Shiroi Tsubasa escrita por Shiroyuki


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic NagixRima... eu amo eles dois, e já tava querendo escrever uma fic deles a bastante tempo... e, bom... aqui está!
Espero realmente que gostem, boa leitura!



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Se eu escolher um desejo agora, para se tornar realidade

Eu desejo um par de asas

Por favor, concedei-me asas brancas

Nas minhas costas, como um pássaro

No vasto céu eu quero

Abrir minhas asas e voar

No céu, onde não há tristezas

Quero bater as minhas asas e subir bem alto

— Seu pai está chamando, Rima-sama – a secretária, de cabelos perfeitamente alinhados e postura ereta, anunciou com um tom solene, sem fitar nenhum ponto específico. As cores alaranjadas do por do sol entravam pela grande janela atrás dela e iluminavam o enorme quarto decorado em lilás e branco.

A garota suspirou pesadamente ao ouvir o chamado. Largou na cama o livro que estava lendo e levantou num delicado salto. O gesto fora automático, há tempos ela havia aprendido a se portar como uma dama, e nem mesmo indagava mais o porquê de ser assim. Andou até a porta, em passos rápidos, ao mesmo tempo em que ajeitava o vestido cor-de-rosa com babados, alinhando-o cuidadosamente, e jogando os longos e ondulados cabelos atrás das costas.

Sabia perfeitamente como se comportar e de que maneira deveria agir nessa situação. Era um dos raros momentos em que seu pai resolvia agir como tal, reservando alguns minutos do seu precioso tempo para a filha. Caminhou pelos extensos corredores, seguida de perto pela secretária. Após atravessar a mansão e pegar o elevador, ela chegou até uma ante-sala, discretamente decorada, com uma enorme porta na parede mais afastada. Rima tremeu, como sempre acontecia ao chegar perto daquela porta.  Respondeu educadamente ao bom-dia da secretária sorridente que estava na mesa logo ao lado, e, respirando fundo, entrou pela porta que foi aberta para ela.

Do outro lado, cercado por pilhas de papéis, e por um ou dois assessores de semblante cansado, estava seu pai, seriamente concentrado. Como já era de hábito, Rima sentou na cadeira à frente a mesa imponente, e esperou seu pai terminar o que estivesse fazendo, ou ao menos notar sua presença. Depois de quase vinte minutos, ele dispensou os assessores e a secretária.

— Ah! Sim, Rima, você está aqui – ele começou, guardando alguns papéis – tenho assuntos importantes para tratar, e por isso, marquei uma hora com você, hoje.

Rima sorriu, não por que estivesse exatamente com vontade de sorrir, mas apenas seguindo o protocolo.

— Eu tenho estado muito preocupado com você, querida – ele olhou-a pela primeira vez, apoiando o queixo nas mãos entrelaçadas, com uma ruga de estresse aparecendo entre os olhos – Todos aqueles incidentes... imagino que você esteja tendo progressos com a psicóloga...? – ao constatar a pequena afirmação com a cabeça da filha, ele continuou – isso é ótimo. Então, como eu dizia, eu estou realmente preocupado, e é inaceitável que isso continue a acontecer. Sei que eu demorei a tomar essa decisão, deveria ter feito isso há muito tempo, teria evitado tantas coisas, mas enfim... o que quero informar, é que apartir de hoje, você terá um segurança particular, apenas para você.

Rima continuou calada, sem esboçar reação. Havia ficado bastante surpresa, sim, mas conteve as emoções. Ela já estava bastante acostumada a seguranças, sempre a levavam e buscavam na escola, e, nas raras vezes que tinha permissão para sair, sempre era acompanhada por alguns brutamontes bombadões, mas nunca teve de fato, um segurança por 24 hrs por dia, que estivesse com ela onde quer que ela fosse. Na escola, por exemplo, ela estava sempre completamente sozinha, e quando estava em casa, também.

— Espero que entenda – o pai encerrou a conversa. Sim, ela entendia. Era um problema que ela fosse sequestrada cada vez que tinham a chance, e eram problemas maiores ainda os resgates exigidos e as aparições na mídia – Eu pedi que tudo fosse feito da maneira mais cômoda a você. O segurança tem sua idade,  poderá lhe acompanhar na escola, mas teve um treinamento rígido e eficaz, e é perfeitamente capaz de executar suas funções. Fujisaki-san, entre, por favor.

A porta se abriu novamente e por ela surgiu uma figura. Era uma garota, alta, magra e muito bonita, com longos cabelos escuros amarrados num perfeito rabo-de-cavalo. Seus olhos dourados transmitiam disciplina e seriedade. Vestia um blazer preto simples, com camisa branca e uma gravata, e uma saia de pregas de tecido pesado e cinza. Rima avaliou-a por alguns instantes, com a face sem expressões, e voltou seu olhar para o pai, aguardando instruções.

— Podem ir agora, eu tenho muito trabalho por aqui.

Rima dirigiu-se para o caminho de volta ao quarto, com a silenciosa garota no seu encalço. Tentou a todo custo sufocar a curiosidade e a surpresa por ser uma garota, de aparência tão frágil e delicada, a sua nova guarda-costas, mas poucos minutos depois de sair da sala do pai, ela desistiu de se conter. Ela virou-se subitamente, com as faces levemente vermelhas, ainda que mantivesse intacto o semblante de superioridade.

— Anh... Fujisaki-san... não é? Eu... –

— Pode me chamar de Nadeshiko, Mashiro Ojou-sama – interrompeu a garota, com os olhos inexpressivos mirando a parede logo atrás.

— Certo então... Nadeshiko-san, mas você também, não seja tão formal, é desagradável – Rima voltou a caminhar, já se sentindo à vontade o bastante para dar algumas ordens – Eu gostaria de saber por que você é uma segurança, quer dizer... você é uma garota... e eu não conheço muitas... bem, não conheço nenhuma segurança assim... tão nova e tudo mais...

— Eu venho de uma família tradicional, que valoriza suas tradições e as segue fielmente. O clã Fujisaki tem uma longa linhagem de lutadores que utilizam suas forças para proteger e guardar, e como filha mais velha eu devo seguir esses preceitos – Nadeshiko discursou brevemente, o que pareceu a Rima como um discurso ensaiado.

— Entendo... E você vai dormir aonde? – Rima indagou, ao chegarem à frente de seu quarto.

— Aqui. Onde mais seria?

— É claro...  – a loira suspirou baixinho, voltando para a cama e para o seu livro. Não havia percebido até agora que acabaria perdendo totalmente sua privacidade depois disso. Bom, pelo menos é uma garota... Pensou – Você não vai sentar? – ela perguntou rispidamente logo depois, sentindo-se irritada ao notar que a garota permanecia em pé ao lado da porta, em posição de vigília.

Nadeshiko surpreendeu-se com a pergunta, sentando-se então na poltrona mais próxima. Após alguns minutos de intenso e perturbador silêncio, Rima percebeu que não conseguiria continuar a ler.

— Olha só, eu acho que a gente vai passar bastante tempo juntas a partir de agora... então é melhor você agir mais naturalmente, entendeu?

Nadeshiko a fitou, com intenso interesse, como se estivesse ouvindo uma história interessantíssima ou os conselhos de um sábio. Obviamente não ouvia uma só palavra do que Rima dizia.

Rima estava começando a ficar seriamente irritada. Levantou-se bruscamente da cama, e colocou-se na frente da garota, com as mãos na cintura e as bochechas coloridas de vermelho. Parecia com uma criançinha mimada que não ganhou o brinquedo que queria, e esse pensamento fez Nadeshiko sorrir minimamente.

— Eu não aguento esse tipo de coisa! Seja mais... sei lá, natural!!! Não fica agindo feito um robô desse jeito!!! – Rima gritava, agitando os braços expressivamente. Toda a imagem de garota séria e comportada estava se abalando seriamente – Isso me irrita! Eu não vou ficar te dando ordens, nem nada do tipo, então vamos ser amigas, ouviu bem?

— Isso foi uma ordem, Mashiro-sama? – Nadeshiko perguntou polidamente. Não conseguiu conter um pequeno sorriso logo depois.

— Claro que foi! – Rima retribuiu o sorriso – Amigas, então? – estendeu a mão para frente, insegura.

— Acho que não existe nenhuma outra opção – Nadeshiko levantou-se e segurou a pequena mão a sua frente, sorrindo um pouco mais.

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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam, heein? *---*
Espero que tenham gostado n_n e todo mundo que leu, deixa um reviewzinho, viu?!Não dói nadinha!