A Herdeira do Lorde escrita por letter


Capítulo 19
Capítulo 18 - Feliz Natal


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. pra vocês queridos leitores, e só para constar, esse é um dos cap. que eu mais gosto, vocês vão ver porque. Boa leitura.



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Capítulo 18 - Feliz Natal

O dia amanheceu frio, o sol escondido entre as nuvens. Era Natal. A cama de Alice estava arrumada, seus pertences não estavam no quarto. Já devia estar em casa com seus familiares. Para minha felicidade ainda não passara das dez, ou seja, um belo café da manhã de Natal preparado pelos elfos me aguardava no salão principal.

O Salão Principal ainda estava decorado, com suas conhecidas doze árvores de natal, e a falsa neve caindo no teto. Antes de descer encontrei embaixo da árvore de natal no salão comunal da Sonserina presentes dirigidos a mim, vindo de Draco e Astoria, Lúcio e Narcisa, Cory, Richard, Alice e Eldred, os guardei no dormitório mais tarde os abriria.

Não havia muitos alunos na escola, quase todos foram passar as férias de inverno com seus familiares, deixando o castelo quase deserto, a não ser pelos fantasmas que aqui habitavam, alguns professores e um número máximo de vinte alunos.

Sozinha na mesa da Sonserina saboreei várias tortas e bolos, sucos e vitaminas, estava prestes a acabar quando um indivíduo de cabelos castanhos sentou-se ao meu lado.

- Feliz Natal - Disse ele pegando um pedaço de torta e colocando em um prato.

- Feliz Natal - Desejei com sinceridade, espantada ao ver Teddy sentado na mesa da Sonserina. - Tomaram juízo e te expulsaram da mesa da Grifinória? - Perguntei irônica.

- Para sua tristeza, não - Disse ele sorrindo - Mas resolvi fazer minha boa ação de Natal e fazer companhia para você.

- Quer dizer que isso não envolve o fato de você estar sozinho, longe dos amigos e familiares, tanto quanto eu neste Natal?

- Claro que não - ele falou fingindo estar sério - Virei um garoto direito e mudei de vida, faço companhia aos solitários. O que me faz lembrar... Não achei o presente que você me deu de Natal embaixo da árvore hoje cedo, esqueceu de mandar algum elfo colocar?

- Não vem reclamar não, também não achei o seu.

- Então você sabe qual é a solução, não sabe?

- Fingir que nos demos presentes e ficar por isso mesmo?

- Irmos juntos a Hogsmeade hoje, e comprarmos nossos presentes, e fingir que não esquecemos de comprar.

- Já tenho compromisso com meus livros em meu quente e confortável dormitório.

- Você sabe como sou teimoso e nunca aceito um não, não sabe?

- Então não tenho escolha?

- Não. - Disse ele se levantando e estendo as mãos para me ajudar. - Hoje você é minha.

Meia hora depois estávamos entrando no vilarejo de Hogsmeade. Tinha quase certeza de que eu não estava bem. Estava doente, talvez em estado terminal. O motivo? Simples. Como poderia eu passar o natal rindo e sorrindo ao lado de Teddy Lupin? Com certeza eu estava mau.

- Então senhor quero meu presente, o que quer de Natal? - Perguntei rindo entrando na Zonko’s onde a maioria dos alunos que ficaram na escola estava se divertindo por entre as prateleiras de brinquedos.

- O que eu queria realmente você não vai me dar, então pode ser qualquer coisa - disse ele dando de ombros - E você senhorita tenho compromisso com meus livros? - Perguntou ele passando as mãos pelos cabelos bagunçados que hoje estavam mais claros do que na noite anterior.

- Me faça uma surpresa.

- Certo, em uma hora nos encontramos aqui em frente - disse ele saindo da loja.

O que será que Ted iria aprontar? Por meia hora andei por entre as várias prateleiras com vários artigos encantados, mas não achei nada que valeria a pena dar ao Ted, eram apenas brinquedos enfeitiçados que serviam para ser usados apenas uma vez. Sai da loja e andei pelo frio vilarejo até os Dervixes e Bangue, uma pequena loja de instrumentos mágicos e artigos sortidos, mais ao fim do vilarejo. Além de artefatos bruxos a loja estava recheada por artefatos trouxas. Um pequeno objeto redondo banhado em ouro e preso por uma corrente de mesmo material me chamou a atenção. Era uma bússola trouxa. Bruxos não precisavam de bússola para se orientar, havia um feitiço para isso. Mas ela era tão perfeita em cada pequeno detalhe que por fim a comprei. Fora da loja tirei o pequeno artefato da caixinha em que estava e o enfeiticei, a bússola não iria orientar a direção da pessoa que a usasse, iria orientar a direção ao que a pessoa mais queria, independente do que fosse.

Sorrindo comigo mesma pelo bom trabalho caminhei em direção a porta da Zonko’s onde encontraria Teddy. Ele já estava me esperando e sorriu ao me ver.

- Venha quero te mostra um lugar - ele disse quando cheguei ao seu lado, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele já tinha pegado minhas mãos e me puxava para fora do vilarejo em direção oposta ao castelo de Hogwarts.

Sem nada dizer e de mãos dadas com Ted caminhamos até uma afastada clareira de onde podia se avistar um grande rio em baixo onde quebrava uma cachoeira e uma bela visão do sol. Provavelmente estávamos no topo de um das montanhas que cercava Hogwarts.

- Como encontrou esse lugar? - Perguntei impressionada olhando em volta.

- Certa vez fugi de Hogwarts e me perdi aqui. Lindo não?

- Perfeito. - Exclamei encantada.

- Vem cá - chamou ele sentando-se sobre um pano estendido embaixo de uma árvore, sobre o pano encontrava-se uma cesta.

- Um piquenique? - Perguntei perplexa caminhando até ele.

- Aposto que nunca passou um Natal fazendo um piquenique na neve, com uma visão magnífica como essa e a companhia de causar inveja. - Disse ele rindo, abrindo a cesta e tirando todos os mantimentos de dentro dela, frutas, doces, salgados, tortas, uma grande variedade e quantidade de alimentos que daria para alimentar um time inteiro de quadribol faminto após o jogo.

- Ted, tecnicamente isso não é um encontro, você sabe, não?

- Se você diz - disse ele sorrindo marotamente para mim. De dentro de uma cesta ele tirou alguns equipamentos que eu desconhecia e caminhou até mais a frente, onde os deixou, com um simples aceno de varinha os equipamentos se transformaram em uma pequena máquina fotográfica sobre um pé que a apoiava.

- O que é isso?

- Uma máquina fotográfica - Respondeu ele rindo.

- Não isso gênio, quer dizer, pra quê isso?

- Para completar seu presente, é claro. - disse ele bufando como se fosse uma coisa muito óbvia.

- A claro, sou acostumada a ganhar de Natal, fotos de mim se alimentando - respondi ironicamente.

Ele também riu. Ted começou a contar de como era a vida com sua avó e como era a vida com os Potter, contou como perdia o controle de si mesmo e quando via seus cabelos, olhos e faces mudarem de cor de acordo com seus sentimentos, contou como queria se tornar um auror assim como sua mãe após se formar. Depois enquanto comíamos foi minha vez de contar para ele sobre mim, contei como eu adorava passar noites acordadas lendo, contei como poções me fascinava, contei como amava sair escondida a noite apenas para ir até a Torre de Astronomia e ver o céu, contei como era divertido irritar Astoria, como era divertido ver as crises de Alice, como era divertido ficar ao lado de Richard, disse também como odiava ficar perto de muitas pessoas ao mesmo tempo, como odiava ter de sentar na poltrona desconfortável da sala do diretor e principalmente como eu odiava ser chamada de Lestrange, pelo simples fato de não ter nem um pingo de sangue da família Lestrange circulando em minhas veias.

- Então por

que seu sobrenome é Lestrange? - Ele perguntou rindo.

- Meu pai odiava o nome de trouxa dele, então meus tios resolveram apenas usar o nome do meio dele e o sobrenome de minha mãe - contei dando de ombros.

- Coitadinha da Lestrange - ele disse rindo, de brincadeira dei um murro em seus ombros - Vou te alegrar. - disse ele, tirando de dentro de suas vestes uma pequena caixinha dourada com um laço prata - Feliz Natal.

Abri a caixinha e dentro dela se encontrava um pingente prata em forma de coração, o pingente se abria e dentro dele se encontrava dois lugares para se colocar fotos, olhei pra ele depois para a máquina fotográfica em minha frente e novamente olhei para o pingente. Ele deu de ombros e pegou o pingente em minhas mãos, engatinhou até chegar por trás de mim e afastando meus cabelos colocou o pingente em meu pescoço.

- Feliz Natal - eu disse me virando para ele e entregando a caixinha onde estava a bússola que eu havia comprado, ele abriu e tirou a bússola e ficou examinando-a - É uma simples bússola trouxa, mas eu a encantei, ela aponta para o que a pessoa mais quer independente do que seja - eu disse sorrindo.

- Independente do que seja? - Ele perguntou olhando pra mim. Acenei com a cabeça e seu olhar se voltou para a bússola, o acompanhei e vi que o ponteiro apontava para... Para mim. Sem saber o motivo meu coração se acelerou. Juntos tiramos os olhos do ponteiro e contemplamos um ao outro. - Bússola esperta essa - Disse ele sorrindo a centímetros de meu rosto, e suavemente nossos lábios se encontraram.

Eu virava as páginas do livro em minhas mãos sem me lembrar do que acabara de ler, podia sentir minha bochecha enrijecer por causa do sorriso que não saia de meus lábios, já era tarde, talvez umas dez ou onze da noite, e deitada em minha cama com os livros eu apenas revia repetidas vezes o maravilhoso Natal que tivera. Às seis da tarde eu e Ted voltamos para o castelo, ele me acompanhou até o salão comunal da Sonserina se despediu de mim com outro beijo. Passamos à tarde, rindo, conversando, e nos... beijando.

Pela milésima vez eu abria o pingente em meu pescoço e apreciava as duas pequenas fotos dançantes dentro do coração, uma em que mostrava a mim e Ted trocando os presentes e nos beijando e a outra que me mostrava encostada no tronco da árvore acariciando os cabelos de Ted que estava deitado em meu colo, contando como fora seus natais anteriores.

E pela primeira vez em semanas eu não tivera um único sonho a noite, dormi como uma pedra.

No domingo, ao sair do salão comunal para o café da manhã, encontrei Ted encostado na parede de frente ao portal da Sonserina. Tomamos café da manhã juntos, depois conjurei patins e fomos esquiar sobre o lago de Hogwarts que estava congelado, e quando o frio não deixou mais, entramos e juntos nos aquecemos na lareira do salão comunal da Sonserina, já que eu era a única da casa que não tinha ido passar as férias com a família, Ted poderia entrar e sair à vontade do salão comunal.

Os dias que se seguiram continuaram a mesma rotina, acordar, ver Ted, beijar Ted, tomar café da manhã com Ted, beijar Ted, conversar com Ted, beijar Ted, almoçar com Ted, beijar Ted, brincar com Ted, beijar Ted, se divertir com Ted, beijar Ted, jantar com Ted, beijar Ted, ir pro salão comunal da Sonserina com Ted, beijar Ted, sonhar com Ted e de novo a rotina começava.

Era véspera de ano novo, no dia seguinte todos os alunos voltariam e retomariam suas atividades escolares. O fogo crepitava na lareira do salão comunal da Sonserina e deitado no sofá em frente à lareira estava Ted e eu com a cabeça em seu peito, sentindo suas mãos acariciar meus lisos e negros cabelos.

- O que vamos fazer a partir de amanhã? - Perguntei com os olhos fixos nas chamas vermelhas. - Quer dizer... O que vai acontecer com a gente?

- O que você quer que aconteça?

- Não quero ficar longe de você - admiti sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas.

- Mas também não quer que ninguém saiba o quanto você é louca por mim, não é? - Eu não precisava ver o rosto de Ted para saber que ele estava sorrindo com a piadinha.

- Não sou louca por você - retruquei sorrindo.

- Não, tem certeza?

- Claro que tenho - respondi me virando em cima dele para poder ver seu rosto. Ele parou, tirou as mãos de minha cabeça e as colocou em minha cintura - Você que é louco por mim, mas é compreensível, não se preocupe. - disse rindo e indo de encontro com seus lábios que eu já conhecia tão bem. Afastei-me e apreciei o brilho de seus olhos e o sorriso em seus lábios.

- Com certeza eu sou louco por você - Disse ele me puxando novamente para um beijo, suas mãos andavam por minhas costas e nossas pernas estavam entrelaçadas, eu acariciava seus cabelos lisos e castanhos.

- Vou acabar te esmagando - eu disse me separando de seus lábios.

- Não me importo, sério - ele disse rindo. Por um tempo ficamos apenas um olhando o outro. Eu me sentia tão feliz, tão inteira, de um modo como nunca me sentira antes, eu poderia sair pelo mundo pulando e compartilhando de minha alegria com quem quisesse, queria que todos se sentissem como eu. Podia sentir o pulsar do coração de Ted sob meu peito, tão acelerado quanto o meu. Como isso aconteceu tão rápido?

- O que vamos fazer, Ted? - Repeti minha pergunta, ainda o olhando.

- Por mim, sairíamos mostrando a todos como você é louca por mim. Mas vou esperar você admitir isso e vou guardar em segredo. - Ele disse, colocando meus cabelos atrás da orelha.

- Fingiremos... - disse num suspiro.

- Eu não sou a favor dessa idéia, mas a patroa é quem manda.

- Sabe, gostei disso - eu disse rindo e voltando a beijá-lo.

- Feliz ano novo - ele sussurrou em meio a outro beijo.

- Feliz ano novo - falei com o fôlego que me restava.


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Notas finais do capítulo

Então? então? então? o que acharam? Ted e Belly juntinhos, deu certo? comentem, elogiem. critiquem e recomendem, até semana que vem.