Armagedon escrita por Malucoxp


Capítulo 7
Luna LoveGood




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Há uma tenua linha que separa a justiça de vingança... Mas e quando a justiça se torna vingança e a vingança se torna justiça?

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Luna LoveGood

Em uma cidade devastada, o último guerreiro que nela residia caiu pelas mãos de uma das mais cruéis e sanguinárias comensais, logo oito pessoas se colocaram ao lado da mulher e quase se curvaram quando ela passou os olhos por eles, o poder irradiava daqueles olhos azuis e, acima de tudo, uma fidelidade insana pelo lorde das trevas. Tal fidelidade que a fizera ultrapassar qualquer nível que se colocava a sua frente, que a fizera derrubar qualquer barreira posta em seu caminho e por isso ela se tornara a elite da elite das trevas, uma dos dez generais mais próximos e poderosos de Lorde Voldemort.

_Minha senhora, recebemos nossa próxima missão. -Falou um dos homens que estava ao lado da mulher, ele tremia diante daqueles olhos azuis e se curvou levemente quando ficou de frente para ela, estendendo algo para que ela pegasse. _Disseram para usar os meios necessários desde que não invadamos o castelo.

_Ele pagará por se por no caminho do lorde. -Falou a mulher jogando o papel para trás, o vento carregou o papel por um tempo, que apesar de breve, foi o suficiente para os nove desaparecerem em pleno ar, deixando Dublin em chamas para trás.

Aos poucos as forças das trevas se aproximavam da Inglaterra, agora a guerra mais uma vez iria retornar com força e nada deveria se por em seu caminho, a não ser aquele ser. O papel finalmente começou a cair e, assim que tocou levemente o chão, começou a pegar fogo por causa de alguma centelha, quase todo pergaminho estava consumindo, mas antes das chamas destruírem o que restava, podia se ver olhos verdes muito claros.

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Três dias de aula e Alvo Dumbledore mal tivera tempo de falar com Harry Potter, coisas demais aconteceram: investidas inimigas a pequenas cidades perto das fronteiras da Inglaterra, desaparecimentos de membros importantes da aliança e a preocupação com algum espião, além do pequeno Pedro. Mas o que mais o preocupava no momento, era o recomeço da guerra, já que o lado negro não gostara de perder a França, visto que depois da queda da fortaleza de sangue, as forças da aliança tomaram conta do país o protegendo, prendendo e interrogando cada comensal em que punham a mão.

As coisas no castelo também estavam agitadas, as aulas do Potter realmente estavam sendo apreciadas pela maioria, mesmo filhos de comensais. Ele tinha um jeito um tanto estranho de ensinar, alguns alunos chegavam exaustos nas outras aulas, outros iam direto para a enfermaria com ferimentos leves. De qualquer jeito ele estava fazendo seu trabalho, preparando os alunos para a guerra não importava o lado que eles seguiriam, mas ainda haviam protestos sobre a presença dele entre professores e a imprensa, os pais dos alunos, preocupados, encheram Dumbledore de telefonemas e cartas.

_Como eu disse, professor Gonzáles, o professor Atlas está ciente que aqui é uma escola e não um mercado para conseguir recompensas. -Falou o diretor pela enésima vez para o professor de Runas, sentia falta da antiga professora, mas esta tivera de deixar a escola por causa da família. _Assim como eu sei que você não está nesse castelo para exterminar nenhum aluno nascido trouxa. -Ao dizer isso, Dumbledore olhou para a marca negra no braço do professor, que a deixava amostra com orgulho de ser um dos comensais. _O Tratado diz que posso contratar qualquer um desde que ele não prejudique os alunos nem tente influenciá-los a mudar de lado e como eu escolhi você, um comensal, eu também posso escolher um caçador de recompensas.

_Meu lorde não vai gostar disso. -Falou o professor esbravejando. _Lembre-se que aqui só é território neutro por que ele o quer, mas se continuar a abrigar inimigos mortais dele, esse local poderá se tornar uma zona de guerra.

_Por um acaso está me ameaçando? -O tom bondoso de Dumbledore desapareceu dando lugar para um tom duro, os olhos perderam o brilho e ele encarou os olhos do professor Gonzáles com uma intensidade antes só comparada a do próprio lorde. _Você tem que tomar cuidado com o que fala. Aqui, essa marca em seu braço, não vale nada e, segundo o próprio tratado, qualquer um que ameace um ponto neutro pode ser detido, não importa a nacionalidade, e enviado para ser julgado no país inimigo.

_Como você fez com Stephen? -Perguntou desdenhosamente para o diretor. Uma fina aura azul saiu de Alvo, o que assutou Gonzáles.

_Você lembra o que seu pessoal fez com ele? -Perguntou Snape, entrando na sala do diretor sem se anunciar. _Imagine o que os soldados da aliança iriam querer fazer com você. -Gonzáles lançou um olhar de extremo nojo para Snape e em seguida saiu do escritório furioso.

_Escutou tudo? -Perguntou Dumbledore suavizando o tom de voz, seus olhos voltaram ao antigo brilho. Por um instante Snape pensou como o diretor fazia aquilo tão rapidamente, mas deixou isso de lado.

_Somente o final. -Disse Severo de modo neutro. _Mas concordo com o fato do Potter ser um tanto perigoso, qualquer um que tenha feito aquilo na França tem que ter passado por um treinamento insano e, mesmo assim, aquele nível é algo que somente os mais fortes dos Cavaleiros da Fênix conseguem depois de anos.

_Uma vez Carlinhos me falou que ele usava algo no pescoço. -Disse o diretor tirando um desenho de alguma gaveta de sua mesa e mostrando a Snape, que viu algo semelhante a uma corrente e um pingente em forma de foice, já vira aquele desenho em algum lugar.

_O que significa isso? -Perguntou Snape forçando a memória, lembrou de um velho livro que tinha em sua biblioteca particular e, claro, na área restrita da biblioteca do castelo.

_A Foice do Arcanjo. -Falou o diretor em tom calmo. _A corrente é de uma prata muito especial encontrada nas minas que uma vez pertenceram aos anões, muito mais pura que a prata normal, a diferença entre as duas é que a prata dos anões é, em princípio, negra e conserva a maior parte de seu poder, poucos conseguem trabalhar em seu estado original, por isso precisam raspar um pouco até assumir um brilho prateado, mas pelo que Carlinhos diz, a corrente é negra como a escuridão e o pingente é um cristal mágico muito raro, encontrado na Grécia e em poucos lugares conhecidos. O cristal nasce em cavernas impregnadas de magma, a extração é quase impossível, mas mesmo assim alguns a extraem com ferramentas mágicas, e o cristal é chamado de...

_Banty. -Falou Snape interrompendo o professor. _Nome da antiga deusa que chorou a morte de seu amado e suas lágrimas se tornaram cristal.

_Sim, por isso o outro nome é “Lágrima divina”. -Explicou o diretor calmamente. _O Banty tem uma propriedade de sugar a magia do hospedeiro e é usada nas prisões de Voldemort para conter os bruxos, impedindo-os de escaparem usando qualquer tipo de magia. Mas em conjunto com a Krasht ou prata anã, o pingente serve de selo para a magia, fazendo com que o hospedeiro não seja capaz de usar todo seu poder e, quanto mais magia você usa, mais a foice do arcanjo suga.

_O corpo dele tenta compensar a perda de magia ao ponto que o nível acaba aumentando até o corpo se acostumar. -Falou Snape se lembrando do livro que lera. _Mas eu nunca o vi usando.

_Feitiços podem esconder o colar, pois depois disso Carlinhos nunca mais o vira. -Dumbledore agora se levanta e anda até o poleiro de Fawkes, acariciando a grande fênix que piou alegremente. _Mas sabe qual é o efeito colateral quando a Foice do Arcanjo é removida?

_Todo o poder que ela estiver segurando é liberado e o corpo do hospedeiro, se não for forte, é destruído. -Falou o professor de poções pensativo. _O que alguém de dezessete anos está fazendo com uma coisa dessas?

_E onde ele a conseguiu? -Perguntou Dumbledore para si mesmo, talvez tivesse sua resposta em breve. No dia seguinte liberaria os alunos mais cedo para um passeio a Hogsmead, seria o momento perfeito para falar com o Potter. _Severo, vou lhe contar algo, mas quero segredo absoluto, nada mais sai dessa sala. -Ao falar isso, o diretor puxou a varinha de dentro da manga e uma fumaça azulada tomou conta das paredes, do chão e de qualquer lugar onde podia haver alguém escutando.

_É sobre a visita do Oráculo? -Perguntou Snape se sentando, aquilo era algo sério. O mago só falava de coisas assim com ele, quando podia se tratar de um movimento do lorde das trevas ou de outra coisa que o envolvesse.

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Harry andava distraidamente pelo castelo e, mesmo não querendo, velhas lembranças lhe invadiam a cabeça e tomavam forma diante de seus olhos, mas tentava afastá-las ao máximo. Sorriu para um grupo de garotas que passou por ele, elas coraram um pouco e continuaram o caminho cochichando entre si, vez ou outra olhando para trás, o rapaz não ligou muito, pegou uma passagem secreta que provavelmente atravessaria metade do castelo, mas saiu por outra passagem antes que isso acontecesse. Quando saiu de trás de uma tapeçaria no terceiro andar, esbarrou em alguém e ouvira esse alguém cair no chão com um leve gemido de dor.

_Desculpe. -Falou Harry olhando distraidamente para quem derrubara sem querer, demorou dois segundos para perceber que era Luna, só que estava diferente, talvez pelos cabelos agora curtos e um pouco desalinhados que caiam até os ombros.

_Não foi nada professor. -Disse Luna aceitando a mão de Harry, que a ajudou a se levantar. O tom avoado de Luna continuava o mesmo de sempre, assim como os grandes olhos azuis que olhavam o vazio de vez em quando. _Você viu uma fada celta por aqui?

_Na floresta proibida, ao sul, perto de um rio a beira da cachoeira. -Disse Harry distraidamente para a garota, que focou seus olhos nele e, por alguma razão, o rapaz se sentiu desconfortável.

_Você não é desse lugar. -Disse Luna em tom vago e sonhador.

_Realmente venho de outro país. -Disse Harry ainda desconfortável.

_Você não é desse mundo. -Disse a loira, por um instante o coração de Harry bateu com força, esquecera que Luna em seu mundo tinha a estranha habilidade de ver coisas que ninguém via, algo como espectros ou até mesmo espíritos errantes, coisas que não eram exatamente do mundo humano, mas nunca imaginara que ela podia identificar uma pessoa que viera de outro lugar.

_Quem sabe. -Disse Harry adquirindo o mesmo tom sonhado de Luna e sorriu para ela, que retribuiu o sorriso. _Mas por em quanto isso é segredo.

_Não contarei para ninguém. -Disse Luna distraidamente, agora interessada em um estranho quadro do outro lado das escadarias. _Sou boa com segredos.

_Acho que sim. -Disse Harry, não se lembrava de ter dado aula para a turma da garota e foi aí que se lembrou que tinha aula em alguns minutos. _Creio que você tenha aula agora.

_Sim, aula com o senhor. -Disse a loira voltando a olhar para ele de forma que parecia ter se esquecido da presença do moreno.

_Então vamos à aula.

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Realmente aquele professor era meio maluco, pelo menos era isso que os alunos da Corvinal pensaram quando estavam a céu aberto fazendo aqueles movimentos suaves no mesmo ritmo e em várias posições, a respiração também era controlada e não se colocava nenhuma força expressiva nos golpes, aquilo era o que o professor Potter chamava de Tai Chi Chuan, uma antiga arte chinesa que podia ser usada tanto para lutas quanto para meditação visando sempre o equilíbrio das forças e a concentração, era de certa forma relaxante, principalmente com a tarde agradável que estava fazendo. Depois de algum tempo fazendo os movimentos, o professor parou e todos o seguiram.

_Muito bem, agora vamos dar início a nossa aula, visto que apesar de todos terem inúmeras perguntas, ainda sim estão relaxados. -Disse o professor fazendo sinal para que todos se sentassem na grama. A primeira vista, ter aulas no jardim era algo estranho, principalmente tão perto da floresta proibida, mas isso parecia não incomodar o professor. _Essa aula que muitos acharam estranha, dá início a uma parte importante de DCAT, magia sem varinha. -Um burburinho se espalhou pela turma do quinto ano pareciam animados com o que ia acontecer. _Como eu expliquei antes, o Tai Chi é algo que pode ser usado como arte marcial ou como meditação, mas a prática em si visa o equilíbrio da própria energia e, para nós bruxos, isso inclui a magia.

_Todos os cavaleiros da Fênix treinam desse jeito? -Perguntou Luna que estava à frente da turma, o tom sonhador dela não sumia.

_Existem outros métodos de se aprender magia sem varinha. -Disse o moreno em tom calmo de voz, ele era o único em pé. _Você poderia ser colocado em uma situação onde a varinha não estivesse ao alcance e teria que se virar, muitos diriam que o que se usou foi magia involuntária, mas mesmo assim é magia e todos que tem sangue mágico são capazes de realizar magia sem o auxilio da varinha. -O moreno olhou para turma e, por um instante, se lembrou das suas aulas com Dumbledore. _Alguém sabe o porquê usamos uma varinha? -Vários alunos levantaram a mão inclusive a própria Luna que apesar disso parecia alheia as coisas a sua volta. _Você.

_A varinha mágica é um instrumento de poder, geralmente com um núcleo mágico, o qual usamos para canalizar nossa magia e expeli-la através de feitiços. -Respondeu uma garota ao lado de Luna, ela tinha cabelos avermelhados e olhos com uma mistura de azul e verde bem exótica.

_Isso. -Disse o moreno sorrindo. _A varinha é apenas um instrumento que canaliza sua magia, o núcleo mágico que geralmente é uma parte de um animal, desde penas de fênix a pêlos de unicórnios, são somente usadas para poderem canalizar a magia por que... -O moreno esticou a mão e um graveto veio até ela, surpreendendo os demais. _Um objeto normal não mágico não suportaria a carga de energia que transferimos a ele. -Todos prestavam atenção no professor de maneira quase hipnotizada. _Estupore. -Falou fazendo um movimento com o graveto, que simplesmente virara pó logo depois que o feitiço vermelho saíra, e logo desaparecera antes de entrar na floresta. _Vocês desde o primeiro ano são ensinados a canalizar sua magia através da varinha e com alguns movimentos um tanto desnecessários.

_Então esse é o segredo por trás da fabricação de varinhas? -Perguntou um aluno ao fundo.

_Existem outras coisas, mas pode-se dizer que sim. -Falou o moreno com calma. _O que eu vou ensinar a vocês é como sentir a magia a sua volta e usá-la ao seu favor, isso resultara na magia sem varinha. -Disse o moreno agora fazendo um leve movimento com as mãos. Uma pequena esfera dourada apareceu em sua mão e todos reconheceram sendo como um pomo de ouro, pois este logo levantou vôo e, antes de sumir, o professor o pegou no ar e quando abriu a mão ele não mais estava lá. _Antes de criarem a varinha, bruxos, feiticeiros e magos de todo mundo e civilizações, que não se encontraram por séculos, criaram sua própria maneira de usar a magia. Alguns, conhecidos como os mais habilidosos, faziam sem o auxilio de nenhum artefato, ou seja, apenas com as mãos ou nem com isso, outros utilizavam cajados, báculos, outros, acreditem se quiserem, usavam papéis ou papiros, mas o princípio era o mesmo, o de canalizar a magia ao seu redor, que pertence a você, e transformá-la no que você quer.

_É tão complicado assim usar magia sem nenhum artefato? -Perguntou outro aluno meio temeroso com a aula.

_A princípio sim, afinal são inúmeras tentativas, algumas sem sucesso, outras com leves demonstrações de sucesso, tão leves que se pensam ilusão, mas se você se empenhar e começar a se acostumar com o seu fluxo de magia, a coisa ficará tão natural que será como se vocês sempre soubessem. -Disse o moreno, ao longe alguém observava a aula interessado, conseguindo ouvir o que ele dizia. _Serão capazes de fazer magia como são capazes de andar.

_Não entendi. -Falaram vários alunos, Harry riu com graça.

_Antes de aprendermos a andar, nós não sabíamos como manter o equilíbrio, mas quando começamos a ficar em pé, começamos a aprender a nos equilibrar e quando aprendemos a andar, apesar de não termos consciência ou não nos lembrarmos, sabíamos que primeiro vinha um pé e depois deveria ser o outro, assim conseguimos ficar em pé. -A explicação era um tanto simples, pelo menos ele assim pensava. _Mas com o passar do tempo nós paramos de pensar e apenas andamos de forma automática, é assim que vocês farão magia, será como quando aprenderam a andar, depois de um tempo será algo tão natural que nem perceberão e acharão lógico fazer aquilo.

_Então isso é um processo que pode demorar. -Falou um aluno logo atrás de Luna.

_Sim, pode demorar algum tempo, não muito, pois praticará todo dia até que eu passe outra coisa, pois essa será a lição que eu darei a vocês. Talvez alguns consigam antes que outros, não por que são melhores, afinal todos aqui estão no mesmo nível, mas por ser alguém que se acostuma mais rapidamente com o fluxo da magia. -Ele olhou para Luna, por um instante sentira a magia nela e com certeza ela mesma sentia sua própria magia, pelo menos fora o que ela dissera em seu antigo mundo. _Srtª Lovegood, por favor venha até aqui. -Luna se levantou e foi até o moreno, este tirou algo de dentro do sobretudo, era uma pequena bola de tênis, e os outros se perguntaram por que ele tinha aquilo no bolso. _Segure com a palma da mão aberta e relaxe, tente se lembrar da calmaria que sentiu ao praticar o Tai Chi, sei que não deve ter sido muito, já que foi a primeira vez, mas se concentre, controle sua própria respiração e imagine uma linha gelada fluindo por seu corpo, a ponto de lhe causar arrepios. -Conforme o moreno falava, Luna se concentrava e, pela primeira vez, muitos ali viram a Di-Lua ficar séria e era algo estranho. _Agora tente direcionar essa linha gelada em direção de seu braço, não force, apenas a faça ir como se fosse algo natural, não impeça o caminho dela, apenas abra outro caminho para que chegue onde você quer. -Alguns fios de cabelo de Luna se içaram no ar como se um vento soprasse e ela, por um instante, diminuiu mais ainda sua respiração. _Agora faça essa bola flutuar, use qualquer feitiço que saiba.

_ Wingardium Leviosa . -Murmurou Luna e sentiu algo sair dela e, de alguma forma, soube que fora a magia de seu corpo. A bolinha em sua mão tremeu fortemente, sua concentração estava apenas na bola, não escutava, não enxergava e não sentia nada ao seu redor, nada além da bola em sua mão. Por fim, a bola flutuou claramente a poucos centímetros de sua mão, o suficiente para todos verem que a bola não fazia contato com a mão da loira, mas isso foi por meros segundos, logo a bolinha caiu e rolou pela mão da garota até cair no chão. A concentração dela se quebrou e ela se sentiu levemente cansada.

_Não esperava que conseguisse de primeira. -Disse o moreno pensativo, realmente não esperava que ela conseguisse de primeira, ele mesmo demorara uma semana pra conseguir aquilo, mas claro que quem tentou ensiná-lo primeiro fora Snape, ou seja, ele não explicava, apenas exigia que ele conseguisse. Se não fosse Dumbledore, ele estaria até hoje sem conseguir aquilo. _Tome e volte a sentar. -Disse Harry entregando uma barra de chocolate que tirou das vestes. _Luna se sentiu cansada, porque foi a primeira vez que ela executou um feitiço sem varinha e, eu posso dizer que ela tem potencial, pois conseguir isso de primeira não é fácil, eu demorei uma semana pra conseguir algo mesmo já tendo passado por coisas duras. Meu nível de magia já era alto, mas como o meu primeiro professor não me ajudou muito...

_Depois de aprendermos isso não precisaremos mais de varinha? -Perguntou Luna antes de dar uma mordida no chocolate.

_Talvez precisem, afinal a varinha também pode potencializar um feitiço, ou seja, um feitiço já forte sem varinha pode ficar mais forte ainda com uma. –Disse o moreno de forma profunda. Ele olhou para além dos alunos que estava de costas para o lago e de frente para a floresta, na outra margem ele via o velho Snape, mas sentiu uma outra pessoa o observando e esta estava no castelo, mas algo chamou sua atenção, seus alunos pareciam assustados, alguns se levantaram e se afastaram dele, Luna era um dos poucos que não fizera isso. Então um silvo foi ouvido e ele notou o porquê de tanta agitação.

Vindo da floresta proibida e entrando em contato com a grama verde, era fácil de discernir o ser enorme que rastejava no chão em sua direção, tão grande que Nagine parecia uma mera cobrinha perto da enorme serpente negra que deslizava com uma calma inabalável. Em dado momento ela parou por um instante e içou sua cabeça do chão, por alguma razão os alunos imaginarem tê-la visto focar no professor, alguns já pegavam suas varinhas, prontos para atacar a serpente, mas esta pareceu não ligar. Harry levantou um braço como se proibisse qualquer movimento e então, com uma velocidade que parecia não combinar com uma serpente, esta que lembrava muito uma naja, se não fosse a pele incrivelmente negra e brilhante, ela agora estava aos pés do moreno, mas logo se içou no ar, elevando sua cabeça a mais de um metro do chão, ficando quase da altura de seus olhos. Os alunos prenderam a respiração e nem ao menos se mexeram, a serpente silvou e o silêncio reinou, nem o vento soprava.

“Garoto sssperpente.” -Falou a serpente, mas somente o moreno entendeu visto que ninguém sequer se mexia. Ele sorriu.

“Há quanto tempo.” -Falou o moreno em língua de cobra, que para os alunos foi uma surpresa, principalmente com aqueles silvos saindo de sua boca. Eles tremeram involuntariamente, pelo menos a maioria.

“Dissse que noss veriamoss em breve.” -O moreno pensou que os alunos estavam morrendo de medo ao ver uma cobra de mais de dez metros em pé, encarando o professor nos olhos, e este parecendo falar com ela como se não fosse nada demais.

“Ssseu nome?” -Perguntou o moreno que por um instante levantou a mão e acariciou a enorme cabeça da cobra.

“Ziahki sssenhora dasss serpentes.”

“Harry Potter, me chame como quiser.” -Falou o moreno, aquilo para quem estava de fora era surreal. –“O que procura?”

“Você, garoto ssserpente.” -Respondeu a cobra que afastou um pouco a cabeça quando o moreno tirou a mão dela. –“Devo a você, salvaste minha vida ao avisar do clã das aranhasss, e até retribuir essa divida, esstarei ao seu serviço e meu clã também assssim todos que nos pertencem.”

“Não precisa, masss pelo que percebo não mudará de opinião, então tudo que peço é que vigie a floresta e o castelo. Caso um humano ou outro ser que não deveria estar aqui aparecer, me avise.” -Harry abriu parte de sua mente para a serpente e sentiu, levemente surpreso, quando viu que a mente dela estava fechada, mas logo se abriu e uma ligação foi estabelecida. –“Quando achar algo é só me chamar e eu responderei. Tentarei lhe visitar as vezes na floresta.”

“Esstá bem garoto sssperpente.” -Falou a enorme serpente agora voltando ao chão e dando meia volta para a floresta, mas antes de entrar na mata, se virou e disse. –“A ssserpente monstro que dormia o castelo dissperta de seu sono.” -Em seguida sumiu por entre as folhagens.

_Professor você é ofidioglota? -Perguntou Luna interessada. O moreno se virou para os alunos, todos pareciam receosos, alguns provavelmente filhos de comensais, estavam surpresos até por que sabiam que esta habilidade era igual a do lorde.

_Sim e é uma longa história que depois eu conto. -Disse o moreno sem paciência para arrumar uma desculpa qualquer. _O sinal baterá em cinco minutos, quero que todos tentem fazer o mesmo que a Srtª Lovegood. Qualquer dúvida pergunte a mim ou ao meu assistente, o professor Weasley, que não está aqui e não sei o porquê. E se não encontrarem nenhum de nós ou forem espertos e não desperdiçarem o tempo vagando pelo castelo, apenas pergunte a senhorita Lovegood. Me desculpe Luna, mas a deixarei responsável pelos alunos dessa classe até a nossa próxima aula, então tente explicar como você se sentiu quando executou a magia.

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Era dia de visita a Hogsmead, os alunos do terceiro ano para cima saíam alegremente do castelo comentando entre si o quão bom era sair mais cedo, mesmo às aulas mal tendo começado. Eles também comentavam a recém descoberta de que o novo professor Potter era um ofidioglota, coisa que somente alguns bruxos das trevas eram. Os alunos que presenciaram ele falar com a tal cobra, comentavam com entusiasmo sobre a aula dele e como o professor mandara a enorme “naja negra”, como eles chamavam, embora.

Dumbledore observava de seu escritório cada aluno sair do castelo, encarava aquilo com um tanto de alegria, gostava de ver seus alunos calmos e felizes não importando o lado que eles pertencessem. Também ignorava por completo Severo Snape, que bufava impaciente, tinha que admitir que também não estava contente com a demora, afinal mandara buscar o Prof. Potter a mais de meia hora. Então a porta do escritório se abriu e o diretor se virou, vendo que eram apenas Sirius e Lupin.

_Desculpe Alvo, mas não o encontramos em nenhum lugar. -Disse Lupin em tom cansado. _O pegamos uma vez no mapa do maroto, mas ele desapareceu, parece que usou alguma passagem não mapeada.

_O que você queria com ele? -Perguntou Sirius sendo direto, há tempos observava o rapaz sempre quieto que às vezes olhava as coisas ao redor com um quê de saudades e quando falava com alguém usava um tom amistoso e um sorriso que dificilmente chegava aos olhos.

_Assuntos que não implicam a você, pulguento. -Falou Snape não perdendo a oportunidade de ofender o “colega”.

_Crianças, não vamos começar. -Falou Dumbledore se sentando atrás de sua mesa, não ligando para careta que os dois professores fizeram ao serem chamados de crianças. _É possível que ele esteja fora do castelo?

_É sim. -Disse Lupin. _Provavelmente ele soube que você queria falar com ele e não quis ficar por perto.

_Ele é meio sombrio. -Disse Sirius em tom sério. _Tem a aparência de James, os olhos de Lílian e parece que o poder dos dois unidos ou até mais, faz feitiços sem varinha, tem um sobretudo que parece caber de tudo dentro, fala com cobras e a aura de combate dele é tão sufocante que chega a derrubar as pessoas só delas estarem por perto. -Por um instante Sirius se viu novamente na França, nas ruínas da fortaleza de sangue, onde se via o Potter sentado em uma pedra de cabeça baixa e a aura assustadora em sua volta.

_Mas mesmo assim ele tem algo que nos faz simpatizar com ele. -Falou Lupin em tom pensativo. _Isso era uma qualidade da Lílian, pois não importava o quão mandona ou irritante ela fosse, ainda atraía as pessoas ao seu redor.

_Se eu não soubesse que seria impossível... Sirius parou de repente de falar e Dumbledore ficou mais atento ao assunto. _Mas como eu disse, é impossível...

_Tem algo a nos dizer Sirius? -Perguntou Dumbledore olhando com tal intensidade para Sirius, que este se viu anos atrás como um estudante.

_Uma semana antes da ultima batalha Lílian me contou algo. -Disse Sirius sentindo o mundo a sua volta desabar, não gostava de lembrar daquilo, era doloroso demais, mas por alguma razão achou que deveria dizer. _O aluado estava num do dias de lua cheia dele e James foi ajudá-lo, mas pediu para que eu ficasse com Lily, pois os dois estavam sendo muito visados, nunca soube o por que, mas então eu vi Lily passar mal e a ajudei. Ela desmaiou por alguns segundos e quando eu já estava quase a levando para o hospital ela me convenceu que estava bem. -Ele via a cena em sua cabeça, se lembrava como se fosse ontem, até mesmo do vestido verde musgo que ela usava. _Mas por eu insistir, ela me confessou algo que me fez jurar não contar pra ninguém, pois ela queria dar a notícia.

_O que era Sirius? -Perguntou Lupin tremendo levemente, memórias daquele tempo eram longínquas e pareciam envoltas por um manto sombrio de dor.

_Ela estava grávida. -Falou Sirius em um sopro de voz. _De três meses e ia contar pra James quando ele voltasse. Eu fiquei feliz com aquilo e discuti com ela diversos nomes sobre o bebê, ela tinha sugerido justamente o nome Harry, era o nome do bisavô dela. Quando James chegou, eu estava sorridente e ele me perguntou umas cem vezes o porquê da alegria, Lily veio falar com ele e eu saí de fininho ou tentei, mas não deu tempo de ela contar. Moody pulara da lareira na casa espantando a nós três, havia um ataque em andamento e nós, como membros da ordem, precisávamos ir para dar reforço.

_Ela nunca chegou a contar pro James? -Perguntou Alvo em tom pensativo.

_Depois daquele dia houve ataque após ataque, num deles os pais de Lily morreram e ela ficou muito abalada, dois dias depois houve a batalha. -Disse Sirius, sua voz parecia estar saindo à força e ele sentia sua garganta doer a cada palavra, não sabia o porquê. _Eu fui um dos últimos a falar com James antes de ele morrer lá mesmo no campo de batalha, ele me dissera que Lily contara antes de receber a maldição da morte, não com essas palavras, mas eu soube. Foi por isso que a fúria dele estourou, por isso ele não se defendeu, pois no momento em que Lily morreu, ele também morrera por dentro.

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Harry saiu disfarçadamente da casa dos gritos, não queria nenhum aluno o vendo. Não que isso o incomodasse, mas perguntas seriam feitas, algumas ele nunca iria responder. Caminhou a passos lentos até o vilarejo, descendo o morro onde ficava a casa mal assombrada. Encontrou alguns alunos pelo caminho, os quais o cumprimentaram espantados pelo professor estar num local daqueles, afinal deviam pensar que ele não gostava muito de sair para passear. Olhou em volta quando entrou no que era para ser apenas um povoado, mas Hogsmead estava muito maior do que ele lembrava, o que o espantou um pouco. Havia gente de todo tipo nas ruas, de bruxos suspeitos a duendes espertos a procura de uma boa aposta.

Percebeu que estava sendo fortemente observado e se incomodou com isso, tratou logo de voltar a andar. Vários alunos paravam ao vê-lo passar e cochichavam entre si chamando a atenção de alguns adultos, que logo ficavam sabendo que ele era o tal Atlas ou se dizia ser ele. A notícia se espalhou pelo povoado mais rápido do que ele demorou a chegar ao Três Vassouras, respirou fundo antes de entrar no bar, a porta fez o barulho de um sino como se anunciasse sua chegada e, o bar quase que lotado se silenciou olhando para a porta. Entrou a passos lentos, acenou para alguns alunos e olhou em volta, via alguns rostos conhecidos, mas resolveu se sentar ao lado de alguém muito alto no balcão, não precisava ser um gênio para saber que aquele era Hagrid, que sorriu para ele quando sentou.

_Dando um passeio Professor Potter? -Perguntou Hagrid de jeito animado, fazendo o moreno arquear uma sobrancelha e olhar para o balde que o meio gigante chamava de copo, provavelmente estava bebendo Whisky de Fogo.

_Queria ver como era o local, sempre ouvi falar daqui. -Disse o moreno sorrindo, aquilo não era nada, o meio gigante sempre fora alegre mesmo. _Whisky doze anos, deixa a garrafa. -Disse Harry a madame Rosmerta, que parecia querer atendê-lo pessoalmente e, pelo silêncio do bar, todos ouviram o pedido. A dona do bar lhe entregou o copo e a garrafa de whisky, ela estava tremendo um pouco e aquilo de certa forma era divertido. Colocou a mão dentro dos bolsos e tirou umas moedas de prata e colocou no balcão. _Obrigado. -Disse enchendo o copo e olhando para o meio gigante, que o observava. _A sua saúde meu amigo e aos seus animais maravilhosos. -Disse o moreno levantando o copo, Hagrid animado o acompanhou e ambos viraram seus copos de uma vez. O moreno sentiu mais uma vez o líquido queimar a garganta e o barulho ao redor retornou, parecia que todos esperavam ele começar para continuarem fazendo o que quer que estivessem fazendo.

_Conhece algum animal interessante? -Perguntou Hagrid, afinal o rapaz lhe levara quatro unicórnios e não era algo comum.

_Ah sim, eu já vi um basilisco quando tinha doze anos, era até legal, mas no momento não pude pensar muito nisso. -Disse Harry sentindo a animação do amigo crescer. _Mas os animais que eu mais gostei de conhecer foram dragões.

_Dragões são esplendidos. -Disse Hagrid animado, seus olhos negros brilhavam. _Que espécies você já viu.

_Meteoro Chinês, Focinho Curto Sueco e o que eu mais gostei um Rabo Córneo Húngaro. -Os olhos do gigante brilhavam mais ainda ao ouvir aquilo, logo os dois estavam engajados em discutir sobre os dragões e criaturas das trevas, algumas pessoas estavam atentas a conversa animada dos dois, que seguiam bebendo apesar do mais jovem beber menos que o gigante. _Mas mudando de assunto, quando você começou a beber Whisky? -Os olhos de Harry escureceram e o meio gigante percebeu que dera uma mancada.

_Há alguns meses. -Disse o moreno de forma que só Hagrid ouvisse, este ficou mais atento. _Mas só para ter certeza que eu estou vivo. -Disse o moreno de forma calma.

_Senhor Potter? -Perguntou alguém as costas de Harry, interrompendo a conversa dele com Hagrid. Este, por um instante ficou aliviado, mas logo fez carranca ao ver quem chamara o companheiro de bebida. Era um rapaz no máximo dois anos mais velho que Harry, cabelos loiros e olhos azuis, a pele levemente bronzeada, não parecia ser inglês. O moreno notou mais atrás dele alguém com uma câmera fotográfica e soube o que ia acontecer. _Meu nome é Marcus Pallermo, sou repórter do Profeta Diário. Será que podemos ter uma conversa informal?

_A última pessoa que me propôs isso, saiu espalhando coisas que não eram verdadeiras. -Disse o moreno estreitando os olhos, não gostara do repórter. Havia algo nos olhos dele que o incomodava, fez contato rapidamente com a mente dele e viu que o sorriso que este exibia era tão ou até mais forçado do que ele mesmo dava. _E por algum acaso essa pessoa era repórter.

_Prometo que será algo informal e que nada que dissermos será publicado sem sua autorização. -Disse o loiro, sua fala mansa era desagradável e o sorriso amistoso se tornou malicioso e zombeteiro.

_Me dê licença Hagrid, da próxima vez nós conversamos mais. -Disse Harry saindo do balcão, não sem antes lançar mais moedas de prata na mesa, agora pagando a bebida do meio gigante, que ainda olhou de cara feia para o loiro e preocupado para o jovem professor. Ambos foram para um canto afastado do bar, onde ficavam meio escondidos, o fotografo ficou por perto, mas sabia que o Potter não seria facilmente manipulado.

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_Deixe-me me apresentar de novo. -Disse o loiro sentando em frente a Harry, que já sabia do joguinho do tal repórter. _Sou Marcus Pallermo, repórter do Profeta Diário.

_Parece ser bem jovem para um repórter. -Disse Harry de forma displicente.

_Sim, mas minha competência me garantiu uma boa carreira em pouco tempo. -Os olhos de Pallermo brilharam quando disse aquilo.

_Entendo. -Disse Harry o olhando com tanta intensidade que o repórter pareceu reforçar as defesas mentais e suar levemente. _Sobre o que queria falar comigo?

_Bom corre o rumor de que você é o homem conhecido como Atlas ou Hades, e que é um Potter, além de se parecer tanto com James, o que leva muitos a crer que você seja um parente dele. -Disse Marcus com uma fala mansa e rasteira.

_Sim, meu nome completo é Harry Atlas Potter. -Disse o moreno que estava começando a se divertir com o joguinho, se o repórter queria entrar nesse território, iria ver o quanto ele agüentava.

_Mas, Harry, não há nenhum registro de seu nascimento ou de algum lugar que você estivera nesses últimos anos. -Falou Marcus já entrando no ponto que queria. _Onde se encontrava nesses dezessete anos?

_Em lugares que fariam sua alma abandonar o seu corpo só de imaginar. -Disse o moreno de forma profunda e assustadora, fazendo Marcus sentir um arrepio lhe percorrer a coluna, se lembrando de entrevistas feitas com velhos bruxos das trevas ou piores.

_Como pode ser um Potter se estes não mais existem? -Perguntou o repórter.

_Eu apenas sou, sempre tive esse nome. -Disse o moreno divertido.

_O que o levou a ser um caçador de recompensas e a lecionar em Hogwarts? -Aquelas perguntas eram um dos pontos altos, ele sabia.

_Qualquer um precisa se alimentar, afinal não sou um deus como muitos dizem. -Falou o moreno de forma direta. _E devia um favor a Alvo Dumbledore, por isso aceitei o cargo de professor.

_Que favor? -Perguntou Marcus com um olhar incisivo, tentando invadir a mente de Harry, que sorria divertido ao vê-lo fracassar miseravelmente.

_Você é o repórter investigativo, então descubra por si mesmo. -Disse o moreno dando de ombros. _Mas tome cuidado, pois minha vida é envolta num passado sombrio e quanto mais mergulhar em minha história, mais irá se afogar num mar de escuridão. -Aquelas palavras saíram tão letais que até o câmera que estava perto, ouvindo a conversa, se arrepiou dos pés aos últimos fios de cabelo. _E se eu ficar sabendo que alguma pessoa importante, se a memória de alguém que um dia foi meu amigo, foi difamado por você ou perturbado você, irá saber o porquê de me chamarem de deus da morte.

_Isso é uma ameaça? -Perguntou Pallermo se sentindo intimidado e ofendido, aquele cara não era ninguém para ameaçá-lo, era apenas alguém que saíra do nada, alguém de quem ele iria expor cada segredo e humilhá-lo, mas a resposta nunca veio, pois logo alguém bateu fortemente com as duas mãos na mesa e ele se arrepiou levemente ao ver um par de olhos castanhos escuros lhe encarar, não havia nada que demonstrasse que aquela pessoa estava feliz.

_Marcus Pallermo, seu grande idiota. -Falou Hermione em tom baixo para que só Marcus e seu acompanhante ouvissem, já Harry estava um tanto surpreso pela garota conhecer o repórter.

_Oi amor. -Disse Marcus, o ar dele mudara completamente, nada de sorriso malicioso, nem olhar duro e analítico, ele parecia outra pessoa, até o jeito frio desaparecera. A mudança era gritante aos olhos do moreno, mas parecia que Hermione não notara nenhuma diferença.

_Me desculpe professor, se eu soubesse que ele iria abordá-lo não teria o deixado sozinho. -Disse Hermione se virando para Harry, este ainda meio aturdido, finalmente compreendera. _E você me prometeu que não faria isso. -Disse voltando o olhar para Marcus.

_Eu o encontrei por acaso. -Disse Marcus encolhendo os ombros.

_Pelo que eu sei, interromper alguém que estava conversando com um amigo para depois ser interrogado por alguém que tem um gravador no bolso, não se pode chamar de acaso. -Disse o moreno de forma displicente, como se aquilo fosse algo normal. Estreitou os olhos ao ver Marcus pegar levemente numa das mãos de Hermione. _Não sabia que ele era seu conhecido. -Disse olhando para Hermione.

_Ela é minha namorada . -Falou Pallermo estreitando os olhos em direção do Potter como se quisesse dizer para ele não chegar perto dela.

_Interessante. -Disse Harry, seu tom de voz saiu seco e frio, fazendo Marcus se arrepiar. _Me de licença senhorita Granger, mas tenho que sair, assuntos urgentes.

_Sobre o que? Poderia saber? -Perguntou Pallermo.

_Não é da sua conta. -Murmurou Hermione de forma dura ao namorado, mas o moreno ouvira e sorrira de forma que o repórter visse.

_Tudo bem. -Disse Harry sorrindo para a garota e ela teve a impressão que aquele fora um dos únicos sorrisos verdadeiros que vira o professor dar. _Poderia me acompanhar até a porta?

_Sim. -Disse a garota corando levemente pelo olhar intenso que recebia do rapaz, já Marcus não gostou nada daquilo e se levantou abraçando Hermione pelos ombros.

_Eu também irei acompanhá-lo. -Disse de forma que deixasse claro, pelo menos para Harry, que ele não queria Hermione sozinha com mais ninguém.

_Eu esperava uma companhia mais agradável, mas já que não posso escolher. -Disse o moreno em tom conformista, Hermione bufou e revirou os olhos, o moreno deu as costas e foi até a porta ciente de que a garota e seu namorado o seguiam. Quando chegou perto do meio gigante, que ainda estava bebendo, se despediu dele com um aceno, este o respondeu e lançou mais uma vez um olhar mortal ao repórter. Quando o moreno estava colocando a mão na porta, algo passou por ele, uma presença estranha fria e cruel, quase que insana e conhecida, se instalara no ar. Ficou ali, estático por alguns segundos, notou certo movimento a sua volta, mais alguém sentira aquilo, se virou e olhou fundo nos olhos de Hermione ignorando os demais. _Por razão alguma ouse deixar esse bar, nem que o mundo acabe lá fora.

_O que está havendo? -Perguntou Hermione, mas a resposta nunca veio. Um forte barulho do lado de fora foi ouvido, acompanhado com um leve tremor de terra. Pessoas começaram a correr do lado de fora e os olhos do professor mudaram de uma forma que congelaria a alma de alguém.

_Apenas faça o que mandei. -Ordenou Harry, que agora olhou para Marcus. _Acho que ganhou um furo. -Ao dizer isso deixou o bar, em seguida muitas pessoas entraram no local, Pallermo olhou para o câmera e este acenou positivamente com a cabeça. Aproveitando a enxurrada de pessoas, se separou de Hermione, e foi observar o que acontecia lá fora, mal sabia ele que ia saber o porquê realmente chamavam o tal Atlas ou Potter, de O Deus da Morte.

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族黒月 (ぞく・くろい・つき) - Zoku KuroiTsuki - Clã Lua Negra

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