A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 26
Capítulo 25 - Liberando as lareiras.


Notas iniciais do capítulo

postei rapidinho, né? Estou começando uma nova fic, depois quem puder passa lá e da uma olhada, vai ser ótimo saber o que vocês acham, aqui o link:

http://fanfiction.com.br/historia/146693/A_Reliquia_Perdida.

Sem mais, vamos ao capitulo, pessoalmente eu gosto dele...



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      - Graças a Merlin, ela está acordando!

      - Obrigado pela ajuda Denise.

      - De nada querido, se precisar de algo estarei lá dentro.

      - Tudo bem.

       Minha cabeça doía, doía muito. Com dificuldades abri os olhos, mas a forte luz que se abatia sobre eles os forçavam a continuar fechados.

       - Belly? Belly pode me ouvir?

       - Posso – respondi com a voz abafada, os olhos ainda fechados, aquela onde eu estava deitada não era minha cama, a minha era macia e reconfortante, essa era dura e desajeitada, assim como a poltrona no gabinete do diretor – Onde estou?

       - Ala-hospitalar. Como se sente?

       - Como se um balaço tivesse acertado a minha cabeça. O que aconteceu?

       - Do que se lembra?

       - Lembro de você fazer um feitiço... Lembro de uma insuportável dor e uma crescente agonia – consegui abrir meus olhos e me deparei com Harry sentado ao meu lado, me analisando cautelosamente – Lembro de perder o controle.

       - Riddle a possuiu Belly – explicou ele – Logo você desmaiou.

       - Eu tinha impressão de que não iria dar certo – eu falei num suspiro – e agora?

       - Agora não se preocupe com isso. Eu preciso ir, mas se precisar de mim pode me chamar, continuarei pesando em outra maneira.

         - Desculpe.

         - Não tem nada que se desculpar Belly. Apenas descanse.

         - E então como foi? – perguntou Alice sem animação terminando de copiar seus deveres.

         - Não foi – respondi me jogando no verde sofá.

         - Não deu certo? – Perguntou Cory esticando o pescoço para copiar de Alice.

         - Não. Podemos falar sobre outra coisa?

         - Como quiser. Sobre o que quer falar?

         - Sobre como eu estraguei minha vida – falei fechando os olhos e deixando meus pensamentos voltarem às antigas lembranças de quando minha maior preocupação era dividir o mesmo espaço com um sangue-ruim – Odeio minha vida.

         - Você apenas está passando pelo terceiro estágio do processo de cinco etapas – ouvi a voz de Alec próxima a mim.

         - E quais são essas fases?

         - Negação, dúvida, revolta, desespero e aceitação.

         - Então estamos falando de estágios diferentes.

         - As fases podem ser invertidas, não tem problema.

         - Alec, não esta ajudando.

         - Vai ter final de quadribol esse fim de semana, se nós ganharmos, vamos levar o troféu pela quarta vez seguida, agora esta ajudando?

         - Não, não está – disse Cory alterando a voz – eu ainda estou na fase de raiva. Eu deveria estar jogando. E não vamos levar o troféu, afinal eu não estou no time.

         - Estão mesmo reclamando de suas vidas? – abri os olhos e vi Eldred em pé ao lado de Richard olhando todos com um olhar recriminador – Eu perdi minha namorada. Querem ver que esta pior? Fracamente – disse ele balançando a cabeça e indo em direção ao dormitório.

         - Tudo bem, ele ganhou, a vida dele é pior que a minha – disse Cory abraçando Alice – afinal eu tenho minha loirinha ao meu lado.

         - E eu tenho meu loirinho – disse Alice com uma voz que eu esperava nunca mais ter de ouvir. Alice fez biquinho e Cory deu um demorado selinho nela e se esquecendo que estávamos presente começaram a dizer o quanto um amava o outro.

         - Vou vomitar e já volto – disse Alec com seus olhos claros arregalados com a cena.

        Não pude deixar de ficar com a curta frase de Eldred na cabeça. Repentinamente senti como se um peso de uma tonelada fosse jogado sobre, afinal sua dor era minha culpa. Se fosse para eu escolher eu preferia ter de aguentar Riddle pelo resto de minha vida em vez de perder Teddy.

          “Tem certeza do que diz minha Lady?”

        Em minha mente foi projetado sem autorização o pesadelo que há tempos vinha me acompanhado. Riddle destruindo Teddy a minha frente. Balancei em vão a cabeça, quem sabe assim as imagens sumiriam?

         - Aonde vai Belly?

         - Preciso ver Teddy – na verdade eu precisava ter certeza que ele estava bem.

          Tinha algo errado. Definitivamente algo estava fora do lugar. Ao meu lado Alice e Cory dividiam uma enorme torta de fígado de dragão, de frente a mim Alec e Richard discutiam as táticas para o jogo final da temporada de quadribol, ao lado deles Jhulia e Mary fofocavam sobre o grupo do coral, e no fim da mesa Eldred fitava apreensivo seu prato com a comida sem mexer. O que estava errado afinal?

           Do outro lado do salão, Teddy divertia os grifanos a sua volta com suas habilidades matamorfomagas. Na mesa dos professores Kingsley ria de alguma piada que Flitwick o contara enquanto Trelawney se engasgava com seu suco de abóbora. Tudo parecia perfeitamente normal, mas não estava. Eu sabia disso.

           Assim que Neville Longbottom entrou apressadamente no Salão Principal e se encaminhou para o lado de Kingsley, meus temores foram confirmados. Parecia que ninguém notara a apreensão do diretor, ou o ar de pavor dos professores ao seu lado.

           “Já estava na hora, não acha minha Lady?”

           Por impulso saltei do banco. Que diabo você fez Riddle?

           - Belly? – Richard chamou ao ver-me em pé ao lado da mesa – O que...

           - Monitores – a voz do diretor ressoou pelo Salão fazendo com que todos os presentes se calassem – Levem todos seus alunos de volta para seus dormitórios, sem perguntas e sem demora.

           Tinha algo errado. Confusos, todos os alunos foram se levantando e seguindo seus monitores. Demorou algum tempo para que Eldred tomasse sua atitude de monitor ao lado de seus companheiros e nos desse a ordem. Na mesa dos professores era visível Kingsley passando orientações a cada um.

           - O que será que aconteceu? – perguntou Alice acompanhando meu olhar até a mesa dos professores.

           - Não sei, mas coisa boa não é.

           - Vamos – chamou Cory saindo atrás dos alunos da Sonserina.

           Meu olhar correu para a mesa da Grifinória e se prendeu ao olhar preocupado de Teddy. Instintivamente sorri para ele que retribuiu com custo o gesto, sua preocupação era visível. Cory foi quem nos tirou de nossa comunicação silenciosa e me fez segui-lo atrás dos outros alunos.

           - Lestrange!

           - Senhor? – me virando dei de cara com Longbottom que vinha apressando em minha direção com a varinha em uma das mãos.

           - Você vem comigo – disse ele me puxando pelo braço em direção oposta pelas masmorras, a confusão estampada no rosto de Alice e Cory era a mesma estampada em meu rosto.

           - Eu não fiz nada dessa vez – protestei acompanhando seu apressado passo.

           - Eu sei.

           - Então para onde o Senhor está me levando?

           - Para um lugar seguro, aonde não vão te encontrar – respondeu ele me puxando por uma escada e virando em um corredor deserto.

           - O que está acontecendo?

           - Shiu – disse ele andando mais devagar e olhando cautelosamente para os lados.

           - Professor...

           - Me espere aqui Lestrange.

           Longbottom me deixou plantada ao lado da estatua de uma bruxa de um olho só enquanto sorrateiramente virava em outro corredor. Os archotes a minha volta flamejavam serenamente e o silêncio era absoluto.  Por instinto tirei a varinha de dentro da capa. Um alerta ressoava por minha cabeça, avisando que algo estava próximo. Eu torcia secretamente para que minhas suspeitas quanto ao que estava acontecendo fossem falsas.

           Passaram-se alguns minutos e Longbottom não havia voltado, quando me dei conta, eu estava seguindo pelo corredor onde ele havia virado.

           - Professor? – com a varinha a posto eu o chamava, mas nada nem ninguém me respondiam – Professor? – nada. Tudo bem. Está tudo bem. Não há nada o que temer. Provavelmente Longbottom dera a volta e estava indo pelo lado oposto em direção onde me largara, era isso, tinha de ser isso.

           Respirei fundo encontrando secretas forças para voltar a onde estava me virei de volta pelo caminho de onde vira, e foi por um paço que eu não tropecei em um ser a minha frente.

           - Ora, ora, ora – um homem de alto e branco, de cabelos grisalhos encaracolados e maltratados presos na altura do ombro se encontrava com um grande sorriso parado a minha frente – Se não é a pessoa que eu procurava. AnnaBelly Marvolo Lestrange, a herdeira do meu lorde – disse ele com o indicador correndo por minhas bochechas.

           - Não encoste em mim – falei rispidamente empurrando seus dedos para longe

           - Com certeza é você – disse ele com satisfação – Os Malfoy tiveram muito trabalho em lhe esconder e proteger pequena Lady, não poderia imaginar que você era tão bela – disse ele numa reverencia.

           - O que você quer?

           - Você nos enviou um sinal, viemos lhe buscar.

           - Eu não enviei nada – meu coração batia tão rápido que eu tinha certeza que se ele não se acalmasse eu acabaria tendo um ataque.

           - Não? – lentamente ele levantou seu braço esquerdo e puxou suas vestes para cima, uma visível marca em forma de caveira com uma cobra reluzia em seu braço – E quem mais teria feito isso aparecer? Nossa comunidade foi saber de vossa existência anos depois de seu nascimento, mas lhe garanto ainda somos muitos e somos fiéis ao nome de vosso pai – finalizou ele com uma nova reverência.

           Engoli em seco.

           Eu podia sentir o controle de Riddle sobre mim se manifestando de novo. Ele queria falar, queria se pronunciar.

           Eu não o permito.

           “E quem é você para permitir ou não algo?”

           - Yaxley! Vamos! Os aurores estão a caminho... Você a encontrou? – um segundo homem aparecera às pressas no corredor, seus olhos brilharam e um sorriso crescera ao seu rosto ao ver-me – Milady – disse ele fazendo um reverencia.

           - É bom ver meus servos a minha disposição.

           - Fizemos um juramento pequena Lady, agora vamos.

           - Sim, vamos. Creio que não temos como desapartar.

           - Não Milady, mas conseguimos liberar algumas lareiras para viagem pelo pó de flu.

           - Bastante engenhoso da parte de vocês, vamos... NÃO!

           - Milady?

           - Você não vai me controlar novamente Riddle!

           - Mi...

           - Eu não sou sua Lady! – falei apontando a varinha para o grisalho a minha frente, Riddle esgotara minhas forças e paciência – E não vamos a lugar nenhum!

           - Você disse Riddle? – perguntou o moreno que a pouco aparecera – E se... Será possivel?

           - Do que você está falando? – perguntei virando a varinha pra ele.

           - Boatos correm no ministério... Seria possivel? – perguntou ele a si mesmo.

           - Não são boatos – disse o grisalho se afastando – Acabamos de ver... Ela lutando consigo mesma...

           - Então... Quer dizer que o Lorde voltou.

           - Incarcerous.

           - Protego – por pouco consegui desviar o feitiço

           - O que você está fazendo? – o moreno perguntou incrédulo.

           - Se ele está mesmo dentro dela – disse ele apontando para mim – precisamos levá-la, ela querendo ou não querendo.

           - Expelliarmus! – Longbottom aparecera atrás dos homens tirando a varinha de um deles – AnnaBelly, corre.

           - Não vou deixá-lo sozinho.

           - Não temos tempo para um duelo Longbottom.

           - AnnaBelly, corre – repetiu ele entre dentes apontando a varinha para os homens.

           - Você sabe que não estamos sozinhos não é Longbottom?

           - Vá, Lestrange!

           Um estampido vermelho estourou da varinha de Longbottom sendo desviado com um contra-feitiço pelo homem grisalho, me virei e corri descendo as escadas, eu precisava pedir ajuda, Longbottom não conseguiria sozinho.

           Antes que eu pudesse me virar em direção ao gabinete do diretor, senti algo ou alguém me puxando pelos braços, pressionando-me contra a parede e tapando com as mãos minha boca. Era Teddy. Ele levou o indicador a sua boca, pedindo silêncio. Eu ouvi fortes estampidos vindos de não muito longe.

           - Estão por toda parte – sussurrou ele tirando as mãos de minha boca.

           - Como vieram?

           - Alguém liberou as lareiras. Você está bem?

           - Sim... Longbottom me salvou, ele precisa de ajuda.

           - Vêem – disse ele olhando cautelosamente para os lados antes de atravessar o corredor e parar de frente para a gárgula que se abriu ao ouvir “fibra de dragão”. A sala do diretor estava deserta, até os personagens dos retratos haviam desaparecido.

           Riddle pressionava minha cabeça, doía, doía muito.

           - Você devia estar no dormitório – eu falei a Teddy que olhava pela janela.

           - A caminho do dormitório eu vi dois comensais falando seu nome... Eu não podia ir sabendo que você corria perigo.

           - Não acredito que conseguiram entra no castelo – não estava frio para eu tremer tanto.

           - Os aurores já estão os pegando.

           Assim que Teddy terminou de falar a porta se escancarou e por ela entrou uma porção de pessoas, em meio a professores, aurores e comensais. Foi com alívio que vi Longbottom entrar na sala puxando o moreno grandão pelo colarinho.

           - Você esta bem AnnaBelly? – Shacklebolt perguntou empurrando para o lado mais dois homens. Assenti, enquanto ele abria um de seus armários e pegava uma simples caneca – O que você está fazendo aqui Lupim?

           - Err... Eu...

           - Não importa – disse ele puxando a varinha e murmurando algo inteligível com ela apontada para a caneca – Uma chave de portal que dará direto para o ministério – explicou ele – Me encontro com vocês mais tarde.

           Consegui contar oito Comensais da Morte, todos pareciam muito velhos para mim, mas ao mesmo tempo jovens em disposição e energia. A minha frente quatro aurores e oito comensais com custo seguraram na caneca e com um clarão desapareceram.

           - Como entraram? – perguntou Harry guardando a varinha dentro da veste.

           - Lareiras – disse a professora de poções – Estavam mesmo atrás de Lestrange?

           - Sim – respondeu Longbottom limpando o sangue que escorria de suas narinas.

           - Quin, você sabe que nenhum de nós daria autorização para liberar as lareiras de nossa sala, certo? – perguntou a professora de aritmância apreensiva.

           - Não senhorita Vector, não creio que tenha sido traição de algum dos meus professores – falou Shacklebolt andando de um lado para o outro com as mãos para trás.

           - Você esta... Está sugerindo que foi um aluno? – perguntou o pequeno Flitwick.

           - Não posso lhe responder agora, mas creio que finalmente podemos nos sentir aliviado, uma vez que não terá mais comensais para vir atrás de AnnaBelly.

           - Senhor, um dos homens que me barraram... Bom, ele disse algo de ainda haver “muitos deles”... Será que...?

          - Não se preocupe AnnaBelly, mesmo se houver não serão estúpidos ao ponto de vir atrás de você depois de hoje, creio que a Skeeter já deve estar no ministério preparando uma manchete a essa hora – disse Harry – Não se preocupe.

           - Estou bem Teddy, juro – falei forçando um sorriso.

           - Belly...

           ­- Não se preocupe comigo.

           ­- Tudo bem – disse ele com um suspiro – Não vejo à hora de tudo isso passar.

           - Nem eu... Dorme tranquilo, eu vou ficar bem.

           - Não se preocupe Teddy – disse Harry com um sorriso paternal – dois de meus aurores ficarão essa noite no castelo.

           - Certo, boa noite – disse ele com um selinho, e subindo a contra gosto para a torre.

           - Não se preocupe AnnaBelly, você está segura agora – disse Harry caminhando ao meu lado até as masmorras.

           - Harry... Você tinha dito algo sobre um modo como me livrar de Riddle pela maldição de morte – comentei como quem não quer nada com o assunto.

           ­- Sim?

           - Riddle conseguiu me controlar hoje de novo. A cada dia é mais difícil de aguentar... Creio que consigo ao máximo até o verão chegar.

           - Sim... Eu também estava pensando nisso – disse Harry com uma frustração evidente – Ele está forte de mais.

           - Qual seria o risco, se tentássemos do modo como foi feito com você?

           - O que? Lançar a maldição?

           - Sim...

           - Belly, eu apenas comentei, não queria que você pensasse em fazer isso.

           - Qual o risco Harry?

           ­- Você realmente está pensando no assunto?

           ­- Estou... Pode dar certo?

           - Não é garantido... Mas...

           - Eu não posso esperar encontrarmos outro modo.

           - Você tem certeza?

           - Tenho sim.

           É como dizem, situações desesperadas pedem medidas desesperadas.


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Notas finais do capítulo

Um traidor no meio de nós! Quem vocês acham que é? O que acharam do cap?