Beautiful & Dirty Rich escrita por Abbey B


Capítulo 28
Capítulo 7 - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Sim senhoras, esse capitulo sensacional tem duas partes. Acabou ficando grande demais e vocês sabem como eu não gosto de capítulos grandes, pois ficam cansativos de ler. Amanhã, sem falta, eu posto a parte 2. P.S.: Obrigada do fundo do meu coração, LittleAngeel, pela recomendação, pelo reviews e pelos elogios que me deixam superfeliz e supermotivada a continuar escrevendo :D Estou meio sensível ultimamente e quase chorei, rs.



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XII - Segredos Obscuros São Afrodisíacos (parte 1)


  Os Hastings, Adam e os McConaugh dividiam a mesa de oito lugares. Nikki tinha acabado de se acomodar entre o pai e Zoey quando o governador pegou uma taça e bateu nela com um garfo, para chamar a atenção de todos. Fez-se silêncio e ele começou a discursar.

- Boa noite. É com prazer imenso que recebo todos vocês nesta noite tão especial...

  O celular de Nikki apitou dentro de sua bolsa-carteira e ela o deixou sobre seu colo. Era um e-mail de Noah.

 

  De: Lindstein_Noah09@maryonmount.edu

  Para: Nikk.Hastings@maryonmount.edu

  Assunto: 911*

  Volte preparada. L. sabe que você e B. estão em NY. Ela ficou furiosa. Posso jurar que ouvi gritos no corredor.

  Se a conheço pelo menos um pouco, ela vai tramar algo grande, então use sua cabecinha em algo genial para revidar.

  Aproveite o jantar.

  N.

  Nikki olhou para os lados, checando se ninguém estava a olhando incomodado e começou a digitar sua resposta.

  Vou passar meu domingo inteiro pensando em alguma coisa, eu prometo.

  Mudando de assunto, como você está? E o Cam? Vocês têm se falado?

  Xx

 Nik.

  Guardou o celular no bolso e olhou ao redor mais uma vez. Ninguém, a não ser Zoey, tinha notado. Estavam todos prestando atenção no governador. Nikki revirou os olhos, sem um pingo de vontade de dar atenção ao político.

  Sem querer, seu olhar caiu sobre a mesa onde Blake estava sentado com seus pais. Ele era muito parecido com seu pai. O senador Vincent Blakeney, alto, largo e com os cabelos louros já começando a ficarem grisalhos. Nikki sorriu. Ele fazia bem o gênero George Clooney e Richard Gere: quanto mais velhos e grisalhos, mais bonitões e charmosos ficavam.

  Blake não parecia nem um pouco satisfeito em estar participando da conversa do pai. Blake falou alguma coisa e se levantou, atirando o guardanapo sobre seu prato vazio. Vincent olhou com desaprovação o filho se afastar em direção a saída. Falou alguma coisa para o homem com quem conversava e seguiu o filho.

  Nikki não soube bem o porquê, mas sentiu que deveria segui-los. Disse para Zoey que iria ao toalete e se esgueirou para fora do salão, procurando por Blake e o pai. Eles estavam em uma pequena sala de estar, próxima dos banheiros, e não pareciam estar se entendendo muito bem.

  Escondida atrás de uma coluna e protegida por um arranjo de flores, Nikki observou a discussão entre pai e filho:

- Quando é que você vai entender que eu não quero fazer parte disso? – Blake perguntou, furioso.

- Você é um ingrato, Blake. Eu estou me matando para manter uma boa vida para nossa família. Para pagar as suas extravagâncias! Suas festas, suas viagens, seus estudos e sabe lá Deus o que mais você faz com o meu dinheiro!

- Vamos voltar com aquele papo da cocaína? Era do Giles! Ele me pediu para guardar para ele não se encrencar. Eu disse que ele me deu uma grana pra fazer esse favor!

- Por que eu deveria acreditar em você, depois de tantas mentiras que você já me contou?

- Porque eu sou seu filho, Vincent – Blake disse com os dentes trincados. Nikki teve a impressão que Vincent até cambaleou para trás ao ouvir Blake chamá-lo pelo nome – Sou seu sangue. Você devia confiar em mim.

- Confiança? – Vincent riu – Você quer confiança? Então faça algo para merecê-la, Blake. Seja um homem.

- Como Mason?

  Aquilo pareceu ofender Vincent profundamente.

- Não meta o Mason nisso, Blake, estamos falando de você.

- Bom. Já que eu toquei no assunto, não vejo porque a gente não esclarecer isso de uma vez. Afinal, ele não era o orgulho da família? O filho perfeito? Um modelo a ser seguido? – Blake falou com uma ironia cruel. Nikki apenas observava em um espantado silêncio. Ela nunca imaginava que um dia veria Blake tão... Bravo e aparentando estar tão machucado.

- Sim – retrucou Vincent – Mason era o meu maior orgulho. Você não sabe o quanto lamento dizer que apenas meu filho mais velho é.

- Você só lamenta o fato de que eu não consegui ser envenenado por essa sua ambição, sua obsessão em me fazer entrar nesse mundinho sujo da política. Já o Mason não teve essa sorte, não é? Foi isso que o matou. Sua ambição cega e sua visão distorcida do futuro.

  Nikki ofegou. Para não ser ouvida, tapou a boca com as duas mãos.

  Vincent, que estava de costas para ela, gritou:

- Cale a boca!

- Ah, está com medo da verdade, Vincent? Está com medo de assumir que, por sua culpa, meu irmão está morto! Morto!
  Vincent perdeu o controle e acertou uma bofetada no rosto do filho. Nikki ofegou outra vez, mas ps dois estavam tão distraídos que não a ouviram. Automaticamente, ela deu um passo para frente, para se aproximar de Blake e apartar aquela cena lamentável, mas se conteve a tempo.

  Blake olhou o pai com ódio mortal nos olhos.

- Vá para o inferno – ele rugiu.

  Vincent, sem se desculpar, deixou a sala. Nikki, tentou se esconder do lado oposto da coluna onde estava, mas o senador nem pareceu notá-lá. Talvez fosse a velocidade com que ele passou por ela, mas Nikki teve a impressão de que Vincent chorava.

  Já Blake estava parado, respirando rápido demais. As mãos, cerradas em punhos, fizeram Nikki pensar se Blake estava com tanta vontade de bater em alguma coisa quanto aparentava. Respirou fundo e resolveu se aproximar. Passo por passo, ela entrou na sala.

- Blake? Blake você está bem?

  Era uma pergunta idiota, claro.

- Quem se importa? – Blake retrucou.

- Olha – ela pousou uma mão em seu ombro, numa tentativa de acalmá-lo – Olha, é melhor você sair um pouco, precisa se acalm...

- E daí? – Blake a interrompeu, se livrando de sua mão e andou em círculo – Quem liga para como eu me sinto? Ninguém! – ele rugiu – Todos dizem se importar, mas na verdade só querem algo de mim. Meu pai só quer garantir seu reinado e sua influência, minha mãe só me quer para preencher o vazio que meu irmão deixou. E você – ele olhou para Nikki, que deu um passo para trás, assustada – Só quer saber de seu planinho estúpido contra a Lauren – falou com desprezo.

  Nikki sabia que Blake estava puto. Muito puto. Mas isso não justificava o fato de ele estar agindo feito um perfeito idiota. Ela achou que Blake merecia uma bronca.

- Então é assim que você age? Quando uma pessoa demonstra se importar com você, você grita feito um otário com ela? Não me surpreende que você seja tão solitário – Nikki imitou o tom de desprezo que Blake usava há pouco.

- Talvez seja o melhor, não é? Seria uma péssima se as pessoas tivessem otários como eu em seu círculo de amizade.

- Você está se ouvindo? Acho que essa foi provavelmente a coisa mais estúpida que você já falou!

- Eu sou um idiota, não sou? É isso o que as pessoas idiotas falam: idiotices.

- Quer saber? Eu desisto. Seja um idiota sozinho.

- Legal. Adeus – Blake disse, saindo da sala com uma velocidade desconcertante.

  Algo na subconsciência de Nikki disse que ela deveria ir atrás dele. Ela não gostava de ficar brigada com as pessoas que gostava – ou no caso de Blake, suportava. Nikki não fazia o tipo que guarda rancor e mágoa. Além de fazer mal à saúde, ser infeliz envelhece e causa rugas.

  Nikki viu Blake seguir até o final do corredor e pegar o elevador até o térreo. Ela esperou o segundo elevador e também apertou o térreo. Ao chegar no hall, perguntou para um dos caras que ficam na frente do hotel se eles tinham visto um cara alto e loiro saindo do hotel. O segurança disse que um garoto esquentadinho saiu há menos de cinco minutos e pegou um táxi.

 - Perfeito – Nikki resmungou, no meio da calçada, apenas de vestido. Sua respiração saía em forma de névoa, o que indicava que estava bem frio – Se eu fosse o Blake, para onde eu iria? – murmurou para si mesma.

  Por mais que ela odiava admitir, Blake era muito parecido com ela em algumas características no humor e na personalidade. Se Nikki estivesse com muita raiva depois de brigar com a mãe (pois ela nunca havia brigado com o pai na vida), ela se trancaria em seu quarto.

  Bingo.

  Chamou um táxi e, pescando na memória as conversas que já teve com Blake ao longo das semanas, lembrou que um dia ele falou onde morava: numa casa na 101st com a Quinta Avenida. Nikki chamou um táxi e disse ao motorista seu destino. Não demorou muito, claro. A corrida custou bem pouco. Nikkia atirou uma nota de cinqüenta pratas ao motorista e falou:

- Fique com o troco.

- Gracias – o motorista agradeceu.

  Nikki desceu do veículo e olhou ao redor. Ela não fazia idéia de como a casa de Blake parecia. Imaginou que devia ser algo bem tradicional. E grande, é claro. Começou a olhar para todos os lados, e, quando chegava na frente de algum número em potencial, examinava, mas nenhum parecia ser do nível de um senador.

  Até que ela parou na frente de uma fachada estilo vitoriana, clara e de porta escura ornamentada. Acima da campainha, havia uma placa dourada com o sobrenome Blakeney gravado. Sorriu e subiu a pequena escadaria. Pensou em tocar a campainha, mas não queria chamar atenção. Pegou a maçaneta dourada e girou. A porta estava aberta.

  Entrou sem medo algum, afinal, ela não iria assaltar a casa nem nada parecido.

  A casa estava escura, então não pode notar muito a mobília. Graças a uma iluminação nos degraus, ela achou a escada e subiu, presumindo o óbvio de que os quartos ficavam no segundo andar. Deu de cara com um longo corredor e olhou apenas os quartos de portas abertas. Uma sala de estar, uma biblioteca, um escritório... O quarto do Blake.

  Estava tudo escuro dentro do quarto, exceto pela pouca luz que entrava pela janela. O quarto de Blake era totalmente diferente do que ela imaginava. Era organizado, com mobília escura e um tanto arrojada. Sentado na beirada da cama, ela viu a figura conhecida de Blake. Segurava uma garrafa de vodca nas mãos e fumava um cigarro.

- Blake? – ela chamou, entrando no quarto com um passo de cada vez.

  Ele virou o rosto, mas não demonstrou surpresa ao vê-la.

- Você me achou – ele disse.

- É.

  Nikki se aproximou.

- Você está bem? – ela perguntou mais uma vez, mesmo sabendo que era uma pergunta extremamente estúpida.

- Defina “bem” – Blake respondeu.

  Ela meio que esperava uma resposta do tipo. Sem se importar em parecer folgada – porque, por algum motivo, entre os dois não tinha muita frescura – Nikki se sentou na cama, ao lado de Blake. Ele ofereceu a garrafa de vodca. Nikki aceitou.

- Obrigada – agradeceu, tomando um gole em seguida. Vodca russa. Sua preferida.

  Ela devolveu a garrafa e os dois ficaram em silêncio. Blake amassou o cigarro no cinzeiro que tinha em cima da mesinha-de-cabeceira e tomou um gole de vodca. Da perspectiva de Nikki, era possível ver apenas o lado esquerdo do rosto de Blake, graças a iluminação precária que vinha do lado de fora. O restante de seu rosto estava escuro. Era quase hipnotizador ver como o azul-acinzentado dos olhos de Blake era realçado pela luz, como seu nariz parecia mais reto, como seus lábios pareciam mais evidentes e bem desenhados.

  Ela conteve um suspiro e então perguntou sobre algo que estava a incomodando.

- Qual a história do Mason?

- Era o meu irmão – Blake deu um suspiro derrotado – Ele... Morreu há quase um ano. Na verdade, ele se suicidou.

- Eu sinto muito – Nikki disse sinceramente.

  Blake deu um sorriso amargo e bebeu mais vodca.

- Por que você culpa seu pai?

  Eles falavam baixinho, como se temessem que alguém ouvisse a conversa.

- Por que a culpa é dele – Blake disse, se levantando. Ele se afastou com passos elegantes e tirou o terno de um jeito tão absurdamente sexy que Nikki se conteve para não babar no tapete. Ela observou em silêncio Blake pendurar o terno nas costas de uma cadeira e tirar a gravata. Ele também desabotoou os três primeiros botões da camisa. Mais sexy só se estivesse molhado da cabeça aos pés.

  Ele continuou:

- Antes de começar com a vida política, o Mason era um cara legal, feliz. O meu pai tirou a alegria do meu irmão. Dói demais dizer isso, mas... Se não fosse o meu pai e sua loucura, meu irmão ainda estaria comigo – Blake então se aproximou novamente da cama e acendeu o abajur da mesinha-de-cabeceira. O quarto foi inundado por uma luz amarelada que dava uma sensação de conforto. Blake pegou a garrafa e tomou um longo gole – E eu não pude fazer nada – ele disse, olhando para o nada, absorto na dor da perda que ele tinha a certeza de que nunca passaria.

  Nikki se levantou e segurou o ombro de Blake, o olhando nos olhos. Ela estava emocionada. Blake tinha confiado suas emoções a ela. E ela já estava tão cansada de guardar as dela que resolveu falar.

- Eu transei com o Adam.

  Blake arqueou as sobrancelhas.

- Mesmo?

- É. No verão – ela pegou a garrafa das mãos dele e tomou um gole. A bebida desceu quente e queimou seu estômago vazio como fogo – Eu estava meio bêbada e com raiva da minha mãe. O Adam deu corda e... Aconteceu.

- Por que você estava brava com a sua mãe?

- Eu tinha ido a uma festa GLS. Eu bebi todas e... Fiquei com uma garota. Minha mãe descobriu não sei como e gritou à beça comigo. Falou que não iria admitir ter uma filha lésbica dentro de casa. Achei aquilo o fim e a chamei de vadia preconceituosa. Ela me deu um tapa na cara. Fiquei com raiva, bebi algumas doses de uísque, fiquei sozinha com o Adam em casa e... Fiz a burrada.

- Eu já estava suspeitando... – Blake murmurou.

- É. E então depois daquela noite fatídica, eu não consegui olhar na cara da minha mãe.

- Por isso resolver se matricular no Maryon?

  Nikki confirmou com a cabeça.

  Blake sorriu.

- Quanto glamour – disse, se referindo à situação dos dois. Dois adolescentes ricos com problemas de família que não dava para serem resolvidos de um dia para o outro.

- Pois é – Nikki concordou. Ela tomou outro gole de vodca e levantou o rosto, olhando para Blake. Eles se entreolharam durante algum tempo até que Blake se curvou e a beijou. Depois de se separarem a muito custo, Nikki disse a mesma coisa que havia dito ao Blake mais cedo.

- Estamos sozinhos, Blake. Não precisamos fingir.

  Blake pegou seu queixo com firmeza e disse, olhando em seus olhos.

- Eu não estou fingindo.


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHAHAHAHA! Eu sei que sou cruel em parar logo aqui, podem dizer. Mas não se preocupem, porque amanhã tem mais :* Beijo.



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