O Projeto quase Perfeito escrita por Renoth


Capítulo 3
Um quase nome


Notas iniciais do capítulo

esse capitulo é curtinho e eu fiz correndo, mas espero que gostem mesmo assim...



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Renoth se balançava de um lado da cama para o outro, se recusando a acordar, mas ao mesmo tempo sendo chamado lentamente para a realidade de seu novo dia. Tateou sua cama em busca de um apoio pra levantar e, talvez por desventura, acabou achando muito mais.

-bom dia – disse o robô sorrindo ao sentir o toque de outra pessoa em seu abdômen.  – dormiu bem?

Renoth gritou, não por ser o robô em sua cama, mas por não estar acostumado a qualquer outra pessoa que não fosse ele nela. Aparentemente o robô não tinha obedecido a ordem de dormir no sofá.

- o que você está fazendo aqui?? - perguntou Renoth visivelmente assustado.

-bem, eu só durmo 4 horas por noite... -  tentou explicar com um meio sorriso – eu estava entediado... e te achei tão bonitinho dormindo... queria ver mais de perto...

- como assim bonitinho?? - perguntou Renoth corando – por favor me fala que você só está sem a camiseta!

O robô olhou para ele mesmo, como tinha problemas com roupas raramente ficava com elas a menos que houvesse uma ordem direta.

- eu só estou sem a camiseta – respondeu o robô após conferir debaixo da coberta – isso te incomoda?

-não muito... só me distrai – respondeu Renoth  com a cabeça abaixada.

A campainha tocou alto, e o robô rapidamente se levantou pra atender. Ele parecia indiferente a vergonha, ou a qualquer sentimento de estranheza que viesse dos outros. Existia mesmo algo que pudesse ser tão puro?

Ele voltou dois minutos depois,  falou que era a Kane que estava do lado de fora e perguntou se deveria deixar entrar.  Renoth respondeu que sim.

- Bom dia Sharpay – gritou Kane praticamente se jogando na cama. – levanta logo daí!

-Bom dia Kane – respondeu Renoth, indiferente ao fato de estar sendo chamado pelo velho apelido – o que te traz aqui?

Kane fez uma careta, odiava ir direto ao assunto.

- seu nome é Sharpay? - perguntou o robô.

- não, é só um apelido...

- Sim, que ele ganhou quando era striper de boate – completou Kane

- você já foi striper de boate??- perguntou o robô, não parecendo nem um pouco surpreso ou mesmo espanto no rosto.

-Não – respondeu Renoth bravo – uma dica: jogue fora metade do que as pessoas falarem, não acredite em tudo e nunca, mas nunca mesmo  pergunte a alguém se essa pessoa já trabalhou em uma boate.

-certo. – respondeu ele sem hesitar.

Kane deu uma grande gargalhada.

- ele é obediente, né? - perguntou Kane se virando para Renoth

- Mais ou menos... – respondeu Renoth com um meio sorriso – mas ele é agradável...

 Os dois conversaram por mais um tempo, mas o robô raramente se manifestava. Parecia estar com medo de ofender novamente, pois sempre que falava, demorava demais pensando em cada palavra. Kane foi embora em mais ou menos meia hora, o que fez com que os dois ficassem sozinhos de novo.

- vou me trocar, me espere aqui. – disse Renoth levantando da cama.

- certo – respondeu ele.

Renoth foi até o banheiro, se trocou e escovou os dentes. Ao voltar sua cama e quarto estavam arrumados e o robô esperava sentado olhando para a porta do banheiro.

- demorei tanto assim? - perguntou preocupado.

-não, eu que sou rápido – respondeu o robô sorrindo.

Os dois se olharam por alguns segundos, tentavam sem muito sucesso analisar o outro pelo olhar, afinal eram seres completamente estranhos um ao outro. No fim decidiram mentalmente que preferiam descobrir de outro modo, eles não sabiam como eram parecidos em detalhes tão pequenos.

- bem, onde você quer ir? - perguntou Renoth – eu não quero te deixar preso nesse quarto por dois dias...

- num parque! – respondeu imediatamente com um enorme sorriso – num cheio de arvores.

-ok, vamos.

Os dois saíram silenciosamente, não deram as mãos nem se aproximaram de qualquer modo que fosse, apesar de estarem perto o suficiente para sentir o calor do corpo do outro. Outra estranha coisa que eles tinham em comum: eles eram quentes. Não conversaram no longo caminho até o parque, apenas se contentavam sentindo a presença um do outro.

 Ao chegar escolheram uma arvore grande e sentaram a sombra dela. O robô fez questão de estender o casaco que estava usando para que os dois sentassem.

Um brilho atingiu o rosto de renoth de modo a fazer com que ele cobrisse o rosto com uma mão. Ele não desconfiou que aquele brilho fosse de um binóculo que estava observando ele da cobertura do prédio. Alias, nenhum dos dois desconfiava que existia uma enorme quantidade de pessoas os observando de longe.

- você não tem nome? - perguntou Renoth, numa clara tentativa de quebrar o enorme silencio que existia entre os dois.

- não, a Sii e a Kih me falaram que apenas aquele que fosse meu namorado ou minha namorada poderia escolher meu nome. – respondeu sem tirar os olhos da natureza, que por algum motivo o encantava.

-hum.. bem, por dois dias eu sou seu namorado, certo?

-mais ou menos isso – respondeu o robô confuso – na verdade eu não saberia dizer bem o que está acontecendo.

- então eu te darei um nome provisório! – disse Renoth animado. – e se você não gostar dele não precisará usá-lo a partir do momento que não for mais meu namorado. O que acha?

O robô olhou pro rosto do Renoth. Claramente e pela primeira vez uma emoção tomava seu rosto. Um nome... ele achou que nunca fosse ter algo como isso. Achou que fosse ser para sempre o robô sem nome, criado por muitas para ser disputado por três pessoas.

-seu nome será Mo ... – começou Renoth, que foi interrompido por um beijo.

O Robô se jogou em cima de Renoth, e o beijou com cada vez mais e mais vontade. Assim que os dois conseguiram se recompor o nome imaginado já havia sido esquecido. Seria apenas Mo, o namorado perfeito.

Pequenos gritos femininos de comemoração se ouviam a distancia... “será que estão dando uma festa?” pensou Renoth.


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Notas finais do capítulo

há! acabou aqui, mas em breve terá mais!!



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