O Supervisor escrita por DennyS


Capítulo 6
Capítulo -VI- Um Inimigo Que Eu Não Esperava Ter


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo enorme para compensar a demora! =D Boa leitura!



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~* VI*~

Um inimigo que eu não esperava ter

Depois de uma última olhada rápida no espelho, fui atender a porta. Tsunade fitou-me com um olhar investigativo da cabeça aos pés e eu segui o seu olhar. Eu sabia que ela não queria nenhuma favelada usando trapos ao lado dela, por isso usava um blazer cinza que Tenten me emprestou. Mas ela não parecia muito satisfeita com a minha escolha.

–Você não parece de bom humor esta manhã. – disse ela desviando o olhar e me entregando uma agenda.

–Por que diz isso? – especulei com uma sobrancelha arqueada, ela parecia muito convencida.

–Digo porque sua aparência está apagada como se não tivesse vida. – eu voltei a me fitar, dos pés até onde eu conseguia ver, mas não notei nada de diferente. Era apenas a Sakura Haruno de sempre. Meu cabelo estava preso em um coque, meu blazer era simples, mas arrojado, meus sapatos não eram de marcas famosas, mas davam para passar despercebidos. – Sua maquiagem não está delicada como de costume. – ela completou sem me fitar, seus dedos tamborilavam rapidamente sobre o celular.

Lembrei-me que passei uma sombra escura sobre os olhos. Realmente eu não usava maquiagem forte, mas naquela manhã, de certo modo eu me sentia diferente. Era como se o fato de reencontrar Sasuke Uchiha fosse inacreditavelmente inevitável e eu não podia me apresentar da maneira como sempre fui.

Era uma coisa estranha, mas que não melhorava nenhum pouco a minha afobação.

–Essa manhã, eu não estou me sentindo eu mesma. – comentei desanimada e Tsunade percebeu que sua observação estava correta.

–Como pode ficar desanimada em uma manhã tão bonita em Paris? – abri a boca para responder, mas não pude dizer nada. O que eu diria? Que eu estava me sentindo daquele jeito por causa do sobrinho dela? O que Tsunade iria pensar de mim?

Nos últimos minutos eu já não estava tão corajosa para enfrentar Sasuke Uchiha depois de ter descoberto sobre a vida dele. Eu ponderava a idéia de dizer a Tsunade que não me sentia bem e se eu poderia ficar no hotel enquanto ela SOZINHA resolvesse os assuntos da Global S.A.

Mas eu não poderia fazer isso por dois motivos: primeiro, eu estava sendo paga para estar com ela nessa viagem, que mais parecia uma viagem de férias do que uma viagem de trabalho e segundo, eu nunca fui de desistir muito fácil, mesmo que a situação fosse apertada e me desse muito medo.

–Realmente, não sei o que aconteceu. – eu disse a ela meio receosa. Os olhos de Tsunade detectavam mentira há quilômetros de distância.

–Venha. – ela deu-me as costas e entrou em sua suíte. Eu a segui um pouco confusa.

–Não vamos nos atrasar?

–Se aqueles marmanjos podem atrasar a reunião por um dia, algumas horas não vão fazer falta a eles.

Tsunade mandou-me sentar em frente a penteadeira e soltou os meus cabelos. Tudo aconteceu tão rápido, que em poucos minutos enxerguei outra pessoa no espelho. A maquiagem era mais delicada, mas que destacavam meus olhos intensamente. Meus cabelos estavam espalhados pelos ombros e os cachos firmes, depois que ela usou o spray de gel fixador. Depois, Tsunade abriu o seu closet e embora eu recusasse educadamente, ela ordenou que eu vestisse um de seus lindos vestidos sociais de algodão. A escolha fora dela, um vestido bege com gola role e um belo cinto preto apertado na altura da cintura. Os sapatos, os mais lindos que já estiveram nos meus pés.

A minha aparência nem de longe se comparava à aparência de uma simples secretária. Insisti a Tsunade que tudo aquilo era um exagero, mas ela deu um ponto final e disse que eu deveria usar.

Seus olhos amarelados me sondavam como se ela soubesse o motivo da minha tensão, mas não comentou nada e eu agradeci silenciosamente por isso e torci para que ela não desconfiasse do verdadeiro motivo.

Depois que uma limusine nos pegou na porta do hotel, em poucos minutos chegamos ao edifício sênior da CGCG. Quando estávamos no elevador, eu respirei fundo. Era como se eu sentisse a presença dele se aproximar. A ansiedade me sufocava.

Quando chegamos ao décimo quinto andar, havia um grupo de terno entupindo os corredores. Pela minha rápida olhada no local, Tsunade e eu éramos as únicas mulheres ali. O burburinho invadia o local e meus olhos não se conformavam enquanto não avistassem o integrante mais importante que não estava à vista.

–Vou me acomodar na sala de reuniões, Sakura. Você, se quiser pode ir até a cafeteria e eu ligo se precisar de alguma coisa.

Eu assenti e observei Tsunade cumprimentar alguns homens antes de entrar na sala de reuniões. Sasuke provavelmente já estava lá dentro, já que todos seguiram a minha chefe, a única que faltava.

Adentrei o elevador e suspirei. Percebi que as minhas mãos suavam.

Graças aos céus eu não o encontrei. Se pudesse, tentaria evitá-lo durante toda a viagem.

Eu poderia concordar que era uma estupidez agir dessa maneira, mas eu não confiava em mim mesma. Principalmente agora que eu tinha certeza que estava apaixonada por ele. Descobrir toda aquela história trágica não fez bem a minha sanidade, eu estava toda derretida por dentro, com o coração cheio de compaixão e não deveria me iludir por seu sofrimento, isso só me deixaria pior. Eu já estava conformada que Sasuke Uchiha não era a pessoa certa para mim.

Descobrir que ele era um multimilionário, arruinou as minhas esperanças. Se é que eu tinha alguma.

Desci no andar da cafeteria e pedi um café expresso e um bolinho francês com chantilly. Logo que me sentei, um rapaz que aparentava ter um pouco mais de dezoito anos se sentou ao meu lado.

Ma chère, vous êtes si belle comme une fleur sauvage perdue dans les champs. – traduzindo, ele disse: Minha querida, você é tão linda quanto uma flor silvestre perdida no campo. Percebi que ele tinha um sotaque estranho.

Oh...Merci! Tu es tellementmignon...

–Fofo? Por que as mulheres me acham fofo? – ele murmurou para si mesmo (na minha língua) fazendo um biquinho de desgosto. – Deve ser o sotaque...

–Na verdade, o sotaque é bem charmoso. Eu acredito que seja pelas duas covinhas na sua bochecha. – eu disse com um sorriso e ele pareceu surpreso.

–Você fala a minha língua?

–Eu pareço tanto assim com uma estrangeira?

–Não tive tempo de especular a sua nacionalidade. – ele deu uma piscadela e sorriu. – Já que é tão simpática como eu imaginava, posso perguntar o que a trouxe na cidade luz?

–Trabalho. – respondi com uma careta engraçada. Ele sorriu compreensivo.

–Que coincidência, eu também. – ele se acomodou na cadeira, depois cruzou as mãos atrás da nuca. – Sou assistente de um empresário muito famoso e tenho que segui-lo para toda parte. Mas não devo amaldiçoar a minha sorte. Pelo menos consigo viajar sem gastar um centavo do meu bolso. Tudo por conta da empresa. É praticamente estar de férias. Eu estou satisfeito...

Eu sorri em resposta ao sorriso cativante do rapaz. Quando abri a boca para perguntar o seu nome, uma voz grave soou por trás de nós e eu senti meu corpo congelar totalmente.

–É bom saber que está satisfeito, Konohamaru.

Meu coração saltou do peito, era como se eu acabasse de despencar de um precipício. Sasuke Uchiha surgiu inesperadamente, como ele sempre surgia para afetar a minha sanidade.

–Sr. Uchiha ! – o rapaz retornou a uma pose mais ereta, também surpreso pela aparição súbita do moreno, porém não parecia assustado. Não parecia ter medo do homem, que a meu ver era o seu chefe. – Se eu não estivesse satisfeito, certamente o senhor seria o primeiro a saber.

Tentei me recompor antes de levar meus olhos na sua direção. Ele parecia tenso, quase que incomodado com a minha presença, mas talvez eu só estivesse vendo coisas. Seus olhos estavam rígidos sobre o rapaz Konohamaru, mas fingidamente. Não parecia estar realmente irritado com ele.

Eu estava absorta, preocupada em como deveria me portar diante dele. Konohamaru disse alguma coisa que eu não entendi, mas que fez o moreno sorrir discretamente e logo depois lançar seus olhos ônix para mim.

–Como vai, Srta. Haruno? – seus olhos eram um tanto frios, sua pergunta saiu como se perguntasse por perguntar, ele não queria saber realmente como eu estava. Era como se achasse prudente se dirigir a mim, apenas porque me conhecia.

A percepção que tive da sua frieza me atingiu como um balde de água fria. Eu sempre estive certa. Nunca poderia existir alguma coisa entre mim e Sasuke Uchiha. Eu havia me iludido, criado esperanças, mesmo que um tanto pessimistas, mas eu havia sido ridícula ao pensar que ele era um homem sensato, um homem que se importasse com os sentimentos dos outros, um homem que não era capaz de beijar uma mulher apenas para alimentar o seu ego. Eu poderia saber um pouco da sua vida, mas eu não o conhecia.

Como eu fui tola.

Erguendo o cenho, com todo orgulho que eu poderia ter, respondi tão friamente quanto ele ao me perguntar.

–Estou ótima. E o senhor? – ele arqueou uma sobrancelha com a minha frieza desvairada e deu de ombros como se não se importasse.

–Já tivemos dias melhores, não acha Sr. Uchiha? – perguntou Konohamaru um tanto surpreso por seu chefe me conhecer. – Nossa limusine quebrou, e...

–Está deliciando-se com a viagem, pelo que percebo. – seus olhos gesticularam para o bolinho na minha mesa, um pouco insinuados para o meu traje que não era costumeiro. Ele nem parecia ter notado que interrompera o seu assistente.

–Tenho que aproveitar enquanto os custos da viagem estão por conta da empresa, não é mesmo? – continuei no mesmo tom de cinismo. Ele não moveu nenhum músculo de sua expressão.

–A sua sinceridade é impressionante. – ele disse com os olhos desprovidos de emoção.

–Eu acredito que a sinceridade seja importante.

–Em certos momentos, ela é inapropriada. – seus olhos me sondaram como se diziam que aquele era o momento inapropriado para ser sincera. Ele estava naquela pose de poder que tanto eu via no meu antigo trabalho. Uma das mãos no bolso da calça, a outra segurava uma pasta de couro preta. Seus cabelos estavam desalinhados, alguns fios saltavam para fora posicionando-se sobre seus olhos. Estes estreitos e misteriosos. Sempre deixando-me com a sensação de pouco chão, de pouco apoio como se eu fosse despencar há qualquer momento.

–Inapropriada para as pessoas que não têm senso de humor como o senhor! A minha pequena observação poderia ser levada como uma simples brincadeira. – eu me levantei sem pensar, a raiva tomava conta de mim. Raiva de mim mesma por ficar observando aquela máscara de beleza que era tão hipnotizadora. – Mas é verdade! Como eu pude me esquecer do seu temperamento, Sr. Uchiha! Você nunca teve senso de humor!

–No momento você é a pessoa errada para falar de senso de humor.

Vi-me ofegante, minhas mãos suavam. Por mais que eu tentasse me controlar era em vão. Sasuke Uchiha intensificava os meus sentimentos de uma maneira assombrosa.

Eu encarei os olhos dele e mantive a minha expressão séria. Como sempre eu não queria parecer fraca na frente dele. Demonstrar o quanto ele me afetava física e emocionalmente nunca foi o meu desejo. Percebi que o meu corpo estava tenso e o meu rosto esquentava de raiva.

–Sr. Uchiha? – Konohamaru pigarreou. Ele notara a tensão que estava entre nós. – Acho que... estamos muito atrasados.

–Está com as cópias dos contratos? – ele perguntou ao seu assistente sem retirar o olhar estreito de mim.

–Sim, eu fiz o que o senhor me pediu.

–Ótimo. – seus olhos abandonaram o meu rosto por um momento enquanto Konohamaru lhe entregava uma pasta. Foi quando o celular que Tsunade me dera vibrou no bolsinho do vestido. Ela me mandou uma mensagem, me pedindo para levar sua agenda eletrônica até a sala de reuniões.

Apressei-me em pagar o bolinho e o café que eu mal havia tocado e me dirigi ao Uchiha que conferia as cópias dos contratos dentro da pasta. Eu não queria ter que subir até o décimo quinto andar em sua companhia. Konohamaru mal respirava, seus olhos estavam esbugalhados pela minha expressão insana, ponderando o que mais eu iria dizer.

–Com licença, Sr. Uchiha. Não devo dizer que foi um prazer. – seu olhar veio até mim com uma rapidez impressionante, como se estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa. Seus olhos eram intensos quando me sondaram da ponta dos pés até a cabeça. Dei-lhe as costas e caminhei rapidamente na direção dos elevadores, ainda em tempo de ouvir Konohamaru perguntar:

–O que foi que você fez, Sasuke-sama?

Eu senti os olhos do Uchiha em minhas costas, mas não fui capaz de procurar aqueles olhos. Quando entrei no elevador, encostei-me e suspirei de olhos fechados.

Mais uma vez eu perdi o controle com ele. Deixei-me levar pela raiva súbita e confusa que tomava conta de mim sempre que eu constatava o quanto eu me sentia atraída por ele. Aquela viagem estava acabando comigo. Eu que pensava ter sido uma boa idéia, mas que na verdade não aconteceu nada do que eu esperava.

Quando cheguei ao andar da sala de reuniões, me identifiquei para a recepcionista e entrei pelas enormes portas de vidro fumê. Tsunade estava à cabeceira de uma enorme mesa marfim de contorno oval. Os homens de terno ao redor dela, me acompanhavam com os olhos enquanto eu me aproximava da minha chefe.

Se fosse em outra ocasião eu ficaria corada e constrangida com tanta gente me fitando daquela maneira, mas como eu estava a ponto de explodir, com milhares de sensações que passavam longe de constrangimento, eu os ignorei.

–O que aconteceu com você? – perguntou Tsunade com uma expressão estranha. Será que eu era tão transparente assim? Eu havia tentado me recompor dentro do elevador, mas ao que pareceu não adiantou muita coisa.

–Como assim, Tsunade? – perguntei desviando o olhar.

–Você está radiante. Nem se compara ao rosto apagado que eu vi hoje de manhã. – ela comentou retirando a agenda eletrônica das minhas mãos.

Mas o que ela estava falando? Como assim “radiante”? Eu acabei de ter um ataque e me controlei para não fazer coisa pior com o chefão da empresa! Eu pensava que Tsunade tinha uma boa interpretação das pessoas, mas agora já não tinha mais certeza.

–Posso me retirar agora? – perguntei, tentando não parecer ansiosa. Eu sabia que Sasuke Uchiha cruzaria aquelas portas de vidro a qualquer momento.

–Sim. Acho que a reunião terminará em uma hora, depois que Sasuke Uchiha chegar.

–Ele já chegou. – respondi sem pensar, meus olhos estavam nas portas de vidro, das quais eu via toda a recepção.

–É mesmo? Você o viu? – Tsunade arqueou uma sobrancelha e eu fiquei confusa com a sua expressão especulativa.

–Sim... Eu... Eu o vi lá embaixo, ele já deve estar subindo, eu acho. Parece que a limusine quebrou no caminho. – só percebi que havia dado muita informação quando disse a última palavra. Eu estava literalmente sem controle.

–Como sabe? Como sabe que a limusine quebrou? Você falou com ele? – Tsunade tinha um olhar tão curioso que eu quase me assustei.

–Não! Por que eu falaria com ele? – eu fiz o olhar estúpido de alguém que está mentindo e me amaldiçoei por isso. – Eu... – Tsunade me fitava com um vinco na testa, seus olhos ansiosos pela minha declaração. – Eu conheci o seu assistente! Eu já vou... Qualquer coisa é só mandar outra mensagem, Tsunade. Estou esperando! – eu me virei e caminhei rapidamente na direção da porta, deixando o olhar confuso de Tsunade para trás.

Quando saí, Sasuke Uchiha cumprimentava a recepcionista. Fiquei ainda mais irritada comigo mesma quando me vi com algo muito perto do ciúme e desviei o olhar quando ele se virou na direção da porta. Ele passou por mim, seus olhos estreitos e intensos caíram sobre os meus olhos e eu tive que me esforçar a seguir em frente sem demonstrar a fraqueza que aquele olhar provocava.

Percebi que as portas se fecharam às suas costas, então me afundei num dos sofás da recepção e suspirei pela milésima vez naquele dia.

–Você está bem? – a voz de Konohamaru me despertou, eu nem havia notado que ele não entrara na sala de reuniões.

–É claro. Estou muito bem. – sorri para ele, mas ficou bem visível que foi um sorriso forçado.

–Apresentando-me formalmente, sou Konohamaru Sarutobi. – ele estendeu a mão para mim.

–Sakura. Sakura Haruno. – ele puxou a minha mão e a beijou, depois abriu aquele sorriso lindo e jovial.

–Eu sabia que você tinha o nome de uma flor.

–Vai começar a me paquerar em francês de novo?

–Se você quiser, sim.

Eu sorri e suspirei novamente. Com certeza naquele dia seria muito difícil me distrair em outra coisa, por mais simpático que Konohamaru fosse.

Ele se sentou ao meu lado.

–Posso te perguntar uma coisa?

–Vai querer saber de onde eu conheço o seu chefe? – eu o fitei, mas ele não parecia muito curioso a esse respeito. – É uma longa história e eu não acho que é uma boa ideia revelá-la, já que eu soube há pouco tempo por uma pessoa que só pode confiar em mim por ter me contado.

–Você o conhece da central de cobranças, não é? – ele perguntou e não se espantou pela minha surpresa. – Eu sou uma das poucas pessoas que sabem onde Sasuke Uchiha passou as últimas doze semanas. Acho que seria meio obvio, já que sou o seu assistente.

–Meus pêsames por não ter conseguido algo melhor. – eu cruzei os braços e fiz uma expressão séria. Eu tinha pena do rapaz por estar trabalhando com aquele homem desprezível e raiva por imaginar o que o pobrezinho deveria passar com ele.

–Mas do que você está falando? Eu nunca poderia ter pedido a Deus um emprego melhor!

Será que eu tinha ouvido direito?

–Do que você está falando? – perguntei perplexa. – Trabalhar para Sasuke Uchiha é a pior coisa que alguém poderia desejar no mundo. Digo isso pela minha mais recente experiência.

–Mas pela minha experiência, se não fosse Sasuke Uchiha eu estaria procurando emprego nos classificados até hoje, se já não tivesse encontrado um emprego em que eu tivesse que trabalhar o triplo do valor do salário. – eu não pude me conformar com aquela declaração. Eu não conseguia acreditar. – E este é o meu primeiro emprego! Sasuke Uchiha me escolheu no dia da entrevista, depois que o seletor me chutou pra fora da sala porque meus pais não tinham estudo e eu não tinha uma boa referência. Ele expulsou o filho da mãe da CGCG depois de ler a minha ficha e perguntou se eu podia começar no dia seguinte. Depois desse dia, eu nunca poderia escolher outro chefe. Nós temos um relacionamento muito natural, nada de profissionalismo exagerado. Sasuke Uchiha pode ser um pouco fechado com as pessoas, mas ele é uma ótima pessoa.

–Nós não podemos estar falando da mesma pessoa!

–Ele sempre me pergunta como está a minha família e sempre diz que se eu precisar de alguma coisa é só falar com ele. – Konohamaru continuava a sua analogia absurda sobre Sasuke Uchiha, ignorando a minha exclamação. – Como eu disse, eu não posso reclamar da minha sorte.

Eu fiquei muda. Se eu acreditasse em tudo aquilo, quem poderia explicar o fato de Sasuke Uchiha me tratar tão mal quando era o meu supervisor? Então eu deveria levar tudo aquilo para o lado pessoal. Ele tinha alguma coisa contra mim! Afinal, Konohamaru era um jovem no seu primeiro emprego, assim como eu fui na central de cobranças. Eu tinha certeza que não fazia tão ruim o meu trabalho! Deus era testemunha do quanto eu me esforçava!

Konohamaru continuou a sua declaração sobre o chefe que era o herói na sua vida. Eu estava tão confusa, tão absorta, que nem vi os minutos passarem e a reunião terminar.

Tsunade me arrastou com ela para fora do edifício sênior, dizendo que deveríamos fazer compras para aquela noite. Eu não estava no espírito de comprar roupas, muito menos de comparecer a uma festa da alta sociedade.

Mas como eu não tinha escolha, obedeci.

Eu estava receosa. Depois do que disse ao dono da Corporação Global de Computação Gráfica naquela manhã, eu sabia que o meu emprego estava com os dias contados, porque agora, oficialmente a Global S.A. também era dele. Eu deveria pedir demissão quando voltasse. Não gostaria de dar esse gostinho a ele.

Quando estivesse voltando para casa, eu conversaria com a Tsunade. Explicaria a ela o que aconteceu entre mim e o Uchiha, ocultando apenas o ocorrido do beijo e a questão de estar apaixonada por ele. Eu contaria a ela que Sasuke Uchiha me odiava sem motivo e eu também não podia suportá-lo. Pelo que eu pude conhecer de Tsunade nesses últimos dias, ela não se oporia às minhas decisões. Talvez questionasse, mas nunca me julgaria e tentaria me convencer do contrário. Ela era muito sensata na questão das escolhas alheias. Ela poderia aconselhar, mas não se intrometeria na minha decisão.

E eu já estava mais que decidida.

Eu iria pedir demissão. Sasuke Uchiha deveria desaparecer da minha vida.

~*~*~*~

Outra limusine nos levou até o Hotel Marriott Champs Elysées, localizado bem próximo ao Arco do Triunfo.

Tsunade me comprou um vestido de seda vinho, que era dez vezes mais caro que o meu salário. Claro que ela ignorou as minhas oposições, mas eu não pude fazer nada. Eu não entendia o motivo de Tsunade desejar tanto me deixar tão elegante para onde fosse me levar. Tudo bem que aquela era uma festa de gala, mas eu era apenas uma secretária substituta. Eu não queria ser confundida com alguém importante e nem ser acusada de tentar parecer alguém importante.

Mas Tsunade afirmava que tudo isso era bobagem, então eu deveria ceder. Seria apenas naquela noite, assegurei-me. Tudo isso teria um fim bem próximo. Eu faria o possível para o destino desistir de fazer essas armadilhas na minha vida.

Tudo havia mudado depois que deixei a casa do meu pai. Seria isso um castigo por ter agido como uma adolescente rebelde e sem juízo?

Eu não teria essa resposta nem tão cedo. Eu só sabia que essa guerra de sentimentos por Sasuke Uchiha deveria acabar ou eu não sei por quanto tempo mais aguentaria.

Quando chegamos ao hotel mais luxuoso de Paris, percebi que a minha cabeça estava tão cheia e estava tão apreensiva com o reencontro com o Uchiha, que não fui capaz de me deslumbrar com a decoração do Hotel Marriott Champs Elysées.

Segui ao lado de Tsunade para o salão de festas no terraço. Uma música clássica bem suave tocava ao fundo, havia um leve burburinho dos convidados. Garçons franceses vestidos de branco estavam espalhados pelo salão servindo champanhe e petiscos. Homens e mulheres muito elegantes preenchiam o ambiente decorado novamente com as cores da CGCG: azul e vermelho turquesa.

Claro que era muito mais luxuoso que a primeira festa em que acompanhei a Tenten. Dessa vez, um pouco aglomerados na entrada do salão havia alguns fotógrafos registrando os momentos e os convidados da festa.

Meus olhos circulavam com apreensão todo canto que eles podiam alcançar. Dessa vez eu não seria surpreendida pelo Uchiha. Eu já estava cansada de ser pega de surpresa todas as vezes que nos encontrávamos.

Eu seguia em silêncio ao lado de Tsunade, enquanto ela cumprimentava os convidados da festa. Eu só dizia alguma coisa quando um francês se dirigia a ela, e eu deveria interpretar.

Nos aproximamos de um grupo de homens, alguns deles reconheci da reunião daquela manhã. Mas um deles.... Este captou o meu olhar de uma maneira brusca. Meu pulso acelerou, mas dessa vez foi um sentimento muito mais forte que das outras vezes em que eu o encontrara. Um sentimento muito forte de ódio.

–Sasori Akasuna. – ouvi Tsunade pronunciar o seu nome em cumprimento, mas o tom de sua voz era quase de repulsa. Ela disse o nome dos outros homens, em seguida gesticulou para eu me aproximar. – Senhores, esta é Sakura Haruno. – esperei ela concluir a apresentação, dizendo que eu era sua secretária, mas ela não disse.

Eu assenti o cumprimento, os homens me fitavam de uma maneira que deixaria qualquer mulher sem jeito, mas eu não tive tempo para me preocupar com isso. Sasori Akasuna me fitava de uma maneira tão insana, que por um momento quase me fez recuar. Mas foi só por um momento. Lembrei-me do motivo de Sasori agir assim. Com certeza era pelo ocorrido no restaurante. No dia em que manchei a sua reputação. Isso fez com que eu sorrisse discretamente para ele.

–Srta. Haruno. – ele disse chamando a atenção dos outros homens. – Há quanto tempo não nos vemos.

–Como vai, Sr. Akasuna? – perguntei com uma expressão que ele interpretou muito bem. Ele sabia em que eu estava pensando.

–Eu estou muito bem, mas pelo que percebo você está ainda melhor. – eu fiquei um pouco confusa, mas ele concluiu. – Senhores, esta beldade é muito competente. – disse com uma sinceridade absurda que qualquer um acreditaria. – Eu jamais imaginaria encontrá-la em Paris, pois você tem um cargo inferior na Global S.A. pelo que eu soube. Você não é a... Como é que chamam mesmo? O pombo correio?

Os homens na rodinha começaram a rir, talvez por alguma piada interna que eu havia perdido.

–Sakura está substituindo a minha assistente que ficou doente. Ela era a única pessoa com francês fluente e com as qualificações necessárias que pude encontrar em toda a empresa. – disse Tsunade com firmeza para os homens que pareceram um pouco impressionados. Mais para o Sasori, pelo que percebi.

–Isso prova como a Global S.A. não possui funcionários capacitados para o trabalho. – comentou Sasori como se fosse a coisa mais educada para dizer a pessoa que praticamente fundou aquela corporação. Ouvi Tsunade bufar e a vi cerrar os punhos. – Em todo caso, você ter vendido a empresa foi a melhor escolha que poderia fazer, tia Tsunade. A escolha mais sensata.

–Você acha mesmo, Sasori? – perguntou Tsunade com ironia. – Isso é meio confuso, porque pelo que bem me lembro, você não estava de acordo com a decisão do Sasuke para comprar a Global S.A.

–Eu não concordei, porque acredito que foi mais uma ajuda para a Global S.A. não falir, do que um bom negócio. Afinal, não enxergo nenhum lucro nesse acordo.

–Mas como a opinião de um executivo administrativo não supera a decisão geral de uma empresa, acho que tal opinião não valerá à pena discutir. – comentou Tsunade com uma expressão de ódio e ironia ao mesmo tempo.

Os outros homens estavam apreensivos pelo pequeno desentendimento entre o Sasori e a Tsunade, que um deles pigarreou e mudou o rumo da conversa.

–Então, Srta. Haruno... Acredito que sendo você tão inteligente e competente, subirá de cargo muito rápido. Afinal, suas habilidades chamaram a atenção de Tsunade. Ela não é qualquer pessoa, sabe julgar um profissional muito bem.

–Sakura chamaria a atenção de qualquer um. – disse Tsunade com um sorriso para o homem, que tinha o nome de Gai. – Ela faz muito bem o seu trabalho.

–Qualquer um acreditaria nisso, com certeza. – interrompeu Sasori novamente. – Para substituir uma assistente em tão pouco tempo, não poderia ser qualquer um. Principalmente vindo de um cargo tão insignificante.

–Nenhum cargo é insignificante em uma empresa. – afirmei, tentando como Tsunade controlar a minha raiva. – Qualquer um sabe da importância de cada setor, de cada pessoa executando a sua tarefa. O cargo do faxineiro que troca o seu lixo e aspira o seu escritório três vezes por dia é tão importante quanto o cargo de executivo administrativo chefe. – todos me escutavam com muita atenção. A expressão de Sasori era uma máscara de fúria controlada novamente, os outros homens presentes assentiam com um sorriso. – O senhor não gostaria de trabalhar em uma sala suja, gostaria Sr. Akasuna? – eu estreitei o olhar. – A empresa trabalha como um time. Cada setor depende do outro, cada um tem a sua importância. O senhor que leva em consideração tão à sério o fato do crescimento de uma corporação deveria saber disso, não acha?

O grupo, menos o Akasuna riram. Tsunade me fitou com uma expressão de orgulho e um sorriso discreto para o ruivo que parecia estar procurando as palavras certas para me dizer.

–Bonitas palavras, Srta. Haruno. Concordo plenamente com a senhorita. – comentou um dos homens.

–Você poderia buscar um martine sem gelo com duas azeitonas para mim no bar, Sakura? – perguntou Tsunade e eu percebi que era para me afastar do grupo. Pela sua expressão, Tsunade queria dizer que se Sasori tentasse me humilhar, alguma coisa feia iria acontecer ali.

Eu assenti e me despedi do grupo dizendo que foi um prazer conhecê-los. Ignorei Sasori totalmente, pois a sua expressão não era nada amigável. Quando me esgueirei pelas pessoas aglomeradas no salão, olhei novamente para trás e vi Tsunade conversando com o Sasuke. Meu coração saltou do peito. Ele estava provavelmente perto de nós e eu não havia percebido, afinal seria impossível ele se aproximar tão rápido.

Aproveitando que ele não havia me visto, eu apressei o passo na direção do bar. Uma briga já era suficiente para aquela noite, eu não queria mais discussão com nenhum outro homem, principalmente com ele.

Cheguei até o enorme balcão de marfim, e pedi a bebida de Tsunade em francês para o garçom. Ele se virou para preparar e no mesmo instante, senti um puxão brusco no meu braço. O susto foi tão grande, que um grito ficou preso na minha garganta.

Sasori havia me puxado para trás de uma grossa pilastra ao lado do balcão. Suas mãos estavam nos meus ombros desnudos, seu corpo há poucos centímetros do meu.

–Você me humilhou pela última vez, menina. – seus olhos eram tão insanos como eu nuca vi antes. Sua voz um sussurro ameaçador que fez o meu corpo se arrepiar por inteiro. Era impossível não sentir medo.

Abri a boca para dizer alguma coisa, mas não pude encontrar a minha voz. Ele me apertou novamente, deixando-me imóvel sob si. Um casal passou ao nosso lado, mas não se importaram com a cena. Pensaram que estivéssemos namorando, talvez.

–Não vai me querer ter como inimigo. – ele sussurrou novamente. Seus olhos tinham um brilho negro e intenso. – Posso ser muito perigoso quando quero.

Eu poderia ter me defendido, gargalhado na cara dele, mas não tive forças para fazê-lo. Eu estava realmente assustada, era a primeira vez que alguém me ameaçava assim. As imagens da ex-mulher do Sasuke tendo um acidente de carro passaram pela minha cabeça. Um acidente que poderia muito bem ter sido provocado por ele. Aquele homem que demonstrava com todas as palavras e gestos que não era uma pessoa sã, alguém de bem.

–Perigoso, Akasuna? – a voz do Sasuke ecoou nos meus ouvidos e eu senti um alívio tão intenso e tão inesperado, que finalmente soltei o ar dos meus pulmões. – Essa, com certeza era a palavra que eu queria ouvir de você. – a voz dele saiu entre dentes, apenas um sussurro, mas tão ameaçadora quanto a voz do Akasuna.

Sasori me soltou virando-se na direção do Sasuke que estava à suas costas. Agora ele estava na minha visão, Tsunade ao seu lado com o olhar tão ameaçador quanto o dele.

–Você pode continuar tentando me livrar do testamento o quanto quiser, Uchiha... – disse o ruivo se aproximando dele. – Mas não vai conseguir provar nada. Tudo o que você pensa que é seu, cairá de suas mãos em breve. Muito em breve.

–Veremos. – disse Sasuke antes que Sasori pudesse sair. Seu olhar o acompanhou, até que ele desaparecesse entre as pessoas, logo depois voltou-se para mim. No mesmo instante, vi o olhar duro e ameaçador se desfazer. Se eu estivesse certa, ele me fitava quase que com preocupação. Tsunade irrompeu na minha frente, segurando-me pelos ombros, aproximando o rosto de mim.

–Você está bem, querida? Não fique assustada. Você está tão pálida. – tentei me recompor, respirando fundo, tentando acalmar a minha pulsação. – Quer um copo d’água?

–Não... – a minha voz finalmente saiu. Senti meus olhos arderem, mas tratei de recuar qualquer tipo de lágrima que quisesse sair dos meus olhos. – Eu estou bem, Tsunade. Eu só queria voltar para o hotel, se você não for mais precisar de mim. E... claro! Depois que eu pegar a sua bebida.

–Não seja ridícula! Essa noite você não está a trabalho, é claro que pode ir. Eu só não posso acompanhá-la porque estou esperando o meu marido chegar à festa, ele virá direto do aeroporto.

–Tem certeza que não tem problema?

–É claro! Desde cedo percebi que você não estava no clima para festas. Não se preocupe.

Eu a agradeci e me despedi dela, sem ter notado que Sasuke ainda encontrava-se ali. Me limitei a fitá-lo, eu não poderia suportar o seu olhar.

Saí do salão de festas e antes que pudesse entrar no elevador, encontrei com Konohamaru ao lado de uma jovem muito bonita. Ele me perguntou se eu estava bem e eu respondi que era apenas uma dor de cabeça. Nos despedimos e antes que eu entrasse no elevador, ele disse:

–Você tinha razão! As francesas acham o meu sotaque charmoso.

Lancei um sorriso para ele e as portas do elevador se fecharam. Escondi o rosto nas mãos e respirei fundo. O dia estava sendo muito cansativo. Era como um pesadelo em que cada minuto a situação só piora. Eu estava exausta!

Ouvi as portas do elevador se abrirem novamente e os passos abafados de alguém no carpete. Permaneci como estava, fosse quem fosse que acabara de entrar. Eu só pensava na cama que esperava por mim no Novotel Paris Tour Eiffel, quando uma voz me surpreendeu.

–Não sei se fico impressionado ou decepcionado. – Sasuke estava bem ao meu lado. As mãos nos bolsos da calça, os olhos virados para cima olhando o ponteiro que mostrava os andares do prédio diminuir. – Você realmente ficou com medo do Akasuna...

Meus olhos permaneceram nele, até que seu rosto virou-se para mim.

–Vai dizer para eu sentir medo de você também? – perguntei sem pensar, porque foi exatamente o que interpretei em sua expressão.

–Não é preciso. Você já provou muitas vezes que não tem medo de mim. – seus olhos eram tão penetrantes que eu precisei desviá-lo para me concentrar.

–Eu não estou com medo de Sasori Akasuna. – afirmei, sabendo que estava mentindo e que ele havia percebido a mentira.

–Quer companhia até o hotel? – eu o fitei. Seus olhos estavam voltados para cima novamente.

–Por quê? Acha que o Sasori estará me esperando numa esquina ou vai sequestrar um taxi para... – eu me interrompi ao notar a expressão que ele fazia. Ele estava sério, mas os seus olhos sorriam. Enquanto ele esperava a minha resposta, parecia que ele estava ansioso, quase tenso de ansiedade. – Se não for incomodar. – novamente as palavras deixaram a minha boca sem que eu pensasse. Sasuke parecia um pouco mais aliviado ao ouvir a resposta.

E se ele não estivesse MESMO se oferecendo para me acompanhar? É claro que Sasuke Uchiha pagaria alguém para me levar até o hotel, ele não iria pessoalmente.

Senti meu rosto esquentar, eu deveria estar tão vermelha quanto um tomate.

As portas do elevador se abriram finalmente. Aquela viagem tinha sido longa e ao mesmo tempo curta.

Sasuke deu um passo longo para fora. Eu fiquei congelada no lugar.

Antes que ele se virasse, percebendo que eu estava me comportando como uma idiota, apressei-me e com dois passos já estava ao se lado.

Caminhamos até a entrada do hotel. Sasuke se dirigiu a um homem de terno que certamente esperava por ele. Era o motorista.

–Não preciso dos seus serviços. – disse ele ao homem para a minha surpresa. Ele entregou um maço de dinheiro a ele. – Espero que não se importe de caminhar até o hotel. – disse ele virando-se para me fitar.

Eu não soube o que dizer. Abri a boca, mas nenhuma palavra saiu.

Como assim caminhar até o hotel? Se fôssemos de carro, em quinze minutos chegaríamos lá; talvez menos.

Mas espera aí! Iríamos caminhar pelas belas ruas de Paris à noite... JUNTOS?

A ideia parecia tão absurda que quase imaginei que tudo aquilo não passava de um sonho. Ou talvez uma brincadeira. Ponderei a ideia de perguntar a ele se estava realmente falando sério.

Porém tudo era real. Eu estava em Paris com o meu ex-supervisor do qual era loucamente e estranhamente apaixonada desde que este mesmo me beijou calorosamente dentro de sua sala; o mesmo que passou a me ignorar depois que pedi demissão; o mesmo homem que acendia sensações fervorosas no meu ser, apenas com o seu olhar.

Era inacreditável, mas estava acontecendo.

O pior de tudo era saber que a noite só estava começando e eu não fazia ideia do que poderia acontecer nos próximos minutos.

Continua....


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos especiais a *ga_chan* e *Abelle_Cullen* pelas recomendações! ♥.♥

Agradeço a todos pelo carinho e peço desculpas pela demora. Realmente o tempo é o meu inimigo! Espero postar o próximo capítulo semana que vem, só não vou dizer o dia certo, porque pode ser que eu não consiga postar.

O que será que vai acontecer nessa longa caminhanda sob o luar na bela cidade romântica de Paris? *-*Espero que estejam gostando! bjinhus
=Denny