A Última Palavra. escrita por thammy-chan


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Esse ta curtinho, não reclamem, amanhã tem mais.



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•E NOVAMENTE AMANHECEU NA PEQUENA CIDADE ALEMÕ
A noite anterior fora bem agitada para todos.
Até a hora de ir para a escola,
Liesel não quis sair debaixo das cobertas
e Max achou melhor deixá-la ficar em casa
por um dia.

Assim que o judeu chegou à escola, Eva levava Kurt para a escola. –Muito oportunamente, aliás, já que ela não levara o filho para a escola desde... Bom, desde sempre.

—O portão dos alunos só abre daqui a 40 minutos, senhora Heeger. –informou Max, com o tom mais ríspido que uma voz pode ter.

—Oh, não tem problema. Aposto que o diretor da escola nos deixa esperar lá dentro, na sala dos professores. –Eva tinha um tom irônico, como se desafiasse Max.

E desafiava.

—Aposto que não. –Respondeu ele, que logo depois entrou com sua chave pela porta lateral da escola, fechando-a rapidamente para não dar tempo de ouvir uma resposta de Eva.

• • •

Três batidas na porta.

A menina, ainda sonolenta, olhou no relógio preso na parede. 7h48.

Mas o que alguém iria querer aqui as 7h48 da manhã? Pensou Liesel antes de se levantar e enfiar seus pés no primeiro sapato que viu.

Arrastou-se até a sala e abriu a porta esperando que não tivesse ninguém lá.

Contrariando seus desejos, do outro lado da porta estava Eva Heeger, com seus cabelos vermelho-acobreados cegando os olhos de quem ousasse olhá-la.

—Max não está em casa. –foi o que a garota disse antes de tentar fechar a porta, mas Eva a impediu de fechá-la colocando seu pé como obstáculo.

—Eu sei querida. É com você mesmo que quero falar.

Liesel só percebeu que estava prendendo a respiração quando soltou-a bruscamente.

—Hm. Ok. –foi a resposta mais inteligente que seu cérebro confuso encontrou.

• • •

—Trouxe um presente pra você. –disse Max ao abrir a porta. —Chegou à escola uma enorme doação de livros. A irmã Helga disse que seria um desperdício deixá-los à disposição de crianças tão sem educação, então sugeriu que os professores interessados levassem-os. Logo pensei em você, peguei apenas três livros, mas dentre as dezenas que estava lá, acho que são os que mais vão lhe agrad- – O judeu parou de tagarelar quando ouviu os soluços vindos do quarto.

Quando entrou lá, Liesel estava de joelhos sobre a cama, chorando como uma criança enquanto Eva –sentada amigavelmente ao seu lado – estava abraçada à ela, consolando-a como uma melhor amiga faria.

Uma atitude que Vandenburg sabia que Eva não teria sem segundas intenções.

Seu pensamento se confirmou quando a ruiva percebeu que ele estava ali, então olhou-o com um olhar malicioso, uma mensagem clara: Eu avisei.

O movimento de Eva alertou Liesel de que tinha mais alguém no quarto, a menina levantou os olhos até encontrar os de Max – e quando o fez, o judeu sentiu um soco no estômago, cambaleou e precisou sentar-se no chão para não cair.

Não pode ser.

—Max... –começou a voz chorosa, que já não era tão infantil. Liesel não conseguia sustentar o olhar dele. Encarava o chão de madeira.

Ela não fez isso.

—...eu...

Não pode ter tido coragem.

—...sinto muito. –terminou a garota, e como se as palavras a cortassem, caiu em prantos imediatamente. —Eu juro que não tive a intenção de te prejudicar, eu não queria, eu-

Saumensch! Eva contou.

Max simplesmente não pode ouvir o resto. Sua cabeça não podia assimilar sequer uma palavra a mais. Eva conseguira o que queria, destruir Liesel – e consequentemente, destruir Max.

•ATÉ O MOMENTO•
Eva Heeger havia contado um bocado de mentiras,
distorcido algumas coisas e causado
pequenas/grandes intrigas.
Mas agora a ruiva causou um dano talvez irreparável:
Falou a verdade.

As pessoas que costumo ver, tem a ingênua mania de dizer que preferem ouvir uma verdade amarga do que uma doce mentira.

Ora, queridos humanos, não sejam hipócritas. Uma mentira, quando bem contada, pode unir corações. Já a verdade, quando nua e crua, pode quebrá-los.


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