- Jake, eu vou ver isso de perto... – Renesmee disse se afastando de Jacob se dirigindo até Kate. – Venham comigo... – Renesmee chamou Lavínia e Kate para um local mais reservado, afinal não havia porquê ninguém ouvir essas coisas.

Agora a sós Kate poderia esclarecer as coisas.

- Está mais calma? – questionou Lavínia.

Kate não respondeu prontamente, ela andou de um lado para o outro, sem saber o que fazer, que ironia pensar que poderia esconder lá no fundo esse segredo, no fim todo seu esforço e suas mentiras foram em vão. E uma questão crescia em seu interior: como? Como Carly descobriu?

- Primeiro, desculpas... Lamento por não ter confiado, a questão é que eu tinha tanto receio, não há lembranças piores que essa... – Kate explicou.

- Mas ainda assim devia ter me confiado... Ora Kate, nos conhecemos a tanto tempo desde crianças... Iríamos ficar do seu lado, custe o que custar. – Renesmee disse.

- Bom a questão era que eu saía com Jonathan naquele tempo não era nada oficial, ele me fez mulher e eu era apaixonada... – Kate disse.

- Eu lembro vocês viviam naquela gangorra, ninguém sabia realmente o que era. – Lavínia comentou.

- Eu não me cuidava ele usava camisinha e eu confiava nisso... Não demorou muito para que uma gravidez surgisse... – Kate disse com o olhar distante.

Flashback on

Los Angeles, 1 ano e seis meses atrás...

- Eu fiz um exame desses de farmácia... E bom deu positivo, mas o exame pode estar errado não é? – Kate questionava com o médico.

Dr. Lincoln nada dizia apenas escrevia em seu prontuário.

- Mas você apresenta os sintomas? Enjoos, náuseas, menstruação atrasada? – ele perguntou.

- Bom... Senti enjoos por alguns dias, mas agora não mais... E a menstruação bom ela ainda está atrasada... – Kate disse acanhada.

- Faça um exame de sangue, (Beta HCG?). Ele é o mais confiável. – disse Dr. Lincoln enquanto escrevia agilmente uma receita. – A propósito há quanto tempo sua menstruação está atrasada?

- Dois meses... – murmurou Kate.

- Dois meses? – questionou o médico.

- Mas doutor meu ciclo nunca foi regular... Eu tenho 15 anos ainda... – Kate se justificou.

- Não importa, se você tem vida sexual ativa e sem proteção você pode engravidar. – disse o médico.

Kate pegou a solicitação do exame e o fez, em algumas horas o resultado já estava pronto. E o resultado parecia brilhar escrito com todas as letras POSITIVO.

No dia seguinte ela retornou ao médico e ele fez sugeriu fazer o exame de toque.

- Bom ao que indica você está grávida de três meses... – o médico disse enquanto realizava o procedimento.

- Três meses? – Kate perguntou assustada, ela tinha alguém dentro dela a todo esse tempo e não percebeu? – Mas o meu atraso era de dois meses... E há propósito tem certeza que estou grávida?

- Eu sou médico há mais de 15 anos... Nunca errei nenhum diagnóstico senhorita Smith. – disse o médico.

Kate saiu do consultório sem saber exatamente o que fazer, ela sabia que o pai era Jonathan o único com quem ela dormiu, ela tinha que procura-lo e juntos decidir o que deveriam fazer. Mas antes ir ao shopping acalmar os nervos.

- Kate! – exclamou Renesmee.

Kate ficou surpresa em vê-la.

- Algum problema? – perguntou Renesmee a avaliando.

- Não... E então? O que faz aqui? – Kate questionou.

- Compras... Eu estava entediada em casa... Vi um relógio lindo perfeito para Robert, acho que vou comprar... – Renesmee tagarelava futilidades afins, e Kate mal prestava atenção mantinha seus olhos fixos na loja de artigos de bebês, aquele berço e as roupinhas, reviravam seu estômago. Com 15 anos ela não estava pronta para isso, mas de algum modo já amava aquele ser, era fruto do amor dela e Jonathan. Ela mal notara que suas mãos estavam sobre seu ventre. – KATE! – exclamou Renesmee em tom agudo.

- Oh Nessie, me desculpa. Minha cabeça está cheia... – Kate disse se afastando dela. – Te vejo mais tarde, na Vegas Club?

- Ah tudo bem claro... – Renesmee disse em tom entediado e nada preocupado com o comportamento estranho de Kate. – Nos vemos lá. Beijinhos. – ela fez um biquinho e se afastou com suas várias sacolas de lojas.

 Kate pegou seu carro e foi até a casa de Jonathan.

- Por favor, o John está? – Kate perguntou a empregada.

- Sim senhorita, em seu quarto... – respondeu a empregada.

- Ah, está bem... Eu irei até lá, eu já conheço o caminho não precisa me acompanhar. – Kate disse subindo as escadas em passos firmes e decididos.

Ao abrir a porta do quarto Kate se deparou com o total desagrado. Havia duas garotas que dormiam tranquilamente ao lado de Jonathan, Kate sentiu seu estômago se revirar com aquela cena.

- JONATHAN! – Kate chamou-o aos gritos.

Logo as garotas e Jonathan acordaram assustados, porém assim que Jonathan viu Kate ele dispensou as garotas quase que aos chutes.

- Vamos garotas, a festa acabou... – Jonathan disse.

Logo que as garotas saíram Jonathan mudou completamente, como se nada tivesse acontecido ele se aproximou de Kate para dar-lhe um beijo. Ela por sua vez se afastou.

- O que foi amor? – perguntou Jonathan.

- O que foi? Você ainda me pergunta? – Kate perguntou com raiva.

- Ora Kate... Aquelas garotas são apenas diversão coisa de uma noite... Você não precisa ter ciúme delas... – Jonathan disse despreocupado aproximando-se de Kate. – Mas você, pelo contrário, você sabe que eu sou maluco por você...

- As coisas tem que mudar John... Eu não quero mais isso, não quero ver você com ninguém... – Kate disse.

Jonathan a olhou intrigado, afinal Kate nunca se importou com a vida que ele levava, a propósito Jonathan não tinha intenção sequer de mudar seu estilo de vida. Talvez um agrados e mimos, e as coisas voltariam ao normal, Kate só estava estressada por alguma razão.

- Você quer conversar amor? Que tal tomarmos o café da manhã juntos? – Jonathan questionou. 

Kate refletiu e por fim concordou precisaria de tocar no assunto com muita calma, ela concordou em espera-lo lá embaixo.

- Preciso comentar você está linda hoje... – Jonathan disse enquanto bebia uma xícara de café bem forte.

- Obrigada senhor Miller. – Kate sorriu.

- Mandei que preparassem seu prato predileto waffle com chocolate e morangos. Experimente... – Jonathan disse repassando o prato a Kate. Contudo a única que ela conseguia sentir desse prato é repulsa total.

- Não John... Por favor, tire isso da minha frente... – Kate disse enquanto fechava os olhos e prendia o ar do nariz com as mãos.

- Tudo bem, tudo bem... Por favor, retirem isso daqui imediatamente. – Jonathan disse aos serviçais, ele não compreendeu Kate sempre amou waffle e agora não aguentava nem sentir o cheiro. – Algum problema com você amor?

Kate se encolheu na cadeira e abaixou a cabeça.

- Mais ou menos... – Kate disse baixinho.

- Então diga, se eu puder te ajudar... – Jonathan a incentivou.

- Eu fui ao médico hoje e... – Kate parou no meio da frase sem saber como acrescentar mais palavras.

- E? Meu Deus, amor você está doente? – Jonathan a olhou preocupado.

- Não, mas... – Kate disse enquanto olhava para as empregadas que cercavam a mesa deixando-a desconfortável, ela queria ao máximo de privacidade.

- Se não está doente, qual é o problema? Por favor, se retirem. – Jonathan disse e imediatamente um a um foi saindo do ambiente.

- John eu... Eu estou... – Kate não conseguia de forma alguma terminar o que queria de fato dizer até que respirou fundo e disse tudo muito rápido. – Eu estou grávida Jonathan.

Jonathan piscou duas vezes, sem realmente assimilar o que acabara de ouvir.

- John? – chamou-o Kate.

- Grá... Grávida? Foi o que disse? – Jonathan balbuciou.

- É. – confirmou Kate.

- E de quem é esse bebê? – Jonathan questionou.

Kate não compreendeu a pergunta, já que a resposta era óbvia demais.

- Ora seu tolo é seu! – disse Kate.

- E como pode ter certeza? – perguntou Jonathan.

- O único homem que eu tive foi você, então só pode ser seu! Não é óbvio? – retrucou Kate.

Jonathan poderia esperar qualquer coisa menos isso, um filho? Ele só tinha 15 anos, não sabia o que era ter um filho, sua vida se desmoronaria...

- E como eu posso ter certeza? – questionou Jonathan.

- E a minha palavra por acaso não conta? – questionou Kate com a voz mais alterada.

Jonathan olhou para aqueles enormes olhos azuis profundos que já o fez se perder tantas vezes, eles pareciam sinceros, a questão era que ele não concordava com tudo aquilo, ou melhor, ele não aceitava, isso não poderia estar acontecendo com ele.

- Vamos superar isso John... Juntos... Você será um ótimo pai para ele... – Kate dizia enquanto afagava a mão de Jonathan que estava sobre a mesa.

Jonathan retirou sua mão e olhou-a com repulsa, ela parecia estar gostando da ideia.

- Eu não pedi esse... Eu não quero ser pai e não vou ser pai! – Jonathan exclamou quase aos gritos mal notou que já estava de pé.

Kate o olhou assustada seus olhos marejados.

- John... Você a única pessoa com quem eu conto... E além do mais ele é seu! – Kate disse.

- E quem garante que é meu? Afinal você vive em festas agarrando qualquer um que aparece em sua frente! – retrucou Jonathan.

- Isso... Isso é completamente diferente eu não dormi com nenhum deles Jonathan! Só com você! – Kate disse já aos gritos.

- Ninguém... Ninguém vai acreditar em você! Eu não quero saber dele nem de você! Vá embora! – Jonathan disse também aos berros.

Kate o olhou com fúria e saiu sem dizer mais nenhuma palavra. Nunca pensou que Jonathan seria tão cafajeste, tão baixo... Amanhã iria procura-lo novamente, ela não iria carregar esse fardo sozinha.

- Por favor, o Jonathan está? – Kate perguntava a empregada da casa de Jonathan.

- Ora, mas a senhorita não sabe? – questionou a empregada.

- O que? – Kate perguntou intrigada.

- O senhor Miller viajou na verdade ele se mudou, não mora mais aqui. – a empregada disse.

Kate não sentia seus pés tampouco suas pernas, a visão ficou escura...

- Senhorita Smith? – alguém a chamava.

Kate abriu os olhos e notou que havia vários rostos olhando-a preocupada.

- O que aconteceu? – Kate perguntou com a voz fraca.

- Você desmaiou senhorita... Se alimentou hoje? Parece tão pálida... Prepararemos algo, que tal o waffle que tanto gosta? – perguntou a empregada.

O estômago de Kate se revirou só ao ouvir a palavra waffle.

- Não, eu estou bem, sério. Obrigada, mas eu já vou. – Kate se levantou e foi até a saída. Desgraçado como pôde fazer isso? Ela tentou ligar, mas a mensagem para a caixa postal a enfureceu.

“Olá aqui é Vívian... No momento John está ocupado e não pode atender. Amor, largue isso e vem aqui comigo! Enfim aqui é Jonathan como pode ver estou muito ocupado, deixe seu recado depois do bip.”

Kate atirou seu celular no chão desfazendo-o em pedaços, ela não sabia o que fazer, ficou andando pelas ruas sem rumo, aquele ser que ela carregava em seu ventre parecia ser algo mágico e bonito, mas agora tinha o aspecto de uma maldição, uma verdadeira desgraça. E quando seus pais souberem? E seus amigos? Não demorariam muito para descobrir... Sua barriga ia crescer... As pessoas iam olhá-la pelos cantos murmurando. Ela não iria suportar. Lembrou-se de imediato do seu amigo, Charlie Harris formado em medicina, talvez ele pudesse ajuda-la.

- Tem certeza de que quer isso Kate? – questionou Charlie.

- Absoluta certeza. – disse Kate.

- Bom eu conheço um lugar, anote ai o endereço nos encontramos lá às 19h de hoje. E lembre-se custa 15 mil. – Charlie disse.

- Dinheiro nunca foi problema para mim Charlie, me passe esse endereço e pronto. – Kate disse secamente.

Kate anotou o endereço e confirmou sua presença no horário combinado, e assim aconteceu às 19h lá estava Kate com os 15 mil dólares em um envelope.

- Tem certeza disso? – questionou o médico.

- Tenho. – disse Kate.

Foi injetada uma anestesia geral para que assim Kate não sofresse, foram horas de inconsciência até que por fim Kate abriu os olhos.

- Bom dia dorminhoca. – disse uma moça simpática.

- E então como foi? – Kate questionou.

- Um sucesso! Você está livre e de alta inclusive. – disse a moça.

Kate estava se sentindo frágil, pegou um táxi e foi direto para a casa. Precisava descansar. Mas algo a incomodava aquela sensação de vazio era insuportável.

Os dias foram passando e diferente do que ela esperava, não tinha bebê, mas em consideração ele a atormentava em seus sonhos até os dias de hoje.

Flashback off

- Eu prometi que iria jogar isso no fundo do baú e tentar viver minha vida me divertir como com certeza Jonathan estaria fazendo e quando finalmente eu estava fazendo isso ele volta, e fica atrás de mim como um louco querendo saber o que houve... – Kate disse. – Eu me arrependo tanto, as vezes eu sonho com ele... Nos meus braços, sorrindo pra mim... Se fosse hoje eu juro que não teria feito nada disso, teria encarado isso de frente teria tido ele sozinha.

Renesmee e Lavínia estavam boquiabertas não sabiam o eu dizer ou fazer. Kate suportou tudo isso calada sofrendo... Era demais.

- Amiga a gente teria te entendido... – Lavínia indagou.

- Não teriam não. – Kate disse em tom firme. – Mas não importa o que foi feito está feito.

Jonathan estava na porta do local onde as três garotas estavam, ele não sabia ao certo o que fazer. Kate o fuzilou com o olhar.

- Satisfeito? Não há criança, não há nada, pode viver a sua vida medíocre. – Kate disse em tom frio.

- Kate... Eu só quero que me ouça, cinco minutos... – Jonathan disse.

- Isso me soa familiar, foi o mesmo que eu pedi a você, e você me ouviu? Não! Pegou o primeiro vôo que pôde. Não quero ouvir você. – retrucou Kate.

Jonathan ia abrir a boca, mas foi impedido por Renesmee.

- Você já fez um estrago enorme na vida dela, será que isso não basta? Deixe ela em paz. – Renesmee disse levando-o a saída.

- Mas... – Jonathan tentou argumentou.

- Mas nada. Kate não vai querer ouvir você. – Renesmee disse dando um ponto final, por enquanto, a este assunto.

Jonathan deu-se por vencido e saiu. O ambiente estava na medida do possível normal, mas podia se ver olhares ansiosos na direção de Renesmee quando ela chegou ao recinto.

- Está tudo bem? – questionou Jacob assim que a viu.

- Na medida do possível sim... – suspirou Renesmee. – Vou buscar Kate e leva-la para casa.

- Ok. – Jacob respondeu.

Kate optou por ir para casa, pois queria ficar sozinha, as meninas insistiram, porém em vão.

- Então somos eu e você... – sorriu Renesmee para Jacob puxando-o para dentro da casa.

- Mas e seus pais? Eles...? – Jacob perguntou.

- Não se encontram... Então somos eu e você... – Renesmee respondeu.

Jacob pegou Renesmee no colo e a levou para onde muitas e muitas se amaram e se amariam mais uma vez. Essa seria uma noite que faltava para eles de plena tranquilidade e sossego.

Nada poderia atrapalhar. Nada.