Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 34
Capítulo XXXIV




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Depois de muito deliberar e planejar, o grupo de resgate finalmente chegou a algumas conclusões. Eliminando possíveis cativeiros, e após Hitomi conseguir algumas informações aleatórias ouvindo conversas do seu irmão no telefone, eles puderam apurar com certeza o lugar onde Rima possivelmente poderia estar sendo mantida. Nagihiko queria sair dali e correr até o lugar no mesmo segundo em que a informação chegou aos seus ouvidos, mas os outros o aconselharam a esperar, e pensar bem no que deveria fazer.

Ninguém sabia se os sequestradores haviam feito algum contato, ou se a negociação começara a ser feita. Não havia notícias no jornal, o que mostrava o cuidado do Sr. Mashiro em manter a imprensa fora disso, e possivelmente, a polícia também. Ele deveria ter mobilizado sua própria força de segurança para fazer alguma coisa, e estava sendo muito enfático no sentido de demonstrar que não queria que essa história vazasse. Provavelmente, por que isso afetaria diretamente os seus negócios, e os valores das ações de suas empresas. Ninguém iria querer fazer negócios com um homem que não pode cuidar bem da própria filha, afinal.

— Você tem que comer alguma coisa, Nagi… - Utau empurrou novamente o croissant de chocolate e a xícara de café preto na direção do garoto, que somente virou o rosto. Já era noite, e o café estava novamente vazio. Eles se reuniram mais uma vez, e estavam planejando, como sempre, sobre o que fazer. Apenas Amu, Tadase, Ikuto e Utau ainda estavam ali, enquanto os outros dois, Yaya e Kukai, já haviam ido embora, e Hitomi ainda não aparecera.

— Eu não quero nada… - ele respondeu apenas, com voz fraca. Já fazia quase três dias. Três dias sem Rima, e ele não havia conseguido nenhum resultado concreto até ali. Que raios estava fazendo, que ainda não saíra correndo dali para tirar Rima do lugar horrível onde ela estava?

— Amanhã! – Hitomi entrara correndo pelo café, fazendo a sinetinha acima da porta agitar-se. Todos viraram-se para ela no mesmo instante, sobressaltados. – É amanhã! A negociação foi feita, meu tio irá para o local onde vai receber o dinheiro durante a manhã, e levará a maior parte dos seus homens com ele. O cativeiro da Rima estará com menos segurança, é o momento perfeito!

— Mas… se a negociação vai ser feita, então ela vai voltar para casa, não é? – Amu indagou, incerta.

— Não – Nagihiko respondeu apenas, e Hitomi concordou – Eles querem muito dinheiro, muito mesmo, não irão parar agora. assim que pegarem essa primeira quantia, entregarão qualquer coisa… uma peça de roupa, uma foto, um objeto… e então, pedirão por mais. Minha mãe não ficará sossegada até conseguir arrancar as calças do Mashiro.

— Meu tio estava sendo bem eloquente essa manhã, sobre com ele não pararia com apenas alguns milhões de ienes. – Hitomi confirmou – Mas eu também ouvi que eles estão mantendo Rima relativamente bem. Ela tem um banheiro, um colchão, cobertores, e três refeições, embora não sejam exatamente o que se pode chamar de uma boa estadia. O cobertor deve ser ruim, e a comida, nem se fala. Mas não querem mata-la.

Nagihiko suspirou, apertando a fonte do nariz.

— Por onde devemos começar? Infiltração? – ele murmurou seriamente. Todos se entreolharam, sem saber o que dizer.

— O primeiro problema é como chegar lá, não é? – Tadase lembrou – o lugar é fora da cidade, e não se pode simplesmente pegar um ônibus para lá…

— Eu tenho o carro que uso para fazer as entregas do café nos fins de semana… - Ikuto informou.

— Não é um carro, é um furgão. – Amu recordou – E está caindo aos pedaços! Não é seguro andar naquele troço!

— Mas se podemos chegar até lá com ele, então eu aceito sua ajuda, Ikuto-kun. – Nagihiko ergueu-se determinado. Estava disposto a qualquer coisa, e não era um pequeno obstáculo como à falta de transporte que tiraria sua vontade.

— Mas só cabem três pessoas nele! – Amu argumentou.

— Quatro se todo mundo se apertar, e não usar o cinto – corrigiu Ikuto.

— Não precisam ir todos vocês – Nagihiko murmurou, olhando para cada um. – Esse é um problema meu, eu irei resolvê-lo por mim mesmo.

— Pensei que já havíamos superado a sua síndrome do herói solitário, Nagi… - Amu comentou, arqueando a sobrancelha – Todos nós somos amigos da Rima, e apoiamos você. Nós queremos ajudar, também.

— Aposto como se a Yaya estivesse aqui agora, ia adorar ir também e chutar algumas bundas – Utau lembrou, rindo um pouco.

— Eu preciso ir para dirigir, mas o resto de vocês, realmente não há necessidade de irem. É perigoso… e além do mais, não iriam ajudar realmente, se algo acontecesse – Ikuto confirmou, com o rosto anormalmente sério. – Vocês duas – ele olhou diretamente para Amu e Utau – certamente não estão convidadas.

— O quê? Porque? – Amu reclamou.

— Eu já sou bem grande, Ikuto, sei cuidar de mim mesma – Utau replicou, altiva.

— Vocês não vão, não adianta. Só iriam atrapalhar, e eu preciso que alguém fique no café afinal. – ele foi resoluto, e não parecia inclinado a voltar atrás na sua palavra – Você também, Tadase.

— O quê? – Tadase se ergueu, indignado – Mas… mas a Hitomi-chan vai ir…

— Claro. É minha família, afinal – ela deu de ombros.

— Então eu também vou! – Tadase bradou – Não posso deixar você ir sozinha, Hitomi-chan!!! Absolutamente não!

— Você não é exatamente o tipo durão, Tadase. Só iria fazer com que ficássemos preocupados. Sabe, nós não vamos passear no parque nem nada assim. Têm bandidos lá.

— Exatamente! Por isso que…

— Não, Tadase. – Hitomi o encarou mortalmente séria – Eu não posso deixar que você se arrisque dessa forma, e eu sei muito bem do que minha família é capaz. Se você falar mais alguma coisa sobre ir junto conosco, eu vou sedá-lo, amarrar seus braços e pernas em uma cadeira, e te trancar no depósito. Está ouvindo? – os olhos dela deixavam bem claro que aquela não era uma ameaça vazia. – Fui suficientemente clara?

— Como água. – ele virou o rosto, contrariado. Não gostava de perder discussões, mas parecia que isso se tornara muito mais frequente desde que começara a namorar Hitomi.

— Acho que seria bom levar o Kukai também. – Amu comentou. – Ele é meio idiota pra algumas coisas, mas é bom esportista, e sabe lutar um pouco, eu acho… embora eu espere que vocês não precisem de maneira alguma lutar!

— Ele já apanhou para mim uma vez – Hitomi lembrou. – Mas ele corre bem rápido…

— Certo, se isso já está resolvido – Nagihiko puxou um bloquinho e um lápis de anotar os pedidos, e estendeu para Hitomi – Você já foi até esse lugar, não é mesmo? Por favor, faça um esboço das possíveis entradas, e de qualquer outra coisa que possa nos ajudar.

— Ok.

Já era alta madrugada quando o grupo finalmente se organizou para ir até o local. A negociação seria bem cedo da manhã, e eles precisavam estar por perto para poder invadir o lugar no momento certo. Todos haviam se acomodado no café mesmo, e Amu e as outras garotas, mais Tadase, ficariam para trás, apreensivos e torcendo por boas notícias.

Nagihiko ficou apenas olhando para fora o caminho todo, enquanto ele, Hitomi e Kukai tinham que se apertar no banco para duas pessoas que havia ao lado de Ikuto. Havia a opção de ir atrás, no lugar onde eram colocadas as encomendas para entrega, mas levando em conta a direção nada segura do mais velho, ficar chacoalhando lá atrás sem um cinto de segurança não era a melhor escolha.

Ele nem sentiu o tempo passar, enquanto olhava pela janela e via o caminho escuro, cada vez mais repleto de árvore à medida que de se afastavam da cidade, tornar-se gradualmente mais claro com a vinda do sol. O dia amanheceu esplêndido, quente e agradável como deveriam ser manhãs de férias. Mas Nagihiko só conseguia se afundar em preocupações – tantas que ele só percebeu que o carro havia parado quando Kukai o chamou.

Ikuto havia estacionado em um espaço entre as árvores ao redor da estrada, e ao longe podiam ver divisando um enorme prédio, que poderia ter servido como fábrica há muitos anos, ou apenas como um depósito afastado. No meio do nada, a construção se destacava, e havia um enorme descampado ao redor, onde nenhuma planta crescia, porém escondidos na vegetação perto da estrada, eles não seriam vistos por ninguém que estivesse, por acaso, vigiando a entrada. Não havia nenhum sinal de que pessoas estavam ali há tantos dias, mas ninguém tinha dúvidas quando ao lugar.

— É aqui… - Hitomi confirmou com um olhar. – Eu já estive aqui antes, há muito tempo, mas ainda me lembro do local. Rima deve estar sendo mantida nas salas de trás, pois são as únicas com trancas, e que não possuem janelas por onde ela poderia passar. Só precisamos encontrar uma sala com janela onde eles não estejam vigiando, e você vai poder entrar por ali, e então, procurar por ela… no entanto, acho que vai ser difícil encontrar um lugar onde não haja vigilância.

— É por isso que estamos aqui – Ikuto interferiu, apoiando a mão acima da cabeça de Nagihiko despreocupadamente. – Kukai, eu e você vamos primeiro. Um de cada lado, nós distraímos os vigilantes e fazemos eles nos perseguirem, okay?

— Esperem, não é tão fácil assim! – Nagihiko interpôs, alarmado – Mesmo se vocês correrem, eles têm armas, e são treinados para situações desse tipo. Não são simples bandidos, Ikuto, dos quais você pode fugir sem problemas.

— Sem ficar resmungando, garoto – Ikuto o fitou seriamente – Nós não estamos aqui para brincar, sabe?

— Rima é nossa amiga também, queremos ajudar da maneira que pudermos – Kukai concordou – Nós podemos apenas correr até onde o carro está, e então fugir com ele. Não vai ser tão difícil, e é tempo suficiente de você conseguir entrar, certo? Não se preocupe com a gente, concentre-se apenas em salvar a Rima, está bem? Deixa que a gente se vira.

— Gente… isso…

— Shhh, agradecimentos, reclamações, opiniões adversas, guarde tudo isso para o final, quando nós nos encontrarmos de novo no café – Ikuto interrompeu, segurando-o pelo ombro – Vai ser por minha conta a comemoração, quando a baixinha for resgatada.

— Obrigado… Ikuto, Kukai – Nagi recitou, do fundo do coração, e os dois garotos sorriram – Como recompensa, eu uso o vestido duas vezes por semana, está bem?

— Eu não esperava menos do que isso. – Ikuto sorriu convencido, e preparou-se para correr. Kukai assentiu, preparado também, e os dois foram rumo ao armazém distante, prontos para fazer tudo o que estivesse ao alcance de suas mãos.

— Não se preocupe – Hitomi pronunciou, com a voz branda – Eles vão ficar bem.

Nagihiko e ela avançaram até o mais próximo que podiam ficar do prédio sem serem visto, e espiaram por entre as árvores que os escondia. Haviam perdido os dois de vista, mas logo viram quando eles saíram pelo lado oposto, levando consigo uma armada de subordinados, que antes estavam colocados ao redor do depósito para vigiar. Nagihiko não tinha certeza de que todos haviam ido, mas essa era a melhor chance que possuía. Depois de ouvir atentamente as indicações de Hitomi sobre o caminho, ele correu na direção do prédio.

Comprimindo-se contra o prédio, que parecia apenas velho de mais para manter-se em pé, quando olhado de perto, Nagihiko andou rapidamente, atento ao caminho. Ninguém surgiu para barra-lo, e tudo parecia calmo demais. Ele continuou correndo pelo perímetro ao redor da construção, até encontrar a janela do porão, que ficava próxima ao chão, em um lugar pouco provável. Hitomi havia citado como sendo o melhor ponto para entrada, e Nagihiko realmente esperava que não houvesse nenhuma vigia naquele ponto do prédio, ele abriu a janela de vidro por fora. Depois de alguns segundos esperando, e percebendo que ninguém notara o movimento, ele se esgueirou pelo chão para atravessar pela abertura, caindo de pé em um cômodo vazio.

O lugar não parecia ter sido utilizado fazia uns bons anos, e a grossa camada de sujeira que se levantou com o pouso de Nagihiko o fez incapaz de enxergar por alguns segundos. Havia muitos móveis quebrados e outros tipos de quinquilharia, aos quais Nagihiko não deu importância. A única luz que chegava até ali era a do sol, mas ele pode divisar uma porta do lado oposto à parede. Andando cuidadosamente até lá, ele abriu uma fresta, espiando ao redor.

Aquele parecia ser o andar do subsolo, e não havia absolutamente ninguém ali. A frente da sala onde Nagihiko estava, havia apenas um grande espaço aberto, onde maquinários e equipamentos de metal dos mais diversos tipos se espalhava. Nagihiko não sabia exatamente o que eram aquelas coisas, e nem desejava ter conhecimento, mas que deixava evidente que essa construção abandonada deveria ter pertencido a alguma fábrica anos atrás.

Depois de se certificar de que não havia realmente ninguém vigiando aquela parte do prédio, Nagihiko saiu pela porta, e com o máximo de discrição que era possível, sem fazer um único ruído, ele subiu pela escada de metal que se mostrava ser o único acesso ao andar superior.

Abrindo a outra porta com cuidado, ele percebeu que o espaço acima era bem mais iluminado, devido a todas as janelas que se espalhavam pelas paredes altas, próximas ao teto. Havia muitas pessoas correndo de um lado para o outro, absolutamente todas elas usando ternos negros e simples, e alguns com óculos escuros. Se estivesse com humor para piadinhas, Nagihiko poderia dizer que se tratava de uma grande convenção do MIB, mas isso não vinha ao caso agora.

— Pessoas suspeitas foram vistas próximas as estradas. Eles têm um veículo, e estão rodando ao redor da propriedade. Repito. Pessoas suspeitas em um veículo, rodando ao redor da propriedade. Todos em alerta. – ele ouvia um dos homens mais próximos falando com um rádio de longo alcance.

Nagihiko esperou por alguns minutos, que pareceram intermináveis para eles, até que todos os homens que estavam por pertos debandaram todos para tratar o caso das pessoas suspeitas com veículo, que na certa eram Kukai e Ikuto. Aproveitando a oportunidade que surgiu, Nagihiko avançou pelo caminho livre, chegando a um corredor escuro onde várias portas com números se perfilavam em sua extensão. Nagihiko passou direto por todas as portas, sabendo que Rima estaria em uma das últimas salas, as quais eram mais seguras para manter alguém preso.

Havia três daquelas salas com grades chaveadas ao redor das portas de metal. Que utilidade elas poderiam ter tido no passado, Nagihiko nem imaginava, mas ele tinha certeza de que atrás de alguma delas, estava sendo mantida Rima, e sabe-se lá em que estado ela se encontrava. Olhando ao redor mais uma vez, Nagi garantiu que estava sozinho, então teria que ser rápido.

Ele bateu em cada uma das portas, gritando “Rima, sou eu. Nagihiko. Responda, por favor!” a cada vez. Nas duas primeiras, não obteve resposta, e quando ia avançando para a terceira, ouviu um som fraco vindo da porta anterior. Seu coração se apertou, enquanto ele se aproximava para ouvir melhor.

— Nagi… aqui… - apesar de tênue e rouco, o som era inconfundível. A voz de Rima, chamando seu nome. Ele não pode deixar de soltar um fraco sorriso de alívio, ao ouvi-la.

— Afaste-se da porta. – ele respirou fundo, e tirou do bolso interno da sua jaqueta algo que esteve mantendo escondido por muito tempo. Uma pistola, preta e lustrosa, reluziu enquanto ele a segurava com ambas as mãos, revelando uma habilidade até então desconhecida. Ele puxou o gatilho e disparou, de uma só vez, diretamente na fechadura da grande, que estourou, abrindo-se para trás com um estrondo. Não demoraria para que alguém ouvisse aquele barulho e viesse checar, então ele teria que ser rápido. Atirou mais uma vez, agora no trinco da porta, e ela abriu para trás, com um ruído ainda mais alto do que antes.

E então, Nagihiko a viu. Encolhida do lado oposto, em cima de um colchonete velho e puído, Rima estava apertando os ouvidos com força, de olhos fechados. Ela ainda vestia o kimono com o qual ele a vira pela última vez, no festival, e tremia muito. Seus cabelos estavam um verdadeiro caos, espalhando-se ao redor do rosto… e ela parecia tão pequena, ainda menor do que antes, se é que isso poderia ser possível.

Nagihiko escondeu a arma ainda quente pelo disparo recente no bolso, e correu na direção dela, acalentando-a em seus braços que tanto esperaram por aquilo. Ela continuava encolhida, tapando os ouvidos e de olhos fechados. Nagihiko podia notar, por causa da pouca luz que vinha de uma janelinha minúscula perto do forro, que ela estava pálida, fraca, com espessas olheiras ao redor dos olhos apertados, e com os lábios secos e rachados. Ao lado da cama improvisada, uma bandeja com uma tigela de sopa e um pedaço de pão, ambos intocados. Nem mesmo a água que estava em uma garrafa jogada em um canto, parecia ter sido bebida.

— Na-nagi… é você mesmo… ou eu sonhei de novo? – a voz dela veio, ainda mais fraca do que antes, e Nagihiko sentiu seus olhos arderem de vontade de chorar. Ela estava ali, em seus braços. ele havia conseguido encontra-la. Mas tudo aquilo estava longe de acabar e ele nem sabia o que fazer primeiro.

— Sou eu sim, meu amor… eu vim te buscar. Vamos para casa. – ele sorriu para ela, quando os olhos dourados finalmente entreabriram na sua direção.

— Sim, para casa – ela parecia mais tranquila, e jogou os braços finos ao redor do pescoço dele, escondendo o rosto em meio aos seus cabelos – Demorou… muito.

— Isso é por que você nunca carregou aquele pager que eu te dei. Teria sido mais fácil te localizar se você me ouvisse mais, sabe… - ele a repreendeu, com o tom de voz gentil e doce. Ela sorriu, fechando os olhos mais uma vez, quando sentiu-se ser içada para cima, no colo dele.

— Pager… é de velho… - ela conseguiu dizer, com dificuldade. Nagihiko preocupou-se. Ela era realmente tão leve assim antes? E toda aquela sonolência, e fraqueza… isso não era normal. Teriam a drogado enquanto ela esteve ali, ou… isso tudo era desnutrição, simplesmente fraqueza. Será que ela teria desistindo de espera-lo, e por isso recusou-se até mesmo a se alimentar?

— Não, não durma ainda, Rima… - ele pediu, com preocupação. Não queria vê-la fechar os olhos e desfalecer em seus braços, aquela sensação era a pior de todas – Espere mais um pouquinho, eu já deixo você descansar. Vou cuidar de você, prometo. Só não durma agora, está bem?

— Tá… bem… - ela concordou, tentando abraça-lo com mais força, mas apenas não a possuía mais. Nagihiko a carregou com facilidade até a porta, aproveitando-se da escuridão natural do local para esconder-se entre as sombras. Chegou até a porta que havia dado a ele acesso àquele corredor, e então, estaria no espaço aberto onde qualquer um podia vê-lo. Ele estava preparado para isso, embora não soubesse exatamente o que deveria fazer. na situação atual, apenas correr era a estratégia central, numa situação onde não havia nenhuma estratégia.

Quando chegou enfim à porta, percebeu que era pior do que supusera. Esperando por ele, todos os subordinados de preto esperavam por ele, com sorrisos vitoriosos adornando seus rostos. Nagihiko não via sinais de Ikuto e Kukai, e isso era um alívio, pois significava que eles não haviam sido pegos. Mas também, a distração provocada por eles não duraria para sempre, e Nagihiko via-se em uma conjuntura sem nenhuma solução plausível.

— Pensou que ia conseguir escapar? – um dos homens, particularmente alto e grande, ralhou. Ele tinha a enorme cabeça raspada totalmente, e sua careca brilhava. Não era possível enxergar seus olhos, escondidos atrás de lentes de óculos escuros. Ele apontava uma faca nada discreta direto para ele, e sabia muito bem como utilizá-la.

— Há há, que engraçado, um pirralho como você iria passar por todos nós? Achou que nós não ouvimos os tiros? – outro mais baixo, de cabelos escuros e oleosos que escorriam até os ombros, gritou, com voz arrastada, agitando a mão que segurava a arma. Nagihiko o reconheceu da primeira vez em que Rima foi sequestrada, e ele a salvou, mas o homem não parecia lembrar-se dele.

Os homens continuaram rindo e fazendo piada da tentativa tola de resgate dele, e pareciam estar genuinamente se divertindo com isso, sem ligar para o tempo que levariam nisso. Ele nada respondeu, e concentrou-se em pensar em qual seria seu próximo movimento.

Com um movimento rápido, ele ajeitou Rima atrás das suas costas, segurando as pernas dela ao redor da sua cintura, e os braços em seu pescoço. Ela ainda estava com os reflexos prejudicados por aquele estado de sonolência, e não se segurava tão bem nele, mas daquela forma, ele estava com a mão livre para puxar sua arma. Claro que uma pistolinha como aquela não seria páreo para tantos adversários, todos fortemente armados e com treino de combate. Mas Nagihiko não desistiria àquela altura, de maneira alguma. Estava disposto a arriscar tudo para sair dali com Rima sã e salva. Até mesmo sua vida. Mas sabia que morto, não a levaria a lugar algum, então… era melhor sobreviver.


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Notas finais do capítulo

Yoo~ queridas leitoras (e leitores? não sei...) Mais um capítulo da fic, e dessa vez ele veio mais rápido, por causa de um simples fato: a fic está chegando ao final!!! Sim, pessoas que pensaram que eu nunca na vida encerraria uma fanfic, depois de três anos, muitos hiatus, atrasos e bloqueios criativos, eu FINALMENTE vou conseguir dar um fim para uma história. Confesso que eu era uma dessas pessoas que pensava que não ia conseguir.... e ainda tem muitas outras histórias minhas que precisam de um final, mas ao menos uma delas conseguirá....

Bem, então, como eu disse... o próximo é o último... e ele está em processo de... fabricação? Bem... aguardem ansiosas!

Espero pelos seus reviews~



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