Ação e Reação escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 19
Capítulo 19 - A última batalha no Time Sete


Notas iniciais do capítulo

Naruto recebeu a notícia de que terá que parar de agir em conjunto com os ninjas da vila, depois que tomar o comando da Anbu No Maki. No entanto, uma última batalha ao lado de Sakura e Kakashi o espera. O que vai acontecer? Quem será a nova Akatsuki Remanescente que irá confrontar Naruto e seu time?



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Ação e Reação

Capítulo 18 – A última batalha no Time Sete.

Naruto, Sakura e Kakashi chegaram ao local de encontro. O Uzumaki deu um passo à frente do grupo, erguendo seu rosto e levantando sua voz:

—E então? – Ele manteve a guarda alta. – Não vão aparecer?

Um segundo de silêncio seguiu-se antes de dois silvos ressoarem baixo e dois corpos tocarem o chão. Os vultos vestiam mantos e ergueram seus troncos em seguida, o mais próximo retirando o capuz que cobria sua face, deixando o rosto de Myozuke à vista, o sol batendo forte em seu rosto. Atrás dela, Naruto reconheceu Kotsuny pela altura e formato do corpo, mas ela escondia seu rosto na penumbra de um chapéu de palha.

—Parece – Kotsuny chamou a atenção para si. – que você negou a nossa proposta.

—Eu não traria companhia se tivesse interesse na sua oferta.

Ela deu um passo na direção dele. Naruto colocou as mãos nos bolsos, pensando como lutar contra as duas sem machucar seus amigos no processo. Sakura e Kakashi se aproximaram dele, prontos para começar. Kotsuny teve sua caminhada parada por uma mão que ficou em seu caminho. Myozuke.

—Por favor, Kotsuny-chan. – Naruto achou estranho o tratamento carinhoso. – Eu gostaria de ter a luta com o garoto.

Myozuke olhava para ele com desdém. O Uzumaki pensava tanto quanto podia. Pelo que vira das lutas anteriores, não achava que ela seria páreo para ele, mas o rosto dela parecia discordar disso. Era bom se precaver. Em sua memória, tentou relembrar os golpes que ela mostrara nas lutas anteriores e queria mais tempo para pensar.

Myozuke ergueu o dedo, apontando para Sakura e Kakashi, parados alguns passos atrás de Naruto. Ao perceber que estava começando, ambos pularam para frente. Kotsuny se afastou e os dois foram atrás dela.

Naruto permaneceu observando sua adversária, suas mãos nos bolsos. Myozuke sorriu maquiavelicamente. O gesto dele irritou-a. Ou ele era muito forte ou estava subestimando-a. Ela sacou uma kunai e avançou. Quando estava a dois metros dele, ela saltou para frente e tentou golpeá-lo. Ele inclinou o corpo para a direita e desviou com o lado da proteção de metal em sua testa. No meio do movimento ela virou o pulso e aproveitou a kunai para mirar na parte anterior da cabeça dele. No momento em que a lâmina tocou os cabelos de sua nuca, o corpo dele desapareceu, dando lugar para um tronco de madeira.

Ela tocou o chão com as duas pernas e, ao entender o que acontecera, sentiu uma shuriken atingindo-a pelas costas. O golpe empurrou seu corpo para frente e sangue escorreu pelo canto de seus lábios. A voz do Uzumaki veio do espaço atrás dela:

—Parece que eu te superestimei. Você não é metade da kunoichi que imaginei que era.

Ela sentiu então o volume de chackra que ele carregava. Em sua mente, calculou as chances de sua vitória e entendeu o motivo pelo qual Kotsuny não ter insistido em lutar contra ele.

—Eu vou realmente matar você. – Ela se voltou para ele e seu rosto contorcia em um acesso de cólera.

Em sua mente, ela compreendia o motivo do interesse e seu chefe pelo garoto. Ele não era normal. Na sua mente, ficou claro que, se queria continuar, teria de agir logo.

Ela fez cinco selos, murmurando maldições de raiva para o oponente. Seu braço, depois disso, começou a se contorcer, a pele achatando e esticando. Seus dedos se uniram, sua carne endureceu e, ao fim de sete segundos, tornara-se uma grande espada. Naruto analisava friamente o jutsu, interessado. Seus lábios torceram num sorriso de canto.

—Eu não acredito. – Ele tirou uma das mãos do bolso e coçou o queixo. Ela não entendeu a reação e ele resolveu explicar, pois, aos seus olhos, a partida ficava mais simples a cada momento. – Eu quero dizer que não acredito que você está prestes a usar contra mim um jutsu que eu mesmo criei.

Myozuke arregalou os olhos, encarando a imagem do garoto de cabelos loiros e olhos azuis. Em sua mente, as memórias das histórias que iniciaram há alguns meses estavam gravadas em brasas.

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Existe, no país do fogo, um homem que se denomina “Kihon Shitsu Kage”. Esse homem, diz-se, encontrou em suas andanças um jovem que tinha consigo uma quantidade grotesca de chackra e ótimas habilidades ninja.

O Kage se chamava Yonmy e fez um desafio ao jovem: Uma batalha. Se ganhasse, o garoto receberia por recompensa o título de “Fuuton Kage”. Caso perdesse, o garoto viraria um de seus escravos. O desafio foi aceito.

A batalha aconteceu e Yonmy ganhava por uma frágil vantagem, quando o garoto liberou um poderoso jutsu, incontrolável. O equilíbrio da luta foi quebrado e, caso os escravos de Yonmy não intervissem, talvez ele terminasse morto.

O jutsu utilizado pelo garoto foi realizado por meio de um ritual: Primeiro, o garoto era encoberto com uma espécie de manto com duas caudas, que conferia ao usuário o aspecto de uma besta-fera. Em seguida, o garoto reunia uma grande quantidade de chackra no peito, para depois liberá-lo de uma vez em uma rajada de vento que, ao atingir o inimigo, cortava sua circulação de chackra e impedindo-o que realizasse qualquer jutsu.

Depois, aproveitando o chackra liberado pelo manto, o garoto avançava para o oponente, visando acabar com ele antes de sua circulação de chackra ser restabelecida. Ao fazer isso ele ganhava diversas lutas em um movimento.

Depois de analisar a forma do manto do garoto e constatando a alteração de sua aparência, Yonmy decidiu alterar o título designado ao jovem que o derrotara. Aquele manto, ao cobrir seu rosto, dava-lhe um focinho vermelho e as duas caudas, unidas à posição animalesca do usuário, criou o nome Yoko no Fuuton. Esses primeiros acontecimentos tiveram lugar há um ano e oito meses. Depois disso, o Yoko no Fuuton apareceu em diversas importantes nos meses seguintes. Entretanto, ninguém nunca soube seu nome ou viu seu rosto, pois utilizava uma máscara Anbu da vila da pedra.

Tal anonimato gerou uma dúvida sobre sua existência e, há aproximadamente um ano, apareceu um pergaminho com alguns novos jutsus descritos, com a assinatura, agora, dessa “entidade”. Entendeu-se então que ele queria que ninguém duvidasse de sua existência.

Myozuke sentira-se atraída por um dos jutsus desse pergaminho e treinou arduamente um deles. Ao conseguir executá-lo, voltou a procurar informações sobre esse Yoko no Fuuton e tentar entender quem era essa pessoa. Isso aconteceu há seis meses. Foi quando ela descobriu que ele desaparecera e tudo o que restou dele foram histórias.

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Myozuke olhava atônita para o garoto à sua frente. Ele não parecia musculoso ou ter um grande arsenal de habilidades. Não parecia muito forte ou muito fraco. Pior: Ele não parecia mentir. Com o braço transformado, ela avançou, tendo por única esperança o pensamento de que ele não era quem dizia ser.

—Não minta para mim!

Ela usou seu braço para golpeá-lo na horizontal. Ele ergueu o braço e uma dor incontrolável tomou conta de Myozuke. Num instante ela fechou os olhos e começou a gritar. Ela demorou a entender que a dor tinha origem no braço que tinha transformado. Ao olhar para ele, ela entendeu que quando erguera o braço, Naruto fez com que a transformação tomasse o sentido reverso, voltando a ser seu braço de sempre, mas de uma maneira brusca e dolorida. Seus músculos se contorciam e os ossos se chocavam, enquanto a pele esticava, acelerando o processo.

Ela caiu, torcendo o corpo. Naruto retirou a espada da bainha e ela forçou seu corpo a obedecer a seus comandos, levantando com a dor lancinante atrapalhando seu raciocínio. Queria continuar lutando, independente de suas chances.

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Kakashi ofegava. Sakura, ao seu lado, pressionava a mão contra o abdômen, contendo um sangramento. A dor a obrigava a curvar de dores. Kakashi decidiu correr mais riscos para ter melhores chances de atacar.

Com o canto do olho viu Kotsuny sair da cortina de poeira à sua frente, com uns poucos arranhões em seu pescoço. O chapéu nem mesmo tinha caído de sua cabeça.

O jounin pulou na direção de uma árvore, lançando kunais na inimiga. Ela, por sua vez, rebateu-as, realizando selos rapidamente enquanto corria na mesma direção que ele.

—Katon, Housenka no Jutsu!

Da boca dela saíram várias pequenas esferas de fogo. Kakashi desviou delas, mas foi surpreendido pela própria Kotsuny surgindo às suas costas, enfiando uma kunai nele. No momento seguinte ela percebeu que era uma cilada. O clone dele desapareceu e uma mão surgiu da terra, puxando-a pelo pé para dentro do chão, devagar.

Sakura percebera o truque a adiantara-se. Ao perceber Kotsuny presa ao chão, juntou o chackra que podia em seu punho. Kotsuny cuspiu diversas esferas junto da mão que a puxava e conseguiu parar o avanço de seu “enterro”, além de desviar com um movimento de seu tronco do golpe de Sakura, que pulara em sua direção e estava mais lenta por conta de seu ferimento.

Sakura não queria perder a oportunidade. Ao passar pela inimiga, golpeando de cima para baixo e perceber que ela esquivara, a kunoichi apoiou o braço no chão, usou o peso de seu corpo para girar de cabeça para baixo e, com a perna no ar, carregou o pé de chackra, concentrando força em uma pancada.

Kotsuny tentou proteger-se com os braços em formato de “X”, mas não fora o suficiente. Parte do impacto descarregou-se nos braços, mas boa parte não foi absorvida e se espalhou por seu corpo, soltando seu corpo da terra e jogando seu corpo longe.

Kakashi saiu da terra e olhou para o local onde a inimiga caíra. Ela, por sua vez, não se daria por vencida com tão pouco. Percebeu que seus braços foram quebrados, mas o restante do corpo estava em condições utilizáveis. Levantou-se e percebeu que seu chapéu de palha caíra. Seu rosto estava exposto ao sol. Sua aparência espantou Kakashi. Aquele não era a face de um monstro. A garota não tinha feições deformadas. Nem o rosto queimado, imperfeições ou buracos defeituosos.

Era um rosto perfeito. Nariz bem modelado, lábios carnudos e olhos azuis, combinando com o cabelo loiro cacheado. Não era um rosto tradicionalmente atribuído a uma vilã.

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Tsunade batia os dedos na mesa do escritório, em uma vã tentativa de conter o nervosismo. Não completavam dez minutos que Naruto, Sakura e Kakashi partiram. Ela estava ansiosa ao ponto de sair pessoalmente para ir atrás deles. Em sua mente, sabia que Naruto podia estar morrendo de raiva dela e se odiava por não ter nada que pudesse fazer quanto a isso, mesmo sendo a Hokage. As regras eram claras como água. Naruto tinha que ficar escondido e a história fizera questão de comprovar isso.

O último antes de Naruto a estar na mesma situação fora o Yondaime. Ele, antes de ser Hokage, sofreu um atentado pelo próprio clã Hyuuga e nunca conseguira provar isso porque os corpos dos atacantes sofreram autodestruição, quando a circulação de chackra em seus corpos parou. Ela não deixaria Naruto correr um risco parecido.

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Neji caminhava nervosamente dentro dos domínios do clã. Passara mais de cinco vezes em frente à casa da família principal, agora pertencente ao primo de Hyashi, Hokuda Hyuuga, que assumira o posto de líder até que Hanabi tivesse idade para assumir.

Em sua mente, porém, não havia espaço para pensar no trono da família principal. Sua preocupação era com os planos de todos ali.

Planos sombrios o bastante para fazê-lo pensar se não era hora de agir contra algumas de suas crenças mais arraigadas.

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Naruto via a adversária se erguer. Não tinha pressa. Em sua mente, a batalha estava ganha. Por isso desembainhou sua espada. Sabia o que precisava fazer. O que ela faria. Precisava apenas pensar no que ele próprio faria alguns anos antes ao ficar naquela situação.

Ela viria para cima sem pensar nas suas ações, em uma última tentativa desesperada.

Aquele pensamento estava certo. Ela abriu os braços e jogou seu corpo para cima, preparando-se para golpeá-lo. Naruto fechou os olhos e empurrou seu corpo para frente no momento certo. Ela tentou golpeá-lo, mas um movimento com o ombro fez com que sua kunai passasse ao lado do corpo dele. E, simultaneamente, a espada dele enterrou-se na altura do peito dela, escorregando na carne até a base da espada.

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Kakashi calculou quanto tempo precisava para preparar um chidori. Mais dois minutos. Sua única esperança era que Naruto viesse ganhar algum tempo.

Ele olhou para os lados. Não havia sinal de chackra do ex-aluno. Ele precisava segurar ela por enquanto. Um lance de olhos rápido por entre as árvores indicou um pequeno deslocamento entre as folhas. O bastante para ele perceber que não era o alvo. E que o ataque estava próximo.

—Sakura! – Cinco segundos para ela atacar. – Saia daí!

4 Segundos.

Ela olhou rapidamente para Kakashi. Não parecia ter escutado o que ele dissera. 3 segundos.

—Saia – 2 segundos. – Daí!

1 Segundo.

Não havia tempo. Kakashi viu Kotsuny lançar uma grande quantidade de chackra concentrado na direção de Sakura.

Fim do Capítulo 18


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Notas finais do capítulo

LucaSerjento: E então? Gostaram do capítulo? A luta terá sua conclusão na semana que vem e os problemas demonstrarão cada vez mais aspectos que reveladores sobre o que está acontecendo nos bastidores de Konoha!
Deixe seu comentário! Gostou? Não gostou? Tem elogio, crítica ou sugestão? Manda aí que eu prometo que vou ler – e, dentro das minhas capacidades humanas, responderei! Fala o que você está achando do rumo da história!
Se quiser ler outras histórias minhas, leia Depois da Escuridão e Os Quatro Pilares! Deixa seu comentário lá falando que veio daqui!
E até semana que vem com mais ação e reação!