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•APENAS OUTRA OBSERVAÇÃO•
Max estava tão surpreso quanto Liesel.
Pensara várias vezes nesse dia – o dia em que finalmente
reencontraria Liesel. Mas agora que o momento finalmente chegou,
Max não sabia como reagir.

Assim como Liesel, Max não pode deixar de sorrir. Mas deu uma leve piscadela enquanto dizia:

—Não tolero atrasos, mocinha. –e outra piscadela. —Sente-se.

Liesel entendeu o recado. Ainda sorrindo, sentou-se. Ninguém entendeu o porque da garota sorrir ao levar uma bronca, mas naquela sala, só Liesel e Max sabiam o significado daquela piscadela: Se encontrariam depois.

• • •

No intervalo, tempo onde normalmente os alunos descansavam, (e comiam lanches caseiros) aos poucos, Liesel foi se socializando com alguns de seus colegas de classe.

Havia um garoto que logo lhe chamou a atenção. Ele era praticamente igual à Rudy: Da altura de Liesel, olhos claros e cabelos cor de limão. Seu nome era Klaus Heeger.

• A DIFERENÇA ENTRE KLAUS HEEGER E RUDY STEINER•
Klaus não seria o melhor amigo de Liesel
como Rudy fora, mas o pior inimigo.
Mas nenhum dos dois sabia disso.
Ainda.

Liesel não queria chegar perto de Klaus, trazia lembranças ruins. O rosto do Rudy em meio aos escombros, seu beijo desesperado e tardio.

A garota respondeu apenas “sim” para a pergunta “Ei, tudo bem? Você parece prestes a ter um ataque epiléptico.” Que Klaus fez.

Ele pareceu ofendido por Liesel não achar graça na sua pergunta. Sempre a usou para fazer as garotas rirem, e sempre dava resultado. Mas não agora, e isso o intrigou.

Antes que ele pudesse fazer algum comentário maldoso, ou simplesmente ignorá-la e sair dali, Max Vandenburg apareceu.

—Liesel, quero você na minha sala agora. –ordenou e caminhoupara sua sala, com Liesel atrás de si.

Klaus viu ali a oportunidade perfeita para zombar da garota:

—Parece que alguém vai ter problemas logo no primeiro dia de aula. Haha.

Liesel escutou e iria responder, mas achou melhor não fazê-lo. Ela sabia que Klaus estava totalmente errado, e afinal, o que importa mais: Um menino babaca que não vai com a sua cara ou o reencontro com um antigo amigo que você não vê há anos?

É, sabemos a resposta, e Liesel também sabia.

Passando pelo terceiro andar da escola, – onde não tinha ninguém, pois estava desativado – Max parou e virou-se para Liesel.

Abraçou-a fortemente, tirando-a do chão. Liesel retribuiu o abraço, porém não com tanta intensidade, estava sendo esmagada.

Percebendo isso, Max a colocou no chão, soltando-a.

—Eu achei que estivesse morta. –sussurrou ele, o sorriso se desmanchando à medida que as lembranças iam aparecendo em sua mente. —Eu fui até sua casa, mas não havia nada lá. Só destroços.

—Eu sobrevivi, Max. –assentiu a garota para si mesma. —E agora estou mais viva do que nunca. –e sorriu.

•ALGO QUE VOCÊ MERECE SABER•
Liesel sentiu-se estranha ao dizer essa frase, e tinha um motivo.
Max sabia o qual era, eu sei o qual é
e você deve saber também. Mas Liesel não sabia.
Era só uma garota de 14 anos.

Max sorriu novamente e Liesel pulou em seu pescoço para abraçá-lo com tanta força, que os dois caíram no chão, rindo.

Permaneceram assim – abraçados, sentados no chão – até o sinal soar, indicando que o intervalo havia acabado.

Trinta minutos parecem trinta segundos quando se está ao lado de alguém querido, não é?