Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo númerooo...*olha para cima* 3!!!!!!!!!!!
Fiz o mais rápido possível viu?!
Aproveitem !!! n_n



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Capítulo III

— E então Rima, você acha que pode? – Amu perguntou apreensiva, esquecendo completamente da fachada fria e indiferente de sempre. Yaya também esperava pela resposta, balançando as pernas inconscientemente.

Amu havia convidado Rima para posar na sua casa, mas não tinha certeza sobre isso. Sabia o quanto o pai dela era protetor, nunca a deixava fazer nada (embora isso nunca tenha impedido nenhum dos seqüestros), e sentiria-se muito culpada caso a resposta fosse negativa.

— A-acho que sim.... – ela respondeu com a voz fraca, um pouco insegura, olhando para Nadeshiko. Só poderia se ela não se incomodasse em ir junto.

Nadeshiko sorriu, olhando para Amu como se estivesse se desculpando.

— Você se incomodaria se eu fosse também?

— Claro que não! – Amu levantou a voz algumas oitavas, num tom quase ofendido – achei que você tivesse entendido que o convite a incluía também, afinal, nós todas somos amigas, não é?

Nadeshiko retribuiu o sorriso de Amu, afirmando com a cabeça imperceptivelmente para Rima, que sorriu aliviada.

-

Rima andava de um lado para o outro no quarto, com os cabelos dourados flutuando ao seu redor e o nervosismo quase ultrapassando a fachada calma de sempre. Nadeshiko apenas assistia a cena, sorrindo como se apreciasse um filme realmente interessante.

Ao redor delas inúmeras roupas espalhadas, e uma mala aberta e vazia no centro do quarto. Rima cansou de andar em círculos e finalmente parou, ao lado da mala, olhando fixamente para Nadeshiko, que escondeu o sorriso.

— O que eu devo fazer? – perguntou, segurando-se para não parecer desesperada.

Nadeshiko apenas levantou da cama, onde estava sentada e andou pelo quarto, em silêncio, juntando algumas peças de roupa aqui e ali. Por fim, colocou tudo em uma mochila pequena que estava em algum lugar do closet e estendeu para a garota que a fitava curiosa e incrédula. Conteve o sorriso presunçoso que novamente quase escapou.

— Só isso?

— Claro! Rima-chan, você não vai se mudar para o exterior, é só uma noite!

— Aaah... eu já sabia! – ela levantou a cabeça com arrogância, ainda que seu rosto enrubescido a denunciasse.

—Não se preocupe, Rima-chan, vai dar tudo certo.

De fato, não havia mais motivos para preocupação. O mais difícil seria mesmo convencer o pai de Rima a deixá-la passar a noite fora, mas Nadeshiko havia conseguido isso em apenas 10 minutos de conversa a sós com Mashiro-san. O poder de persuasão dela era incrível, e Rima ficou imaginando como seria se ela também pudesse sempre convencer seu pai de certas coisas, apesar de em nenhum momento demonstrar a admiração pelo feito.

-

Rima voltou para o quarto de Amu, vestindo a camisola rosa cheia de babados que havia trazido consigo. Na hora achou que era muito exagerado, mas a peça, de certa forma, combinava perfeitamente com ela. Havia recém saído do banho, e entrou no quarto de Amu - que estava com o chão preenchido de cobertores - exalando perfume de flores, com o rosto levemente corado por causa da água quente.

— Agora sou eu. Com licença – Nadeshiko levantou-se do futon, onde estava sentada com as outras e depois de pegar algumas peças de roupa e uma toalha, rumou para o banheiro.

— Ela parece uma garota legal! Vocês são amigas há muito tempo? – Amu tentou puxar assunto, logo depois que Nadeshiko deixou o quarto.

— Na verdade, eu a conheci logo que ela veio morar na nossa casa – Rima respondeu sinceramente – e ela é uma ótima garota – acrescentou lembrando-se da noite anterior, onde tinha desabafado e sido confortada por ela.

— Ela com certeza deve ter um namorado! É tão bonita – Amu exclamou sonhadora, pensando consigo mesma que gostaria de ter um também. Pediria por detalhes à garota mais tarde, afinal, experiência alheia nunca é demais.

— E a sua mãe, Amu-chii? – Yaya perguntou, no intervalo entre uma mordida e outra no bolo que comia. Era realmente estranho ver a casa de Amu tão vazia e silenciosa.

— Ela e a Ami estão viajando numa conferência de mães e bebês... papai foi logo depois atrás delas, por que não aguentou de saudades. Eu acabei ficando sozinha...

— Waaaa! Será que a Amu-chii convidou a gente pra dormir aqui por que tem medo de ficar sozinha? – Yaya disse acusadoramente, com o semblante de Sherlock Holmes após descobrir o mistério.

— N-não foi isso! – Amu defendeu-se, virando o rosto corado para o lado.

— Aaaaah! – um grito grave, seguido de um barulho de coisas caindo ecoou pelo quarto.

Amu levantou-se rapidamente, pegando o taco de baseball que por algum motivo estava atrás da porta, e depois de pedir com um gesto para as duas ficarem ali, andou vagarosamente corredor adentro.

Rima e Yaya olharam-se apreensivas. Yaya parecia estar à beira de fazer um escândalo, enquanto Rima tentava controlar os tremores que começavam a aparecer.  Lembranças das últimas vezes em que fora sequestrada começaram a aparecer, e ela lutava com todas as forças para fazê-las voltarem para o fundo da sua mente. Sentou um pouco mais perto de Yaya, e, de olhos fechados, aguardou.

-

Amu abriu a porta furiosamente, brandindo sua arma no ar. O grito havia vindo do banheiro, e seja lá o que fosse, provavelmente estava ameaçando Nadeshiko. Olhou ao redor, procurando o ladrão, o fantasma, o qualquer outra coisa.

O chão estava todo molhado, e os vidros e objetos do banheiro espalhados no chão, alguns quebrados. No centro, sentado no chão, examinando um joelho machucado, um garoto de cabelos compridos a encarava de olhos arregalados. Estava sem camisa, vestido apenas uma cueca preta, e os cabelos escuros estavam molhados e bagunçados. Amu levou alguns minutos para processar a situação, e perceber que o garoto tinha exatamente as mesmas feições de Nadeshiko.

Ele levantou-se de súbito, e puxou Amu pelo braço para dentro do banheiro, fechando a porta logo a seguir. Amu estava paralisada, ainda segurava o taco de baseball para cima, e olhava sem reação nenhuma para a pessoa a sua frente.

— E-eu sei que pode parecer estranho... e o que eu vou dizer é bem clichê, mas... eu posso explicar! – ele argumentou, aparentando nervosismo, com as duas mãos abertas para frente em uma posição defensiva.

Amu baixou lentamente a arma, evocando sua personalidade fria para tratar da situação com indiferença. Assim seria mais fácil, concluiu.

— Certo, explique-se – ela segurou o taco como uma bengala, e encarou o garoto, impassível.

Ele suspirou, escolhendo as palavras certas, e com uma voz calma, começou.

— Meu nome é Fujisaki Nagihiko. Eu fui contratado como segurança pessoal da Mashiro-san – ele avaliou a reação da sua platéia por alguns segundos, e percebendo o mesmo sangue-frio de antes, continuou – você sabe que ela já foi sequestrada inúmeras vezes, e seu pai estava muito preocupado, e...

— Eu entendo, continue – ela interrompeu, sem flexibilidade alguma na voz.

— Como você pode ver – ele apontou para o peito nu com o polegar – eu sou um garoto. O pai de Mashiro-san impôs uma única condição no contrato, e essa era que a segurança deveria ser feita por uma garota, por motivos bem óbvios, mas não há ninguém assim, no momento. E por causa disso, bem... eu tive de me vestir de garota...

— O pai dela sabe...?

— Sim, e foi ele quem ordenou. Disse que em hipótese alguma Rima deveria saber, e que se eu me aproximasse mais do que o necessário da filha dele...

— Sempre achei que o pai da Rima não se importasse com ela dessa maneira.

— Ele a ama muito, apesar de não saber demonstrar.

— Eu entendo – Amu fechou os olhos, segurando a fonte do nariz entre o indicador e o polegar - suponho que você queira que eu guarde segredo?

— Seria bom... – Nagihiko sorriu suplicante.

— Fique tranquilo, eu não vou dizer nada. Tudo isso... é bem estranho, mas perfeitamente compreensível. Só peço que... proteja a Rima, OK?

— Com a minha vida. – a voz de Nagihiko soou firme e grave, e seu rosto não transpareceu nem mesmo por um único segundo qualquer tipo de incerteza. Amu sorriu em resposta.

— A-amu? Você está aí? – a voz trêmula de Rima pode ser ouvida do outro lado, acompanhada por batidas fracas na porta. Nagihiko e Amu se sobressaltaram por um momento.

— E-eu estou bem! – Amu tentou explicar, olhando para Nagihiko pedindo por ajuda. Ele vestia rapidamente o pijama cor-de-rosa, ao mesmo tempo em que amarrava os cabelos úmidos num rabo-de-cavalo alto – Nadeshiko-san escorregou na água e derrubou algumas coisas, foi só isso.

— Ela se machucou? – a voz de Rima estava alarmada.

— Não. Mas não entre aqui! – ela apressou-se em dizer, ao perceber que Rima já estava virando o trinco para entrar. Nagihiko ainda estava atrapalhado com as roupas, seria terrível se Rima o visse nessa situação. – a...o...tem cacos de vidros por todo o chão! Não entre!

— Certo... vou avisar a Yaya que não aconteceu nada, ela está embaixo da sua cama...

Amu soltou o ar que segurou inconscientemente, se recompôs, e olhou para Nagihiko, que agora já havia voltado a ser Nadeshiko por completo.

— Eu vou arrumar algo para comermos agora, você poderia arrumar as coisas por aqui?

— Claro – ela sorriu, prestativa. Amu estranhou um pouco aquela voz suave, depois de ter acabado de conversar com essa mesma pessoa com uma voz tão masculina, mas apenas deixou isso para lá, se pensasse muito no assunto, iria acabar enlouquecendo.

-

A noite havia sido longa, e muito divertida também, todas foram dormir bem tarde. No dia seguinte, Amu foi a primeira a acordar. Já era quase meio-dia.

Olhou ao redor, esfregando os olhos, levemente confusa. O quarto estava bastante bagunçado, com comida, jogos, travesseiros por todos os lados, mas nada que merecesse preocupação. Bocejando, tirou a carta de Uno que estava grudada na bochecha e procurou pelas amigas. Yaya estava no futon ao seu lado, dormindo abraçada em um coelho de pelúcia.

Rima e Nadeshiko estavam nos futons do outro lado. Amu sorriu ao ver a maneira que dormiam.

Nagihiko abraçava Rima, com a cabeça apoiada na curva de seu pescoço, enquanto a garota permanecia alheia a esse fato. Amu sorriu, e por um momento pareceu entender tudo perfeitamente. Aproximou-se sorrateiramente e afastou os dois sem que acordassem, mesmo que não quisesse realmente fazer isso. Seria ruim se Rima visse isso, por que apesar de representar muito bem seu papel, Nagihiko parecia bastante masculino em quanto dormia, ela poderia desconfiar.

Enquanto ia até a cozinha preparar o café-da-manhã, pensou em um instante que algo não acabaria bem. E pediu intimamente que Nagihiko fizesse as coisas da maneira certa, sem se apressar. Por fim, acabou sorrindo. A cena que acabara de ver com certeza era muito fofa... e de qualquer forma, Rima parecia o tipo de pessoa que invariavelmente tem um final feliz, e Amu realmente queria acreditar nisso, e apenas nisso.


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Notas finais do capítulo

Waa! Minna, não se esqueçam dos reviews!!!