Enfim, estávamos na praia. De novo. Já eram praticamente seis horas da tarde, mas estávamos ali. Eu odeio praia, mas Justin me arrastou até aqui.
- Vamos Sara! Você não vai morrer não! – Justin insistia pela décima vez.
- Não, não e não!
- Por quê?
- Justin, eu já te disse!
- Não disse não.
- Que merda, eu não vou e pronto! – gritei
- Ta bom, vamos ficar aqui.
- O que?
- Eu vou ficar aqui com você. – disse ele se sentando ao meu lado.
- Fazer o que... – revirei os olhos.
O sol ainda estava forte, mesmo já sendo tarde. Não demorou muito e algumas fãs do Justin vieram até ele pedir autógrafos e fotos. Ele, como sempre, atendeu ao pedidos das amadas fãs, conversou, riu e tirou fotos com cada uma. Sabe... O Justin é incrível. Não sei como ele agüenta, e eu admiro esse amor que ele tem pelos fãs.
- Que fofa as suas fãs. – eu ri
- É eu sei. Elas são incríveis. – ele voltou a sentar ao meu lado me fitando.
- Você tem sorte... Sempre tem tudo o que quer e todos te amam.
- Hey, não é tão fácil assim... Ainda tem os haters... Esqueceu?
- Haters?
- É... Aqueles que ficam me xingando por nada e me odeiam.
Fitei a areia da praia.
- Agora, vamos pra água?
- Ok, você venceu. – me levantei.
- Sério?
-É, mas não acostuma não... Não é sempre que eu sinto coragem de vencer os meus medos.
- To orgulhoso de você. – ele riu e me deu um selinho.
- Justin. – dei um tapa no seu ombro. – Sem selinho.
Ele riu e pegou minha mão me puxando até o mar. Eu estava com medo... Medo mesmo. Só de pensar sobre o que já aconteceu... Pode parecer normal, mas, naquele dia eu quase morri.
- Você não vem Sara? – Justin perguntou quando me viu parada.
- Não. – sussurrei.
- Eu to aqui pra te proteger. – ele sorriu.
Eu ri e o segui. Quanto mais eu chegava perto, mais medo eu tinha. Sara Butler não é do tipo de garota que ‘’tem medo’’, mas de água, ela tem. Ela não é a garota que gosta de enfrentar os medos. E se eu não conseguir? E se acontecer alguma coisa?
- Vem Sara, pegue a minha mão e confie em mim. – ele estendeu a mão.
- Justin, eu juro que se acontecer alguma coisa, essa sua carinha linda vai ficar toda roxa.
- Tem que ser no rosto? Não pode ser o braço?
- Não. – gritei.
- Ok, tudo bem! Como quiser.
Eu estava entrando no mar com o maior cuidado possível e medo eu tinha, até que o Justin me puxou.
- Eca, Justin! – gritei. – Acho que engoli essa água nojenta.
- Pelo menos você ta aqui Sara!
- Seu idiota! – lhe dei um tapa.
- Ah, me diz que você não ama esse idiota aqui.
- Eu te odeio idiota. – eu ri
- Não acredito.
- Ta, chega desse papo.
Antes de eu perceber, Justin me puxou pela cintura me abraçando de uma forma desconfortável. Eu não gosto de abraços.
- Justin me solta. – gritei.
- Hey, só você que pode pedir as coisas por aqui? – ele riu – Posso fazer meu pedido também?
- Não... Agora me solta, seu idiota.
Ele riu e pressionou seus lábios nos meus esperando alguma reação minha. Era inevitável, mesmo tentando evitar eu retribui e meus lábios começaram a se movimentar com os seus. Sua língua pediu passagem e eu a dei. Essa realmente não era eu, acho que Sara Butler talvez estivesse mudando um pouco.
Senti as mãos de Justin passar por minha costa e começar a desamarrar meu biquíni.
- JUSTIN! – empurrei seu peito.
- O que foi? – ele riu inocentemente.
- Você é um sem vergonha. – disse distribuindo tapas nele. – Ainda pergunta o que foi?
- Ta, desculpa Sarinha. - ele me deu um selinho demorado.
- Justin amarra meu biquíni aqui, seu idiota. – disse me virando de costas.
Ele ria, e logo após alguns segundos terminou de amarrar.
- Você devia relaxar mais Sara.
- Mais do que já estou relaxada? – me virei para ele.
- Sara, você é estranha.
- Sou mesmo, e o que tem?
- Você é diferente de todas as garotas que conheço.
- E daí?
- Você é especial pra mim.
Eu não pude deixar de sorrir. Corei e o fitei. Especial? Sou especial? Eu não sou especial. Eu sou idiota, tosca e irônica. Cheia de defeitos, não sei nem como minha mãe gosta de mim.
- Por que você faz isso Justin?
- Isso o que? – ele riu
- Você consegue me deixar... – pausa – Sem palavras.
Juntei nossos lábios e o beijei lentamente. Nem eu mesma me entendia às vezes. Até certo momento você tem uma opinião a respeito de alguém, e então, você o conhece, e sua opinião muda completamente! Você o vê de um modo totalmente diferente, começa a sentir milhões de sentimentos loucos, às vezes você nem sabe o que está sentindo. Por que me sinto assim? Estranha? Na verdade, sempre fui estranha, mas agora, era diferente.

[...]
Agora, eu estava sentada na cama, tentando tocar o violão. Eu não sou muito boas nessas coisas, na verdade, eu nunca fui boa em nada. Mas, eu meio que sempre tive um paixão pela musica, sabe? Só que não sei tocar instrumento nenhum. Justin havia tentado me ensinar a tocar One Time, eu estava tentando, mas era mais difícil do que parece.
- E aí, ta conseguindo?
- Como você consegue tocar isso sem errar nada?
- Eu já to acostumado... Olha, eu trouxe um refrigerante pra você. – disse ele me entregando uma latinha de coca.
- Obrigado. – sorri
Tomei um gole de minha coca e voltei a tocar o violão. Eu estava tocando tudo errado, mas ok.
- Ah, eu desisto. – disse colocando o violão ao lado.
- Por quê? Você não quer aprender?
- Não quero mais.
- Não te entendo mesmo.
- Você não tem que entender nada.
Me levantei e fui até a cozinha do apartamento, que por sinal estava uma bagunça.
- Que bagunça é essa?
- A gente tava tentando fazer bolo. – disse Chaz que estava todo sujo de chocolate.
- E o bolo explodiu?
- Mais ou menos. – Chris riu.
- Vocês tem problemas. – franzi a testa. – Aonde vamos hoje?
- Ta achando o que? Que a gente ta nadando em dinheiro pra sair em boteco todo dia? – Chaz.
- Nós vamos fazer nossa própria comida. – Caitlin.
- Sério? Não quero nem ver.
- Hey, mas a nós não temos que ficar aqui. – Justin me abraçou por trás.
- Não... Mas vamos ficar. – me afastei dele.
- Você adora me contrariar, não é?
- O que foi? Só quero ficar mais tempo com meu irmãozinho. – abracei Ryan.
- Ta falando sério? – Ryan ergueu a sobrancelha.
- A gente pode assistir um filme. – Caitlin entrou na conversa.
- Boa Cait. – bati palminhas. – Que filme meninos?
- Também queremos assisti. – Chaz e Chris.
Enfim, eles ficaram falando sobre mais algumas coisas lá e depois fomos pro quarto para assistir o filme.
Ryan e Chris se sentaram nos pufs que tinha ali, Caitlin e Chaz sentaram no tapete e eu me joguei na cama. Para minha felicidade, Justin se jogou ao meu lado na cama.
- Sai Justin. – empurrei.
 - Não ele riu.
- Não encosta em mim. – falei em um tom auto. – E alguém coloque o filme por favor.
Chris se levantou e colocou um filme lá que eu não recordo o nome, mas parecia ser legal.
- Não quero assistir. – Justin sussurrou no meu ouvido.
- E eu com isso?
- Você é chata.
Me virei para ele e vi que ele estava com os olhos fechados.
- Não vai assistir?
- Depois.
- Tudo bem, eu vou assistir. – voltei meu olhar pra tevê.
Senti Justin me abraçar pela cintura. Novamente voltei meu olhar para ele, desta vez ele estava com olhos abertos, me fitando.
- Que foi garoto?
- Nada... – ele riu e voltou a olhar a TV. – é que eu gosto de olhar pra você.
- Então é melhor parar.
- Por quê? Te deixa sem graça? – ele me fitou novamente.
- Para de graça Justin.
- Que graça? – ele riu
- Você não cansa de ser tão idiota?
- E você não cansa de ser tão chata?
- Cala boca vocês dois. – gritou Ryan.
- Ok, ok... – disse eu.
Voltei a olhar pra TV sem prestar muita atenção. Eu estava meio desligada de tudo, de tudo mesmo.
- Ta bem interessada no filme, hein. – Justin riu.
- Por quê? – o fitei.
- Fala sério, ta mesmo prestando atenção?
- Lógico.
 - Sério? Então o que ta aconteceu agora?
- Ai menino, me deixa em paz vai.
Justin riu e segurou o meu braço me puxando pra perto dele. Ele era um idiota, um idiota fofo. Ele me beijou com mais urgência desta vez, passando a mão pelas minhas costas e parando em minha cintura colando nosso corpo. Levei minhas mãos até os seus cabelos onde comecei a massagear sua raiz, ele começou a beijar meu pescoço e saborea-ló de forma lenta, logo após uns minutos voltando até meus lábios e me beijando novamente.
Percebi que alguém havia acendido a luz, e ouvi Ryan gritar alguma coisa.
- Que merda Ryan, apaga essa luz. – gritei.
- Não. Que feio Sara, achei que você fosse diferente.
- Diferente como?
- Você entendeu. – ele riu – Que feio, to decepcionado... Espera só tua mãe saber disso.
- RYAAAAAN! – joguei um travesseiro nele. – Não é nada de mais e eu te odeio.