Beautiful & Dirty Rich escrita por Abbey B


Capítulo 2
Capítulo 2




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II. Ao conversar com um veterano gostoso, não aja como uma idiota.

   O relógio bateu seis e meia. Todos os alunos - novatos e veteranos - estavam acomodados em suas cadeiras, todas de frente a um pequeno palco, onde a diretora, Lydia Redford, esperava pacientemente que todos fizessem silêncio.

   Nikki estava sentada ao lado de Noah, e as duas cochichavam baixinho, tentando adivinhar quem eram os veteranos e quem eram os novatos, até que Noah soltou:

- Ouvi um boato de que... Todos os recém-chegados recebem trotes bem criativos dos veteranos. Ano passado, fizeram todos lutar sumô na lama, de madrugada, usando apenas roupas íntimas. Os que perdiam, teriam que mergulhar no lago pelados.

   Nikki segurou a língua para não soltar um alto e claro puta que pariu, eu não me meto na lama nem sob tortura!,  Noah continuou contando alguns trotes históricos até o momento que a diretora - uma mulher de quarenta e tantos anos bem aparentes, que usava um terninho preto, com saia e sapatos Loboutin clássicos.

- Boa noite - saudou a diretora Redford - Sejam bem-vindos ao Maryon Mount. É com prazer que iniciamos outro ano cheio de muito aprendizado na nossa instituição.

   O discurso da diretora foi todo voltado para os deveres dos alunos, sobre ética, e amizade e honra. Incontáveis baboseiras que Nikki não se deu o trabalho de prestar atenção. Ao final do discurso, uma pequena salva de palmas e, em seguida todos foram guiados até o refeitório (ou salão de jantar, como preferiam chamar), um enorme salão bem decorado e iluminado, composto por uma série de mesas redondas, cada uma com seis cadeiras.

   Depois de se servirem, Nikki e Noah escolheram uma mesa.

- Difícil essa vida de novata - Noah murmurou - Por que você veio pra cá? - mudou de assunto.

   Nikki suspirou, brincando com a comida em seu prato.

- Longa história - preferiu dizer.

- Bom, tenho certeza de que não temos mais nada muito interessante para conversar – brincou Noah.

- Nada de mais - Nikki murmurou – Eu achei que um ano em um internado me faria bem - resumiu. Era completamente desnecessário contar a história toda.

- Sorte a sua - Noah resmungou - Eu estudava no St. Matthews. Mas depois que pegaram um grupo de alunos fumando maconha, minha mãe surtou e me transferiu. Ela disse que não me queria num colégio cheio de más influências - Noah revirou os olhos.

   Nikki sorriu e olhou ao redor. O Maryon Mount poderia não ser o colégio mais exemplar do país, mais com certeza era um dos mais luxuosos e, sem dúvida, tinha os caras mais gatos - pelo menos era o que ela tinha concluído até aquele momento. Distraída, seu olhar pousou na mesa da diretora. Ao lado direito da Sra. Redford, estava sentado um cara bronzeado e mil vezes gato, que ria de alguma coisa que a garota loura e bronzeadíssima à sua frente dizia. Não estranhou o garoto, nem a garota. O que achou estranho foi o intrigante fato de que eles dividiam a mesa com a diretora. Seriam seus filhos, talvez? 

  Tentando não pensar no que seu cérebro insistia em pensar, Nikki voltou sua atenção para o seu prato, mas sua cabeça matutava; se aquele garoto realmente fosse filho da diretora, seria uma conquista bem mais interessante do que qualquer outro cara daquele colégio. Muito mais interessante.

*

  Blake sorriu para Lauren, que tinha acabado de sussurrar um convite para se encontrarem na antiga sala de música, que estava fechada e vazia há muitos anos, usada como esconderijo para muitos casais. Lauren tinha ficado longe do namorado durante o verão todo e estava com saudades. Blake apenas assentiu silenciosamente com cabeça e seguiu o seu caminho para o Longbourn. O jantar já tinha encerrado e todos os alunos tinham uma hora livre antes do toque de recolher - sempre às nove em ponto.

   Blake exibia um sorriso meio sacana no rosto quando deixou o salão principal. Caminhava distraído, querendo fumar um cigarro antes de ir ver a Lauren. Entrou no quarto e pegou o maço de dentro do travesseiro - um dos inúmeros esconderijos de substâncias lícitas e ilícitas que ele tinha ali - e foi para fora, contornando o prédio em direção ao topo do pequeno morro que tinha logo atrás, onde ficava escondido no meio de algumas árvores um velho estábulo abandonado - que ficaria cheio de estudantes assim que o grande relógio do pátio desse suas doze badaladas. Graças ao “escudo” de árvores, era praticamente impossível que alguém lá de baixo enxergasse qualquer coisa ali em cima.

   De tão distraído, Blake só viu um pequeno vulto à sua frente quando estava prestes a esbarrar nele e não conseguiu evitar o impacto. Pela voz, notou que esbarrara numa garota. Estava meio escuro, e a única luz ali vinha da tela do celular que ela segurava e da pálida luz de um pedacinho de lua minguante.

- Droga! - ela resmungou, segurando o celular com uma mão e limpando a roupa com a outra. Blake não demorou a constatar que era uma novata, pois nem o rosto tampouco sua voz eram familiares. Mas era uma novata bem gostosa - Não enxerga por onde anda? - ela apontou a luz do celular em sua direção. Blake preferiu provocá-la ao invés de dar uma resposta mal-educada.

- Você sabia que celulares são proibidos? - arqueou as sobrancelhas de um jeito malicioso. Na verdade, eram raros os que respeitavam a regra do celular, mas seria divertido brincar com a garota.

- Cigarros também são - retrucou a garota, sarcástica.

   Pensou rápido, Blake a elogiou internamente.

- Ok. Estamos quites - fez uma longa pausa antes de dizer - Sou Blake – e estendeu a mão.

- Nikki - respondeu a garota, sem apertar a mão de Blake, que ficou mais alguns segundos estendida antes de afundar no bolso do jeans.

- Bom, Nikki... – ela constatou seu nome soava muito melhor na voz sexy de Blake - Se você procura por um lugar com um sinal bom o suficiente para uma ligação, tente lugares altos. Mas eu aconselho você a mandar mensagens de texto ou e-mails. Dá menos trabalho – aconselhou. Era uma garota muito bonita então ser bonzinho não iria doer.

- Obrigada - ela agradeceu, simplesmente por educação. Apesar de lindo, maravilhoso e tudo de bom, Nikki identificou em Blake aquele insulportável ar de superioridade que ela conhecia tanto.

- Disponha - Blake deu seu sorriso de lado, malicioso. Ele sabia que aquele sorriso fazia as garotas suspirarem. Mas Nikki pareceu bem indiferente. Teve vontade de agarrá-la só para ver se aquela indiferença desapareceria. Nikki se despediu com um curto aceno e seguiu pela direção contrária de Blake, que ficou parado, observando-a descer o pequeno morro, com – metaforicamente dizendo – água na boca. Viu os longos cabelos castanhos voarem com o vento forte e a saia floral subir, fazendo um enorme e malicioso sorriso nascer em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem aí :*



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