O impacto não doeu, mas me fez cair no chão.

     - Jonas!! O quê você está fazendo??? – gritou Thalia.

     Ele subiu em cima de mim e continuou me dando mais socos no rosto. Usando a água que estava perto de mim, eu fiz uma corrente que atingiu ele no rosto e o tirou de cima de mim.

     Me levantei irado, me segurando para não bater nele.

     - Você tem noção do que fez, garoto?? – perguntei – Ou perdeu o juízo?

     - Você que perdeu o juízo!! – ele berrou, tossindo.

     Respirei fundo: - O que eu fiz agora?

     - Você roubou ela de mim!!! – gritou, se levantando de novo.

     - Eu roubei quem?!?

     - Annabeth, seu imbecil!! Annabeth!! – ele gritou. Como assim eu roubei Annabeth?

     Não tive tempo de perguntar, porque ele se levantou correndo e veio pra cima de mim, mas dessa vez eu estava preparado. Dei um passo para o lado e deixei apenas meu braço. Ele bateu nele e caiu no chão, e eu nem sequer senti.

     - O que você quer dizer com isso?? – perguntei. Podia ver algumas pessoas se aproximando para ver a briga.

     - Ela terminou comigo!! Porquê ainda te ama! E sabe o que eu acho?? Que você é só um boiola que não sabe fazer a coisa direito!! Sabe porquê?? Porque ela já tinha dado pra mim antes de você ao menos ter a chance de abrir o zíper! – ele gritou se levantando.

     O que ele falou me deixou com tanta raiva que eu começei a brilhar. Tentei me controlar, sabia que se mostrasse minha forma verdadeira não ia sobrar ninguém pra contar a história.

     - O quê? Não vai fazer nada sobre isso? Tá com medo ou o quê? Estou esperando!!

     - Garoto – falei – Você está transtornado. Saia daqui agora, eu não quero machucar você. E acho melhor você ficar sabendo que sua pose de machão não me engana. Eu podia acabar com você agora mesmo se quisesse.

     - Ah, é mesmo??

     - É. Você é só um garotinho que fica se achando por aí, mas na verdade não é nada. – falei.

     - Ah é?

     - É.

     - Não foi o que sua mãe me disse ontem. – falou sorrindo maliciosamente.

     A parte racional da minha mente sabia que ele estava só implicando comigo, mas a outra parte – muito maior – explodiu. Por sorte consegui canalizar minha força e segurar a energia dentro de minhas mãos.

     Me virei para ele num átimo e soltei toda a energia. Ele foi lançado a uns cem metros de distância, e eu apareci do lado dele. Peguei ele pelos cabelos e levantei, deixando-o alguns centímetros mais alto que eu. Ele gritou de dor.

     ‘’ Perseu, deixe o garoto ir embora.’’ Falou Zeus, no fundo da minha mente.

     - Percy!! Pare!! – gritou Thalia, algum lugar atrás de mim.

     Eu não dei ouvidos. Com a mão livre dei um soco no rosto dele, e deixei-o cair no chão. Senti um raio me acertar nas costas, e senti uma faísca de raiva por Thalia ter feito isso, mas logo me voltei para o menino.

     ‘’Perseu, voce vai matar o garoto, saia daí AGORA!!’’ ordenou Zeus novamente.

     Ele tossiu sangue no chão, tentando se levantar. Eu me aproximei dele. Podia ouvir gritos de excitação no fundo, e ainda tinha Thalia me pedindo para deixá-lo em paz. Eu não liguei para nenhum deles.

     Eu olhei nos olhos do garoto e vi que ele tinha se arrependido de me bater, mas agora era tarde demais. Ele já tinha me provocado, e eu tinha chegado ao limite. Eu ia matá-lo, e não ligava nem um pouco. Um sorriso cruel se formou nos meus lábios

                      PDV Thalia Grace

     - Percy!! Pare!! – eu gritei. Ele nao deu sinais de ter ouvido.

     Ele deu outro soco em Jonas, e os olhos reviraram nas órbitas. Me arrepiei. Quando o graoto caiu no chão, eu não vi outra opção a não ser jogar um raio nele, mas ele não parou. Vi-o hesitar por um segundo, antes de se voltar para o menino no chão.

     Eu corri na direção dele e segurei o ombro dele. Ele se virou pra mim com um sorriso maldoso no rosto. Engoli em seco.

     - Percy. Você não precisa fazer isso. – falei.

     - Eu sei. Mas eu quero. E eles também. – acenou para a multidão que olhava ansiosa em nosa direção. – Você vai ver, vai ser divertido. – falou sorrindo.

     Pela primeira vez na minha vida inteira, eu fiquei com medo dele.

     - Divertido?? Não, Percy, seria trágico! Olha, só... Solte o menino. Eu estou pedindo.

      - Mas... Eu quero matá-lo. – falou confuso, como se a idéia de soltá-lo fosse muito complicada. Arrepiei de novo.

      - Por favor.  – pedi olhando em seus olhos. Eles estavam escuros, irreconhecíveis.

    Ele piscou, e seus olhos voltaram ao normal.

     - Eu.... Hã... – olhou para o garoto em seus pés, e a raiva voltou, mas não aquele desejo louco de matar, e eu fiquei aliviada por isso. – Isso, é para aprender a nunca mexer com um deus. Vou deixar passar dessa vez, mas da próxima você vai sair machucado. MUITO machucado.

     Como se ele já não estivesse. Percy saiu dali com passos firmes, ignorando so olhares que o seguiam. Eu olhei para Jonas, no chão, machucado, e de repente parecendo muito vulnerável.

     Balancei a cabeça exasperada: – Você pediu por isso.