Ação e Reação escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 17
Capítulo 16 - Especial - A morte de Uzumaki Naruto


Notas iniciais do capítulo

Depois de 16 capítulos, o primeiro especial da fic Ação e Reação está aqui! Nesse capítulo, uma garotinha chamada Kimiko, tem um dom que lhe permite ver o futuro alternativo de alguém, ou seja, a morte daquele alguém se ele não fizesse a escolha certa. É aí que ela tem uma visão de um final alternativo da luta entre Hiashi e Naruto. E o final não parece ser bom...



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Ação e Reação

 

 

Uzumakilucas: Muito bem. Eu devo estar louco por estar fazendo isso, mas Infelizmente parece que minha mente ainda está sadia. Primeiro, eu vou explicar o que se passa.

  Eu já tinha escrito o capítulo dezesseis duas vezes antes de postá-lo. Um incluía um especial, no qual uma versão paralela da luta de Hiashi contra Naruto acontecia. E a outra, foi a versão que postei, sem menção nenhuma a capítulo especial ou coisa do gênero. Então, apaguei todas as informações sobre um capítulo especial e fui postar o capítulo.

  Portanto, postei o capítulo dezesseis como faço com qualquer capítulo em qualquer semana. No outro dia, me conectei na internet e, como sempre, fui verificar os reviews deixados para poder respondê-los. E um deles pertencia a mais assídua “mandante” de reviews para a fic: A Kimi-chan. Ela mencionou a parte que dizia:

 

 

  “Foi então ouvido um OOOOOOOHHHHHHHH das arquibancadas. Naruto abriu os olhos e viu uma garotinha desmaiada. Estranhou sentir que ele mesmo não estava agonizando. E Hiashi parecia surpreso.”

 

 

  E ela perguntou: Quem era essa garotinha? Na ocasião, respondi que ela fazia parte de um plano de capítulo especial. Mas que esse plano tinha sido abandonado. MAS, como eu sou estranho, não consegui tirar da cabeça o fato de que poderia postar um especial se me apressasse em escrever logo. E agora aqui estou eu, postando o primeiro especial da fic Ação e Reação. Espero que gostem. Por favor deixem reviews! Dattebayo para todos!

 

Obs.: Eu vou postar uma reprise de uma parte da luta para ficar mais clara a interpretação do ocorrido.

 

 

 

 

Capítulo 16 - Especial – A morte de Uzumaki Naruto.

 

 

 

  Kimiko era a filha mais nova do casal Rama. Portanto, se chamava Kimiko Rama. Ela possuía um dom. Que só era perdido depois que ela desse a luz a uma filha. Obviamente, ele era um dom passado por sua mãe. Todas as kunoichis da família tinham uma alteração no DNA que só a permitiam ter filhas. E a primeira seria a que herdaria o poder da mãe. Kimiko era filha única.

 

  Ela tinha o poder de ver a morte de uma pessoa, caso essa fizesse a escolha errada. Doía, mas quase sempre as pessoas morriam por escolherem fazer algo que levasse à morte. E o pior: Ela tinha apenas oito anos. Tinha presenciado dezenas de mortes. Algumas que aconteciam, ela nem via, mas suas visões eram tão reais que chegavam a ter precisão exata.

 

  Não entendeu por que seu pai queria que ela fosse para assistir àquela luta. A garotinha sabia que as autoridades de Konoha permitiam a entrada de crianças ao estádio quando estavam acompanhadas pelos pais.

 

  Mas ela não queria ir.

 

  -Papai, eu não quero ir. – Ela dizia ao pai, enquanto estavam a caminho do estádio. – Eu quero ficar em casa com a mamãe!

 

  O pai dela era frio. Sempre tivera o sonho de ter um filho que levaria o legado de shinobi adiante. Quando soube que sua mulher só poderia ter filhas, decidiu que a tornaria forte o suficiente para ser mais resistente do que qualquer homem. E a visão de morte era uma delas. Tivera uma briga com a mulher a pouco, quando decidira que levaria a filha ao estádio para prever a morte de um dos dois lutadores.

 

  -Você vai comigo. – Ele disse com tom firme. – Precisa ficar forte antes de qualquer shinobi.

 

  -Mas eu não quero ver mais ninguém morrer! – Ela estava quase fazendo manha. – Eu não quero mais ver!

 

  O pai se virou para a garota. Agachou-se e ficou cara-a-cara com ela. Certamente que tinha pena da filha. Mas seu irmão tinha morrido tentando não matar outra pessoa, portanto ele não iria permitir que sua filha cometesse o mesmo erro.

 

  -Você vai ver muitas pessoas morrerem. – Ele sabia que a garota talvez chorasse por causa disso. – Mas não pode deixar que isso a intimide, você me entendeu? – Ele não sabia como passar seu pensamento para a garota.

 

  Mas ela tinha entendido. Não chorou. Mas também não queria ir da mesma maneira como não queria antes.

 

  Passaram pelos portões e se acomodaram num bom lugar nas arquibancadas. Quinze minutos depois a luta estava para começar.

 

 

LEMBRETE: A REPRISE DA LUTA COMEÇA AQUI! (Tem outro lembrete no final da reprise)

 

  O juiz olhou para os dois desafiantes. Eles pareciam não precisar de nada.

 

  -Pois bem.-Anunciou ele.-Se estão prontos, que comece a luta!

 

  Naruto e Hiashi entraram em posição de combate. Aquela luta tinha a obrigação de ser boa.

 

  -Kage Bunshin no jutsu.-Naruto sussurrou enquanto realizava o selo. Pretendia criar um bunshin aperfeiçoado.

 

  Passaram uns dois segundos e nenhum clone apareceu. Hiashi começou a dar risadas.

 

  -Tem certeza de que não quer fugir, garoto?-Hiashi ainda sorria.-Eu posso lhe dar uma vantagem.

 

  Naruto não respondeu. Apenas armou um soco e foi para cima de Hiashi.

 

  -Acho que se esqueceu que eu sou um líder do clã Hyuuga, filho.-Ele olhou como para quem olha um aprendiz enquanto segurava o pulso do garoto.

 

  Em seguida, Hiashi imobilizou o braço esquerdo de Naruto e acertou um tenkenjutsu. Naruto não recuou. Pelo contrário. Quando viu que Hiashi estava preso ao seu braço, disse:

 

  -E parece que você esqueceu quem EU sou.

 

  Hiashi fez uma cara de quem não entendeu e então Naruto disse:

 

  -Eu sou o ninja imprevisível número um de Konoha.

 

  Em seguida acertou uma kunai no braço direito de Hiashi, que estava usando para segurar o seu. Hiashi recuou imediatamente. O sangue dele manchou o chão do estádio.

 

  -Seu pequeno projeto de shinobi...

 

  Naruto, que segurava seu braço, parou na hora e levantou os olhos para Hiashi. Pareceu ter ficado bravo com o insulto.

 

  -Eu não sou um projeto de shinobi.

 

  Ele foi para cima de Hiashi.

 

  -Durante dois anos.-Naruto tinha ficado bravo.

 

  O Uzumaki armou um rasengan. Hiashi habilitou o byakugan.

 

  -DURANTE DOIS ANOS INTEIROS EU TREINEI!-Naruto berrava. Todo o seu controle pareceu ter ido embora quando Hiashi o insultou.

 

  Hiashi desviou do rasengan. Acertou outro golpe em Naruto pelas costas, aproximadamente no meio da coluna. Mais um tenkenjutsu tinha sido fechado.

 

  -FIZ ESSE SACRIFÍCIO PARA UM DIA PODER VOLTAR!-Naruto não pareceu ligar para a dor causada pelo golpe, o que assustou Hiashi.

 

  Naruto virou-se, ficando de frente para o Hyuuga. O sangue lhe tinha subido à cabeça. Mesmo sem habilitar a Kyuubi, seus olhos estavam vermelhos. Todo o seu esforço lhe tinha passado pela mente quando Hiashi o insultou.

 

  Hiashi endireitou-se e foi para cima do garoto. Mas Naruto sorriu. Não era um sorriso sincero, era apenas um sorriso de deboche.

 

  -Você me subestima, Hiashi. Eu não voltaria se não estivesse pronto.

 

  Naruto fez alguns sinais de mão. Fechou os olhos e ficou assim algum tempo enquanto enrolava Hiashi.

 

  -Durante um ano inteiro, desses dois em que estive fora, eu procurei me apossar de uma das três técnicas visuais.

 

  Hiashi parou. Seu byakugan estava lhe mostrando algo que era impossível.

 

  -Você deve ter ficado sabendo que fui eu quem matei Madara Uchiha. Mas eu não o matei apenas por matar. Estava atrás de uma coisa que ele possuía.

 

  -Você não trocou de olhos com ele, senão todos já teriam visto.-Hiashi tentava provar que ele não era possuidor do sharingan.

 

  -Certamente que não. Mas consegui analisar os olhos dele. Ninguém deve ter lhe contado que o cadáver dele apareceu sem os olhos, contaram?-Naruto falava sériamente, para não ser tirado como o vilão da história.-Atravéz de análise, cheguei a um aprofundamento do sharingan que talvez mais ninguém tenha tido. Consegui achar o ponto de junção entre a função normal de um olho de um membro do clã Uchiha, e a herança sanguínea.

 

  Naruto começou a abrir os olhos. Todos nas arquibancadas tinham parado para ver no que tinha se tornado o olho do Uzumaki.

 

  -Atravéz desse estudo,-Continuou o garoto.-eu consegui criar um jutsu que me dê o poder de qualquer herança sanguínea. Basta que eu ingira uma gota de sangue de um membro da família que me desejar. Uchiha Madara foi o primeiro. Talvez o senhor seja o segundo.

 

  Naruto abriu os olhos e deixou o rosto à vista. Um sharingan inicial pode ser visto ali.

 

  Hiashi estava paralisado. Simplesmente não acreditava no que estava vendo. Era simplesmente impossível, na opinião dele, que alguém conseguisse um sharingan.

 

  -E então, Hiashi? Acho que você, apesar de negar, não me acha mais um projeto de shinobi.

 

  Hiashi inclinou um pouco o corpo. Precisava achar um jeito de contra-atacar. Ele pareceu se concentrar um instante e em seguida a mão dele foi coberta de chakra. Ele foi para cima de Naruto. Foi um golpe simples. Naruto esquivou simplesmente. Foi então que Hiashi sorriu. Ele fez uns dois ou três selos e em seguida golpeou novamente. Naruto foi obrigado a bloquear com o braço esquerdo, tendo mais um tenkenjutsu bloqueado.

 

  -Agora são dois tenkenjutsus do seu braço esquerdo que estão imobilizados. E, com a forcinha do meu jutsu especial, que eu usei nesse último golpe, a quantidade de chakra que você poderá carregar nesse braço será cortada pela metade.

 

  Naruto olhou surpreso para Hiashi. Sabia que, com o decorrer da luta, teria alguns tenkenjutsus bloqueados, mas não esperava que isso ocorresse tão rápido.

 

  -Você pode ter o sharingan, garoto, cortando a minha possibilidade de ler a sua mente, por assim dizer, mas não tirou de mim o privilégio de ver seus tenkenjutsus e acertá-los.

 

  Naruto abaixou a cabeça. Precisava arranjar algum tempo para pensar.

 

  -Você baixou sua guarda, garoto.-Hiashi estava correndo em sua direção armado com o jutsu especial.

 

  -Não, Hiashi,-Naruto balançou a cabeça negativamente.-eu não baixei minha guarda.

 

  -Será?-Hiashi levantou o braço. Estava pronto para golpear Naruto no coração.

 

  Quando Hiashi começou a baixar o braço, um clone de Naruto saiu da terra e golpeou Hiashi, segurando os braços dele para trás em seguida, imobilizando-o.

 

  -Parece que eu não errei no meu primeiro Kage Bunshin, Hiashi.-Naruto andou dois passos e golpeou Hiashi na cara.-Isso foi por me chamar de pequeno projeto de shinobi.

 

  Hiashi sabia que Naruto poderia matá-lo naquele momento, se quisesse. Ele não teria mobilidade para desviar do golpe e nem jeito para realizar um jutsu de contra-ataque. Mas teria saída se pudesse enrolá-lo. O que não pretendia fazer. Por enquanto e se não tivesse chance.

 

  -Por que não me mata logo?-Hiashi perguntou com honra.

 

  Naruto olhou na cara dele. Realmente tinha um motivo para não o ter matado.

 

  -Porque eu quero que me responda uma pergunta.-O estádio inteiro estava ouvindo. Naruto sabia que aquela não era uma boa hora para perguntar aquilo. Mas, com certeza, seria a última.

 

  -Pergunte.

 

  -Porque está lutando comigo?-Naruto perguntou com simplicidade.

 

  Hiashi não queria responder. Mas decidiu que precisava de tempo para se curar do machucado criado pelo clone do garoto e acumular chakra suficiente para seu próximo golpe.

 

  -Estou aqui porque é meu dever.-Apesar de apenas estar ganhando tempo, ele não estava mentindo. Ou Naruto provavelmente saberia com o sharingan.-É o meu trabalho para seguir a tradição. Caso contrário teria tido você como um herói, que mesmo indiretamente vingou a morte de minha filha.

 

  Naruto, atravéz do sharingan, pode perceber que ele não mentia. Mas se surpreendeu com o que viria.

 

  -Eu quero fazer uma pergunta antes de morrer.-Hiashi falava olhando para o chão.

 

  -Pergunte.

 

  -Por que você está lutando comigo?

 

  Naruto franziu a sombrancelha. Achou a pergunta estranha, vinda de Hiashi.

 

  -Porque é o certo.

 

  -Qualquer homem faz o que é errado no momento em que quer. Quero saber por que está fazendo o que é certo.

 

  -É pela sua filha.

 

  Hiashi sorriu. Sabia qual seria a resposta. Só queria confirmar.

 

  -Pois bem. Hora de eu virar o jogo.

 

  Hiashi golpeou o Kage Bunshin, fazendo-o voar longe. O clone de Naruto se desfez, mas depois que a fumaça sumiu, um tronco pode ser visto.

 

  -Jutsu de substituição?-Hiashi estava confuso. Clones não eram capazes de aguentar uma bela pancada e ainda realizar um jutsu. Se desfariam. Mas ele deixaria para pensar nisso depois.

 

  -Olá. -Naruto chamou. Estava com uma shuriken gigante na mão esquerda.

 

  Hiashi desviou e segurou o braço de Naruto. O garoto largou a shuriken no ar e pegou-a com a mão livre, dando um golpe para cima de Hiashi, que já tinha acertado mais dois tenkenjutsus do braço esquerdo de Naruto. Aquele braço, com certeza ficaria inútil o resto da luta. Mas Naruto acertou a shuriken no braço direito de Hiashi. Aquele braço estava quase inútil na luta também.

 

  -Estamos quase empatados...-Sussurrou Naruto analisando a situação.

 

  -AH, NÃO ESTAMOS NÃO!-Hiashi tinha escutado e vinha correndo para cima do garoto com uma kunai na mão. Ela estava revestida de chakra.

 

  Naruto pegou sua própria kunai e revestiu-a de chakra.

 

  -Isso não adianta.-Hiashi falou a uma distância em que o golpe estava irreversível.

 

  Naruto viu tudo em câmera lenta. Sua kunai foi quebrada. A de Hiashi estava vindo para cima de seu coração. Dessa vez não dava tempo de mais nada. Somente de Naruto fechar os olhos.

 

  Foi então ouvido um OOOOOOOHHHHHHHH das arquibancadas.

 

LEMBRETE: O ESPECIAL RECOMEÇA AQUI!

 

 

  Kimiko sentiu que uma visão começara. Ela viu Naruto fechando os olhos. Era como se ela sintonizasse apenas o que aconteceria de importante sobre a morte dele dali em diante.

 

  A kunai de Hiashi perfurou exatamente o peito de Naruto. Hiashi largou a kunai ali e recuou alguns passos.

 

  Naruto, sentindo suas forças se esvaírem, cambaleou sentindo a visão ofuscar. Agiu o mais rápido que seu corpo permitia. Enquanto Hiashi sorria vitorioso enquanto esperava Naruto apagar, o clone do garoto que tinha se substituído foi até para perto de Naruto, fornecendo chackra necessário para ele ficar em pé.

 

  -Posso não conseguir a vitória, - O garoto cochichou de si para si. – mas vou garantir o empate.

 

  Ele correu em direção ao Hiashi, sabendo que em pouco tempo o clone se desfaria, deixando o garoto morrer normalmente. Portanto, o garoto corria em direção à Hiashi enquanto sacava a espada e sentia o chackra do clone acabar. Precisava dar seu cheque-mate logo. Mas sua única idéia para acabar rápido com aquilo era bem dolorosa.

 

  Ele tentou golpear Hiashi na altura da garganta, que habilmente desviou, agachando ao mesmo tempo em que sacava uma kunai, golpeando o garoto em seguida. Naruto novamente sentiu seu corpo sendo rasgado, dessa vez na altura dos pulmões. Na mesma hora o clone não agüentou a pressão. Quando sentiu a kunai de Hiashi perfurando seus pulmões, segurou o braço de Hiashi e mirou o coração do inimigo.

 

  Seus sentidos estavam indo embora, mas Naruto precisava falar algo.

 

  -Você causou mais dor à Hinata do que qualquer um. Por isso posso falar com certeza: Vai pro inferno, seu monstro.

 

  Ele não deu tempo para Hiashi responder. Apenas apreciou ver sua espada varar o corpo do inimigo, deixando a ponta aparecer do outro lado. Naruto puxou-a e guardou-a novamente. À sua frente, Hiashi já havia caído. Tecnicamente, Naruto fora o vencedor. Mas o vencedor estava já com o corpo mole, além de estar se deixando levar pela morte.

 

  Logo em seguida, Naruto caiu. Seus olhos estavam embaçados não lhe deixavam quase nenhuma visão do que estava acontecendo. Seus olhos não se fechavam, mas pareciam escurecer aos poucos. A última coisa que Uzumaki Naruto viu foi a imagem de um borrão rosado vindo em sua direção. Sabia pelo menos que aquela que caíra de joelhos junto a si escutaria suas últimas palavras:

 

  -Não chore, Sakura. Apenas lute. Lute pela paz...

 

  Seu corpo e pensamento estavam prontos para partir.

 

  Das arquibancadas, Sakura, Kakashi, Yamato, os amigos de Naruto e todos no estádio assistiam normalmente a luta até o momento em que Naruto foi golpeado pela primeira vez. Naquele momento, Sakura fez menção de pular para dentro da arena. Mas foi obstruída por Kakashi, que se pôs à frente dela.

 

  -Essa luta não é nossa. É do Naruto.

 

  -Mas desse jeito ele vai morrer! – Ela achava que ao menos Kakashi compreenderia.

 

  -Isso já foi decidido quando ele foi desafiado por Hiashi. – Kakashi tremia. Estava se segurando para não ir ajudar Naruto. – Ou Hiashi morre, ou morre Naruto, ou morrem os dois.

 

  Yamato pôs a mão no ombro de Sakura. Sentia que deveria apoiar Kakashi.

 

  -Ele está certo, Sakura. – Quando Sakura se virou para ele, Yamato forçou um sorriso. – Além do que, não tenho certeza se Naruto quer ser salvo.

 

  -AhHh... – Ino, bem próxima à Sakura, tampava a boca sufocando um grito com os olhos pregados na arena.

 

  Quando se virou, Sakura pode ver Naruto com a kunai de Hiashi enfiada em seu corpo, enquanto o garoto erguia sua espada e dava seu adeus ao líder do clã Hyuuga.

 

  Sakura só não desmaiou porque sentia que queria ao menos tocar mais uma vez no garoto enquanto ele estivesse vivo. Quando Naruto caiu, Kakashi retirou seu corpo da frente de Sakura.

 

  A garota pulou, sendo seguida por Kakashi, Yamato, Ino, Shikamaru, Chouji, Rock Lee, Tenten, Neji, Gai, Kiba, Shino e Kurenai. Tsunade veio logo depois analisar a situação dos dois.

 

  Sakura corria. Via o corpo de Naruto a alguns metros. Ele estava rodeado de sangue. O corpo dele estava largado, como que para relaxar. O olhar dos grandes e penetrantes olhos azuis abertos mesmo à beira da morte era sereno, acompanhando um último sorriso estampado na cara do Uzumaki, demonstrando que nem todo o Naruto tinha mudado.

 

  Mas Sakura viu tudo isso e raciocinou tudo em instantes. E quando parou em pé ao lado do garoto, já sabia que ele estava quase morto. As lágrimas em seu rosto se intensificaram, enquanto sua respiração ficava ofegante e seu corpo tremia. Seus joelhos cederam e ela caiu ao lado de Naruto, enquanto seus amigos formavam uma roda em volta dos dois.

 

  A última frase do garoto ressoou dentro dos ouvidos de Sakura como um objetivo. Um último desejo de Naruto. Mas, junto com a frase, veio também a morte completa do garoto. Pois o sorriso diminuiu, o semblante ficou mais vazio e os detalhes que apenas ninjas médicos como Sakura ou Tsunade notariam. Mas isso não mudava o fato de Naruto estar morto.

 

  -Naruto... – A voz dela procurava um receptor que não existia. Mas a necessidade de conversar com Naruto era tão grande que a garota não conseguia se segurar. – Nunca pensei que você pudesse morrer. – Ela dava um sorriso frouxo por baixo do choro, enquanto pegava a mão do garoto. – Pra mim, você era invencível. Eu não sei. – Ela deu de ombros. – Talvez pensasse que você poderia se curar instantaneamente. – Ela limpou as lágrimas, dando espaço para outras ocuparem o lugar das antigas. À sua volta, todos estavam tristes. Todas as mulheres choravam. Sakura balançava a cabeça. – Não quero que vá! – Ela quase estava entrando em desespero. Agora agarrava a mão do garoto com suas duas mãos enquanto as pressionava contra o peito, fechando os olhos.

 

  Tsunade já tinha escutado o anúncio do juiz, declarando a vitória de Naruto. Já tinha liberado Hiashi para dar início aos preparativos do enterro. Agora, infelizmente, ela teria que fazer o mesmo com Naruto. Mas não contava com o fato de Sakura estar chorando ao lado do corpo do garoto. E, realmente, a imagem do Uzumaki morto era muito triste.

 

  Mas Tsunade tinha que cumprir com suas obrigações. E, como Naruto não tinha parentes vivos, ficava a cargo de Tsunade ou alguma outra pessoa mandada por ela para organizar o enterro. Mas ela nunca iria deixar uma coisa como essa ser feita por outra pessoa sem ser ela mesma.

 

  -Sakura... – Tsunade agachou ao lado da garota, que tinha parado momentaneamente de falar. – Preciso levá-lo. Agora.

 

  Sakura entendeu a ordem e largou levemente a mão de Naruto sobre a grama. Levantou-se com esforço e perguntou à Hokage:

 

  -Quando vai ser o enterro?

 

  -Vamos manter o corpo conosco até amanha. – Respondeu a Godaime. – Então, faremos o enterro ao meio-dia.  – Ela olhou para o céu. – Acho que ele acharia melhor assim...

 

  Tsunade andava rapidamente pelas ruas de Konoha, sob o clima ameno daquele dia. Estava indo para o enterro quando foi interrompida por Shizune, dizendo que ela tinha que ir urgentemente para o portão principal.

 

  -O que é tão importante a ponto de precisar me encher, Shizune? – Tsunade estava nervosa.

 

  -Cerca de trezentos ninjas estão no portão, pedindo permissão para entrar.

 

  -Trezentos?! – Tsunade estava surpresa.

 

  -E parecem bastante cansados.

 

  Elas tinham chegado ao portão.

 

  -O que você faz aqui com tantos ninjas? – Tsunade comprovara a quantidade.

 

  Gaara, que estava à frente de todos, resolveu responder sem demora.

 

  -Nós nos encontramos no caminho. Somos todos conhecidos de Naruto, alguns que o conheceram somente no tempo em que o garoto não esteve em Konoha.

 

  -Como posso saber que todos são realmente conhecidos? – Tsunade não desconfiava de Gaara, mas sim dos outros.

 

  -Não sabe. – Gaara estava triste demais para discutir com Tsunade. – Eu fiz minha parte em conferir isso.

 

  Para poder pensar mais um pouco, Tsunade perguntou:

 

  -Como conseguiu chegar tão rápido?

 

  Gaara respondeu prontamente.

 

  -Minha areia serviu de transporte. Tive que apelar.

 

  Tsunade pensou por alguns segundos antes de dizer:

 

  -Podem entrar.

 

  Organizadamente e sem dizer nada, vários tipos de ninjas começaram a entrar. Na sua maioria, pessoas que nasceram em vilas pequenas.

 

  Quando todos passaram, Tsunade ordenou que fechassem o portão para que ela pudesse dar seu adeus à Naruto em paz.

 

  -E não quero mais interrupções. – Tsunade falava com autoridade à Shizune, que estava ao seu lado.

 

  Sakura estava ao lado do caixão. O cemitério não estava tão cheio. O que deixou a garota triste. Aparentemente, somente cinquenta pessoas da vila tinham comparecido.

 

  Faltava Tsunade chegar e fazer seu discurso antes de poderem se despedir do garoto.

 

  -Será que ela teve algum imprevisto? – Kiba perguntava a Shino, às costas de Sakura.

 

  -Provavelmente. – Respondeu Shino. - Ela nunca se atrasaria para isso.

 

  A resposta veio logo depois, quando Tsunade chegou à frente de trezentos shinobis. O que assustou a todos, que não conseguiam nem contar. Parecia que tinham combinado de fazer uma surpresa.

 

  Tsunade, sempre com pressa de se livrar da pressão e poder por logo o assunto em dia, foi até atrás da lápide de Naruto, olhou para os lados, para ver se estava bastante visível. Quando comprovou isso, Tsunade endireitou o corpo. Precisaria improvisar, já que não tinha escrito nada.

 

  -Todos em Konoha, ao menos uma vez já devem ter ouvido o nome de Uzumaki Naruto. – Ela olhava altivamente, como que desprezando parcialmente a vila. – A maioria, conhecendo-o como o Jinchuuriki da Kyuubi. Ao saberem disso, todos achavam que não precisavam saber mais nada, pensando que ele se resumia a isso.

 

  Os presentes não entendiam o que ocorria. Tsunade estava saindo do foco, que era dar o adeus a Naruto.

 

  -Os presentes aqui fazem parte da pequena parcela de pessoas que, ou não sabiam disso, ou deram uma segunda chance a Naruto. Parabéns. Vocês conheceram o melhor ninja existente. Corajoso, piedoso, bondoso, forte e outras coisas mais que eu não preciso nem citar.

 

  Tsunade fez uma pausa para poder engolir em seco a sua saudade.

 

  -Em minha opinião, Naruto tinha apenas um propósito definitivamente maior do que os outros: Ser respeitado. E infelizmente ele nunca alcançou esse respeito. Não da parte de todos. – Ela olhou para todos perto de si. Viu que não estavam entendendo muito. – O que quero dizer, é que Naruto não quer nosso choro, lágrimas ou velas para descansar em paz. Ele quer nosso respeito. Por isso, gostaria que prestassem seus respeitos a Uzumaki Naruto.

 

  Sakura era a última no enterro de Naruto. O sol se pondo ao longe disfarçava o contraste das lágrimas no rosto da garota. A flor que trouxera a Naruto ainda estava em sua mão. Mas as lembranças paravam de vir à sua mente apenas agora. Foi quando ela acordou: Não tinha mais Naruto. Não teriam mais lembranças. Não tinha mais esperança alguma agora que ele estava enterrado. Sakura não esperava que ele saísse da terra.

 

  A Haruno podia ver o amontoado de flores sobre o túmulo do garoto. Realmente, eram muitas. Mas, uma flor a mais não faria diferença.

 

  Por isso Sakura foi até o túmulo de Naruto e deixou sua flor. Na lápide dele, tinha uma frase escolhida pela própria Sakura.

 

  “Aqui jaz Uzumaki Naruto, aquele que tinha o poder de fazer amigos.”

 

  Ela tocou a lápide do garoto enquanto soltava a sua flor sobre as outras. Virou-se e foi embora. Estava no portão quando se virou e viu a lápide do garoto ao longe.

 

  A brisa que batia fazia lembrar dele. Leve. Solta. Livre. Sakura tinha apenas uma declaração a fazer antes de pensar em como lutar pela paz:

 

  -Eu te amo, Uzumaki Naruto.

 

  Em seguida, ela se virou e foi embora. Precisava refletir.

 

 

  Kimiko acordou em casa no instante seguinte. Aparentemente, horas tinham se passado. Seu pai estava ao seu lado.

 

  -Eu desmaiei papai? – Perguntou a garotinha.

 

  -Sim, filha. Desmaiou. – Ele olhava para a garota.

 

  -Papai. – Ela precisava perguntar. Não tinha entendido direito essa visão. Ao contrário das outras.

 

  -Sim, filha?

 

  -Quem ganhou?

 

  -Aquele garoto de sobretudo, nunca lembro o nome dele... – O pai de Kimiko realmente não lembrava.

 

  -Uzumaki Naruto. – Respondeu a filha. – Mas ele morreu?

 

  -Não. – Disse o pai dela.

 

  -Mas o que houve com ele quando eu desmaiei?

 

  -A Kyuubi protegeu-o.

 

  Agora Kimiko estava confusa. Depois de se esforçar muito, chegou a uma pergunta final:

 

  -Papai, se Naruto morre a Kyuubi morre também?

  -Sim, filha.

 

  -Então, o que eu previ não foi a morte de Naruto, pai.

 

  -Foi de quem?

 

  -Da Kyuubi, que escolheu não defende-lo.

 

  O pai de Kimiko deu uma pequena risada. A filha era realmente inteligente.

 

  -Está certo, filha. Realmente está certo.

 

  Kimiko não achava certo. Naruto morrer também, deixando tudo para trás por causa da Kyuubi que não quis ajudar? Ou então a Kyuubi morrendo, por causa de Naruto, que não conseguiu se defender? Mas ela nunca tinha respostas. Suas visões eram suas. Por isso ninguém podia respondê-las. Mas, daquela luta, pelo menos Naruto escapara. Disso Kimiko tinha certeza. O que para a garota, era o maior remédio depois de uma visão como aquela. Saber que a pessoa que morrera ainda estava viva.

 

Uzumakilucas: Galera! Aqui está o especial que eu nunca postaria. Gostaria de saber a opinião de todos! Por isso, todos precisam mandar review! Por favor! Quanto à Kimi-chan, que me lembrou, quero saber sua opinião também, hein?!

  Quarta-feira vou postar o próximo capítulo na hora do almoço! Não esqueçam! Ou talvez eu poste antes. Mas quarta-feira é certeza, hein?! E àqueles que me deixaram review no último capítulo, valeu! Muito obrigado!

Até a próxima!

 

 

Uzumakilucas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram da história?
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O username é Uzumakilucas, mesmo.
Vlw!