Ação e Reação

Capítulo 4 – O novo jutsu

  Kakashi, Sakura, Shikamaru, Kiba, Sai, Neji, Rock Lee, Gai, Yamato e Ino. Tinham recebido as últimas informações da Hokage. Aparentemente, os Anbus voltaram de manhã dizendo que a segurança continua a mesma e que não tinham sinais de armadilhas.

  Tsunade lhes entregou um mapa com o roteiro completo e a localização exata do local, alertando mais uma vez eles de que poderiam ter notado algo de diferente, portanto ela aconselhava cuidado.

  Shizune não pode ir, pois precisava ajudar Tsunade com a papelada, que tinha triplicado, depois da guerra. Por isso ela mesma lhes disse que sentia muito.

  Com tudo pronto, se encontraram com Kakashi que já os esperava no portão principal. Ele parecia muito mais concentrado do que de costume.

  -Antes de irmos, - Disse ele. – eu queria dizer algo.

  -O que? – Perguntou Kiba. Ele parecia apressado.

  -Eu queria pedir calma a vocês. Se formos com pressa para cima do inimigo, vamos fazer besteira. Iremos nos cansar mais rápido durante a viagem e nos desgastaremos mais facilmente. – Todos pareciam ter entendido, mas ele precisava terminar. – Qualquer erro que cometermos, poderá resultar na nossa morte e na do Naruto.

  Aquilo pareceu ter injetado calma forçada neles. A mensagem de Kakashi pareceu forçá-los a se acalmarem na marra.

  -Vamos, então? – Perguntou o jounin.

  -HAI! – Ele ouviu todos os outros em resposta.

  -Almoço.

  Pela terceira vez Naruto escutou a mesma voz naqueles três dias lhe entregando o almoço. Era Konan.

  A moça parecia ser diferente dos outros Akatsukis. Aos olhos de Naruto, ela era uma boa pessoa. E, em geral, os olhos de Naruto não falhavam a esse respeito.

  -Por quê? – Perguntou ele, esperando que Konan se voltasse para ele. E teve resultados.

  -Por que o que? – Perguntou ela. Não parecia querer conversar muito.

  -Por que me trata como os outros? – Ele indicou com a cabeça a cozinha, onde tinha certeza de que os outros Akatsukis comiam a mesma comida que ele.

  -Não quero perder meu tempo cozinhando outro tipo de comida só para você. – Respondeu ela.

  -Se quisesse judiar de mim, seria muito mais fácil do que isso. – Disse o garoto enquanto se sentava para comer o que ela passara por um vão embaixo das grades.

  -Você não me interessa. Se morrer, a Kyuubi morre junto. – Quando Konan disse isso, quase que Naruto se convenceu, mas decidiu continuar. Tanto tempo sem conversar com alguém o fez desejar conversar com qualquer um. Até mesmo com Konan.

  -Eu não tenho tanta certeza. – Disse ele.

  -Olha, - Disse ela. – Se continuar me enchendo, eu vou começar a “judiar” de você.

  -Hm. – Foi tudo o que Naruto pode emitir, quando estava enchendo a boca cheia de fome com a deliciosa comida de Konan. – Sabe...

  Quando ela já estava indo embora, ele fez ela se voltar novamente.

  -Eu sei que não é como os outros. – Disse ele. – E também sei que não quer me ver aqui preso.

  Konan tentou responder, mas Naruto não deixou, pois continuava a falar.

  -Você faz essa comida para mim por ter peso na consciência. – Disse ele não tirando os olhos da comida. - Desse modo, ao me ver comer com tanta vontade, fica contente por ter algum motivo para por a cabeça no travesseiro a noite e não ficar imaginando o quanto eu estava sofrendo por sua causa.

  -Realmente acha isso? – Konan franziu a sombrancelha. – Se realmente é isso, então por que eu não sinto o mínimo remorso de ter extraído os bijuus de todos os outros Jinchuurikis? O que faz de você diferente dos outros?

  Naruto já tinha a resposta para isso.

  -Por que nenhum dos outros ficou tanto tempo preso. Nenhum dos outros teve que ficar perto de você tanto tempo.

  Konan se virou de modo a ficar de costas a Naruto. O garoto sentia que chegara a verdade. E isso com certeza mudaria parte do seu plano. Afinal, agora não pretendia mais matar Konan.

  Ele devolveu o prato por debaixo da grade. Os papéis de Konan o recolheram e ela só se voltou de frente para ele para poder pega-lo.

  Quando ela estava quase se virando para sair, Naruto disse:

  -A propósito, estava muito gostoso.

  Konan estava se virando. Mas mesmo assim, Naruto pode vislumbrar o sorriso de satisfação dela.

  A noite já se erguia. Embora já tivessem percorrido metade do caminho, precisavam parar. No dia seguinte, com mais energia, chegariam ao esconderijo inimigo em menos de cinco horas.

  -Kakashi-sensei? – Chamou Sakura.

  -Sim? – Perguntou ele.

  -Tem algo que Tsunade-sama lhe contou que não nos disse?

  -Tem. – Respondeu Kakashi. – Mas eu ia lhes contar agora.

  -O que? – Perguntou um animado Rock Lee, enquanto passava por eles se aquecendo.

  -Por que está se aquecendo? – Perguntou Ino, observando o quanto aquele shinobi era esquisito.

  -Porque eu e Gai-sensei decidimos que vamos à frente verificar se existem armadilhas no caminho. Dormir está fora de cogitação no momento.

  -Mas o plano era que... – Começou Ino, mas foi interrompida por Kakashi.

  -Deixe-os. Eles não vão sossegar até seguirem em frente.

  -Mas o que você ia nos contar Kakashi-sensei? – Perguntou Neji, enquanto se encostava a uma árvore.

  -Bem, pelo que Tsunade me disse, ela tinha um motivo para estar com um pouco de pressa para despachar-nos.

  -Qual? – Perguntou Shikamaru.

  -Parece que amanhã, haverá uma reunião entre todos os Akatsukis.

  -E isso é um bom motivo? – Perguntou Kiba, incrédulo.

  -Os Akatsukis, segundo informações, durante estas reuniões não aparecem nelas.

  -Como assim? – Insistiu Kiba.

  -QUER PARAR DE ATRAPALHAR?! – Perguntou Ino, brava. – Deixa ele terminar!

  -Tá bom... – O garoto ficou até sem graça com a bronca.

  -Bem, continuando, - Continuou Kakashi. – Eles não aparecem com seu corpo, durante essas reuniões. Parece que eles têm um jutsu que os permite aparecer apenas como uma espécie de holografia. Isso não nos deixa os atacar, porém, eles também ficam totalmente impossibilitados de nos atacarem.

  -E no que isso torna a nossa entrada mais fácil? – Perguntou Rock Lee.

  -Parece que nessas reuniões, os Akatsukis ficam bem longe do local da reunião, ou seja, teremos um prazo para resgatarmos Naruto sem o perigo de eles receberem reforço.

  -Mas se eles aparecerem lá, saberão que foram atacados. – Argumentou Ino.

  -Se eles aparecerem, - Disse Shikamaru. – nós saberemos que eles nos encontraram, e então teremos que nos apressar.

  -Bem, isso é tudo. – Disse Kakashi. – Rock Lee, Gai, podem ir.

  -OK! – Responderam os dois. Em seguida, sumiram na escuridão da floresta.

  -Quanto a nós, - Kakashi se voltou para os outros presentes. – vamos armar as barracas para dormir-mos.

  Todos obedeceram. Mas, ao mesmo tempo, desejavam que o dia seguinte chegasse logo.

  Naruto entrara no meio de uma crise. De raiva de Konoha. De raiva da Tsunade, de seus amigos, de todos. Depois de pensar um pouco, achara que fizeram aquilo tudo aquilo para se livrar dele.

  Depois de tudo o que fizera pela vila ela o abandonara. A carta da Hokage não era apenas uma carta feita pela Hokage. Uma carta como aquela representava a vontade de todos. Portanto, todos o queriam fora. Todos o rejeitaram. Novamente.

  Seus olhos se encheram de lágrimas. Lágrimas que selaram o seu desespero. Ele realmente achava que não estava exigindo muito. Tudo o que ele queria era aceitação. E nem isso alcançara.

  Ele pegou a carta de “Tsunade” de sua jaqueta, que já estava toda estourada. Mas a carta estava intacta. De repente lhe veio uma idéia. Ele pegou a carta e a virou. Mordeu o dedo e deu uma olhada no verso da carta. Ali ele escreveu uma carta para todos.

  Ele deixou a carta secar um pouco antes de guardá-la novamente no envelope e a guardar na jaqueta.

  Depois, todo o seu sistema nervoso se voltou para seu plano. Já tinha terminado o novo jutsu. Agora só precisava testar mais uma vez. No dia seguinte ele atacaria.

  Ele ergueu a palma da mão. Não demorou muito e surgiu ali uma criatura feita de chackra maciço. Dois segundos depois ela se transformou numa aranha. Ao lado dela, ainda na mão de Naruto, surgiu uma serpente de chackra, que foi se segurando no braço dele até estar totalmente formada.

  Naruto fechou os olhos enquanto a aranha subia pelo canto da cela e saía. Foi quando ele ativou parte do jutsu. E pode enxergar pela aranha e controlá-la à distância. Ele viu tudo. Deu uma volta pelo lado de fora da caverna entrou, vasculhou todos os cantos procurando armadilhas e, pelo corredor, entrou na cela e ficou na frente de Naruto.

  Quando o garoto desativou o jutsu, ordenou à cobra que se unisse à aranha. E foi o que ela fez. Quando as duas se fundiram, elas se tornaram um ser grotesco, com agilidade de cobra e todos os poderes de uma aranha.

  -Amanhã, - Disse Naruto. – vocês e todos os outros tipos de seres que eu fizer com meu chackra, poderão explodir.

  Depois que ele disse isso, fez um in e a “cobra-aranha” se desfez em minúsculas partículas de chackra.