Obsession escrita por Li_VA, Lyra Black Pevensie


Capítulo 21
The Outsider


Notas iniciais do capítulo

Finalmente a história está desenvolvendo, não é? Espero que continue fácil escrever assim quando minhas aulas começarem -suspiro-.
Aí vai outro capítulo, espero que gostem.
Beijos, Lii..



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As pessoas são estranhas aqui, e elas estão me dando medo,
Só porque você sabe meu nome, não significa que saiba meu jogo.

– The Outsider, Marina and the Diamonds

PDV Thalia Grace


– E por último, mas não menos importante. Eu sou o responsável por matar Drew Tanaka.


De repente, tudo pareceu estar em câmera lenta. Minha visão ficou borrada, e fiz menção de pegar meu arco, mas era como se meu braço estivesse petrificado. Olhei ao redor, e vi que não era a única com o mesmo problema.

– Nos deixe pegar as espadas, seu imbecil! Está com medo?

Imediatamente, desejei que Clarisse não tivesse dito isso. Algo perigoso faíscou no olhar do garoto, mas fiquei aliviada quando ele riu, como se Clarisse tivesse feito seu dia com o comentário. Com roupas pesadas de couro, e seu cabelo vermelho, sua risada infantil pareceu muito mais diabólica do que soou.

– Ora, não há necessidade de armas, querida. Clarisse, certo?

Clarisse pareceu surpresa por ele saber seu nome, mas sua fachada durona não caiu.

– Nós não viemos para lutar... Ainda. – ele sorriu, e eu me senti enjoada. – Hoje, só queremos conversar. Conhecer vocês. Fazer novas amizades!

– Para de besteira e fale logo, Victor. – a garota o apressou.

Ele revirou os olhos, mas obedeceu: - Então, o que vamos fazer é o seguinte. Vamos fazer uma pequena sessão de PR. Isso é Perguntas e Respostas, se alguém aqui não sabe. Vocês podem perguntar qualquer coisa, e vamos responder da melhor maneira que pudermos.

Eu tinha milhões de perguntas a fazer, mas minha boca não se mexia. Meus pensamentos se embolaram, e minha mente ficou confusa. Qualquer tarefa que eu tentava realizar fazia eu me sentir como se estivesse tentando nadar em gelatina. Finalmente, alguém falou, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

– O que vocês são?

Diana era praticamente idêntica ao garoto a seu lado – salvo por seu cabelo preto, que a dava um ar muito mais sério do que Victor – e me perguntei se eles eram irmãos. Ela olhou para Percy e franziu os lábios, como se apenas olhar pra ele a lembrasse de algo ruim: - Agora, querido, não comece com perguntas que não podemos responder.

Eu quis chutar ela pelo ''querido'', e não conseguir me mover acabou sendo uma coisa boa. Não era uma ótima idéia deixá-los com raiva antes de conseguirmos tirar algo – qualquer coisa – deles.

– Não poder e não querer são coisas diferentes. – Percy respondeu, de punhos fechados.

– Ah, eu sei, acredite. Justamente porque eu quero muito falar, mas infelizmente não posso. – ela falou.

– E quem pode?

Tive a impressão de que Percy estava falando entre dentes, se contendo. Podia ser de raiva ou de medo, eu não tinha certeza. Diana apenas sorriu, obviamente se divertindo.

– Apenas nossa mestra.

Victor olhou friamente para ela: - Mestra é um conceito relativo.

Senti um toque gélido em meu ombro, e – lentamente – me virei para olhar. Não tinha mais ninguém atrás de mim, mas um garoto de uns dez anos passeava pro entre a multidão, arrastando sua mão por todos. Tudo nele era cinza – de suas roupas esfarrapadas, a seu cabelo, sua pele, e até seus olhos. Quando ele se virou, seu olhar encontrando o meu, uma onda de medo passou pelo meu corpo, e tive o impulso de correr. Pisquei, e ele não estava mais lá.

Ótimo, agora eu estou imaginando coisas. Como se minha vida já não fosse complicada.

– E onde eu posso achar essa ''mestra''? – Percy grunhiu. Quando não foi respondido ele gritou. – Bem? Responda!

– Você não acha ela, Perseu. Ela acha você. – Victor respondeu, o mais sério que esteve desde que chegou. Logo depois, voltou a sorrir debochadamente. – Mas, nada dessa conversa deprimente agora. Vamos falar sobre novo potencial, como... Ah. Você.

Tudo em mim congelou quando ele olhou para mim. Gostaria de dizer que foi algum poder misterioso, mas a verdade é que eu estava completamente assombrada. Percebi pela primeira vez, que seus olhos não tinham íris – eram completamente pretos, como olhar para a queda de um abismo da qual você não pode escapar.

– O que você quer comigo? – minha voz saiu rouca e frágil até para mim.

– Acho que a pergunta correta seria, o que você quer conosco, filha de Zeus. – Diana respondeu. – Nós podemos te dar o que você quiser, você sabe. Podemos te conceder tudo e todos que deseja. – ela sorriu ao falar ''todos'', como se soubesse exatamente quem eu queria. Engoli em seco.

– Eu não... – minha voz estava tão baixa, que Victor facilmente falou mais alto que eu.

– Tanto potencial desperdiçado... – ele suspirou e olhou a seu redor, para cada semideus presente. – Vocês não sabem o poder que tem. Os deuses nem sempre sabem aproveitar, não sabem como lidar com seus dons. A própria filha de Zeus. – ele meneou a cabeça e riu. – Sabem quanto poder é necessário para sobreviver a um ataque nosso?

O que ele falou não fez nenhum sentido para mim, mas alguém que parecia com Annabeth gritou: - Você fez isso com ela? Você... Você tentou matar Thalia, como tem coragem de a chamar pra seu... seu lado?

– Águas passadas. – ele fez um gesto com a mão. – Planos mudam. Ela deveria ter morrido, sim. Pura coincidência, mas me fez perceber o quão mais valiosa ela seria viva.

Diana virou seu olhar negro para mim, e me senti compelida a ouvir: - Poderíamos transformá-la em uma de nós, filha de Zeus. Livre das regras dos deuses, livre para fazer suas próprias escolhas, livre para seus próprios sentimentos. – de novo, ela sorriu, um sorriso que dizia ''eu sei todos seus segredos''. – Você não faz idéia do que te espera, das possibilidades que apareceriam.

Eu estava pronta para discutir, falar que eu absolutamente nunca cogitaria, nem pensaria no assunto, mas engasguei com as palavras. Desde criança, desde que fugi de casa, desde que o mundo dos deuses caiu sobre meus ombros, tudo que eu queria era ser livre. Não ter que lutar as batalhas de outras pessoas, não ter que fingir. Os malditos sabiam disso.

Não confiando na minha voz, apenas balancei a cabeça e desviei o olhar.

Diana riu, aparentemente satisfeita.

– E você, Fortune. Sim, você mesma. – confirmou. Eu não me atrevi a olhar para ver com quem ela estava falando. – Nós temos todas as respostas que você procura. Assim como Thalia, você tem mais potencial do que acredita. Como uma de nós...

– Chega! – Percy rosnou. – Se não vão dizer nada de útil, saiam. Vão embora, e nunca mais voltem.

Os dois riram, e Victor respondeu: - Iremos embora, tudo bem. Mas não posso prometer nada sobre não voltar.

Olhei para eles novamente; os dois davam as mãos. Diana abriu um sorriso quilométrico: – Carpe diem, semideos. A vida é uma caixinha de surpresas.

Juntos, os dois estalaram os dedos e desapareceram.

Três.

Dois.

Um.

Caos.

Todo o movimento que fora impedido durante a presença dos dois impostores se libertou. De forma explosiva, violenta e incontrolável. Campistas entraram em pânico, brandiram suas espadas e gritaram. Algo no fundo de minha mente me avisou, algo está errado. Não é assim que nós nos comportamos em guerra. Nós somos organizados e compostos.

– Silêncio! – Percy gritou, muito mais alto que todas as outras vozes. Me permiti olhar para ele, e meu coração martelou. Era muito fácil esquecer que ele era um deus, mas naquele momento, olhar firme e tom exigente, ele era a perfeita imagem de um líder. Ele olhou para todos de queixo erguido e semblante sério, e não pude me lembrar de uma ocasião em que ele parecesse mais divino.

– Conselho de guerra. Agora.

PDV Percy Jackson


Os conselheiros do Acampamento – e Rachel – sentavam à minha frente, na Casa Grande. Quíron me olhava preocupado, mas com um certo brilho no olhar. Orgulho, talvez, por eu finalmente reconhecer meu dever com o Acampamento.


– Pergunta número um: quem eram aqueles dois?

Ninguém respondeu minha pergunta, nem mesmo Annabeth, que sempre tinha algo pra dizer, nem que fosse uma teoria ridícula – e sendo filha de Atena, suas teorias quase nunca eram ridículas.

– Vamos lá, pessoal, alguém tem alguma idéia? Qualquer coisa vale. – pedi.

– Caixinha de surpresas... – Annabeth murmurou, porém foi mais como se estivesse falando consigo mesma. – Victor... Vi, vi...

Deixei pra lá, deixando-a falar sozinha. Se algo valesse a pena ser dito, ela diria. Olhei para cada um dos campistas, esperando que eu parecesse exigente o suficiente para ganhar uma resposta.

– Desculpa, Percy. – Katie falou, soando desapontada. – não acho que algum de nós tenha a resposta.

– Estamos deixando passar alguma coisa! – Annabeth falou, andando ao redor da mesa furiosamente. – Algo que eles falaram, é como se tivesse uma conexão pronta pra ser feita, mas eu não consigo... Ugh!

– Não é possível. – rosnei. – Isso não lembra vocês de nenhuma lenda? Nenhum mito grego? Nada?

– E se eles não forem gregos? – sugeriu Clarisse. – Aquela garota falou latim, logo antes de ir embora.

Meneei a cabeça: - Duvido. Eles chamavam Zeus assim mesmo, por sua forma grega. Ou eles são gregos, ou... São universais.

Eles não pareceram muito animados com a idéia, mas nessa situação, a verdade crua era necessária.

– Carpe diem, semideos. – repetiu Nico. – Isso é latim para ''aproveitem o momento, semideuses.'' O que isso devia significar? – ele suspirou, frustrado. – Não faz nenhum sentido.

– Faz um pouco de sentido, Nico. – debateu Pollux. – Quero dizer, aproveitar o momento? Pode ter sido uma ameaça, tipo, aproveitem enquanto podem, a vida é cheia de surpresas.

– Victor não é latim para ''vencedor''? – indaguei. Annabeth concordou. – Será que está relacionado?

– Diana é a forma romana de Ártemis. – Thalia falou pela primeira vez desde que entramos na sala. Meu olhar se demorou um pouco nela, em como ela ainda parecia abalada pelo que havia acontecido. – Mas não consigo imaginar ela tendo qualquer tipo de relação com isso.

– Maldita seja a mitologia grega e os milhares de histórias dela. – resmunguei, esfregando as têmporas.

– Vocês estão muito nervosos. – comentou Rachel, como se estivesse falando sobre o tempo. – Precisamos nos acalmar, pensar direito sobre isso.

– Não, Rachel. O que nós precisamos, é descobrir quem eles são, e o que eles queriam. – rebati.

Ela revirou os olhos e bufou, mas não disse mais nada. Will Solace batucou os dedos na mesa: - Olha, não importa o que eles são, eles tem que ter alguma representação grega. Senão, eles não teriam como saber sobre nós.

– Grande parte da civilização moderna revolve ao redor da Grécia Antiga. – Annabeth concordou. – Mas isso não significa que nós monopolizamos todas as figuras de poder. Se nós descobrirmos quem eles são, digamos, na mitologia Romana, ou Chinesa, nós poderíamos conectar isso com algo Grego.

Jake, de Hefesto, grunhiu: - Eu odeio quando eles falam desse jeito misterioso. ''A vida é uma caixinha de surpresas''? Quero dizer, ela pareceu doida.

– Você não é filha de Atena, Annabeth? – perguntou Nico, sarcástico. – Essa seria uma boa hora pra você ter todas as respostas.

Annabeth olhou para ele, e parecia prestes a dar uma resposta ácida, quando Rachel exclamou:

– Espera, espera. Nico, repete.

Ele olhou para mim, e eu dei de ombros. E eu sabia lá o que Rachel estava pensando?

– Eu disse: ''essa seria uma boa hora para você ter todas as respostas''. – o filho de Hades falou, hesitante.

Rachel mexeu no cabelo de um jeito meio nervoso: - Todas as respostas... Ter todas as respostas, ter todas... Ter tudo... – ela estalou os dedos, como se tivesse se lembrado de algo muito importante. – A que tudo tem! - exclamou, tão alto que assustou metade de nós. – Claro, é tão óbvio! Não acredito que deixei isso passar. Eu, de todas as pessoas... – murmurou.

– Rachel! Se você sabe de algo, fale logo! – eu praticamente implorei.

Rachel olhou para mim. Seus olhos verdes me lembraram momentâneamente do surto que ela teve logo antes de Victor e Diana aparecerem. Ela riu, curta e seca, e disse apenas uma palavra.

– Pandora.



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Notas finais do capítulo

Vai lá, cheguei nos 300 reviews! Muito, muitíssimo obrigada, do fundo do meu coração. Eu adoro ler o que vocês acham da história, e aprecio muito, cada review e cada recomendação. Então, continuem, por favor.