Sick? Who? escrita por Jojo Almeida, Mandy-Jam


Capítulo 4
Find A Way


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Ben-Vindos de volta!
Hã, aqui é a Jo.
Antes de tudo, eu queria agradeçer pelos 42 reviews, e aos 25 leitores que acompanha a fic.
Serio. Eu amo vocês.
(hahaha)
Saibam, que eu tambem amei escrever essa capitulo em especial... Vamos ver como eu me saio no meu lado mais romantico, né?
Aí vaí.



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Uma garota de 17 anos para na porta do Empire State Building.

Ela usava uma blusa de malha cinza com decote em V, encima de uma polo branca, calça jeans escura e all star preto. Em seus braços havia um enorme livro escrito em grego antigo, e pendurada em seu ombro, uma bolsa azul escura de aparecia igualmente pesada. Seus olhos cinza-tempestade analisaram a rua pavimentada de Manhattan.

Dando um passo hesitante, ela se misturou em meio à multidão. Andando por algumas quadras, entrou em um café Starbucks, pedindo o mesmo de sempre e ocupando uma mesa afastada. Ela soltou sua bolsa na cadeira ao seu lado e suspirou cansada, encarando o copo de café batido a sua frente.

 Seu nome era Annabeth Chase.

Não que isso importasse naquele momento. Era só mais um nome. Um nome desconhecido pelas pessoas que a cercavam, e um nome que possivelmente nunca importaria para nenhuma delas. Eram apenas... Duas palavras. Que talvez nunca significassem nada para aquelas pessoas igualmente desconhecidas.

Um universitário bêbado se aproximou dando varias cantadas horríveis. O cheiro forte de álcool embriagava suas roupas, e mesmo o jovem de cabelos castanhos embaixo daquilo parecia não existir. A loira o ignorou, encarando-o de maneira mortal. Derrotado, ele se afastou cambaleante, se juntando á um grupo de universitários igualmente bêbados que se destacavam do ambiente tranquilo do café.

Ela suspirou pensativa, tomando um gole de café e abrindo o enorme livro que carregava. Algumas páginas e anotações depois, ela suspirou novamente fechando o livro e se reconstando na cadeira, franzindo o cenho.

As emoções passavam pelo seu rosto, formando um misto de decepção, curiosidade, medo e preocupação. Ela abriu a bolsa antes esquecida ao seu lado e retirou um celular de lá. Era um aparelho preto absolutamente normal, do tipo que qualquer adolescente teria, mas ela o encarava como se este fosse um explosivo ou algo do tipo.

Seus dedos eram hesitantes e pareciam incapacitados de ficar parados. Abrindo e fechando o celular repetidamente sua expressão variava de mil formas novamente. Medo, preocupação, desconfiança, duvida, preocupação, medo, curiosidade, raiva, duvida, medo. Cerca de três minutos depois, a preocupação havia tomado a guerra de seus pensamentos, e seus dedos hesitaram ao teclar um numero já decorado.

Primeiro toque. Segundo toque. Terceiro toque. A outra linha continuava muda. Quarto toque. O grupo de universitários sai do café. Quinto toque. Sexto toque. Seus dedos torcem uma mecha que se soltou do coque. Sétimo toque. Oitavo toque. Ela franze o cenho, duvidosa. Nono toque. O silencio já é quase surpreendente.

“Alô?” uma voz feminina muito sonolenta mostra sinal de vida no outro lado da linha na metade do toque de número dez.

“Thalia? Graças aos Desuses você atendeu!” Annabeth suspirou aliviada, falando em uma velocidade quase incompreensível.

“Calminha, aí Annie. Qual é o problema? Tem algo errado?” do outro lado da linha, Thalia parecia se recuperar do sono inicial, mas sua voz ainda era lenta e pausada. “Você descobriu alguma coisa importante?”

“Não, não. Não é nada disso.” Ela se endireitou na cadeira, e analisou o café pela primeira vez em um tempo. Estava quase vazio, com exceção a algumas mesas afastadas da sua. “Eu só precisava conversar. Onde você está?”

“Ainda, em Jersey’s. Desde que Artemis se dispôs a ajudar Nyx com ‘assuntos particulares’ algumas semanas atrás, ela praticamente nos largou aqui. O hotel é melhor que o acampamento improvisado de sempre, mas dá para sentir falta da ação. Acho que não vou sair daqui por pelo menos um mês.”  Thalia disse um pouco mais rápido, mas sua voz não era muito alta. Possivelmente não queria acordar o grupo. “Ela disse algo sobre este ser o lugar mais seguro e que estamos bem por um tempo. Não tenho tanta certeza quanto a isso. Estou preocupada. Nosso número aumentou muito nos últimos meses. Digo, antes não passávamos de 30, e hoje chegaríamos a 80 facilmente. Não sei se estaremos preparadas se algo acontecer.”

“Não entendo.” Annabeth se ajeitou na cadeira, também abaixando o tom de voz. “Artemis nunca deixa a caçada. Não a vi no Olimpo nas ultimas semanas, sequer tive que escutar Apolo tentando reclamar sobre ela comigo enquanto arrumava as plantas. Algo está realmente errado.”

“Você acha que isto tem haver com a segunda grande profecia?” Thalia aumentou um pouco o tom de voz, parecendo assustada e esquecendo completamente das garotas que dormiam ao seu lado. “Eu não pensei muito sobre isso. Parece tão assustador, e tão... distante.”

“Acho que entendo o que você quer dizer. Mas... não se preocupe com Artemis. O inimigo não esta atrás dela, e a lua continua aparecendo no céu todas as noites.” A loira disse pensativa olhando para o céu escuro de NY através da vidraça do café. Era noite de lua nova. Ela se arrependeu quase de imediato por dizer isso, mas simplesmente abaixou os olhos tentando se concentrar em outras coisas. Quaisquer outras coisas.

“Eu sei, mas... Não consigo evitar.” A voz do outro lado da linha parecia chorosa.

“Vai ficar tudo bem.” Annabeth disse como alguém que queria confortar, mas aquilo suou mais como se estivesse tentando convencer a si mesma.

“Annabeth? O que aconteceu?” Thalia perguntou duvidosa, dessa vez em um tom de voz normal. Possivelmente havia desistido de manter o silencio.

“Nada, nada. Está tudo bem.” Ela repetiu novamente, tentando convencer a si mesma.

“Você sabe que horas são?” Thalia perguntou, mas sequer aguardou uma resposta. “É quase meia noite. Em uma terça-feira. Você não me ligaria meia noite de terça-feira só para conversar quando tudo esta muito bem. Eu sei que tem algo errado, Annie. Você mente muito mal. Pode ir falando.”

“Por onde eu começo?” ela disse com um suspiro derrotado, quase esquecendo que era para isso que tinha ligado.

“Onde você está?” só a voz denunciava uma amiga preocupada, muito preocupada. ”Sem mentiras”

“Em NY. No Starbucks perto do Olimpo.” Ela respondeu pausadamente, parecendo escolher as palavras.

“Okay. Porque você não foi para casa?” outra pergunta calma e preocupada ao mesmo tempo.

“Precisava pensar.” outra resposta igualmente calma.

“Annie. Você mora sozinha. Em uma cobertura que sua mãe te deu de aniversário. A quatro quadras do Olimpo. Seria mais rápido ir para casa” Thalia argumentou sozinha, e ela pode imaginar a amiga revirando os olhos. “Continuando. Pensar sobre o quê?”

“Percy.” A resposta instantânea saiu de seus lábios antes que ela pudesse se deter.

“Okay. Você brigou, ou seja lá o que aconteceu, com o bastardo filho de pescador, e a melhor ideia que tem é andar 7 quadras até um Starbucks quando já é quase meia noite e ligar para uma garota que teve a vida amorosa mais fracassada possível e jurou virgininade eterna a uma deusa, quando estaria mais segura em seu apartamento perfeitamente normal?” mais alguns argumentos. A irritação não era presente na voz de Thalia. Um pouco de ironia sim, mas ela parecia estar tentando entender a enigmática amiga.

“Eu não briguei com Pers. Esse não é o problema.” A loira se defendeu de prontidão, rangendo os dentes. “E eu precisava de alguém para conversar.”

“Annie, eu estou bem aqui. E preocupada. Se não vai falar nada, me avisa de uma vez que eu estou morta de sono e tem uma cama me esperando aqui.” Novamente, ela não parecia irritada. Só preocupada.

“Eu não...” Annabeth mudou de posição desconfortável. Parecia difícil falar. “Eu...”

“Você não...?” Thalia forçou ainda preocupada. Annie podia imagina-la sentada em meio aos lençóis de um quarto de hotel mal iluminado.

“Eu não o vejo a dois dias.” Ela disse com um suspiro triste. Parecia pior agora que ela tinha certeza que era verdade.

“Annie, você já passou semanas sem vê-lo. Porque é tão importante agora?” a voz de Thalia se abaixou novamente, como se tivesse lembrado onde estava.

“Eu não sei.” Ela disse chorosa. “Ele não respondeu minhas últimas mensagens, não atendeu meus telefonemas, não foi a escola, nem apareceu no Olimpo para me pegar. Quando liguei para sua casa, Sally disse que achou que ele estivesse comigo. Mas obviamente não estava. Hoje de manhã, tentei falar com ele por mensagem de Iris, e minha oferenda não foi aceita. Eu não sei Tha. Parece que algo ruim esta acontecendo. Não o vejo desde que entreguei seu bilhete, e ainda tem esse sonhos estranhos. Algo esta errado, muito errado. Eu só não sei o que.”

A medida que as palavras escapavam de seus lábios elas pareciam se embolar umas nas outras. Quando terminou de falar, Annabeth estava com os olhos marejados, a voz esganiçada e as mãos tremendo. Thalia ouviu cada palavra da amiga, mas não sabia o que dizer.

“Calma Ann, calma.” Tha disse pausadamente, mas ela mesma não parecia nada calma. “Vamos por partes, okay?”

“Huhun.” A loira concordou silenciosamente, afastando uma mecha que caira em seus olhos.

“Hun, Vamos lá.” a voz dela parecia estranhamente pensativa. Talvez ela mesma não estivesse em condições de tentar confortar ninguém. “Você entregou o bilhete para ele?”

“Não exatamente. Tive que reescrever porque o original rasgou ao meio quando eu puxei de minha bolsa. Mas é, eu entreguei.”  Annabeth passou os dedos pela capa do livro que estava na mesa, enquanto falava pausadamente.

“E o que ele disse exatamente?” Thalia indagou tentando entender.

“Disse que ia te encontrar naquela tarde mesmo. Que iria até o hotel para que vocês pudessem conversar e perguntou se queria ir junto. Eu disse que não podia porque minha mãe me aguardava no Olimpo. Ele disse que tudo bem, me levou para almoçar, tomamos um sorvete, e depois ele me deixou no Empire States. Me deu um beijo despedida e foi embora. E só. Foi a ultima vez que eu o vi.” sua voz voltou a ser chorosa e quebradiça. Annabeth não podia evitar. Era um assunto no mínimo delicado. “Você o viu depois disso né?”

A linha ficou estranhamente quieta. Poderia se dizer que Thalia havia desligado, mas era possível ouvir um farfalhar de roupas e alguns passos. Alguns segundos depois, uma porta se fechando. Certamente, ela havia mudado de quarto.

“Tha? Thalia? Você ainda tá aí?” Annabeth não pode evitar perguntar duvidosa. A amiga estava estranha mente quieta.

“Tô sim, Annie. Está tudo bem.” Ela repetiu o mesmo que a amiga havia dito antes de toda essa conversa começar.

“Qual foi a ultima vez que você o viu Tha?” a loira insistiu franzindo o cenho. Seus olhos haviam se tornado um estranho tom de cinza escuro. Como o céu antes de um temporal.

“A três meses atrás. Naquela vez em Nebraska.” A voz do outro lado da linha não se passava de um sussurro quase inaudível. Como se Thalia não quisesse admitir essa verdade. Na verdade, não queria.

“Não. Não. Isso não é verdade.” Annabeth sussurrou balançando a cabeça e deixando lagrimas acumuladas escorem pelo seu rosto. “Ele foi para New Jersey’s domingo. Ele TEM que estar aí.”

“Qual foram os seus sonhos Annie? O que você viu?” Tha tinha uma voz sombria, mas ao mesmo tempo preocupada. Annabeth mal conseguia imaginar a amiga naquele momento.

“Eu não sei.” Ela tinha a voz embriagada pelo choro. As palavras pareciam se arrastar para fora de sua mente. “A maior parte era muito confusa. Havia um homem de bengala. Pessoas de jaleco branco. Uma garota ruiva. E algo como o hospital. E-e-u  n-aão  se-e-i. Pa-areciam pequenos fleches ou se-e-i l-aá.”

“O que...” Thalia parou para tomar fôlego antes de continuar em voz baixa. “O que você acha que isso pode dizer?”

“Nã-ão faço nem ideia.” Seu corpo tremia. Annabeth jamais havia se sentido tão indefesa. Tão... Sozinha.

“Nós vamos descobrir.” Tha disse para se mesma. “Eu sei que vamos. Vamos dar um jeito.”

“Dar um jeito” Ann repetiu trêmula, limpando suas lagrimas com as costas da mão.

“Isso aí. Vamos dar um jeito.” Thalia suspirou tentando escolher as melhores palavras, que pareciam ter fugido de sua mente. “Annie, volte para casa. Se alguma coisa te achar agora, você sequer vai conseguir se defender. Durma um pouco. Me ligue amanhã. Nós vamos dar um jeito. Só precisamos de tempo para pensar. Não é isso?”

“Você está certa. Eu vou para casa.” Annabeth murmurou percebendo o quão cansada estava. Ela disse um ‘tchau ’ para Thalia, e fechou o aparelho colocando-o dentro da bolsa.

Ao sair do café, os próximos três quarteirões passaram como um borrão. Se havia pessoas na rua, ou qual seriam seus rostos, ela não poderia dizer. As lagrimas de preocupação que escoriam por sua face a impediam de ver qualquer coisa, ou identificar qualquer perigo. Ela podia sentir seu punhal pesar dentro da bolsa, assim como o boné dos Yankess, mas sabia que naquele momento sabia que  não conseguiria usar nenhum dos dois. Seu corpo inteiro tremia de medo quando finalmente chegou à portaria de seu prédio, e ela se viu obrigada a ignorar as perguntas de um porteiro bem-vestido que falava algo sobre sua mãe.

Sua mãe. Seu coração se acelerou rapidamente ao ouvir aquelas tão comuns palavras. O que Athena queria? O que ela diria sobre isso? Até onde ela sabia sobre Pers? Até onde ela queria saber? As perguntas martelaram em sua mente, mas ao sair do elevador e chegar ao hall de seu apartamento, ela percebeu que todo que precisava naquele momento, era se lembrar de como colocar a pequena chave metálica na porta.

Quando seus dedos finalmente cooperaram, a porta se abriu revelando a sala bem iluminada. Ela fechou a porta atrás de si, sentido seus joelhos cederem e seu corpo escorregar até o chão. Seus dedos trêmulos escorregaram até a gola de sua polo, de onde puxaram um estranho colar de contas coloridas. Ela olhou para as ultimas cinco contas do colar, sentido às memórias virem à tona, acompanhadas de mais algumas lagrimas.

Ele. Onde ele estaria agora?


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Notas finais do capítulo

Pobre Annie, né?
E então? O que acharam?
Vai! Deixa um review!
Só um! É rapidinho!
Não custa na nada.
0800 total.
Hahaha.
Beijões Galera!
Jojo