A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 13
Capítulo 12 - Férias de Verão


Notas iniciais do capítulo

O capitulo ficou bem compridinho, mas porque não queria perder muito tempo com os detalhes de toda as férias por isso fiz um único capitulo para falar de todo o verão de nossa querida AnnaBelly. A e quase que eu me esqueço um muito obrigado a minha querida leitora Green que fez uma linda recomendação e me deixou toda feliz e saltitante *-*



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Capítulo 12 - Férias de Verão

As primeiras semanas de férias foram extremamente monótonas. Não tinha muito o que fazer na Mansão Malfoy, e eu realmente me sentia uma intrusa ali depois que meus tios Lúcio e Narcisa deixaram minha guarda nas mãos de Draco e Astoria.

Tio Lúcio não era o homem mais feliz do mundo, mas tia Narcisa sempre me dizia que eu realmente o fazia feliz. Eu não sabia como, mas o simples de fato de estar perto dele já o deixava alegre, quando eu era criança ele adorava me levar em parques e ficávamos a tarde sentados em um balanço enquanto ele me contava suas várias histórias de vida, ele sorria das lembranças  que tinha de quando era jovem. Todos viam os Malfoy e principalmente meu tio Lucio como sendo conhecidos por seu profundo desprezo por trouxas e todos os bruxos com qualquer tipo de relação com eles, mas as pessoas sempre vêem superficialmente e nunca forçam a visão para enxergar o que realmente o que há por dentro.

Eu sabia que na época que meu pai estava no poder, meus tios e Draco deixaram de conhecer o que é felicidade, eu via em seus corações as cicatrizes guardadas daquela época. Draco perdera vários amigos, Narcisa perdera a irmã, e Lúcio perdera o sentido da vida. Por isso, todas as vezes que eu os via sorrindo, eu sorria junto, pelo simples fato de terem superado tudo e ainda me criado sem nenhum rancor do qual guardavam de meu pai.

Mas eles foram embora, as duas pessoas que eu mais amava e admirava no mundo foram embora. Não os recrimino por quererem passar um tempo juntos e estão realmente felizes depois de um ano, fico feliz por eles, só sinto falta e saudades, já era o terceiro verão que eu estava longe deles.

Draco sempre tentava me deixar o mais à vontade possível e sempre fazia de tudo para demonstrar o grande amor e afeto que sentia por mim. Mas tem Astoria. Não entendia se Astoria sentia ciúmes de Draco me tratar como uma filha, do mesmo modo que tratava Scorpius, seu próprio filho. Ou se sentia raiva de eu estar na vida de sua família.

Por sentir saudades e culpa, por estar feliz e com raiva eu passava todas as tardes do verão, trancada em meu quarto. Tom Riddle era literalmente minha única companhia durante os dias, e durantes as noites eu ficava acordada absorvendo cada vez mais informações que eu tirava dos livros que tinha pegado “emprestado” da biblioteca de Hogwarts.

Todas as semanas Alice me mandava uma carta contando como era entediante a África, que seus pais passavam o dia todo em convenções e no Ministério que lá existia, enquanto ela fica sozinha em casa, uma casa onde não havia nada que divertia um bruxo, apenas objetos trouxas dos quais ela custara admitir que estava viciada, dizia ela que havia algo chamado  televisão, que era como um portal onde podia ver sobre a vida e notícias de outras pessoas, e também um tal de computador ou coisa do tipo, no qual havia vários jogos legais e ela podia encontrar tudo que quisesse, desde pessoas para conversar independente do lugar onde estivessem e lugares onde você podia comprar coisas sem sair de casa, tudo isso a espantava pois não precisava do uso de mágica. “Imagine Belly, posso ter uma vida na frente daquela pequena tela, posso ter tudo que quero sem sair de casa, papai prometeu que se me comportar nesse ano ele me dará um, quem diria que ou trouxas são inteligentes a ponto de inventar tais coisas?” Dizia ela na última carta que me mandou.

Já Richard estava em um acampamento de verão para bruxos. Seus pais eram muito controladores e bastante influentes no mundo bruxo e quando souberam do ataque de Richard ao grifinórios no ano passado pensaram na pior maneira de puní-lo. Tirando toda diversão e descanso que normalmente se espera nas férias de verão. Ele era proibido de ter contato com qualquer pessoa de fora do acampamento mais vez ou outra escapava e mandava alguma carta para mim e Cory contando sobre seu sofrimento de ter que dividir quarto com sangues-ruins e mestiços.

Cory estava ocupadíssimo treinando quadribol. Seu irmão jogava em liga internacional e seu tio treinava um time inteiro, não era a toa que Cory era o melhor jogador de quadribol de toda Hogwarts garantindo todas as taças para nossa casa desde que entrara na escola, seu maior concorrente era Ted Lupin, que também é um grande talento jogando na mesma posição que Cory em sua casa, ambos apanhadores. Era emocionante ver um jogo entre as duas casas, embora sempre tenhamos ganhado. Cory provavelmente jogaria em liga profissional quando terminasse seus estudos em Hogwarts, era um grande talento e prometia brilhar.

Então a única pessoa que realmente estava me ajudando nesse verão com meus planos era Eldred. Trocávamos cartas todos os dias. Com certeza foi uma sorte na última hora antes do verão eu ter aceitado seu apoio. Eldred era realmente um bruxo brilhante. E estava me ajudando. Dei a ele a missão de descobrir junto a mim o modo mais rápido de trazer meu pai, ou melhor, Tom Riddle de volta ao mundo material no qual vivíamos. Durante meses, sozinha tentei descobrir como, e era frustrante que em duas semanas Eldred tenha descoberto como.

Apesar de não ser nada fácil. Um sacrifício devia ocorrer. Tudo deveria ser bem planejado. Em um dos livros que apanhei na biblioteca dizia como, eu havia lido tudo, mas não tinha notado que o livro estava todo codificado, justamente para no caso de alguns bruxos como eu aparecerem querendo trazer seus antepassados de volta. Foi Eldred que me mandou uma carta dizendo o feitiço que eu teria de usar para descodificar todo o livro, dissimuladion codificais. Um feitiço conhecido apenas por poucos bruxos que sabiam para que ele servia. No momento em que lancei o feitiço no livro, suas páginas amareladas e amassadas foram substituídas por páginas feitas de um material duro diferente do papel de antes, as letras pareciam ter sido esculpidas e quase tudo estava em latim. Mais eu achei o que queria. Um ritual deveria ser realizado durante a lua vermelha, o diário colocado no centro de um círculo de velas enfeitiçadas, um corpo a beira da morte deveria estar ao lado do diário, assim que a lua atingisse o auge deveria refletir no diário, as palavras certas deveriam ser ditas e antes que lua mudasse de posição o corpo ao lado do diário deveria ser esvaziado imediatamente de vida e a consciência viva no diário habitaria o corpo sob a lua. Simples e prático, a não ser por dois poréns.

A lua vermelha, ou lua de sangue, era um acontecimento natural que ocorria a cada quinze anos e não era visível em todo o continente. Por um feliz acaso ou ajuda do destino em menos de um ano ocorreria o tal evento, não poderíamos errar porque não teríamos outra chance. E seria difícil arrumar um corpo que seja capaz de suportar uma consciência tão forte e com tamanho poder como a de Tom. Mas eu teria tempo, muito tempo.

- Olha quem resolveu nos dar o ar de sua graça - Disse Astoria ironicamente enquanto eu entrava na sala de jantar, a ignorei, caminhei até Draco e lhe dei um abraço pelas costas deixando lhe um beijo em sua bochecha.

- Boa noite titio.

- Boa noite meu amor - Disse Draco sorrindo para mim. - Está com fome?

- Sim, faminta - Respondi me sentado a mesa.

- Não é pra menos. Você fica o dia inteiro trancafiada naquele seu quarto. O que tem de tão interessante lá que eu ainda não vi?

- O que não tem você quer dizer. Não tem sua presença. - Falei enquanto cortava um pedaço de carne e colocava em meu prato. Draco riu da piada, Astoria ficou vermelha de raiva, odiava quando eu respondia para ela.

- Draco, olhe só como ela fala comigo! - Protestou a mulher.

- Ela só está brincando, senso de humor minha loira - Disse Draco dando uma piscadela para mim sem que ela visse. Ele adorava ver o modo como eu irritava sua esposa facilmente. - Scorpus está melhor?

- O pobrezinho está dormindo, nunca esteve tão doente - Disse Astoria de modo dramático.

- O que ele tem? - Perguntei

- Sarampo, pegou daquelas criancinhas trouxas da escola. - Astoria disse isso como se fosse algo de extremo nojo - Em minha opinião crianças bruxas desde pequenas deveriam estudar em escola para bruxos, não em escolas normais, ficam se misturando com qualquer um, não gosto disso.

- Eles precisavam aprender o básico antes de irem para escola bruxa Astoria. Sabe coisas do tipo ler e escrever? Você aprendeu isso não aprendeu?

- Draco! Olhe como sua sobrinha fala comigo.

- Por Merlin mulher, ela não disse nada de mais... É cada uma - resmungou Draco, deixando Astoria mais nervosa, o que me fez sorrir abertamente.

A comida estava extremamente saborosa, rosbife, purê de batata, salada, pernil, molho e macarronada.

- A comida está realmente boa, você se superou Astoria - Admiti enquanto terminava de comer.

- A não fui eu que preparei, foi a Beth - Beth era uma de nossas elfo doméstica.

- Bem que eu estranhei - Disse Draco baixinho, mas Astoria o ouviu e lançou-lhe um olhar furioso.

- Draco!

- Estou brincando mulher - Disse ele rindo - Você sabe que eu te amo, não é?

- Ama mesmo Draco? - ela perguntou nervosa.

- Claro, ora! - Disse ele se virando e selando seus lábios.

- Ai que nojo, já estou sentindo a comida voltar! - Falei brincando, e todos começamos a rir.

Depois do agradável jantar, fomos os três para sala de estar onde juntos assistimos alguns filmes. Bastava colocar a pequena poção dentro de um caldeirão e ele projetava a imagem a sua frente. Rimos juntos durante todo o filme o qual contava a história de um bruxo trapalhão que sempre tentava inventar novos feitiços para impressionar sua amada mais que sempre acabava explodindo tudo.

- Ele conseguiu explodir o buquê dela no casamento! - disse Astoria inconformada - Coitadinha, ficou com a cara toda preta.

Draco ria junto comigo a ver Astoria inconformada com as coisas que aconteciam no filme. Limpando as lágrimas que caíram de tanto rir, desejei boa noite aos dois e subi para meu quarto.

Fechei a porta assim que cheguei ao quarto e escorada nela fiquei sorrindo a toa. Para mim era raro ter momentos onde me sentia tão bem e feliz, e essa noite era um desses momentos, dos quais eu queria guardar em um lugar especial no coração. São momentos simples mais felizes como esse que devemos nos lembrar quando nos sentimos pequenos e sozinhos.

Deixando os livros e o diário de Tom de lado me deitei na cama e adormeci com um sorriso no rosto. 

- Titia Belly? Você está bem?

Eu ouvia a fina e infantil voz, mas estava tudo tão escuro, eu não via nada, e onde eu estava?

- Titia Belly? - Chamou novamente a voz

E sem aviso uma claridade incandescente atingiu meus olhos me fazendo recuar e tampá-los com a mão. Aos poucos ia me acostumando com a luz, olhei em volta e vi que estava ajoelhada, havia uma pequena e desarrumada cama ao meu lado e vários brinquedos espalhados, e de pé ao lado da porta um garotinho loiro com a mão no interruptor de luz. Scorpius estava com os olhos sonolentos e os longos cabelos loiros bagunçados. Era uma noite quente de verão e por isso estava apenas com uma camiseta branca que ia até a altura dos joelhos. Ele me olhava com uma confusão evidente no rosto e novamente perguntou.

- Titia Belly, você está bem?

- Estou... - Respondi com bastante esforço depois de encontrar minha voz que estava entalada em algum lugar na garganta.

- O que a senhora está fazendo?

Como eu fora parar ali? A última coisa que me lembrava era de ter me deitado... E... Nada depois disso. Nada!

- O que houve com suas mãos, titia?

Olhei para minhas mãos e ambas estavam com evidentes arranhões e cortes na parte superior da mão de onde escorria pequena quantidade de sangue. Minha garganta fechou. O desespero era maior que a confusão em minha cabeça, o que eu estava fazendo? O que eu fiz? Porque isto estava acontecendo? O que isso significava? Tantas perguntas que se formavam mas nenhuma resposta aparecia. E maior que o desespero eu senti medo, como eu consegui tais machucados?

E com a inocência que só uma criança poderia ter, Scorpius veio para meu lado e me abraçou, não me lembrava da última vez que tinha sido abraçada e o simples ato foi tão puro que me senti mal de recebê-lo. De olhos fechados retribui o abraço, e depois afastando carinhosamente Scorpiú sorriu para mim. Pintinhas vermelhas tomavam conta de seu rosto, braços e pernas, ele as coçava enquanto falava:

- Vai ficar tudo bem titia.

E agora via que os mesmo cortes que estavam em minhas mãos, também estavam nas dele. Levei as mãos à boca para conter uma exclamação, será que eu fora capaz de ferí-lo sem ver? Mas... Eu nunca machucaria Scorpius, essa pequena criança... Ao meu lado se encontrava minha varinha caída. Por Merlin o que eu fiz?

- Scorpius o que aconteceu com suas mãos? –-Perguntei com a voz mais calma que pude.

- Eu não sei - respondeu ele confuso - Não tinha vis... NÃO CONTA PARA A MAMÃE! Ela odeia que eu machuque e não vai me deixar sair para brincar, não conta Belly, não conta!

- Tudo bem meu amor, me dê elas, vou curá-las pra você.

Ele estendeu as mãos para mim e coloquei a varinha sob elas fechei os olhos e em pensamento fui conjurando vários feitiços de cura já que eu não sabia o que causara aqueles cortes. Quando abri os olhos já não havia mais nenhum ferimento.

- Melhor?

- Na verdade nem doeu. - Respondeu  ele sorrindo - Você consegue me curar Belly? - Perguntou coçando o pescoço.

- Não, mas posso fazer parar coçar.

- Por favor, faça isso. - Implorou Scorpius.

- Hum... Isso vai depender de quantos beijos irei ganhar - Respondi brincando.

Na hora ele me apertou em um abraço e encheu minhas bochechas de beijos e nós caímos para trás com o peso dele, rindo juntos. Scorpius me fez deitar em sua cama e esperar que ele dormisse, assim que adormeceu fui para meu quarto, olhando minhas mãos. Eu poderia curá-las, mas não iria fazer isso. Não queria esquecer o que havia acontecido, eu poderia ter machucado uma criança inocente sem ver e não me permitiria esquecer isso até descobrir o que aconteceu. As cicatrizes cuidariam para que eu não esquecesse.

Eu estava tão cansada, mas antes de deitar lancei um olhar para escrivaninha onde eu deixara os livros e o diário. Mas o diário de Tom não estava lá. Olhei em volta e o vi aberto sob meu travesseiro.

“Nada é o que parece AnnaBelly” - Estava escrito na página em que o diário estava aberto, assim que terminei de ler, as palavras desapareceram e o diário se fechou, o susto foi tanto que ao se fechar eu meu coração disparou freneticamente. Isso era... medo?

“Querida AnnaBelly,

Acabei de receber sua carta. Não faço idéia do que possa estar acontecendo com diário de Tom e não posso afirmar que é isso que está afetando você. Um conselho de amigo, não mecha com esse diário até voltarmos para Hogwarts, pode não ser seguro. Antes prevenir, não é verdade?

Pesquisarei o que puder e assim que descobrir algo te mando uma carta... Ou se não conversamos no Expresso de Hogwarts já que o verão está quase acabando. Mas por favor, fique atenta e tome cuidado, estamos falando de seu pai Lord Voldemort, apesar de que duvido que uma simples consciência aprisionada em um diário possa fazer você cometer tais atos, mas depois de tudo que já aconteceu, não duvido de nada.

Desculpe por não escrever o que você queria ler. Mas prometo que me esforçarei para lhe ajudar, espero ver-te logo.

Eldred”

Realmente ele não escreveu nada do que eu queria ler. Embolei o pergaminho e com varinha taquei fogo nele. Enquanto via a chama brilhar mais perguntas vieram à minha cabeça. Por que estava confiando meus medos e segredos em Eldred? Eu mal o conheço. O fato era que ele transmitia confiança e eu precisava de alguém que me entendesse ou pelo menos não me julgasse para conversar.

Felizmente as semanas se passaram e mais nada estranho aconteceu. Deixei o diário de lado e parei de ficar lendo os livros com tanta freqüência e nada estranho voltou a acontecer.

- Bom dia - Disse me sentando a mesa para o café da manhã.

Scorpius foi abrir a boca para dar bom dia mais acabou bocejando, o que me fez bocejar.

Draco tomava uma xícara de café enquanto lia o Profeta Diário e Astoria estava bebendo seu chá enquanto lia uma carta.

Pequei um pãozinho a minha frente e comecei a passar manteiga.

- Seus pais escreveram Draco - Disse Astoria terminando de ler a carta - Disseram que vão passar aqui para ver AnnaBelly antes que ela volte para Hogwarts.

- Preciso mesmo conversar com meu pai - Draco abaixava o jornal - Não sei o que o Ministério está pensando denominando Percy Weasley como o novo ministro.

- Aquele da família dos traidores de sangue? - Perguntou Astoria servindo leite no copo de Scorpius.

- Ele mesmo. Primeiro colocam Shacklebolt na direção de Hogwarts e agora esse... Esse - Suspirou tentando controlar a raiva - Em vez de melhorarmos estamos retrocedendo cada vez mais. Como foram capazes de fazer isso? Qualquer um era melhor que o Weasley, qualquer um!

- Eu sei meu amor, eu sei. Agora termina seu café da manhã, você vai comigo até o Beco Diagonal. Temos que comprar os materiais de sua sobrinha.

- Você não pode ir sozinha?

- Claro que posso, mas a garota é sua sobrinha.

- Astoria querida, não é legal falar das pessoas como se elas não estivessem presentes - Disse ironicamente.

- Por favor, não comecem logo cedo - Draco reclamou massageando as têmporas - Meu dia já não começou bem. Astoria eu tenho que ir para o Ministério cedo, você precisa me ajudar, pode ir muito bem sozinha no Beco Diagonal, por favor coopere comigo.

- Mas Draco ela é sua...

- Sem mais Astoria. - Draco se levantou da cadeira e sem se despedir passou pela porta da frente de onde se ouviu um Crack! Ele se desaparatou direto para o Ministério.

Não foi fácil agüentar Astoria, mas o verão chegava ao fim e eu tinha sobrevivido mais uma vez. Apesar de que não  ter conseguido fazê-la mudar de idéia quanto minha aparência, consegui contra minha vontade, fazer ela mudar meu corte de cabelo e reformar meu quarto. Depois de tirar todas minhas roupas e doar para caridade dizendo que uma bruxa do meu porte não poderia ser tão desleixada comprando roupas totalmente novas e totalmente ridículas para eu usar durante o ano. Fora isso, tudo correu bem.

Apesar de ter resolvido o que iria fazer quanto a Tom não resolvi o que faria quanto aos outros assuntos. Não sabia ainda o que faria para não ficar perdida em pensamentos que tinha haver com Ted. Vez ou outra do nada me pegava sonhando acordada com ele, lembrando de seu beijo, lembrando de quando nos conhecemos, lembrando de todos os poucos mas significativos momentos que passamos juntos.

E depois de ver o quanto Eldred me foi útil nesse verão, eu cogitava seriamente em meu quarto ano em Hogwarts buscar novos aliados com os mesmos princípios que nós e que fossem capazes de aderir à causa. Não era má idéia.

A última semana de férias, a qual eu realmente aguardava ansiosamente não pelo fato de que logo estaria em Hogwarts, mas pelo fato de poder ver novamente meus queridos tios.

- Belly! - Exclamou Lúcio de braços abertos assim que entrou pela porta da mansão e me viu sentada nos degraus da escada os esperando, corri para seus braços e por um longo momento assim ficamos, depois foi a vez de Scorpius o encher de beijos como sempre fazia com todo mundo.

- Você está tão linda - Disse Narcisa enquanto me abraçava - Estávamos com tantas saudades.

Olhei para seus olhos que sorriam e sorri junto, as rugas eram evidentes e fios grisalhos de cabelo já apareciam por todo couro cabeludo, meus queridos tios estavam envelhecendo tão rápido.

- Também fiquei com saudades. - Admiti.

Foram acrescentadas mais duas cadeiras a mesa do jantar e um verdadeiro banquete foi preparado pelos elfos para servir seus antigos senhores.

Nos dias que se seguiram a rotina foi a mesma, acordar, café da manhã em família, passeio com Lúcio e Narcisa em qualquer lugar, almoço em algum restaurante, mais passeios com Lúcio e Narcisa, voltar pra casa, tomar banho, jantar em família, conversa em família, dormir. E no outro dia tudo se repetia.

Aproveitei minhas últimas horas livres para colocar todos os trabalhos de verão em dia, fazer toda a lista de exercícios e ler o que precisava para começar o ano ganhando pontos para Sonserina, apenas perdemos a taça das casas no último ano para a grifinória devido ao número de pontos que Alice, Ric e Cory conseguiram nos tirar com sua brincadeirinha indesejada ao grifinórios.

***********

- Tchau meu amor - Narcisa me deu um abraço apertado enquanto eu embarcava no Expresso de Hogwarts - Cuide-se, e não deixe de escrever.

- Obrigada pela maravilhosa semana Belly - Disse Lúcio me abraçando e colocando meu malão dentro do trem. - Juízo ok? Não deixe de escrever. Boa viagem. Se precisar da gente é só chamar que voltamos na hora, não se meta em confusões...

- Pai, ela só vai pra escola, não vai se mudar. Vamos você vai fazê-la ficar sem lugar, boa viagem Bels. Scorpius, dê um beijo na sua prima. - Falou Draco terminando de me entregar uma bolsa cheia de galeões para eu gastar no decorrer do ano.

- Tchau Belly, vou ficar com saudades, foi bem divertido esse verão. - Me abaixei para ficar na altura de Scorpius e lhe dar um beijo na bochecha.

- Foi mesmo, também vou ficar com saudades, promete me escrever sempre, pequeno? - Propositalmente baguncei seus cabelos loiros sempre arrumados enquanto me levantava.

O trem apitou, dei uma última olhada e um último adeus a minha família até em Astoria dei um abraço. O trem começou a se mover e aos poucos eu já não conseguia ver mais todas aquelas cabeleiras loiras das quais eu sentiria saudades.

Fui caminhando até o final do trem, havia muitas pessoas em pé, paradas nos corredores conversando com os amigos se abraçando e contando as sobre as férias. Será que não podiam se sentar? Tinham que me atrapalhar mesmo? E onde estariam sentados meus sonserinos amados?

- Opa, desculpa - Disse um garoto com uma expessa cabeleira alaranjada que acabara de sair de seu vagão se esbarrando em mim

- Ah é você Belly, bom te ver, boa as férias? - Perguntou num sorriso.

- Ted? É você? - Perguntei tentando reconhecer o garoto de cabelos e sobrancelhas alaranjadas.

Ele riu passou a mão pelos cabelos bagunçados que na hora voltaram para a cor normal.

- Leonard disse que fico bem mais charmoso com meus cabelos cores de fogo - Falou ironicamente - Pessoalmente não sei, mas o que você acha? - Perguntou ele naquele seu lindo sorriso.

- Belly! Ai desculpa moça, perdão... - Uma sorridente e dançante Alice veio correndo de braços abertos para meu lado tropeçando em tudo e em todos, ela me apertou em um abraço de urso eu mal sentia o ar entrar em minhas narinas e podia ver meu rosto ficando roxo e finalmente ela me soltou - Eu estava te procurando, vem Cory, Ric e Eldred estão nos esperando ali atrás, como foi suas férias?

- Também procurava por vocês... Ted...  Prefiro castanhos... - Falei sem graça, enquanto Alice o analisava de cima abaixo com um olhar de pleno nojo.

- Oi. - Disse secamente para ele virando-se para mim e me puxando pelos braços - Não acredito que ele estava falando com você! - Exclamou ela em um sussurro audível a todos a nossa volta. -  Ele, um lobisomem mestiço nojento...

Não disse nada apenas fui puxada por Alice e uma única vez olhei para trás onde sem querer meu olhar se cruzou com o de um Ted que agora não estava nem feliz nem sorridente.


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Notas finais do capítulo

Tem muita coisa ficando em aberto mas prometo que tudo será resolvido, o que acharam das férias de Belly? Comentem *-*