Ride escrita por Ailish


Capítulo 1
Ride - único


Notas iniciais do capítulo

Nyuu_d, minha linda!
Desculpe a demora, mas estava sem tempo para fazer a revisão na fanfic, mas graças ao Merlin dos magos consegui uma brechinha para mexer na net.

É algo bobinho, mas espero que goste.

Feliz aniversário(atrasado ;*), amo-te.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/136778/chapter/1

Mariko não estava aguentando ficar sem notícias confiáveis sobre Yumi, então a melhor coisa que poderia fazer era ir visitar a amiga. Não que não confiasse nela, mas sabia que aquela ruiva era tão orgulhosa a ponto de não dizer que estava passando por alguma dificuldade, ou coisa do gênero. Então disposta a encontrá-la, pegou o primeiro avião e seguiu para tão cobiçada Academia Cross.

O grande problema era que, Mariko não sabia como chegar lá, e não iria pedir informações para Yumi, porque ela não iria falar, óbvio. Após descer no aeroporto, pegou o trem e seguiu para aquela cidade incumbida pelo tempo devido as suas arquiteturas antigas, estilo vitoriano. Realmente muito diferente das coisas que se via em Tóquio.

– Para que lado devo ir? – a loira parou em ponto de ônibus perto da estação, observando com cuidado uma gigantesca lista de linhas de ônibus e seus horários. Algo que não adiantava muito para quem não era dali.

É, precisava pedir informação a alguém, porém estranhamente aquela rua parecia deserta, exceto por uma limousine negra que se aproximava. Mariko desceu do cordão da calçada sinalizando com as mãos para que o veículo parasse. O motorista baixou o vidro fumê mergulhado por uma expressão cansativa, e perguntou:

– O que foi garota? Está perdida?

– Eu gostaria de saber como faço para chegar à Academia Cross.

Academia Cross, aquelas palavras pareciam ter ecoado na cabine pairando sobre a mente adormecida de Kain. O ruivo interessado tombou o corpo um pouco para o lado tentando observar que tipo de pessoa estaria ali pedindo informações, infelizmente, por causa da película estava difícil de ver.

Akatsuki interrompeu o as coordenadas do motorista, e baixou o vidro da janela para falar com a mulher.

– Eu estudei na Academia Cross, posso lhe mostrar como chegar lá.

Mariko se aproximou da janela e esperou pacientemente que aquele rapaz dissesse logo como chegar lá, mas algo estranho aconteceu. Ao olhá-lo nos olhos âmbar, sentiu-se consumida de uma maneira incrivelmente anormal, como se fosse hipnotizada por aquela bela face.

– Hum... – ele murmurou observando as malas que a loira carregava. – Pelo visto você está com muita bagagem para ficar andando de ônibus ou a pé por ai. Não quer uma carona?

É claro que Mariko não aceitaria carona de um estranho, aquele cara poderia ser um maníaco, ladrão ou algo semelhante. Mas...diferente das outras situações ela gostaria de saber um pouco mais sobre aquele homem tão, digamos, esquisito, pois Mariko conseguia sentir que havia algo de diferente ali.

– Qual o seu nome? – Mariko perguntou ajeitando os óculos na face.

– Akatsuki Kain, e o seu?

– Nakayama Mariko. – apertou os olhos verdes, impondo um pouco mais a voz. – Normalmente não aceito carona de estranho, mas...

Kain sorriu elegante e abriu a porta do limousine para que a loira entrasse. Mariko entrou sem despregar os olhos do ruivo, não que estivesse interessada, mas aquele homem emitia um ar sombrio e requintado. Ele indicou para o motorista para seguir na direção da Academia, enquanto Riiko se acomodava no imenso banco de couro na frente de Akatsuki.

– Então, você é estudante da Academia Cross?

– Já fui. – disse em tom seco, voltando à atenção para Mariko. – Não estudo mais lá.

– Então já está formado? – Mariko sorriu maldosa, aprofundando o olhar nos olhos marcantes de Kain, que deixou escapar uma risadinha rouca com a última frase de Riiko.

– É, exatamente isso. E o que trás você até a Academia?

– Tenho uma amiga que está estudando lá, e ela anda um pouco estranha. – Riiko fez uma pausa ajeitando os óculos na face. – Quero vê-la.

            – Hum... Claro.

            É, Mariko não sabia que aquela academia era um lugar diferente dos demais, talvez agora não tanto, mas ainda permanecia um ou outro vampiro por lá. Kain se perguntava se essa tal amiga sabia da existência dos vampiros ou não, mas pelo visto a loira não possuía conhecimento. Bom, pelo menos até agora.

            Seguiram em silêncio por alguns minutos, Mariko não estava gostando da atmosfera pesada e indiferente que pairava entre eles. Tá certo que aquele cara era um desconhecido, mas mesmo assim aquelas atitudes isoladas de Akatsuki a incomodava profundamente. Ela não estava sendo ignorada, o assunto havia acabado, mas se sentia como uma ignorada.

            E seus olhares a cada minuto se cruzavam de uma maneira anormal, como se um espiasse o outro. Ai, isso era tão incomodo. Mariko estava ficando alarmada, pois ela queria sugar todos os gestos, olhares e atitudes do ruivo, porque ele era alguém ­– aquelas pessoas bem raras – que possuía o dom de atrair qualquer pessoa para a sua volta.

            Kain também estava se sentindo estranho, e até mais sensível ao estar ao lado de uma humana, fazia muito tempo que não ficava na presença dessa raça tão interessante. Ele podia escutar claramente o coração da loira bater, a corrente sanguínea oscilar, e aqueles intensos e misteriosos olhos verdes cheios de vida lhe tirarem momentaneamente daquela limousine de Kaname.

            Fora um erro aquela carona.

            Ou nem tanto, pois Kain estava gostando de ser encarado por aquela mulher de personalidade forte. O grande problema era que aquela situação estava estimulando lentamente o seu lado vampiro. Um lado muito íntimo que somente Ruka conseguiria despertar nele, algo que, infelizmente, somente Kaname Kuran havia se dado o luxo de usufruir.  

            – Um morcego. – Mariko olhou sem muita emoção para o animal que bateu contra o vidro do limousine umas duas vezes. – Deve haver muitos por aqui, né? O clima é muito fechado e frio.

            – Nakayama, você está enganada. – Kain ergueu a mão na direção da loira, deixando-a parada alguns centímetros diante dos olhos. – Aquele não era um morcego normal, era um vampiro.

            Mariko ergueu uma das sobrancelhas não acreditando em nenhuma palavra que o ruivo disse, afinal vampiros não existem. Qual era o problema daquele cara? Ele parecia tão sério, e com aquela mão no alto dava até um pouco de medo.

            – Ah, claro. Vampiros, já entendi. – Ela empurrou os dedos de Kain para trás. – Já pode abaixar as mãos.

            Kain deixou uma pequena fagulha de chamas surgir nas pontas dos dedos, o que arrancou um gritinho de pavor em Mariko. – Não estou mentindo, acredite.  – Girou a mão deixando o fogo percorrer como manta do punho até a ponta dos dedos. – Aquele morcego era uma das criaturas de Kaname Kuran.

            Imobilizada pelo pequeno espetáculo de Akatsuki, Mariko quis se atirar pela janela e sair correndo o mais rápido possível daquele automóvel. Talvez a longa viagem havia lhe afetado, e estaria alucinando devido ao sono, ou a fome. Aquilo não poderia ser realidade, não mesmo.   

            – Pare o carro! Eu quero descer! Agora! – A loira deslizou o traseiro pelo banco, aproximando-se de uma das portas laterais. – Eu quero descer!     

            – Não é seguro.

            – Não é seguro? – ela esbravejou, encolhendo os ombros. – Eu estou numa limousine com um maluco que se diz vampiro e que solta fogo pelos poros, e não é seguro?

            Realmente, Mariko estava certa, mas o verdadeiro perigo estava lá fora e não dentro do limousine. E Kain não deixaria que alguém inocente caísse nas mãos de Kaname, pois o sangue puro já obtinha tudo o que ele mais queria. Não, ele não poderia fazer o que quisesse na sua vida, não perderia mais independente do que fosse.

            – Confie em mim. – o vampiro levou a mão em concha afagando uma das bochechas de Riiko. – Confie em mim se você não quiser morrer.

             A loira estremeceu ao sentir aquela imensa mão gelada e acolhedora envolver suas bochechas que formigavam com o contanto. Kain afastou-se e baixou o compartimento que separava o motorista do resto da limousine, e disse alguma coisa para o homem que parou o automóvel bruscamente.

            – Vamos. – ele abriu a porta, e saiu tão rápido com as malas nas mãos, que Mariko quase não o viu. A loira saiu do limousine com as pernas um pouco bambas e seguiu o ruivo pelo trajeto que ele criava entre as árvores.

            – Porque preciso fazer isso? O que ta havendo aqui? – cerrou os olhos e apertou os punhos com força. – Você vai me matar?

            – Não, só estamos despistando alguém que anda me seguindo. – ele segurou a mão de Mariko puxando-a para que andasse mais rápido. – Ninguém pode saber que estou voltando para a Academia.

            Nada, Riiko não estava entendo nada do que estava acontecendo ali. Ela queria dar um soco no meio do peito de Kain e fazê-lo parar quieto para respondê-la, mas era impossível, pois ela estava sendo arrastada por aquele cara, feito uma mãe puxando seu filho.

            – Me solta, está me machucando!

            Ele continuou a caminhar ha passos rápidos, arrastando Mariko até chegar a um lindo jardim com vários caminhos de chão de pedra. A loira parou ofegante ao lado de Akatsuki, apoiando as mãos contra os joelhos.

            – Aff... Você é um idiota.

            – Está na Academia Cross.

            Mariko ergueu-se e começou a reparar melhor no lugar, ao longe podia ver um enorme complexo de prédios, e do outro lado um imenso emaranhado de arvores que cercavam o lugar. Aquilo era enorme e surreal, mas não importava, porque teoricamente estaria na companhia de um vampiro. Ou não.  

            – Posso ver suas presas? – ela ficou na frente dele o segurando pela camisa social que estava um pouco aberta. – Só vou acreditar se eu puder ver suas presas.

            – O quê? – agora quem estava assustado era Akatsuki. Aquela mulher não estava entendendo a situação, ou estava zuando com ele, enfim. Ele curvou o corpo na direção do rosto da loira, e deixou os dentes se alongarem em forma de presas longas e pontiagudas. Mariko quis levar o dedo à boca do ruivo para verificar se aquilo era realmente verdade, mas ele estava tão próximo que Mariko começou a imaginar a dor de uma futura mordida em seu pescoço. Ela fechou os olhos e...

            Um vento gelado pairou sobre a face, bagunçando os cabelos loiros e picotados de Nakayama. Uma pessoa muito conhecida estava com uma espada erguida na direção do pescoço de Kain, empunhada contra a palma da mão da mulher de cabelos flamejantes.

            – Vampiro, o que você acha que vai fazer com a Riiko? – a ruiva berrou encostando a lâmina da espada contra o pescoço de Kain. – Vou te matar!

            – Para, louca! Ele me ajudou a chegar até aqui. – A loira correu na direção da ruiva, puxando-a pelos ombros. – Larga essa arma, Yumi!

            Yumi estreitou os olhos na direção de Riiko, embainhando a espada japonesa na bainha. As duas se olharam por breves segundos e logo estavam se abraçando feito duas malucas, como faziam no ensino fundamental, apesar das duas não saberem se comportar diante desses gestos. Kain deslizou as mãos pelos cabelos alaranjados, e suspirou aliviado por ainda estar vivo. Ou não, porque ele pode ver a imagem de Zero se aproximar feito um felino.

            – O que está acontecendo aqui? Ou melhor, o que você está fazendo aqui? – Zero apontou com a arma na direção de Kain, que sinalizou com o polegar na direção da loira. – Só a trouxe aqui.

            – Humn... – Zero deslizou o olhar até as duas garotas que se xingavam e riam ao mesmo tempo. Enfim, após algum tempo Yumi explicou por cima o que havia acontecido na Academia Cross, e o motivo do porque não querer Mariko ali por ser muito perigoso e tal.

            – Vamos, Yumi. – Kiryuu puxou a garota pelo ombro, apoiando-a contra o corpo. – O sensei ficara furioso com o seu atraso.

            – Eu sei! Não precisa me lembrar!– ela empurrou o vampiro para trás e puxou Mariko pelas malas. – E você vai junto, Riiko. Dá aqui essas malas que o Zero leva.

            – Espera. – Mariko ajeitou os óculos na face, e estreitou os olhos para Yumi. – Só vou me despedir do Kain, podem ir na frente.

            Yumi iria protestar alguma coisa, mas Zero a puxou pelo pulso levando-a na direção dos prédios da Academia. Mariko cruzou os braços e se aproximou de Kain, o analisando bem de pertinho.

            – Aquela hora... você iria me morder?

            – Não. – Kain deixou um pequeno sorriso estampado sobre os lábios. – Eu sou fiel ao meu verdadeiro amor.

            – Então vou ficar sem acreditar em vampiros por um bom tempo. – Mariko sorriu animadamente, e fez um aceno qualquer com as mãos despedindo-se de Akatsuki que continuou imóvel observando a garota seguir o casal a frente que berrava e se batia.

            – Talvez um dia você acredite, Mariko.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que achou? To tensa, to com medo, eu fiz com muito amor, espero que tenha gostado!! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ride" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.