Férias Frustradas escrita por Nunah


Capítulo 30
29 - visitinha noturna e conversa suspeita




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It's kind of the end of an era. - Rupert Grint

Todos de luto pelo fim de Harry Potter.

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Athena acordou assustada olhando para os lados. Ela estava certa de que tinha ouvido algo. E não era algo, era um estrondo, que parecia abafado por alguma coisa.

A deusa afastou os cobertores e se levantou, aproximando-se da porta. Estava tudo silencioso por ali e continuava escuro. Pelas suas contas ainda eram umas duas horas da madrugada.

O que aconteceu? Eu não posso estar louca!

Ela girou a maçaneta lentamente, preparando-se para o pior. Mesmo não acreditando que algo poderia atacá-la, a curiosidade da deusa da sabedoria - sim, porque apesar de não ter mais o título, ainda era considerada assim por todos - tinha sido aguçada.

Assim que colocou o pé no corredor, ouviu outro barulho, seguido de um "Droga!". Athena olhou para o lado de onde tinha vindo o som e se surpreendeu ao ver a porta do quarto de Poseidon aberta.

A deusa caminhou em sua direção - a curiosidade a fazia ignorar seu bom senso - e empurrou silenciosamente a porta, abrindo-a um pouco mais.

O que viu fez sua boca ficar seca e seu coração acelerar. Deuses, o que ela tinha feito?! Poseidon se encontrava a alguns passos da porta do banheiro, com uma toalha enrolada precariamente em volta da cintura, encarando uma pequena mesinha de madeira tombada no chão.

Por mais que ela não quisesse, era impossível deixar de notar seus cabelos mais desarrumados que o normal e as gotas d'água que ainda escorriam por seu tórax e desciam, desaparecendo dentro da toalha.

Athena engoliu em seco.

A visão de Poseidon passando a mãos pelos cabelos e suspirando pareceu prolongar-se em câmera lenta. Ele ainda não a vira, era sua chance de sair dali. Mas suas pernas não queriam colaborar, elas continuaram pregadas no mesmo lugar, fazendo a deusa se desesperar.

Ela fechou os olhos por alguns segundos, tentando respirar normalmente e se mover sem ele percebê-la. E assim que ela conseguiu se mexer, se virar e estava pronta para ir embora, aquela voz se pronunciou.

- Athena?

Tudo bem. Respira. Respira. É só falar que você estava ir tomar água. O quê? Que tipo de desculpa é essa? Onde eu ia achar água dentro do quarto dele?

- Athena.

Ela se virou, fechando os olhos com força. Era seu fim. Estava tudo perdido. 

Athena abriu lentamente os olhos, corando assim que viu o olhar dele para suas pernas, mas ela era inocente demais para perceber a quantidade assustadora de desejo que seus olhos continham, e que aumentou à medida em que ele foi subindo seus olhos, passando por seu quadril, sua cintura fina e seu decote - que para ela era de um tamanho totalmente normal - e parando em seus olhos.

Seus lábios se abriram em um sorriso divertido.

- Resolveu me fazer uma visitinha noturna? - ele perguntou, aproximando-se.

- N-não, eu... - ela parou, assim que viu seu sorriso se alargando.

- Então o que houve? - Poseidon disse, apoiando-se na porta.

Ela engoliu em seco. Aquela aproximação não iria dar certo. Só servia para ela sentir seu perfume ainda mais forte, o que a fazia ter sensações desconhecidas que a assombravam.

- Athena? 

- Eu acabei acordando por causa do barulho... E vim ver se estava tudo bem... - não era totalmente mentira, mas também não era o que ela responderia em uma outra situação.

- Ah. Sim. O barulho - ele cruzou os braços e foi até a mesinha, colocando-a no lugar. - Eu estava distraído quando saí do banho, não prestei atenção e derrubei umas coisas. Não foi minha intenção te acordar.

Aquela resposta a pegou de surpresa.

- Ah, certo. Tudo bem - ela mudou o peso de uma perna para outra. Não tinha reparado que havia saído descalça e apenas com a camisola. 

- Você... está precisando de algo? - ele perguntou, levantando-se e a encarando.

Isso fez com que automaticamente seu olhar passasse por todo o seu corpo definido, coberto parcialmente por uma toalha branca que estava ameaçando cair.

Athena arfou, temendo revelar no que estava pensando, querendo sair dali o mais rápido possível - ou talvez não.

- Athena? - ele sorriu. - Está tudo bem?

- S-s-sim. Aah. Me desculpe por entrar sem bater - a deusa passou a mão pelo braço, em sinal de nervosismo. - E-eu... já vou... indo. 

Ela saiu antes que ele lhe respondesse, mas quando já estava com metade do corpo dentro de seu quarto, ele a chamou, aparecendo na porta, ainda sorrindo.

- Athena? Tenha uma boa noite - ele piscou e fechou sua porta. Athena ficou encarando-a, desconcertada.

Sua mente insistia em tentar descobrir porque ela tinha achado aquela voz grave e rouca tão sexy.

Não que ela ligasse, é claro.

---

Athena não conseguira dormir desde que saíra do quarto, o que a deixava tensa. 

Por que todo aquele incômodo? Não era só porque a imagem de Poseidon seminu ficava voltando à sua mente, era? Ou porque seu quarto ficava bem ali ao lado, talvez...?

Ah. Eu desisto!

Virar de um lado para o outro não iria adiantar muito, então a deusa se levantou pela segunda vez, colocando o nègligé por cima da camisola. Não era muita coisa, mas a deixaria mais à vontade se alguém a avistasse.

---

A deusa estava vagando pelo palácio provavelmente perdida. Devia ter pensado em Sebastian, que dissera que até pessoas que viviam ali por anos de perdiam. Por que ela tinha mesmo saído da cama? Ah, claro, porque as lembranças de um Poseidon enrolado numa toalha seminu estavam atazanando sua mente.

Athena deu mais alguns passos e se encontrou num lugar totalmente diferente. Estava iluminado por candelabros, havia quadros na parede, os quais ela resolveu ignorar, e uma mesa ao centro, rodeada por cadeiras. Ao lado havia uma tapeçaria cheia de coisas de cristal - copos, taças, garrafas e afins. 

Pelos deuses, ela havia ido parar na sala de jantar? 

Como isso aconteceu?

Athena balançou a cabeça, tentando se recompor. Eu não devia ter vindo. Devia ter ficado na minha cama, mesmo sem dormir. Droga, e se alguém me pega aqui?

A deusa já estava para se virar e tentar achar o caminho de volta quando ouviu vozes.

E como está indo?

Ela não podia acreditar. Como aquela cretina tinha coragem de estar ali?

- Estou fazendo o máximo que posso. Não sei se vai ser possível mas eu vou continuar tentando.

Era uma voz totalmente diferente da primeira, mas Athena sentia como se já tivesse ouvido-a em algum lugar.... Mas onde?

- Continue mesmo. Vou contatá-la em breve, para saber se houve avanços.

Aah, Athena não podia nem pensar na sua raiva. Mas o que era aquilo? 

- Sim, senhora.

Não havia mais vozes. O som de passos apressados fizeram com que ela concluísse de que era uma pessoa só ali, provavelmente com uma Mensagem de Íris.

Mas o que diabos Anfitrite estava tramando agora? E por que Athena tinha a sensação de que conhecia aquela outra voz?

A deusa resolveu voltar para o quarto, eram emoções demais para uma noite. Ela teria de falar com Poseidon sobre o que ouvira, apesar de não ter sido muita coisa. Mas mesmo assim era preciso.

Athena voltaria para o seu quarto, e tinha plena consciência de que não conseguiria dormir. Definitivamente.


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Notas finais do capítulo

Alguém arrisca um palpite? Hm?