A Última Palavra. escrita por thammy-chan


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Quanto às leitoras novas, bem-vindas! (: As antigas, continuem aqui, e para todas vocês: Mais um capítulo.



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Max chegou em sua casa por volta das dez e meia da noite.

—Saumensch! –gritou, entrando e batendo a porta atrás de si. —Aquela maldita saumensch! –dessa vez mais alto, enquanto simultaneamente derrubou o vaso de plantas que ficava na janela.

Liesel e Kurt acordaram assustados. Não me entenda mal, caro leitor. Liesel estava em sua cama –finalmente Max providenciara uma– e Kurt acabou por adormecer em uma posição desconfortável num sofá pequeno demais para seu tamanho.

Kurt praticamente pulou do sofá e agarrou um dos cacos de vidro do que um dia fora um vaso. Com o sobressalto de ser acordado bruscamente achou que poderia ser um assalto, precisava se proteger.

•JÁ A ROUBADORA DE LIVROS•
Não estranhou a situação tanto assim.
“Mas como não, dona morte?” você me pergunta.
Ora, essa é fácil responder:
Não esqueça de que ela já morou sob o mesmo teto
que o prefeito,
brigas e xingamentos no meio da noite
são sua especialidade.

—Jesus, Maria e José! –agora foi Kurt quem gritou, largando o caco de vidro no chão. —O que está acontecendo com você, Vandenburg?

Max contou à ele e Kurt ficou petrificado por alguns minutos. 

—Estão querendo te derrubar. –assentiu enquanto puxou Max para um abraço. —Estão mesmo querendo te derrubar.

Liesel finalmente resolveu ir ver o que estava acontecendo e presenciou a seguinte cena:

Cacos de vidro espalhados pela sala. Alguns com gotículas de sangue. Um homem abatido, fraco e aos prantos estava sentado no meio deles. Aquele rapaz – que estava abraçado à Kurt – era um desconhecido para Liesel.

Quando o homem ouviu passos, levantou o rosto e deu de cara com Liesel. Um sorriso triste e doloroso estampou seu rosto encharcado de lágrimas, foi quando a garota reconheceu o judeu e correu para abraçá-lo, Kurt saiu delicadamente do caminho.

A menina dos cabelos platinados correu pela sala e ajoelhou-se na frente de Max, –sem se importar com os pedaços de vidro penetrando em seus joelhos – abraçou-o o mais forte que seus pequeninos braços permitiam e afagou seus cabelos de pena tão delicadamente como se eles pudessem partir-se.

Ficaram assim por dois, talvez três minutos. Só então Liesel tomou coragem para quebrar o silêncio:

—Max?  –quando ele assentiu em seu ombro, ela continuou: —O que aconteceu com o delegado?

Sentiu-o enrijecer. Ele se separou do abraço, levantou calmamente e estendeu a mão à Liesel para que fizesse o mesmo.

Max olhou para Kurt, que negou com a cabeça. Não, ele não deveria contar à Liesel.

•PORÉM, NINGUÉM ESPERAVA•
que nesse exato instante,
Eva Heeger adentrasse o local
  (sem bater na porta,
onde estão os modos das moças de hoje em dia?)
e fizesse algo na mente de Liesel
que Max levaria muito tempo para desfazer.

—Olá Kurt, –sorriu amigável, como se o que estava fazendo fosse absolutamente normal. —olá Max. Você está particularmente estranho hoje. Seria essa barba por fazer ou essa incrível quantidade de álcool em seu sistema nervoso? Estou na dúvida. Acho que fico com a segunda opção, afinal não tem nada mais sexy do que barba por fazer.

Como se tivesse percebido que desviou do assunto, pigarreou e começou de novo:

—Bom, só vim aqui ver se vocês precisam de alguma coisa. –deu seu olhar mais convincente e esperou calmamente por uma resposta.

—Não precisamos da sua bondade, –cuspiu Max entredentes. —Precisamos que você saia daqui. Agora.

Liesel teve uma pequena confusão mental causada pelo tom ríspido do judeu.

Eu também estava surpresa. Ontem eles não estavam se beijando?

Como se concordasse comigo, foi exatamente o que a roubadora de livros perguntou:

—Ora, mas ontem vocês não estavam se beijando?

Todos os ruídos da sala foram cortados por essa frase.

Max, perplexo, ficou paralisado por alguns instantes. Não conseguia responder.

Eva foi mais rápida, se era a menina quem ela tinha de machucar para magoar Vandenburg, era exatamente isso o que ela iria fazer.

—Sim, querida. –Eva deu um largo sorriso. —É isso o que adultos fazem quando gostam um do outro: Eles se beijam.

Liesel finalmente percebera que pensou em voz alta. Corou imediatamente. Fechou os olhos fortemente e desejou que pudesse desfazer o que havia dito. Bem, não podia.

—Me desculpe! –praticamente implorou, olhando na direção de Max, que estava paralisado. —Não é da minha conta, eu sei Max, eu não deveria ter falado isso. Falei sem pensar, eu não deveria ter olhado pela fechadura eu...

Com lágrimas nos olhos, Liesel deixou a sala correndo o mais rápido que pôde.

—Mas eu não a beijei. –Max resmungou um pouco lerdo demais.

—Jesus, Maria e José. –Eva suspirou. —Achei que eu teria um grande trabalho pela frente. Mas não é que a menina colaborou?

O judeu partiu para cima da detetive, porém Kurt o segurou antes que ele pudesse cometer alguma besteira.

—Abra o olho, Max. –Eva tinha um tom sombrio na voz. —Se você contar pra Liesel que não nos beijamos, eu faço questão de contar à ela pessoalmente o que o motivo do delegado ter ido conversar com você. Você acha que ela agüentaria isso?

—Saumensch. –sussurrou Max. —Você não faria isso...

—Nem mesmo você acredita em suas palavras, Vandenburg. É claro que eu faria. Ops, farei.


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Notas finais do capítulo

gostaram, odiaram, têm palpites sobre o que o delegado acusou Max? Digam, quem acertar ganha uma bala. Até a próxima. (: