Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 36
Capítulo XXXVI - Epílogo




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Epílogo

Nagihiko serviu à mesa três, dois parfaits, um de morango, outro de chocolate. As duas garotas riram entusiasticamente para ele, lançando olhares mais do que significativos, e ele apenas sorriu educado, virando as costas logo depois de colocar os pedidos sobre a mesa. Viu uma delas escrevendo o telefone no guardanapo de papel, mas ele sabia que jamais ligaria para qualquer uma delas de qualquer forma, então apenas se afastou.

Não importando quanto tempo passasse, ele nunca se acostumaria com aquele assédio interminável. Mas tinha que admitir… as garotas deixando telefones e soltando risinhos para ele, era milhões de vezes melhor do que os dias da semana em que vestia a versão feminina do uniforme. Agora, estava com calças compridas e o avental, e uma incômoda gravata borboleta no pescoço, com o cabelo longo amarrado frouxamente por uma fita preta. Nenhuma garota resistia, mas ele tinha plena consciência do olhar inquisitivo de Amu atrás do balcão, revisando cada passo que ele dava com cuidado. Ela prometera para Rima que cuidaria dele afinal. Não que isso fosse realmente necessário, já que ele não olharia para nenhuma garota que não fosse ela…

Quase um ano havia se passado. Rima havia sido mandada para uma escola interna para garotas na Europa assim que recebera alta do hospital, é claro que Nagihiko não a vira depois disso. Seu objetivo, no presente momento, era apenas juntar dinheiro o suficiente para ir até lá… As notícias que ele recebia dela vinham apenas de Amu, pois as duas trocavam cartas com certa periodicidade, mas como cada carta era cuidadosamente revisada antes de ser enviada, eles não conseguiam mandar mensagens um para o outro diretamente.

Porém, Nagihiko sabia que Rima estava bem e saudável, que havia feito algumas poucas amigas lá, e que aguardava ansiosamente pelo dia em que sairia de lá, para voltar ao Japão e vê-lo novamente. Nagihiko pretendia conseguir dinheiro suficiente para ir atrás dela antes disso. Ele já tinha 18 anos, e Rima também faria 18 em breve. Eles podiam dar uma passada em Las Vegas e se casarem por lá, antes de voltarem. Seria rápido e eficaz, estariam amarrados um ao outro para sempre. Nagihiko gostaria de ver a cara do Sr. Mashiro caso realmente fizesse algo assim. Ele ainda tinha o desejo de se apresentar ao pai dela mais uma vez, contar sobre suas intenções, e sobre seu desejo de ficar com Rima durante toda a sua vida. Mas esse era um sonho um tanto mais distante, que precisava ser construído cuidadosamente.

O trabalho nunca dava folga, e ele tinha o dobro de mesas para atender, já que Utau havia ido para a universidade no início daquele ano. Amu ajudava muitas vezes, porém. Ele continuava vivendo seus dias, trabalhando, contando os dias até quando pudesse vê-la. Às vezes, durante a noite, quando saia para a loja de conveniência fazer alguma compra, Nagihiko passava de propósito pela rua da casa de Rima. Acima do alto muro que cercava a propriedade, ele conseguia enxergar ao longe, a janela do quarto dela. As luzes estavam sempre apagadas.

O sininho acima da porta ressoou, e Nagihiko viu Tadase chegando, com Hitomi, e Kairi. Desde que Hitomi contara ao tio – que ainda vivia na casa dela, porém como um convidado e não mais como líder da família – a verdade sobre “Tadako-chan”, ele ordenara à Kairi que seguisse todos os seus passos e o vigiasse massivamente. Claro que com alguma ajuda de Yaya, eles sempre conseguiam distrair o garoto e escapar por algum tempo… mas a ruivinha estava mais ocupada em outra mesa do café mesmo, apostando com Kukai quem comia mais pedaços de bolo sem passar mal.

Hitomi estava liderando bem as empresas da família. Colocara a irmã de Kairi, Sanjou Yukari, como sua representante oficial, já que ainda era menor de idade e não podia assumir legalmente como presidente, mas estava estudando para isso com toda a sua determinação, e aos poucos, conseguia tirar o nome da sua família da lama. Tadase pretendia cursar administração também, para ajudá-la com isso no futuro, ou pelo menos, foi o que ele confidenciou à Nagihiko uma vez.

— O que vão querer hoje? – ele indagou, simpaticamente, ao vê-los aproximarem-se, com o bloquinho de anotações em punho.

— O de sempre – Tadase respondeu apenas, e Nagihiko sorriu, anotando os pedidos que havia decorado, apenas como hábito. Torta de frutas, bolo de chocolate, dois chás vermelhos, um chá verde. – Alguma notícia sobre…

— Nada – Nagihiko já sabia o que ele ia perguntar, e respondeu de antemão – Mas a novidade é que eu estou quase conseguindo o dinheiro para a viagem. Mas algumas semanas com hora-extra, e se Ikuto for generoso, eu posso embarcar dentro de pouco tempo para a França.

— Então ela está na França? – Hitomi indagou, curiosa.

— Sim. Amu conseguiu o nome da escola para mim, e depois de uma pequena pesquisa na internet, eu tenho o endereço completo. Só preciso entrar lá e encontrá-la… e então, finalmente, vou poder vê-la.

— Mas como você vai fazer para entrar lá? – Tadase perguntou – Não é uma escola super-restrita, cheia de regras, onde só entram garotas?

— E é por isso que eu não vou. Quem vai é a Nadeshiko. – ele respondeu, com um sorriso esperto, e ambos soltaram “ooh’s” de compreensão – Ela conseguiu uma entrevista para bolsa de estudos. E assim, eu vou ser capaz de entrar na escola e encontrar Rima, conversar com ela, talvez até consigamos passear por Paris.

— Pensei que você fosse entrar lá a força e fugir com ela nas costas… - Hitomi parecia mais animada com a sua própria versão da história.

— Acho que chega de sequestros por… bem, para sempre – ele riu sem graça, e ela teve que concordar dessa vez.

— Nagihiko! – ele ouviu a voz de Ikuto chamando, e a conversa teve que ser interrompida. Ele andou até o balcão, onde o chefe o esperava – Mesa treze – ele colocou na bandeja três xícaras de chá apenas.

— Mas… esse é o lado onde a Amu atende – ele respondeu, sem entender.

— Não, os clientes pediram por você. – Ikuto foi resoluto.

— Desde quando isso aqui virou um maid-café?

— Apenas vá logo!

Sem alternativa, Nagihiko foi andando na direção, equilibrando a bandeja de metal com os pedidos nas mãos. Quando enfim chegou à mesa treze, que era a mais afastada perto da parede, quase derrubou tudo.

— O que… você está fazendo aqui?

— Quase um ano sem ir me visitar, sem nem mandar notícias, eu achei que deveria vir até aqui por mim mesma, para me certificar de que você ainda estava vivo.

Quem havia desferido tal gentil e doce saudação era ninguém mais do que a Sra. Fujisaki, excelentíssima mãe de Nagihiko. Estava escoltada por mais dois dos seus subordinados, ambos trajados em elegantes ternos italianos que não combinavam muito bem com as feições asiáticas com as quais foram agraciados. Nagihiko mal podia acreditar que ela viera mesmo até ali. Para obrigá-lo a voltar para casa? Talvez os dois seguranças estivessem ali para fazê-lo perder os sentidos e então, colocá-lo dentro de um carro e o levar a força. De qualquer forma, Nagihiko tinha certeza de que Ikuto não deixaria isso acontecer. Não quando ele estava planejando um evento de crossdresser no café, e Nagihiko era a estrela principal.

Tentando agir de maneira impassível, Nagihiko colocou os pedidos sobre a mesa. Os dois homens agradeceram.

— Certo, o que você quer?

— Isso é jeito de falar com sua mãe, filho ingrato? – ela ralhou com ele, batendo no seu braço com o leque fechado que trazia na mão – Eu vim até aqui para ver como você estava, e coloca-lo a par do que acontece na nossa família, já que está mais do que óbvio que você não retornará para casa.

— Então não veio me levar de volta? – ele estava incrédulo, e sua mãe riu com gosto, de uma maneira que ele não estava acostumado a ver desde… desde que seu pai era vivo.

— Claro que não. As empresas estão indo bem, e eu decidi recomeçar, reconstruí-las do início. Particularmente, tenho muito talento para os negócios, e estamos indo muito bem. Depois do incidente com… bem, aquele incidente do sequestro, eu percebi que não estava fazendo algo certo… comecei a ter consultas periódicas com um psicólogo, estão fazendo muito bem para mim. O próximo passo do meu tratamento envolve… pedir perdão pelos meus erros – ela sorriu fracamente, estendendo a mão para Nagihiko. Ele soltou a bandeja sobre a mesa, ciente de que boa parte dos clientes, e até os funcionários, estaria bisbilhotando naquilo que deveria ser uma emocionante reunião de família. A sua mãe segurou sua mão delicadamente, enquanto olhava nos seus olhos – Você me perdoa, filho? Por tudo o que eu o obriguei a fazer, e por tudo o que eu fiz você sofrer… eu estava louca, cega de desespero e de depressão, não podia ver o que estava à minha frente… o maravilhoso filho que eu tenho. Eu quero ver você feliz, eu quero que você cresça e se torne um adulto do qual eu tenho muito, muito orgulho. E eu já estou orgulhosa de você, por tudo o que você já fez, por tudo o que ainda irá fazer… você cresceu e se tornou forte, corajoso… capaz de proteger a garota que ama. Exatamente como seu pai era, e como ele desejou que você fosse. Eu tenho certeza de que ele também está muito feliz, olhando para você hoje.

— Okaa-sama… - Nagihiko estava sem palavras. Sua mãe ainda segurava a sua mão, e vindo dela, esse era um ato mais carinhoso do que até mesmo um abraço. Ela parecia verdadeiramente arrependida, e Nagihiko sabia disso. Ele sorriu – Eu te perdoo, é claro. Você é minha mãe, afinal. Eu te amo.

— Ah, querido… - ela afagou o rosto dele, suspirando – Você está mesmo feliz, neste lugar, com essas pessoas?

— Claro que estou – ele respondeu – é o lugar onde eu quero estar.

— E não falta mais nada para você ser completamente feliz?

— Bem… falta… falta uma coisa.

— Não falta mais. – ela interrompeu, determinada, soltando outro sorriso conspiratório – Adivinhe aonde eu fui semana passada…

— Não consigo nem imaginar. – Nagihiko sentiu seu alerta de perigo soar alto dentro da cabeça. Nada bom podia vir de algo que sua mãe tramara.

— Um encontro para arrumar um onmiai para você. – ela falou com um sorriso radiante, e Nagihiko ouviu o coro de “eu sabia” ecoar na sua mente. – Uma família tradicional nos negócios, uma boa moça dentro dos padrões para você. Ela é bonita, e o pai dela aceitou desposá-la para você, mesmo ela sendo bem jovem, depois de muita insistência da minha parte. É uma chance única, Nagihiko, e você não pode perdê-la.

— Okaa-sama, eu já disse, eu não quero um casamento arranjado. – ele bradou, tentando não chamar a atenção de todo o café enquanto isso. – Eu não preciso disso, estou muito bem assim.

— Eu sou sua mãe, eu sei do que você precisa. – ela falou, dando o assunto por encerrado, e Nagihiko sabia que não havia como discutir com ela agora – Ao menos dê uma olhada na garota, e então você decide se quer ou não casar-se com ela.

— Você tem uma foto ou algo assim? – ele revirou os olhos, planejando arrumar qualquer defeito na garota apenas para convencer sua mãe. Não aceitaria casamento forçado nenhum, nem que para isso tivesse que assustar a família da noiva dizendo que era um travesti maluco. Ele podia fazer isso, tinha um monte de vestidos no armário, só precisava aparecer com algum deles no dia do encontro.

— Não tenho foto, mas ela veio pessoalmente. – a mãe de Nagihiko se levantou, e ele fez o mesmo, olhando ao redor para ver se alguma das garotas se anunciava. As duas que ele atendera antes pareciam bem dispostas a se voluntariar.

Do lado de fora, um enorme carro negro estacionou, e Nagihiko ouviu sua mãe dizer “é ela”. De onde estava, não conseguia ver pela janela quem saíra. A porta abriu, com o barulhinho característico, e o coração de Nagihiko parou, trancado no meio da garganta ou algo assim.

A garota que entrara era bem pequena. Usava o uniforme de uma escola estrangeira, um terno vermelho-escuro com gravata e brasão dourado no peito, saia preta de pregas, meia-calça branca e sapatilhas lustrosas. Os cabelos eram de um dourado brilhante e vivido, caindo em volumosas ondas atrás das costas, com um delicado lacinho logo acima da franja reta. Os olhos grandes, emoldurados por longos cílios, olhavam direto para ele.

Amu pulou quase por cima do balcão, atacando a garota, abraçando-a até erguer ela do chão. Tadase e Hitomi a cumprimentaram, Ikuto afagou o cabelo dela, bagunçando um pouco mais. Yaya dava saltos e berros de alegria, e Kukai ria alto, também animado. Porém a garota continuava a olhar fixamente para ele, e todos se afastaram, esperando também pela sua reação.

Nagihiko avançou, um passo de cada vez. Sentia os olhares curiosos quase queimando suas costas. Seu coração era tão eloquente que ele mal conseguia ouvir os próprios pensamentos. A garota sorriu singelamente para ele, e ele sentiu suas pernas virarem gelatina. Era ela mesmo? Ela era real? Caramba, ela estava tão linda! Como um anjo, o seu pequeno anjo.

Os derradeiros passos, e Nagihiko piscou, imaginando que ela sumiria assim que ele chegasse perto o suficiente, como uma miragem no deserto. Mas ela continuava ali, e ele só conseguia olhar para ela. Só havia ela naquele lugar, mais ninguém.

— Rima… - o nome escapou dos seus lábios antes que ele tomasse consciência.

— …Nagi – ela proferiu, com a voz soprada e doce, sorrindo abertamente. As lágrimas que ela segurou durante tanto tempo escaparam dos olhos, por que agora, ele estava ali para enxuga-las. E eram lágrimas de alegria.

Ela pulou para os braços de Nagihiko, abraçando-o tão forte quanto seus braços aguentavam, colocando-se na ponta dos pés para alcançar o pescoço dele, e afundar o rosto ali, sentindo seu perfume. Ele a abraçou de volta pela cintura, levantando-a do chão, apertando-a com força, para ter certeza de que não era sonho.

Quanto tempo se passou naquele abraço apertado, eles não saberiam dizer. Depois disso, Ikuto pediu que eles fossem para a sala de trás do café, onde Nagihiko morava, para assim conversarem com calma, e parar de incomodar seus clientes. Nagihiko não soltou Rima durante todo o caminho até lá.

— Mas… como… quando? O que você está fazendo aqui…? – ele finalmente conseguiu pronunciar alguma coisa, depois de adentrarem no seu quarto improvisado. Sentaram-se na cama, um de frente para o outro, ainda com a mão entrelaçada.

— Sua mãe começou a contatar meu pai há uns seis meses atrás, pelo que eu sei – ela contou, nervosa – Ela continuou insistindo até que ele a ouvisse, e então, eles conversaram. Não sei exatamente o que ela disse para convencê-lo, mas ela contou toda a história, e de alguma forma, eles concordaram que um onmiai poderia ser uma boa ideia, tanto para nós dois, como para as empresas deles.

— Mesmo? Isso… isso parece tão surreal. Não tem como ser tão conveniente assim! Sei que minha mãe é boa em negociar, e ela pode ser muito, muito persuasiva quando quer, mas…

— Talvez eu tenha insistido um pouco mais em voltar para o Japão, e para ver você. – ela sorriu – E você sabe, depois do sequestro, meu pai me mima muito, me dá tudo o que eu peço. Ele não esqueceu que foi você quem me salvou também… então só precisava de um pequeno incentivo para ele ceder.

— Então… você é oficialmente minha noiva? – ele repetiu, incrédulo. Ergueu a mão, acariciando de leve o rosto delicado de Rima, vendo-a corar com aquele pequeno toque. Colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, aproximando-se enquanto a via baixar o olhar, de uma maneira absolutamente encantadora.

— Só se você quiser…

— É claro que eu quero!!! Mas, você quer?

Ela balançou a cabeça afirmativamente, sorrindo, e ele não pode fazer nada além de sorrir também. Aproximou-se, mantendo os olhos abertos até o último segundo, querendo gravar cada centímetro do rosto dela na sua memória. Seus lábios enfim se tocaram, e ele cerrou os olhos, sentindo seu coração pulsar, como se fosse o primeiro. Abraçou-a com força, jurando para si mesmo que jamais a deixaria novamente. Aprofundando o beijo, ele teve a certeza de que toda a sua felicidade estava nesta pequena garota, e ela era tudo o que ele queria, tudo o que precisava para ser completo, pleno.

— Só me prometa uma coisa, Mashiro Rima – ele sussurrou, afastando seus lábios dos dela, tocando suas testas ao invés disso.

— O quê? – ela indagou, curiosa.

— Nunca mais, em hipótese alguma, saia da minha vista. – ele sorriu.

— Eu vou tentar – ela sorriu também, enlaçando com os braços os ombros dele, acariciando de leve as mechas de cabelo presos em uma fita – E você, pare de ficar atraindo as garotas. Não estou acostumada a enfrentar isso, quando você usava saias.

— Eu vou tentar – ele piscou, e ela bateu no seu braço, inflando as bochechas de irritação. – Rima… - ele chamou de repente, fazendo-a estremecer com a súbita mudança no tom de voz. – Eu te amo.

— Eu sei. – ela murmurou, cedendo e aninhando-se nos braços dele. Quentes, confortáveis. Seguros. O lugar onde ela pertencia, do qual tanto sentia falta lá longe, finalmente estava ao alcance das suas mãos. – Também te amo, você sabe disso, Nadeshiko. – ela riu ao pronunciar o antigo nome, e Nagihiko a deitou na sua cama como vingança, tomando novamente seus lábios. E de novo, e de novo, até que estivessem ambos sem fôlego.

Eles passaram o resto da tarde juntos ali, planejando o futuro, aproveitando o tempo que possuíam, matando as saudades. Mais tarde, Rima teve que voltar para casa, e Nagihiko ficou em seu quarto, sorrindo para as paredes como um tolo, mal conseguindo conter toda aquela felicidade que apareceu repentinamente dentro de si, e que ele não estava acostumado a sentir. Queria gritar, cantar, dançar. Estava tão feliz que podia explodir.

No dia seguinte, eles pediriam que Amu fosse madrinha do casamento dos dois. Ela iria chorar, sorrir, e aceitar, dizendo que ele já sabia a resposta dela sem precisar nem perguntar. Dali há alguns anos, juntas, ela e Rima planejariam um lindo casamento… no campo, na praia… talvez em uma capela pequena, fora da cidade. Rima ficaria linda, com flores no cabelo, um vestido longo, branco… o pai dela a levaria até o altar, com cara de poucos amigos, mas ele também estaria feliz. Sua mãe também estaria lá, e sorriria para ele como se soubesse exatamente como tudo aquilo ocorreria. Até a governanta que um dia ele pensou que havia matado estaria ali, e ela não se lembraria de nada. Utau podia cantar para eles, ela era tão boa nisso. Ikuto sabia tocar violino, pelo que Amu contara. No final, Hitomi pegaria o buquê, e olharia sugestivamente para Tadase, que apenas sorriria para ele. Yaya faria um escândalo atrás do outro, e Kukai iria comer até não aguentar mais. Rima e ele dançariam no meio da pista, até que os pés estivessem doendo, e ela tivesse que tirar os sapatos de salto alto. No final da noite, eles iriam embora, e ele a carregaria no colo até entrarem juntos no quarto de algum lugar lindo e distante.

Eles iriam se mudar para uma casa, ou talvez um apartamento, bem longe dali, onde pudessem ver o mar. Os amigos viriam sempre que tivessem um tempo, e eles jogariam cartas até tarde da noite. Alguns dias, Rima brigaria com ele pelo controle da televisão, e ele diria que ela chata, e que ele deveria ter continuado a servir mesas no café de Ikuto ao invés de casar com ela. E durante a noite, quando fossem dormir, eles fariam as pazes, e diriam que se amavam até o fim dos tempos. Nos fins de semana, Nagihiko acordaria mais cedo para preparar panquecas no café da manhã. Claro que ele sempre fazia todas as refeições, mas as manhãs eram especiais, por que Rima acordava de mau-humor, com o cabelo parecendo um ninho de ratos, e ele sabia exatamente como arrancar um sorriso dela nesses dias também.

Eles veriam seus outros amigos casando e os filhos viriam depois de alguns anos. Rima iria ficar muito preocupada com isso, afinal… ela mal podia manter suas plantinhas vivas, quanto mais um bebê! Porém, ela seria uma ótima mãe. Um pouco rígida, mas muito carinhosa. Sempre contaria as mesmas piadas sem graça, que faria seus filhos rirem até cair todas às vezes.

E chegaria o dia em que Nagihiko contaria para seus filhos, e depois para seus netos, a história de como ele, o cavaleiro destemido salvou sua amada esposa, a princesa, das garras de um terrível vilão. Ele contaria inúmeras vezes a mesma história, e eles nunca cansariam, por que a cada versão ele adicionaria mais detalhes, que a deixasse mais emocionante.

Eles ficariam velhinhos, de cabelos brancos, um ao lado do outro, em cadeiras de balanço. Esqueceriam sobre algumas coisas bobas, como o telefone dos amigos, ou o dia do aniversário de alguém. Confundiriam os nomes dos netos, esqueceriam que dia era hoje. Mas nunca iriam deixar de lembrar o quanto amavam um ao outro.

Isso tudo… bem, seria apenas algum dia no futuro. Dali muitos anos. E Nagihiko não tinha pressa nenhuma para começar.

*:・Fim ~*:・゚✧*:・゚✧


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Notas finais do capítulo

Bem~ agora sim, o final feliz pelo qual tantos ansiaram!
Ah, eu já agradeci tanto, e me despedi no capítulo anterior, mas não custa nada dizer de novo, MUITO OBRIGADA à todos que continuaram lendo essa fic mesmo com atrasos e demoras, e também a quem começou e não terminou, a quem deixou review desde o início e a quem acompanhava das sombras, eu agradeço muito a todo mundo, vocês todos são leitores especiais, e eu só consegui chegar ao final por causa de vocês!

Outras fics de Shugo Chara virão, e eu espero ver vocês lá outra vez! Até a próxima ヽ(゜∇゜)ノ bye bye~



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