Desconhecido escrita por Amanur


Capítulo 1
Capítulo Único




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Superficial, é como muitos poderiam descrever este sentimento que sinto por você.

Eu não te conheço. Não sei o que gostas de fazer para passar o tempo. Não sei o que pensa quando acorda de manhã, sequer sei se gosta de café com leite. Não sei qual é sua música favorita, não sei qual a cor da camiseta que estás a usar neste exato momento. Não  sei quais são seus livros favoritos, nem qual lugar do mundo consegues sentir paz. Não sei do que tens medo, não sei quais são seus sonhos. Não sei o que fez de extraordinário quando criança, nem sei quem foi seu primeiro amor. Não sei quem detesta, não sei quem admiras.

Basicamente, não sei nada sobre você.

E ainda assim, não consigo parar de pensar em te ter.

Mas eu não quero te conhecer.

Para mim, você é como um sonho de valsa. Mais do que perfeito.

Seus toques, seus olhos, sua voz, sua ternura, seus cuidados...

São todos feitos tão bem calculados.

São todos feitos sob medida. À minha medida.

Mesmo que seja tudo mentira, eu não me importo.

Mesmo que seja tudo ilusão, eu suporto.

Mas eu não quero te conhecer.

Pois tenho medo da figura que transparecerá em meus olhos.

Tenho medo da transformação que acontecerá no espelho.

Tenho medo de que você não passe de uma ilusão cheia de mentiras

E eu não quero que meus devaneios se tornem um simples borrão vermelho.

Nesse dia, meu olho sangrará.

Meu coração se partirá.

E minha alma se espalhar.

Sua ausência me faz companhia.

Sua presença se faz em meus sonhos.

Pois sua essência ainda é minha fantasia.

Embora a realidade seja minha melancolia, em uma triste melodia.

Por tanto, não te direi que te amo.

Não te direi que o admiro.

Não direi que te quero.

Direi, apenas, que sou seu vampiro. Sugando de suas entranhas tudo de bom que você poderia ter.

Farei da sua imagem à minha semelhança.

Transformarei a sua mentira em minha esperança.

Esperança de que alguém como você realmente exista

E de que não sou apenas uma masoquista.

Pois a dor de não te ter

De não te conhecer

De não te poder

Embarga minha consciência como o sol ao anoitecer.

Criarei a minha mentira, e farei da sua imagem à minha semelhança.

Transformarei a minha mentira em minha esperança.


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Notas finais do capítulo

Matei as rimas, eu sei.