O moreno rodou a aliança dourada no dedo anelar, o ouro com certeza não era tão pesado quanto o sentia, onde quer que esteja ele sentia o peso de sua mentira, de sua fraqueza, e como pesava!

Retirou o anel do dedo e leu o nome deles gravado na parte de dentro do metal.

Sasuke&Sakura, tentou lembrar-se da fisionomia da esposa mais não conseguiu, esforçou-se mais um pouco, talvez lembrasse do sorriso que ele tanto apreciara, mas novamente a imagem não se formava.

Sem sombra de duvidas ele não a amava, nunca seria capaz de amar, por que Uchiha Sasuke não sabia o que era o amor. Nunca sentira, Nunca vira, e nem tocara.

Pra ele, o amor não existia mais ele acreditava que com o tempo acostumava-se com a pessoa e junto com isso viria o medo de perdê-la. Mas com ele, esse medo nunca viera, talvez pelo simples fato de saber que ela sempre estaria de volta, independente do que fizesse ou do que dissesse independente dele voltar com cheiro de perfume feminino barato impregnado na roupa, ou de achar marcas de batons variados nos colarinhos de suas camisas. Mesmo sabendo que o perfume, os batons e os horários extras não eram dela, e sim de outra vagabunda qualquer, ou de varias vagabundas. Ela sempre estaria ali, com ele, por ele!

Muitas vezes teve de levá-la pra o quarto adormecida, pois ela sempre o esperava na sala, certas vezes isso o irritava, então invés de levá-la para quarto a acordava, e os dois discutiam.

Não existia “nós” era sempre “você”, “eu” ou “eu e você”, mas nunca nós!

Depois de um certo tempo ela também parara de gritar ou proclamar o “nós”. Nós não existíamos mais.

Eles eram duas pessoas acostumadas uma com a outra. Ele e ela!

Suas discussões sempre acabavam do mesmo jeito, dois corpos exaustos e suados na cama após uma longa noite de sexo selvagem. Talvez em certos momentos ela fizesse amor, mais pra ele era apenas sexo, sempre sexo.

A situação se complicava cada vez mais, cada noite mal dormida esperando que ele chegasse era desgastante, ela sabia que Sasuke a traia, mais não queria enxergar que tudo tinha chegado ao fim. Tudo, se é que alguma vez tivesse existido algo, ou se alguma vez tivesse existido o “nós”, não apenas ele. Sakura com certeza o amava, e muito, ela ainda o amava, mais a dor de velo partir não a deixava abrir os olhos pra realidade.

O rosto pálido e cheio de olheiras da jovem Haruno olhava mais uma vez para porta e esperava o Uchiha atravessá-la, seus olhos estavam pesados, seria mais uma noite mal dormida, cansativa, fria e dolorosa no sofá da sala. Mas dessa vez ela não dormiria. Ela esperaria que o moreno atravessasse por aquela porta e eles tivessem mais uma briga e mais sexo.

Cinco anos, cinco longos anos jogando sua vida pro alto por causa dele.

Seu sonho, sonho realizado mais não apreciado. Talvez ela tivesse mesmo acabando com sua vida, talvez ela devesse mesmo acabar com tudo.

“E jogar seu amor de infância pros ventos? Pras vadias?” a consciência da rosada sempre a alertava, e ela sempre a escutava, sempre a emoção e nunca a razão. Talvez tivesse mesmo na hora de mudar as coisas. “MEU amor de infância, você tem razão, e não o dele, o amor de Sasuke sempre foi ele próprio, nunca eu, ou você, sentimentos são um estorvo, Sasuke sempre foi das vadias, e sempre será! Independente do que eu faça ou ofereça! Ele é do mundo e não meu! Está na hora de ouvir a razão e não o coração.”

A porta destravou e lentamente foi aberta, estava na hora de finalmente acabar com tudo aquilo...

- Me desculpe, demorei um pouco por que precisava fazer uma coisa importante. – O moreno sussurrou ao por metade do corpo para dentro do cômodo.

Desculpas e mais desculpas, era sempre assim. Sasuke mentiria pra todos, e todos acreditariam.

Antes de chegar a casa parara em uma floricultura que já estava fechando, sabia bem quem procurar. Olhou a loira atrás do balcão e sorriu para mesma, esta lhe retribuiu maliciosamente debruçando o corpo sobre a bancada e apertando os seios para que eles aparecessem melhor.

- Olá Sasuke, precisa de algo? – A loira gemeu mordendo sensualmente os lábios. O Uchiha mais novo colou-se no balcão e puxou-a pela nuca de encontro a si, dando um beijo enlouquecedor, deixando ambos os lábios inchados e vermelhos.

- Hoje não Ino, preciso mimar a Sakura para que ela não se sinta tão mal com o que está por vir. Logo vou pedir o divorcio. – Ele olhou para os dois lados e sussurrou a ultima parte, como se importasse que alguem estivesse ouvindo, logo sorriu mostrando os dentes brancos.

- Ooh! – ela pôs os dedos nos lábios fingindo-se surpresa – Coitada. – E seguiu com uma gargalhada. – Tenho uma coisa aqui.

Ele retirou o buquet de flores variadas de traz da porta e entrou na sala.

- Você merece! – o Jovem abraçou a rosada. E mais uma vez ela se deixava levar por flores e mentiras, esquecendo-se das traições e mágoas, por apenas um momento de carinho daquele que ela amava. Por que ele era seu único e eterno amor. E ela sempre estaria ao seu lado.

Vivendo uma eterna e doce ilusão.