês já vão? Eu vou ficar aqui s-sozinha? Não! Eu já vou também! – Amu falava sozinha, com o rosto corado, olhando para os lados como uma criminosa prestes a cometer um ato ilícito.

Rima estranhou a atitude da amiga, mas resolveu não fazer perguntas. Sabia que ela falaria naturalmente se achasse necessário, e preferia não interferir. Nadeshiko parecia pensar o contrário. Começou a falar logo após saírem para a rua.

— Então, aconteceu alguma coisa, Amu-chan? Você por acaso andou comendo sem pagar? Porque, sabe, o gerente não parava de olhar para você e...

Nadeshiko-chan...  – Amu segurou Nadeshiko pela manga da blusa, com os olhos brilhando perigosamente, e o corpo envolto em uma áurea assassina – Você realmente não quer continuar a fazer insinuações, não é – sibilou, para que apenas ela pudesse ouvir.

— B-bem, acho que não... – respondeu, rindo nervosamente, cedendo à chantagem implícita.

— Que bom! – Amu a soltou, sorrindo amavelmente. Nadeshiko soltou a respiração, que nem havia percebido que estava segurando. Aquilo era uma amostra da tão famosa bipolaridade feminina, conhecida também como TPM? Ele nunca saberia...

— O que vocês estão cochichando aí atrás? Vamos logo! – Rima gritou, mais a frente, com evidente mau humor.

— Ei Rima-chan! – Nadeshiko chamou, tentando manter-se o máximo possível distante de Amu, que agora parecia pensativa. Puxou um lenço de dentro da bolsa – está sujo bem aqui. Uma dama não deve andar dessa maneira na rua, certo? – ela disse, suavemente, enquanto passava o lenço branco nas bochechas coradas de Rima.

— Eu limpo sozinha – Rima balbuciou, arrancando o lenço das mãos de Nadeshiko – Não preciso de babá.

— Se não precisasse, seu pai não me contrataria – Nadeshiko respondeu, sem se importar com a altura da voz. Rima arregalou os olhos e começou a tremer, olhando assustada para Amu. Ela teria ouvido?

Amu fitou Nadeshiko, alarmada, por alguns instantes, mas voltou a se concentrar no caminho, fingindo que não havia escutado nada. Nadeshiko, percebendo o que havia falado, perdeu a linha.

— Me desculpe... – Nadeshiko pediu, sussurrando, mas Rima já não estava mais ali. Andava a passos duros, na frente de todas, com as costas rígidas e os cabelos dourados esvoaçando para trás. Sua figura dizia silenciosamente que era perigoso segui-la.

-

— Eu realmente lamento muito ter dito aquilo, Rima! Por favor, abra a porta! – Nadeshiko batia sem forças na enorme porta de madeira. Nenhuma resposta veio do outro lado – eu não devia... eu exagerei. Sinto muito, muito mesmo!

— Se sabia que ia sentir tanto, não deveria ter falado!  - Rima disse, com a voz aguda.

— Abra a droga dessa porta duma vez, Mashiro Rima!  - Nadeshiko berrou, esquecendo-se da compostura por um momento. Aquela teimosia toda estava começando a irritar.

— Quem você pensa que é para gritar dessa maneira? – a voz de Rima soou sarcástica, do outro lado – Você não era uma dama? Uma babá?

— Parece que eu me enganei... Você é exatamente da maneira que eu pensei que fosse! – Nadeshiko falou, deslizando pela porta e sentando no chão de pernas abertas. Não se lembrou de mascarar a voz –  CHATA E MIMADA!!!

— O que disse? – Rima gritou, acompanhada por um som alto na porta, que ela havia chutado – Ai!

— O que ouve? – Nadeshiko perguntou, alarmada.

— Nada que interesse a você! Apenas problemas de uma garota mimada!

Nadeshiko levantou, praguejando e balbuciando palavrões. Já estava farto.

Tomou distância da porta, e avançou correndo, com o ombro preparado.

— Kyaaa!!! – Rima gritou, subindo em cima da cama, ao ver Nadeshiko irromper pela porta. Aliás, aquela era mesmo Nadeshiko? Seu cabelo estava preso apenas por um lado, e caiam espalhados para todos os lados, como uma cortina escura. As roupas estavam desalinhadas e amassadas, ela estava suando e respirava com dificuldade. Lembrava um naufrago, depois de ter ficado anos em uma ilha deserta.

Aproximou-se de Rima, que estava de joelhos em cima da cama, devagar, com um olhar maníaco no rosto de expressões sempre tão gentis. Rima sentiu um arrepio na base das costas, ao perceber a forma ameaçadora com que Nadeshiko a olhava.

— Você – disse, ofegante, apontando o dedo acusadoramente para a garota, que tremia levemente e a fitava atônita – me irrita, profundamente.

Sentou na cama ao lado de Rima, e sem dizer uma palavra, puxou o pé direito dela, fazendo-a cair deitada na cama, com um baque. Segurou o tornozelo fino entre os dedos, examinado minuciosamente. Tirou a meia branca, que ia até acima do joelho, e apertou no local que estava mais inchado e vermelho.

— I-isso dói! – Rima reclamou.

— Eu não perguntei – Nadeshiko respondeu, firme. Sua voz ainda parecia masculina, mas Rima estava tão surpresa que não se prendeu a esse detalhe.

— Fique aqui, eu vou buscar gelo – levantou da cama, soltando a perna de Rima bruscamente, e saiu, sem olhar para trás.

Após alguns segundos, voltou, com uma compressa de gelo e um kit de primeiros socorros nas mãos. Não conseguiu nem mesmo se surpreender, ao olhar para o quarto. Estava vazio.


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Notas finais do capítulo

Waa! O que será que aconteceu com a baixinha temperamental o.o ????
Só vão saber no próximo XD ~~

Espero que tenham gostado, e deixem reviews o/!!!