O Projeto quase Perfeito escrita por Renoth


Capítulo 7
um quase passeio


Notas iniciais do capítulo

bem, demorou muitooooo mais do que eu esperava pra eu conseguir terminar isso, mas está aqui.
estava pensando em desistir desse projeto, mas escrever esse capitulo foi realmente divertido, então pretendo escrever essa serie até o final (diferente das outras que abandonei ._.)
prometi fanservice, mas fica pro proximo capitulo...
(Kane você aparece no proximo, não me mate agora >_<)



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Uma estranha sala, completamente escura e vazia, Era a única coisa a vista de Ran naquele momento. o que era muito estranho, afinal ele havia deitado na cama de Mih para dormir. Alguém tinha carregado ele enquanto ele dormia? não parecia plausível, afinal quem seqüestraria um robô?

Uma fraca luz se acendeu. Ela ficava perto, mas não iluminava nada além do centro da sala, de forma a não deixar que a sala inteira mostrasse seu formato.  Uma sombra se movimentou, esguia e ágil como uma cobra. Ran não se assustou, aquilo era bizarro demais para ser assustador do ponto de vista dele. As sombras se aproximaram da luz, e então se revelaram um homem encapuzado com um estranho fantoche na mão.

-boa noite! – disse o homem, através do fantoche que movia a boca rapidamente. -  gostaria de comprar um relógio?

-um relógio? - perguntou Ran com cara de confuso.

-ah... espera... isso foi outro plano... – respondeu o homem, ainda usando o fantoche, que coçou o queixo com a mão com cara de pensativo, depois voltando ao normal. – quero um relatório de missão.

-missão?- perguntou Ran, sem que sua expressão mudasse.

O homem ficou estático por um momento, avaliando a possibilidade da memória do robô ter sido apagada. A probabilidade de isso ter acontecido era alta e ele se irritou com isso.

- ok... – disse o estranho homem através do fantoche. – vamos começar do começo. Meu nome é Nekozawa, e fui eu que te criei.

-não! – retrucou Ran – foram Sii e Kih que me criaram.

-não, elas só te modificaram e te deram um sistema operacional – Disse Nekozawa, ele começava a achar que seu plano poderia dar errado. – eu criei sua alma, sua essência. E você tem um propósito pra existir...

-eu não ligo... – disse Ran. Ele realmente não parecia ligar. – estou muito bem agora, não preciso de um propósito.  Aliás, onde eu estou?

-dentro do seu sistema inicial, o que eu criei. – respondeu Nekowaza. – eu podia explicar detalhadamente, mas você não ia entender. Então... estamos dentro de um sonho seu. Você nem saiu do lugar, ainda está na cama.

- eu não entendi. – disse Ran com uma estranha cara de paisagem.

-É assim ó! – Disse Nekozawa, o fantoche começou a fazer mímicas. – Daí assim, depois assim e ai assim! Entendeu ?

- Agora entendi. – Respondeu Ran, sorrindo. – Mas o que você quer que eu faça.

- uma festa. – disse Nekozawa – uma festa com balões bem grandes pras sindicas!

- por que não disse antes? - perguntou Ran com um enorme sorriso. – adoraria fazer uma festa pra elas!!

- isso é bom, então você tem que fazer o seguinte... – disse nekowaza, aproximando o fantoche do ouvido de Ran.

Mih acordou, dessa vez ele estava em sua cama, docemente abraçado em sua cintura. Ela não se assustou ou acreditou que ele a mataria de forma lenta e violenta, pelo contrario, pela primeira vez se sentiu realmente confortável em estar do lado dele. Ran estava dormindo, e fazia pequenos barulhos, como se tivesse respiração. Mih conseguiu vê-lo como um ser cheio de vida, estaria começando a se apaixonar por ele? Era uma possibilidade...

- Ran! Acorde! – disse Mih, brincando com as orelhas de gato do robô – temos um longo dia, vamos sair hoje!

Ran abriu os olhos, coçou os olhos com as mãos fechadas e se espreguiçou com um grande bocejo.  Depois voltou a se abraçar na cintura de Mih, que o admirava silenciosamente.

-vamos aonde? - perguntou preguiçosamente.

- na Seventh, estão inaugurando um fliperama lá. – respondeu Mih, voltando a brincar com as orelhas de gato de Ran. – todo mundo vai estar lá. Ou melhor... quase todo mundo.

Ran ficou quieto. Ele não estava prestando muita atenção, estava pensando na estranha festa surpresa que Nekozawa tinha pedido para ele preparar. Mih reparou no estranho silencio do robô, será que ele não aprovava o passeio?

- o que foi Ran? - perguntou ela com cara de preocupada. – não quer ir na Seventh?se quiser podemos ir a outros lugares...

- Não, não é isso. – disse o robô virando para olhar em seu rosto. – estava pensando no meu sonho da ultima noite.

- robôs sonham? - perguntou Mih.

- não sei... – respondeu Ran com um sorriso de quem vai passar uma cantada. – acho que só sonhei porque estou com você. Acho que é você que me faz sonhar mesmo quando estou acordado.

 Mih não respondeu, apenas escondeu seu rosto vermelho o abaixando. O robô levantou seu rosto com carinho e delicadeza, olhou nos olhos dela e a beijou.

- Ran!!! – disse Mih quando conseguiu fugir dos braços do robô. – não temos tempo pra isso! Vamos, levante-se e se arrume! Rápido!

O robô fez uma careta, mas obedeceu. Foi até as sacolas de compras de varias lojas que ainda estavam no quarto e escolheu qualquer coisa. Reparou no dinossauro colorido, ele era estranhamente familiar... Deveria lembrar alguma coisa, mas o que seria?

Mih foi até o enorme guarda-roupas de seu quarto, escolheu um vestido vermelho, mas ao lembrar que iria em um fliperama decidiu colocar uma calça leggin por baixo. Queria poder pular ser causar constrangimento aos outros ou a ela mesma. Escolheu sapatos pretos com um salto bem baixo, não se dava bem com saltos muito altos. Maquiou-se com a maior velocidade possível, passou um perfume que estava à mão, colocou brincos simples que combinavam com um pingente de colar igualmente simples. Já estava pronta.

-Ran! Vamos! – disse ela, levemente irritada.  – você costuma ser tão rápido!

O robô foi até o quarto, estava com a roupa mais simples possível, todo de preto.

- desculpa, estou distraído hoje... – respondeu Ran. – depois vou pedir pra Sii conferir se meu sistema está ok...

- você se sente bem? - perguntou Mih.

-sim, estou normal... eu acho. – respondeu Ran Sorrindo. – mas não estávamos atrasados? vamos.

- certo, certo, você dorme até tarde, demora pra se arrumar, mas quem está atrasando a gente sou eu. – resmungou Mih.

Eles saíram, e em meia hora estavam na entrada do prédio. Era estranhamente cansativo descer quase cinquenta andares de escada, mas eles não pararam e foram até o ponto de ônibus recém inaugurado do Onigiri. Kih havia tido essa ideia pra facilitar o transporte dos moradores até outros prédios ou cidades, ideia que havia sido aprovada imediatamente.

Mih olhou na lista de horários e viu que o próximo ônibus pra Seventh saia em 10 minutos. Apontou para os bancos que tinham forma de bolinhos de arroz e os dois foram se sentar neles. Não falaram nada, apenas olhavam pra frente. Em pouco tempo chegaram mais algumas pessoas, todos cumprimentavam  com um cordial “boa tarde”.

- já é de tarde? - perguntou Ran no ouvido de Mih.

- você dormiu até o meio dia. o que esperava?

O ônigibus, o ônibus oficial do Onigiri chegou em alguns minutos. Era laranja e só tinha portas na lateral direita da frente. Tinha uma faixa com o nome do prédio nas duas laterais e era bem chamativo. As portas se abriram, Sii estava no volante com um uniforme de motorista.

- todos a bordo – disse Kih, que pelo uniforme lembrava uma comisaria de bordo.

 Ran começou a rir do uniforme, o que gerou uma onda de riso nos outros que estavam presentes. Sii encarou todos, magicamente os sorrisos desapareceram e as pessoas começaram a entrar silenciosamente no Ônigibus.

O quase ônibus começou a acelerar violentamente, se mexendo como um carrinho de montanha russa.

- é pra esquerda!!! – gritou Kih.

O Ônigibus virou a toda velocidade, com um enorme cantar de pneus.

- espera! Era pra direita! – gritou Kih.

Sii virou o volante violentamente no sentido oposto.

-não, não era pra mudar de pista ainda! – gritou Kih.

o ônibus começou a sambar entre as pistas, a mais de 100 kilometros por hora.

- pelo amor de deus!! – gritou Sii, segurando o volante com as duas mãos e com toda a força que tinha.  – alguém faz ela calar a boca!!

- não fala assim comigo!! – gritou Kih num falso tom de choro. – tudo que eu queria era tentar ajudar, mas você não me dá atenção...

- Siii a estradaaaaaa !!! – gritou alguém no fundo.

O Onigibus desviou do caminhão que vinha na direção dele no ultimo momento.  O movimento brusco fez com que todos se segurassem com força em seus acentos, felizmente ninguém se machucou.

Kih olhou para Sii com cara de sapeca, e se sentou no lugar de co-piloto.  Chegou a abrir a boca para falar, mas Sii a interrompeu.

- Calada. – disse Sii com cara de mal humorada.

- mas... mas... – protestou Kih.

-Não quero saber. – respondeu Sii. – só fica quietinha ai que nós já vamos chegar.

- ok. – disse Kih.

Uma estranha sensação de alivio tomou todos os passageiros do Ônigibus. Por algum motivo Kih dizer que ficaria quieta os fazia acreditar que poderiam sobreviver a viagem, sem quebrar ainda mais partes do corpo.

O silencio durou cerca de cinco minutos.

-CUIDADO, UMA VACA!!!!! – gritou Kih, apontando para frente.

Sii se desesperou, e começou a olhar para todas as direções.

-onde? onde? - perguntou Sii num grito, enquanto freava ferozmente o ônibus.

O ônigibus derrapou rapidamente até parar, todos os passageiros gritaram, e por algum motivo, o cinto de Mih se soltou. Ela voou com uma velocidade assustadora do seu lugar até a frente do ônibus.

Ela olhou para os lados, tudo parecia se mover em câmera lenta. Seu vestido balançava rapidamente no ar, dando a estranha situação um estranho ar teatral. Ela teve vontade de rir, sentia que ia morrer. Sentiu vontade de reclamar, “cadê a minha vida inteira passando na frente dos meus olhos??”, pensou. Será que ela não teria direito a esse mini flash back por sua morte ser tão rápida? isso era injusto.

Sentiu vontade de rir de novo, meu corpo se aproximava cada vez mais do vidro dianteiro do Ônibus, sentiu que a qualquer momento ia atravessá-lo e morrer.  Era tão cedo ainda... ela ainda tinha seus planos... isso era injusto...

De repente, como que num segundo, viu sua visão em câmera lenta se tornar novamente uma visão normal. Era o fim, pensou. Ai sentiu algo, algo quente e estranho. Não sabia dizer como, mas estava nos braços de Ran, completamente segura.

- opa! – disse Ran, com um enorme sorriso no rosto. – você é assustadoramente leve...

Mih olhou para Ran, não sabia se o beijava ou se ficava envergonhada. Todos os olhares se voltaram rapidamente para o casal, primeiro com o silencio do susto, mas não demorou até que todos começassem a sussurrar.

-oh que bonitinho – disse Kih. – estamos chegando, é uma boa ideia usar cinto de segurança, sabia?

- é uma boa ideia não gritar “olha a vaca!” quando não se tem nenhum animal na estrada. – retrucou Mih, se levantando do colo de Ran. – além disso, o cinto deu defeito.

- Kih, fique quietinha pelo resto a viagem. – pediu Sii com os olhos levemente bravos. - Mih, volte para o seu lugar.

Ran não conseguiu entender direito o que estava acontecendo, apenas observava as três discutindo assim como todos os outros. acompanhou Mih, que voltava para o lugar, ela parecia brava.

- você está brava comigo? - perguntou Ran, quando se sentaram.

-não.- Respondeu Mih, com cara de quem não tinha entendido bem a pergunta. - por que eu estaria?

- não sei, mas não quero que você fique brava... - respodeu Ran com o rosto abaixado. - eu sei que você quase se machucou, mas eu nunca vou deixar você se machucar de novo, então não fique brava. Eu não gosto quando você fica brava...

Mih olhou pro robô, levantou o rosto dele com as mãos e deu um pequeno beijo em seu labios. quer dizer, seria um pequeno beijo se Ran não a tivesse agarrado com as mãos e a beijado mais e mais.

-olha a pegação ai atras! - Disse Sii.

Mih afastou Ran com as mãos.

-além disso, já chegamos. - anunciou Kih. - estação única e final do nosso Ônigibus! Seventh!


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Notas finais do capítulo

bem, decidi deixar o encontro final pro proximo capitulo...
espero que tenham gostado e me perdõem pelo tempo sem postar nenhum novo capitulo >—



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