A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 20
Capítulo 19 - Pequena Falha


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores, como prometido mais um cap. pra vocês. Dedico esse cap. pra laauneb. que além de ser grande amiga e leitora é também minha Alice. Pois é me inspiro nela kk- Sem mais, boa leitura.



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Capítulo 19 - Pequena Falha

"Little change of the heart  Little light in the dark" Go - Boys Like Girls.

Discretamente abri a porta de madeira, com cuidado para não fazer nenhum ruído, entrei na sala de aula e aproveitando que o professor Bins estava de costas corri, sentando disfarçadamente em minha carteira ao lado de Richard.

- Onde você estava que não te vi no café da manhã? - Perguntou Ric com um sussurro ao meu ouvido.

- Biblioteca...

- A Belly está passando mais tempo na biblioteca do que com a gente ultimamente - falou Cory ao lado de Ric.

- Pois é, está desagregando de nós. - Disse Alice sentada na carteira a frente mas com toda atenção na conversa.

Reprimi um sorriso que se formava em meu rosto. Meus melhores amigos com ciúmes de mim por passar meu tempo na biblioteca. Imagine se soubessem que esse tempo todo eu estava ao lado de Ted? Tudo bem, melhor não imaginar.

Não gostava de esconder de meus amigos e principalmente de Alice o que estava acontecendo entre mim e Ted, mas ela não entenderia, eu mesma mal entendia o que estava realmente acontecendo. Um dia eu odiava Lupin com todas as minhas forças e no outro, desde que as férias de natal passaram, em segredo Teddy e eu nos encontrávamos. Muitas vezes à noite, na Torre de Astronomia, outras vezes embaixo da grande árvore próxima ao lago, continuávamos a agir normalmente perto de outras pessoas, ignorávamos um ao outro, apenas trocando alguns olhares que mal eram perceptíveis aos outros. Mas eu gostava do modo em que Ted fazia meu coração disparar, gostava da parte de que estando perto dele eu esquecia todos os problemas, gostava da parte em que minhas pernas ficavam bambas ao beijá-lo, gostava da parte em como ele me fazia me sentir diferente.

E quando dei por mim, já não estava mais na sala de História da Magia e sim na de Feitiços.

Olhei em volta e vi todos tentando transformar velhos pergaminhos em alguma coisa... Mas não me lembrava de como fora chegar lá... Richard estava sentado em cima da mesa a minha frente.

- Não me olha assim Richard - Ralhei com ele. - O que foi?

- Não é nada... Só que... Você está diferente... - Respondeu ele de modo desconfiado.

- Eu disse para ela - comentou Alice transformando pequenos pedaços de pergaminho em lindos pássaros, garantindo dez pontos para Sonserina - Mas quem disse que ela me conta por quê? Acho que é distúrbio bipolar. Na mesma hora que está triste está feliz, na mesma hora que está conversando já se cala...

- Impressão de vocês. Continuo normal como sempre fui. Alguma notícia sobre o que estão fazendo em relação ao ocorrido no baile?

- Você nunca foi normal... Mas enfim, Kingsley está tentando abafar o caso e está investigando internamente. Não desconfiam de nós.

- Eu já disse que odeio Transfiguração? - Interveio Cory. - Alice, me ajuda?

- Claro - Disse Alice com um sorriso sincero, pulando de sua mesa e se juntando ao Cory.

- Até onde sei, Cory é ótimo em Transfiguração - comentei com Richard.

- Até onde sei você tem me omitido muitas coisas. Não negue Belly. Tudo bem não cobro que me conte tudo, mas quanto ao Riddle?

- Tom... - Falei num pesado suspiro - Não quero falar nisso tudo bem? Não agora... - Disse olhando em volta.

Richard finalizou falando algo que não ouvi. Imersa em pensamentos lembrei-me dos últimos acontecimentos. Era comum que meu humor mudasse constantemente sem motivos. Sentia a consiência de Tom mais viva do que nunca dentro de mim. Quase já falei o que não queria, quase já fiz o que não queria, segurava-me, com esforço, com dificuldades, mas conseguia me segurar. Tom estava cada vez mais forte, eu temia que pudesse perder o controle causando grandes estragos e com eles, grandes consequências. E os sonhos? Pareciam tão reais... Eram tão intensos. Tom sempre falava comigo sobre seus planos, sobre como eu deveria agir. Ele sabia que eu não gostava de nada disso, que não queria nada disso, mas continuava com seus planos da mesma forma.

Eldred me ajudava com o máximo que podia. Pequenas poções que faziam a influência de Tom diminuir sobre mim, conseqüentemente eu ficava mais fraca, nos últimos dias mal conseguia completar meus afazeres. Como agora, não consegui transformar o maldito pergaminho em pássaros. Isso nunca acontecera antes. Mas não era suficiente, Tom ainda continuava a agir sobre mim, principalmente quando eu estava inconsciente. Era horrível.

-... Então estamos combinados?

- Não tenho certeza, te aviso semana que vem, pode ser? E você, Belly? Belly?

- Hm...?

- Vai passar o dia dos namorados aonde?

- Biblioteca... Na verdade, preciso ir pegar um livro que eu deixei lá mais cedo. Vejo vocês em Herbologia.

Não gostava de pensar em Tom, mas depois que começava eu não conseguia parar e involuntariamente eu ia me sentindo pior, mais fraca, mais vulnerável. Eu precisava urgentemente ver Ted. Ele era o único que me fazia esquecer...

- Aí! - exclamei ao sentir meu braço ser puxado para dentro de algum lugar muito escuro - Que diabos..?

- Shh - Fui silenciada com um longo e suave beijo. Eu não precisava ver para saber que estava dentro de um armário de vassouras, com espaço para apenas uma pessoa, e mesmo assim, estávamos eu e Ted juntos, unidos com o nosso longo beijo.

Soltei minha mochila ao chão e deixei minhas mãos correrem por seus cabelos, enquanto as deles estavam em minha cintura.

- Senti saudades - sussurrou Ted em meus ouvidos se afastando o máximo que podia, ou seja, dois ou três centímetros. Mesmo ao escuro podia ver o sorriso em seu rosto e o brilho em seus olhos - Me acompanha no almoço?

- Você ainda pergunta?

Ele riu, discretamente abriu a porta do armário de vassouras, olhou para os dois lados e fez um sinal para que o seguisse. Fomos pelo corredor vazio até a Torre do Relógio onde uma bela cesta nos aguardava.

- Você está me acostumando mal - comentei enquanto carinhosamente Ted levava um morango até minha boca.

- Apenas por que você merece - disse ele rindo virando um copo de suco à boca. - Pronta pra sobremesa?

- Pensei que a torta de morango fosse a sobremesa.

- Faz parte... Mas tem mais. - Disse ele com um sorriso travesso no rosto.

- Adoraria provar - Respondi mordendo o lábio inferior.

Ted se aproximou colocando uma das mãos em minha nuca e a outra entrelaçou em minhas mãos. Seu beijo fazia meu coração disparar, eu não resistia e apenas me entregava a ele, nossa pequena cesta de mantimentos foi colocada de lado e continuávamos nos beijando sobre o pequeno pano que Ted havia estendido para podermos comer, aos poucos ia me deitando e Ted sem fazer peso e sem parar de beijar ia me acompanhando.

Em outras horas estaria preocupada com a possibilidade de alguém nos encontrar. Dois quartanistas deitados sobre a Torre do Relógio? Mas não queria me desgrudar de Ted, não queria agir racionalmente, apenas queria sentir sua mão sobre a minha, seus lábios sobre os meus, seu corpo sobre o meu.

- Ted... - falei arfando

- Hm? - resmungou ele beijando meu pescoço

- Temos aula agora Ted... Anda, levanta.

Com um longo suspiro ele se sentou novamente. Sentei-me em frente a ele e ficamos por alguns minutos nos fitando sem nada dizer. Seus cabelos estavam rebeldes e bagunçados como sempre, alguns botões de sua camisa desabotoados, a gravata da Grifinória apenas passada sem amarrar em volta do pescoço, e seu lindo sorriso no lugar de sempre, dando um ar extremamente sexy a ele. Ele abria o sorriso cada vez mais ao ver meus olhos correndo por seu corpo e involuntariamente ao me ver corando.

Aproximei-me mais e abotoei sua camisa e amarrei sua gravata. Ele continuava da mesma forma me fitando.

- O que é? - Perguntei constrangida.

- Nada... Já falei o quanto você é linda? - Perguntou ele se levantando e estendendo a mão para mim. - Você é linda.

- Odeio quando você me deixa assim.

- Adoro deixar você assim, toda acanhadinha - disse ele apontando a varinha para nossa bagunça que se arrumou em um segundo - Quando vou poder te acompanhar até a aula para que todos vejam? - Perguntou ele enquanto descíamos as escadas de mãos dadas.

- Logo... Melhor eu ir à frente... Para ninguém notar, sabe? - Perguntei olhando para baixo, eu sabia como Ted odiava isso.

- Tudo bem, tenho que ir guardar isso mesmo - disse ele levantando a cesta que estava na outra mão. Sem pressa ele se aproximou para outro beijo, curto e significativo ao qual correspondi e assim que nos separamos corri para fora do castelo até as estufas.

Longbotton mal me viu chegar, apenas assentiu para que eu entrasse.

Alice trabalhava junta com Mary e Cory, enquanto fiquei junto com Richard e Jhulia. Logo depois Ted chegou e se juntou aos seus amigos da Grifinória, fingi não notar o olhar de Richard indo de Ted para mim. Alice também ficava olhando de Ted para mim. Por que tinham de me conhecer tão bem?

- Vai à biblioteca? - Perguntou Alice sarcasticamente ao final da aula, eu via o sorriso brincar em seu rosto.

- Na verdade não...

- Tenho detenção hoje à noite... Por causa do maldito duelo - murmurou Cory enquanto voltávamos para o castelo - Por que o vira-lata também não pegou detenções?

- É Ted. - Corrigi.

Depois de ver o que falei amaldiçoei-me mentalmente desejando ter um vira-tempo comigo. Se Alice ou Richard suspeitavam de algo eu vi em seus sorrisos a confirmação.

Nada falaram, eu também nada disse. Depois de um cansativo horário de Feitiços voltamos para as masmorras, onde junto com Alec e Eldred fizemos nossos deveres.

Antes de dormir Alice ficava me lançando vários olhares, eu via que ela queria perguntar algo, mas nada dizia. Apenas Merlin na causa para me ajudar.

“Está fugindo de mim minha Lady, lhe fiz algo?”

“Tom... Seria bom ter uma noite de sono apenas minha.”

“Você não gosta da minha presença. É compreensível... Não se esqueça que foi você quem escolheu me trazer de volta. Apenas estou voltando.”

“Não em mim Tom!”

“Arrumarei um corpo apenas meu quando estiver forte o suficiente. Mas por ora, teremos de cooperar um com o outro.”

“Eu coopero Tom, você que não ajuda.”

“Você deve parar de encontrar o traidor do sangue. Não quer se envolver com essa gente. E afinal, pode atrapalhar nossos planos”

“Não tenho mais certeza se quero continuar...”

“Não tem como voltar atrás minha Lady, o que está feito, está feito e pronto. Por isso digo para não se envolver emocionalmente. Atrapalha os nossos planos”

“Tom - sussurrei - Por favor...”

Tom tão lindo em seu uniforme da Sonserina, sua pose de aristocrata britânico, seus olhos claros, os cabeos negros no lugar. Narcisa dizia que eu não era parecida com minha mãe, mas por outro lado eu tinha vários traços de meu pai. Era tão estranho ver o lindo garoto de quinze ou dezesseis anos a minha frente e saber que era meu pai.

“Afaste-se dele e tudo ficará bem.”

“Não é uma ameaça... é?”

Tom apenas sorriu de uma maneira que fez um arrepio correr por meu corpo. Um sorriso que realmente me assuntou. Ofegando acordei, senti o suor frio escorrer por minha nuca. Fiz mentalmente uma anotação de que no dia seguinte pegar uma poção para poder dormir sem sonhos.

- Teddy, tenho que ir - falei me separando dele com grande dificuldade.

- Podemos matar aula - sugeriu passando a mão pelos rebeldes cabelos.

- Oferta tentadora, mas já matamos aula ontem, lembra?

Com um grande suspiro ele soltou minhas mãos, e com um último selinho o deixei atrás de uma das armaduras e fui em direção a sala de DCAT.

- Onde você se meteu? - Perguntou Alice chegando por trás e passando os braços em volta dos meus - Não me venha dizer que estava na biblioteca, acabei de ir lá te procurar.

- O que foi? - Perguntei enquanto caminhávamos juntas.

- Nada de importante, apenas sinto falta de andarmos juntas, igual antes... - disse ela dando de ombros. - O que tem feito, que é mais importante que os amigos?

- Desculpe, ando com a cabeça cheia ultimamente. Prometo que vamos passar um tempo juntas. Só nós duas, que tal?

- Ótimo! Você não me escapa esse fim de semana - disse ela com um grande sorriso. Às vezes eu esquecia o quanto eu amava essa minha loirinha.

- Devido ao ocorrido no baile e a pedido do diretor tivemos de mudar o nosso cronograma de estudos. - Ia dizendo o professor Rowle enquanto escrevia no quadro - Maldições é nosso assunto de hoje.

- Disso ele entende - cochichou Cory que estava sentado na mesa da frente com Richard. Muitos não sabiam, mas o senhor Rowle já foi um grande Comensal da Morte e até recentemente morador de Azkaban.

- Quer compartilha algo, senhor Corner? Porque não nos diz no que as Maldições se diferenciam dos Feitiços? - Perguntou o professor que provavelmente ouvira o comentário de Cory e agora o encarava ameaçadoramente.

- Bom... Maldições são feitiços, mas se diferenciam dos outros feitiços por serem Magia Negra, toda maldição é uma Magia das Trevas, que afeta negativamente quem usa ou quem recebe, talvez até ambos. - Finalizou Cory com um lindo sorriso mostrando suas doces covinhas.

- Correto - respondeu o professor carrancudo - Como sabem na noite do baile alguém, em minha opinião um bruxo muito poderoso para conseguir realizar tal feito, lançou uma maldição sobre vários alunos. E por que sabemos que é uma maldição?

- Pois afetou de forma negativa as vítimas. - Respondeu Richard.

- Sim, e como nos defendemos de uma maldição?

- Usando o contra feitiço, mas são poucas as maldições que têm contra-feitiços, por exemplo não tem contra-feitiço para as Maldições Imperdoáveis, por isso é quase impossível se defender de uma maldição - respondeu Alice balançando a pena entre os dedos.

- Muito bem. - elogiou o professor de mal grado - Pelo visto estão muito por dentro do assunto - disse ele lançando um olhar significativo para nós quatro que sentávamos ao canto - Quero uma redação para o final da aula sintetizando como descobrir alguma maldição, como nos defender e como detectá-la. O capítulo sete do livro ajudará vocês.

Em poucos minutos era audível apenas o som de várias penas correndo pelos pergaminhos dentro de toda a sala.

Involuntariamente, senti uma grande fraqueza e uma pontada de dor na cabeça.

Larguei a pena sobre o pergaminho e massageei as têmporas que começavam a latejar.

- Tudo bem Belly? - Perguntou Alice.

- Tudo... - respondi de olhos fechados.

“Tem certeza Belly?”

- Tenho - respondi.

- Tem o quê? - Perguntou Alice confusa.

Abri os olhos e Alice, Cory e Richard me encaravam.

- Tom? - sussurrei para mim mesma.

“Sim minha Lady?” - Ouvi a voz irônica de Riddle em minha cabeça.

Engoli em seco. Como ele podia falar comigo estando eu consciente?

- Belly...? - Cory chamou cautelosamente. - O que foi?

- Nada...

- Belly, seu nariz! - Exclamou Alice.

Levei as mãos ao nariz e senti tocar algo quente, olhei para minhas mãos e havia sangue.

- Isso não é bom - Me levantei e sem autorização saí da sala tampando minhas narinas com as mãos para impedir o sangramento.

Desci as escadas e corri para o banheiro mais próximo. Liguei a torneira, deixando a água encher até a borda da pia limpando o sangramento. Sentindo uma grande e repentina tonteira, me apoiei com as duas mãos sobre a pia. Eu estava ofegante, meu coração disparava. Olhei minha imagem no espelho. Aquela garota pálida de olhos azuis era eu? Desde quando eu era tão pálida?

Enquanto olhava minha imagem no espelho vi o reflexo de Tom Riddle passar diante de meus olhos.

Durou um segundo, mas eu vi. Meus batimentos cardíacos se aceleraram ainda mais, sentia uma dor latejante na cabeça, parecia que iria explodir a qualquer momento. Que diabos estava acontecendo?

- O que você está fazendo comigo Tom? - sussurrei sentido a consciência se esvair de mim.


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Notas finais do capítulo

Ted e Belly juntos é bem meloso, não? Mas eu acho tão fofo, e o Tom ficando mais forte?