Férias Frustradas escrita por Nunah


Capítulo 43
42 - amante, meia-irmã e um momento doce


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Eu disse que ia postar a capa da minha oneshot sobre Brom x Selena, mas como eu já escrevi a história vou passar o link: fanfiction.com.br/historia/159043/Set_Fire_To_The_Rain



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A deusa entrou sorridente na sala de jantar, mas sua felicidade logo foi substituída por apreensão.

Não havia nada ali. Pelo menos, não à vista.

Poseidon ainda não tinha voltado, pelo jeito, e provavelmente Sebastian estava junto com ele. Katherine não estava em parte alguma. A mesa estava vazia.

E, naquele momento, ela estacou, porque algo estava errado.

Poseidon ou Sebastian não estarem presentes era até justificável, mas Kate sumir? Todos sumirem assim, do nada, sem explicações? Uma mesa vazia? Oh, não. Realmente, algo estava bem errado.

E, para deixá-la ainda mais temerosa, a porta se abriu e logo foi fechada à suas costas. O barulho que se seguiu foi a chave girando e sendo retirada de seu lugar. Os pêlos de sua nuca se eriçaram quando ouviu aquela voz cortante.

- Ora, ora, o que temos aqui? – disse Anfitrite, aproximando-se. – O que houve Athena? Andou demais e ficou perdida? Ou essa sua felicidade toda acabou corrompendo mente da deusa da sabedoria? Oh, é verdade – continuou ela, fingindo surpresa. -, você não é mais a deusa da sabedoria!

Anfitrite sorriu de canto, escorando-se na mesa e girando a chave da porta entre os dedos.

- O que você quer? – perguntou Athena, sentindo-se acuada. Sim, pois ela se sentia mesmo sufocada, cercada, diminuída.

Na verdade, não era bem sua culpa. Não podia gritar, não tinha com o que se defender, não estava preparada para aquilo.

- Oh, eu só quero conversar – continuou a outra, ainda sorrindo. Athena engoliu em seco, colocando as mãos nos bolsos. Anfitrite suspirou.

Houve um barulho. A porta que separava a sala de jantar da cozinha foi esmurrada pelo outro lado. Uma voz abafada, provavelmente vindo de lá, gritou.

- Kate! – gritou Athena, correndo e girando a maçaneta em vão.

Depois de ouvir o choro abafado de Kate, contrariada Athena parou de tentar abrir a porta, por mais que tentasse ela não conseguiria. A deusa foi tomada pelo desespero.

- Por que está fazendo isso, sua louca?! – rosnou ela, virando-se. – O que é que você quer dessa vez?

Os olhos cinzentos de Athena se escureceram. A deusa trincou os dentes. Suas mãos se fecharam, fazendo as unhas se enterrarem na própria pele. Novamente, ela estava sendo possuída pela fúria.

- Essa é uma boa pergunta, realmente. Confesso que, antes, eu apenas queria você longe de Poseidon. Mas depois... Se tornou algo mais... Pessoal - seu sorriso se desfez. – Eu achei que se pedisse para aquelas ninfas amiguinhas de Zeus contar a ele o que está acontecendo aqui ele viria correndo te pegar, e eu estava certa. Contudo, eu deveria saber que Poseidon daria um jeito de impedi-lo.

Athena estacou. Novamente, o assunto ‘Zeus e suas amantes’ havia vindo à tona e aquilo lhe trazia lembranças terríveis. Bom, não eram bem lembranças, porque ela nunca poderia tê-las tido. Estavam mais para pensamentos perturbadores sobre seu pai transando com mulheres para depois nem lembrar seus nomes. Era nojento.

Mas era digno de Anfitrite. Andar com aquelas ninfas indecentes e vadias oferecidas que pulavam no pescoço do primeiro que passava pela frente.

- As ninfas? – disse Athena, sentindo sua garganta se fechar. – Ah claro, não poderia ser diferente, não é?

Anfitrite sorriu de escárnio.

- Não as julgue, Atheninha. A culpa não é delas se seu pai é o todo poderoso do Olimpo, cheio de charme e bom de cama.

Isso só pode ser uma brincadeira de muito mau gosto. A deusa sentiu seus olhos ficarem marejados, mas não ia chorar na frente daquela vadia. Eu não acredito que meu pai foi capaz de dormir com ela! N-não pode ser... Oh.

Aquela ninfa maldita. Só pode ter sido ela. Aquela vadia idiota que ficou toda feliz quando soube que eu estava indo embora... Só pode ser ela a espiã! A cúmplice de Anfitrite, argh, elas se merecem!

- Na verdade, Athena, eu só vim aqui para te dar um aviso. Com Zeus ao meu lado Poseidon não tem chance de sair vitorioso dessa guerra, nem com sua ajuda, a de Valentino ou de quem mais ele tiver. Então, é melhor sair do meu caminho antes que seja tarde demais. Eu tenho um trato com Zeus, você deve ser poupada, e eu pretendo cumprir minha parte.

Athena engoliu em seco e se forçou a dar uma resposta.

- Se depender de mim, você não irá sair dessa com um sorriso na cara.

- Oh, querida. Você é tão ingênua, tsc tsc tsc – Anfitrite suspirou e começou a rodeá-la. – Acha mesmo que pode me vencer? Pode até ser imortal, mas não tem poderes, lembra-se? Além de que, você não vai lutar.

A deusa continuou em silêncio, interessada demais para interrompê-la. Sentia que podia estar caindo em uma armadilha, mas Anfitrite estava falando coisas demais, sabendo coisas demais. Coisas que não deveria saber.

- Acha mesmo que Ariana vai me trair? – continuou ela, para completo desespero de Athena. – Ela nunca trairia a irmãzinha mais velha e querida dela, oh não – Anfitrite sorriu de lado, divertindo-se. – Acho que você não sabia dessa parte, certo? Bem, Ariana é minha meia-irmã, na verdade. Minha mãe teve um casinho com um mortal, nada de mais. Não se preocupe, Ariana não vai fazer nada contra você. Seu trabalho é único e exclusivo – ela se virou para Athena. – Enquanto ela estiver aqui, você não vai lutar. Enquanto ela estiver aqui, eu vou estar vencendo essa guerra, ao lado de Zeus. Sabe... Comandar um exército ao lado dele me dá certos privilégios, se é que me entende...

Anfitrite sorriu de canto e piscou, antes de se dissolver junto com a água. Instantaneamente, a porta da cozinha se abriu e Kate saiu correndo lá de dentro em tempo de amparar Athena que caía no chão, com o rosto já molhado. A porta da sala também se abriu. Poseidon entrou desesperado, sendo seguido de perto por um Sebastian assustado.

O deus se ajoelhou ao lado de Athena e a trouxe para seu colo. Ela agarrou sua camisa e enfiou o rosto no pescoço de seu protetor, chorando compulsivamente.

Ele a segurou fortemente e a levantou. Kate colocou as mãos sobre a boca quando o deus passou por ela com Athena; Sebastian a abraçou.

---

Poseidon caminhou até seu quarto. O quarto que agora era deles. Ele abriu a porta e se acomodou na cama. O choro havia cessado, Athena havia dormido depois de provavelmente gastar todo o seu estoque de lágrimas.

Ele se sentia culpado, não conseguira tirá-la daquele inferno antes. Agora tinha de lidar com aquilo até a deusa acordar. Suas mãos ainda apertavam a camisa do deus. Athena estava perturbada, de alguma forma.

- Oh, querida – suspirou ele, passando a mão em sua bochecha molhada.

Ela se remexeu e ele teve a impressão de ver um sorriso em seus lábios. Então, algo aconteceu, mesmo que ela continuasse dormindo calmamente.

- Eu amo você – disse ela, baixinho.


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