Stuck In The Moment. escrita por Kaah_1


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

ULTIMO CAPITULO!!
QUE EMOÇÃO, AWNT
..
BOA LEITURA , ESPERO QUE GOSTEMM..
Depois desse vou postar um outro capitulo com agradecimentos e tals, leiam também.
OBRIGADA GENTE
:')



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3 anos depois.


Eu tinha vivido muita coisa nesses últimos três anos. Eu havia aprendido muita coisa e tinha amadurecido demais.

Agora, com quase vinte anos, eu estava bem de vida. Entrei na faculdade, mesmo Justin insistindo que eu não precisava disso. E ah, o meu orgulho? Bom, acho que o amor foi maior. Porque, eu o perdoei. Estávamos juntos fazia três anos. Justin me levava com ele para todos os lugares, para onde ele viajasse. Para cada premiação, show ou entrevista. Ele dizia que não queria me perder nunca mais, e eu também não queria o perder.

Acho que tínhamos que nos arriscar às vezes. Eu não o perdoei de primeira. Eu demorei mais um mês pra pensar na sua proposta. Eu o perdoei perto do ano novo, pelo que me lembro. Aliás, eu nunca consegui perdoar ou esquecer tão rapidamente. Aliás, ainda me lembro do que havia acontecido naquela época. É impossível esquecer algumas coisas.

Mas, nem tudo é um mar de rosas certo? Nós brigávamos demais! Às vezes minha mãe dizia que nós brigávamos tanto, porque éramos diferentes um do outro. O que era verdade. Eu nunca fui tão sentimental assim. Às vezes, em filmes de romances ou até aqueles de cachorrinhos que assistíamos juntos, era Justin quem acabava chorando. Mas, eu não ligava pra isso.

Talvez as diferenças nos completassem.

Virei na cama e encontrei Justin ao meu lado. Ainda dormia como um bebê.

Coloquei a mão no seu rosto e acariciei sua bochecha com o polegar. Ele se mexeu e afastou minha mão.

As vezes ele dormia aqui em casa comigo, quando mamãe deixava, claro.

O vi abrir os olhos aos poucos e sorri automaticamente.

– Bom dia. – ele murmurou.

– Boa tarde, na verdade. – corrigi, olhando pro relógio que marcava quase três da tarde.

– Tudo bem? – ele sorriu.

– Acho que sim. – dei de ombros.

– Porque acha que sim? – ele franziu a testa.

– A gente brigou ontem. – fiz uma voz manhosa.

Justin riu e beijou minha testa antes de responder. Eu amava tanto isso.

– Foi só uma pequena discussão, mô. – ele acariciou minha bochecha, o que me fez rir.

– A cada discussão eu sinto medo. – fiz bico.

– De que? – ele se sentou na cama, tentando arrumar o cabelo com as mãos.

– De não ter mais esse nós.

– Sempre vai ter. – ele me deu um selinho rápido.

Eu sorri, enquanto observava ele se levantar e vestir sua bermuda.

– Ansiosa pro casamento? – me perguntou depois de um tempo.

– Que casamento? – franzi a testa.

– Ué, do Ryan e da Lizz. – ele riu

– PORRA, O CASAMENTO! – gritei em disparada, pulando da cama.

Justin riu de mim.

Bom, há meses eu estava ajudando Lizzie a preparar esse casamento.

Pois é, Ryan finalmente tinha tomado jeito.

Eu mesma não havia acreditado quando ele a pediu em casamento. Eu nunca realmente acreditei no modo como eles tinham uma relação tão séria. Aliás, ambos nunca foram afim de sérias relações. Ela me contou tudo.

Ryan havia a levado em um restaurante bem chique, quando eles fizeram três anos de namoro, pelo que eu me lembre. Lizzie disse que enquanto ela bebia champanhe, ela percebeu que tinha algo no fundo do copo, e era um anel. Um lindo anel. Ela deu um berro, sabe como é Lizz... Ela surta por tudo.

Em seguida, Justin, - claro ele ajudou Ryan – apareceu tocando um violão, enquanto Ryan cantava uma musica que eu não lembro o nome. Segundo Lizz, era uma musica linda. E quando Ryan abriu a boca pra perguntar se ela aceitava se casar com ele, ela pulou no seu colo e começou a berrar “sim, sim, sim”.

Não havia sido algo tão grande, mas, foi bonito. Ryan nunca foi tão bom com palavras. Mas, aquele momento foi especial pra Lizzie. Pros dois, na verdade.

Bom, ela amava ele. E Ryan... Era louco por ela. Eles seriam felizes. Eu sei que seriam.

Eu estava feliz pela minha amiga. Lembro de noites que ficávamos conversando sobre nosso futuro e hoje estava tudo tão perto. Bem melhor do que imaginamos.

Mesmo que eu ainda não tivesse sido pedida em casamento ou algo assim.

– A gente se vê no casamento, Sarinha. – Justin me deu um beijo rápido.

– Tudo bem, até. – sorri, enquanto o via sair pela porta, já vestido.

Esperei alguns minutos e me levantei logo para me trocar.

Fez minhas higienes e coloquei uma roupa simples.

Ryan devia estar em casa ainda, eu tinha que falar com ele antes do casamento. Ele ainda era meu irmão. Meu meio-irmão.

Eu seria a madrinha do casamento. Eu não queria muito... Porque sou bem atrapalhada, mas, prometi a eles e bom... Agora serei a tal madrinha.

Bati na porta do quarto de Ryan umas três vezes. Ele demorou pra atender.

Martin também estava surpreso com o casamento deles. O vi chorando um dia desses. Não acreditava que seu garoto já iria se casar e sairia de casa logo.

– Ei, baixinha. – Ryan abriu a porta do quarto finalmente.

Seu olho estava um pouco vermelho e seu cabelo bagunçado.

Ele só vestia uma cueca box, mas, não me importei. Eca.

Eu apenas o abracei forte.

– Vou sentir saudades de você aqui em casa Ry. Das nossas discussões bobas, de você me irritando e de ter que agüentar você e a Lizzie se agarrando na cozinha. – eu acabei rindo, enquanto me afastava dele.

– Vou sentir saudades de tu também, coisinha chata. – Ryan beijou minha testa.

– Como está? Ansioso? – entrei em seu quarto e me sentei na ponta da sua cama.

Ele parou ao meu lado, dando um meio sorriso.

– Não sei o que pensar. É muita coisa pra mim. – ele cruzou os braços.

– Vocês vão ser felizes, tenho certeza. – sorri

– Engraçado... No começo você não nos aceitava juntos. – ele riu.

– Não é que eu não aceitava... Só achava... Estranho. – fiz uma careta. – Mas, você a ama, não é? – o fitei.

– Eu sou louco por ela. A amo demais. Você sabe que sim. – vi aquele sorrisinho bobo aparecer no seu rosto.

– Então, isso basta. – ergui os ombros.

– Papai disse que sou novo demais. – suspirou.

Ryan estava tenso. Sem piadinhas... Sem muito humor. Ele havia amadurecido, talvez.

– Quem disse que amor tem idade, Ry? – eu dei uma risadinha e me levantei indo até ele. Baguncei seu cabelo de leve. – Relaxa, maninho. O amor é algo louco. Mas, você sabe, se aquela pessoa realmente for a certa pra você, nada, exatamente nada, vai te impedir de ficar com ela. – coloquei a mão em seu ombro.

– Acha que Lizzie é a certa? – fez careta.

– Você ainda tem duvidas? – eu ri

Ryan me olhou um pouco desentendido por um tempo e riu em seguida.

– Nem parece você dizendo essas coisas, Sá. – ele riu e me abraçou em seguida, mais uma vez.

– A gente vai aprendendo algumas coisas com a vida, né. – eu ri

– Sara, eu nunca te disse isso, mas... Eu te amo, maninha. – Ryan se afastou do abraço e me olhou sorrindo.

– Eu sei que ama. – lhe dei língua. – Boa sorte.


[...]

– Lizzie, você está tão linda. – a fitei.

Eu estava com lagrimas nos olhos e Lizzie não estava nada diferente de mim.

Ela estava pronta. Daqui dez minutos, estaríamos andando pelo tapete vermelho e meu irmão e minha melhor amiga estariam se casando. Eu não podia acreditar naquilo. Meu Deus, como as coisas haviam mudado tão rápido? Estava tudo tão... Lindo.

– Você está incrível, Sara. – ele apontou pra mim.

Eu sorri e dei mais uma olhada no meu vestido [http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/foto/0,,63238735,00.jpg] através do grande espelho.

Voltei a fitar Lizzie que estava totalmente deslumbrante. Minha amiga não tirava o sorriso do rosto e alisava seu vestido a cada minuto. Rodando e dando gritinhos de alegria. Eu nunca tinha a visto tão feliz em toda a minha vida.

– Lembra quando éramos mais novas e ficávamos fazendo planos para o futuro? Lembra de quando sempre dizíamos que faríamos um casamento duplo em um lindo campo cheio de flores? – Lizzie me fitou e limpou uma lagrima que ia caindo por sua bochecha.

– Eu lembro. Algo se realizou. Você vai casar no campo, não? Mas não vamos fazer um casamento duplo. – acabei rindo.

– Justin vai te pedir em casamento logo, amiga. – ela colocou a mão sobre meu ombro.

– Eu não sei. Acho que... Talvez não estamos preparados. – dei de ombros.

– Você ainda não contou a ele sobre... –

– Shhhhhh... Alguém pode escutar! Ninguém pode saber desse acidente que aconteceu! – tapei sua boca.

– Não é um acidente! É uma benção. – ela sorriu.

Fiquei pensando um pouco nisso.

Lizzie sempre estava certa.

Eu suspirei e a abracei forte. Bem forte.

– Lizz, eu desejo toda a felicidade do mundo pra você, amiga. Não poderia haver pessoa melhor que você para casar com meu irmão. – apertei-a ainda mais.

Ela suspirou.

– Obrigada, Sara. Mesmo. Você não é minha amiga... Você é minha irmã. – ela riu fraco, enquanto se afastava.

– Se não fosse você... Eu não sei o que seria da minha vida. – sorri a ela, olhando em seus olhos.

Lizzie assentiu, limpando mais uma lagrima e murmurando a si mesma dizendo que não podia chorar se não estragaria a maquiagem.

Eu ri disso.

Lizz sempre foi algum tipo de anjo pra mim. Sempre quando eu achei que estivesse sozinha, ela aparecia mostrando que nunca me abandonaria e que sempre estaria ao meu lado. Ela me ajudou em cada momento da minha vida.

– Lizzie, está na hora. – o pai da minha amiga apareceu na porta. Ele já estava praticamente chorando ali.

Eu sorri pra Lizzie e segurei sua mão, enquanto saíamos do quarto.

Esse era o seu momento.

O seu sonho.


~

O local estava perfeitamente enfeitado. O tapete vermelho se estendia até o altar.

Era cheio de flores. Na entrada, tinha um arco de flores de diferentes cores. Estava tão lindo. Parecia aqueles casamentos que você só vê em filmes sabe?

Enganchei meu braço no de Justin, já que os padrinhos e madrinhas entrariam primeiro.

– Você está linda, princesa. – Justin sussurrou no meu ouvido.

Eu sorri pra ele em agradecimento.

Logo estávamos lá na frente, no altar. Ryan já havia entrado no local e estava totalmente nervoso a espera de Lizzie.

Eu percebia que estava nervoso só pelo olhar e suas mãos. Ele estralava os dedos, mexia no cabelo e olhava pra todos os lados. Ele não conseguia ficar quieto.

Eu ri da cena.

Então, começou a tocar a musica com trombetas. E em seguida, vi Lizzie acompanhada de seu pai entrar na igreja toda sorridente. Ryan se acalmou mais.

Ela andou calmamente pelo tapete vermelho e quando parou na frente de Ryan, ela já estava quase chorando. Seus olhos estavam cheios de lagrimas, ela se segurava para não derrubar nenhuma delas.

– Irmãos e irmãs... Estamos aqui hoje para celebrar a união de Ryan Butler e Lizzie McBeal... – o padre começou a falar.

Eu estava ali, sorrindo, me segurando para não começar a chorar também.

– Lizzie, aceite essa aliança como sinal do meu amor. Prometo te respeitar e te amar por todos os dias da minha vida. – Ryan disse com a voz meio falha e um sorriso no rosto.

Fitei Justin, que observava o casamento com um meio sorriso.

Eu não pude deixar de notar o quanto eu era sortuda e tinha uma vida perfeita.

Apesar de tudo o que passei, hoje eu estava aqui. Finalmente feliz. Minha melhor amiga e meu irmão estavam se casando, tinha o namorado dos meus sonhos, minha mãe finalmente estava feliz com Martin e sei que ela estaria sempre bem e feliz se estivesse ao lado dele. O que mais eu poderia querer?

Depois de tanta briga, orgulho, desconfiança, eu estava aqui, seguindo minha vida. Com um futuro brilhante pela frente. Tudo mais bonito do que eu esperava.

Quando percebi, Justin batia palma.

Olhei a frente, vendo que Ryan e Lizzie já se beijavam. O casamento havia sido concluído.

Eu não agüentei e fui até eles.

Abracei Lizzie fortemente e depois corri para abraçar Ryan.

Momentos bons... Me trazem tanta paz que é difícil de raciocinar. Eu deveria estar chorando muito agora. Mas, não me importei.


~

Peguei um cupcake da mesa de doces e dei uma grande mordida.

Tocava alguma musica agitada ao fundo.

Todos estavam dançando e bebendo e eu comendo cupcakes.

– Vai engordar desse jeito, amor. –senti alguém me abraçar por trás.

– Eu estava desejando comer esses cupcakes. – disse enquanto me virava de frente pra ele.

Justin me olhou rindo.

Eu certamente deveria estar cheia de chantilly no rosto.

– Ta sujo aqui. – Justin apontou.

– Onde? – fiz cara de desentendida.

– Deixa eu te ajudar. – ele riu e logo colou nossos lábios, iniciando um beijo gostoso.

Coloquei meu cupcake na mesa e depois levei minha mão até o seu cabelo, tentando puxar ele ainda mais pra perto de mim. Senti ele dar algumas mordidinhas no meu lábio inferior e sua língua brincava divertidamente com a minha.

Eu poderia ficar o beijando pra sempre.

Percebi que a musica havia parado, mas, julguei que não deveria ser nada de importante.

Até falarem meu nome no microfone.

– Sara Butler?

Tive que me separar de Justin e olhei sem graça para as pessoas.

Bom, estava na hora daqueles discursos que tem em casamentos, sabe? Eu tinha o meu gravado na cabeça. Eu escrevi um, mas, bom, eu perdi o papel, então... Fico só na cabeça mesmo.

Eu suspirei e me dirigi até o “palco”. Coloram o microfone a minha altura – não tenho culpa de ser baixinha – e em seguida eu dei um sorriso antes de falar qualquer coisa.

– Oi. Bom, eu sempre considerei Lizzie como uma irmã pra mim. A gente fazia planos todas às noites para o nosso futuro. Imaginávamos tudo de formas diferentes e hoje, bom, eu não poderia imaginar coisa melhor que isso. Ela sempre esteve ali quando eu precisei de alguém. Ela é daquele tipo de amiga que larga tudo que estiver fazendo para ir te ajudar. E Lizzie me ensinou muitas coisas. Eu podia ser eu mesma com ela, de todas as formas e por mais orgulhosa e difícil de lidar que eu fosse, ela sempre esteve ao meu lado. – eu olhei Lizz dali de cima, ela me mandou um beijo. – E Ryan... Sabe, eu meio que aprendi com você que, algumas aparências enganam. Você pode parecer o cara mais cafajeste, imbecil e insensível que existe... Mas, você não é assim. Você é um bom cara. Antes, eu achava loucura que vocês dois ficassem juntos, mas, hoje... Hoje eu vejo que vocês se merecem mais do que tudo nesse mundo. É como se, eu pudesse ver através de vocês que realmente são feitos um para o outro e que nada pode mudar isso. – eu sorri , limpando uma lagrima. Dali de cima, vi Chaz com Caitlin, que haviam se acertado, Nolan com uma garota, Chris com outra... E Justin me olhando sorrindo. – Vocês estiveram comigo no momento mais difícil da minha vida. E me ensinaram que existem coisas que sempre vão doer, apertar o sapato, incomodar, latejar no peito. Não tem jeito, por mais que a gente se livre de traumas e mágoas alguns sentimentos não legais sempre vão morar dentro do coração. Não por rancor ou coisa parecida, mas porque nem tudo dá pra ser esquecido e deletado da vida num passe de mágica. A gente sente, é de carne, osso e sentimento. Nada mais óbvio do que carregar na bagagem algumas tristezas. Não somos feitos só de coisas boas, temos lados obscuros e que não sabem perdoar. – fitei Justin por alguns segundos. – Vocês me ensinaram a perdoar. E que isso pode ser o melhor. Bom... TODA A FELICIDADE DO MUNDO AOS NOIVOS! A LIZZIE E RYAN! – ergui uma taça de champanhe e logo vi varias pessoas fazendo o mesmo.

Passei as costas da minha mão pela minha bochecha, limpando algumas lagrimas que caíam.

Quando desci do “palco” Lizzie correu até mim e me deu um grande abraço.

– Sara, foi lindo. – ela sorriu.

– Sabe que nunca fui boa com palavras. – suspirei.

– Você nunca muda né, Sarinha. Ah, amiga! – ela riu e beijou meu rosto.

– Me achava mesmo um cafajeste insensível? – Ryan riu ao lado de Lizz.

– Não mais. Você mostrou que podia ser diferente. – eu ri e baguncei seu cabelo.

Eu sorri a eles e continuei andando.

Fui surpreendida com um abraço de Caitlin.

Céus, quanto abraço pra um dia só!

Acabei rindo.

– Que saudades, minha Sara! – Cailtin gritou no meu ouvido.

Eu ri, me separando dela.

– E como foi à viagem? – perguntei a ela e Chaz, me lembrando de que eles haviam viajado pra Londres e haviam chegado semana passada.

– Incrível! É tão lindo. – ela disse toda meiga, como sempre.

– Ah, Caitlin tem uma noticia. – Chaz estava com as bochechas rosadas. –Quer dizer, nós temos uma noticia. – ele concertou.

– E qual é a grande noticia? – mordi os lábios, ansiosa.

– EU ESTOU GRAVIDA! – Caitlin gritou e me abraçou de novo. – É UMA MENINA! – ela berrou no meu ouvido.

– OH, MEU DEUS! – gritei junto com ela.

Me separei do abraço e demos alguns pulinhos juntas.

– Felicidades, gente. De verdade! – sorri mais ainda.

– Você e Justin vão ser os padrinhos da nossa filha. – Chaz sorriu a mim.

– Mas já decidiram? – eu ri.

Eles assentiram.

Pareciam felizes.

Como todos ali.

Essa noticia me fez lembrar que eu tinha algo pra contar pra Justin. Então, tratei de procurá-lo no meio daquela gente.

Trombei com Nolan.

– Nolan! Viu Justin por aí? – perguntei.

– Vi ele perto da mesa de doces, gata. – ele piscou.

Eu acabei rindo e fui procurá-lo.

Bati e empurrei várias pessoas. Molharam meu vestido de champanhe e eu quase caí quando pisaram na calda do mesmo. Eu suspirei, antes que começasse a gritar palavrões.

Avistei o ser loiro chamado Justin de costas e corri até ele, pulando no mesmo.

Percebi que ele riu e virou-se rapidamente pra mim.

– Eu preciso falar com você. – nós dois dissemos no mesmo minuto.

Eu ri daquilo.

– Vem, vamos andar. – o puxei pela mão.

Saímos da aglomeração de pessoas e fomos pra um lugar mais calmo, pro jardim.

Tinha flores, arbustos e uma linda fonte d’água ali fora.

A lua estava tão linda.

– Então, o que queria dizer? – ele perguntou. – Se importa de eu dizer primeiro? Eu treinei isso por muito tempo. – ele fez bico.

Eu ri.

– Pode dizer... O que é tão importante para treinar tanto, amor?

– Bom, sabe, Sara... – ele suspirou antes de continuar. - Quero acordar do seu lado num domingo de manhã. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do nosso apartamento. Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija no rosto. – ele pigarreou antes de continuar e eu ouvia tudo com atenção e um sorriso no rosto. – Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Quero que você nunca mais deixe de pensar em mim. – ele segurou minhas mãos e beijou as costas das mesmas.

– Onde quer chegar com tudo isso, Justin? – eu engoli em seco.

– Casa comigo? Seja minha? Pra sempre e sempre? Apesar das brigas, dos desentendimentos e de todos dizerem que somos diferentes demais... Casa comigo? – ele deu um meio sorriso.

Eu o fitei por um tempo.

Talvez um pouco indecisa.

Mas, porque eu estaria indecisa? Era o que eu queria não? Ele era o homem que eu amava. O cara da minha vida. Então, porque eu estaria indecisa? Eu percebi que algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu as limpei com a ponta dos dedos.

Fitei os olhos de Justin, que pareciam ter medo da minha resposta.

Eu odiava ser tão indecisa e insegura. Eu nunca conseguia decidir as coisas sozinha. Mas, dessa vez, eu tinha que decidir isso. Esse momento era meu.

– Eu aceito, Justin. Aliás, eu sempre fui sua. Desde nosso primeiro beijo. – eu sorri a ele, mais do que pretendia.

Justin me pegou pela cintura e me girou pelo ar, rindo.

Juntou nossos lábios e me deu um dos melhores beijos de todos. Aquele beijo de desejo, amor, vontade, saudade, fidelidade... Eu poderia sentir aqueles lábios pela vida toda.

Justin parou de me beijar e pegou uma de minhas mãos, colocando um anel em meu dedo. Era um lindo anel brilhante, eu podia imaginar que fossem diamantes. E ri daquele pensamento bobo. Nada importava.

– E o que ia dizer? – ele me perguntou.

Eu fiquei paralisada.

Não sabia se devia contar aquilo ou não.

– Eu... Eu... – respirei fundo antes de contar. Justin me olhava, esperando a resposta. – Eu... Eu estou grávida. – fitei o chão.

– Grávida? – sua voz parecia totalmente surpresa.

– É, Jus. Nós... Vamos... Ter um filho. – mordi os lábios, o fitando dessa vez.

Ele não me respondeu, apenas deu um sorriso gigante e puxou meu rosto, juntando nossos lábios novamente.

Ele me abraçou pela cintura, enquanto sua língua brincava com a minha em harmonia. Era um beijo calmo. Entrelacei meus dedos nos fios do seu cabelo, enquanto ele passava a mão em minha barriga a alisando carinhosamente.

Passou a beijar meu pescoço, com beijos quentes e deliciosos. Dando algumas mordidinhas no local.

– Eu te amo, Jus. – ri

– Te amo mais, pequena.

– Duvido. – lhe dei língua.

– Para com isso. Eu te amo mais e pronto. – ele riu, me pegando no colo.

Eu dei um grito.

– Que você me ama, eu acredito. Mas você me precisa? Você tem urgência de mim? Do meu riso baixinho no seu ouvido? Dos meus cabelos desgrenhados jogados na sua cama? Da minha cantoria desafinada de manhã cedo? Você tem necessidade desesperada da minha personalidade irritante? Da minha voz de bebê? Do meu jeito infantil, mimado, bobo e idiota? Dos meus olhos procurando os seus, te fazendo carinho, fazendo entender o tamanho do meu amor por você? – eu perguntei rindo, no seu colo.

– Nem comece, Sara. Você sabe que sim. Te amo até careca e sem dente. Amo sua personalidade irritante e seu jeito de criança. – ele me deu um selinho rápido e riu.

Eu me permiti rir e pensar em como seria minha vida daqui pra frente.

Tudo havia mudado tanto...

E olha.

O tempo nos surpreende, não é?

A entrada e saída de pessoas na nossa vida é a prova disso. As mudanças no clima também são a prova disso. Nossa aparência, nosso futuro, o presente e o passado, várias coisas… As mudanças, o amadurecimento, a troca do sol com a chuva ou vice e versa. A felicidade virando tristeza, os sonhos virando realidade. Pessoas conquistando seu devido lugar na terra e outras simplesmente perdendo seus bens. Pessoas nascendo, pessoas morrendo, pessoas amando, pessoas odiando. Pessoas que dão valor ao que tem mesmo que seja de longe, enquanto pessoas jogam fora as oportunidades que a vida lhe dá.

Algumas aceitam que as coisas têm que mudar enquanto outras se revoltam por seus planos não darem tão certo assim. O que vai ser amanhã? O que vai ser daqui há alguns anos? Só o tempo irá nos dizer. Pode ser que aquilo que você mais deseja não aconteça, e aquilo que você achou impossível de conseguir, você consiga. Então não desafie, apenas viva, vai vivendo enquanto ele passa, vai vivendo enquanto o tempo varre o mundo transformando tudo à sua volta.

Vai vivendo a sua vida enquanto o tempo ajeita as coisas para você.

..THE END..


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