Renesmee mal conseguira dormir, a curiosidade era demais com relação a Jenny ela aguardava ansiosamente a chegada de Carter com notícias sobre essa garota.

Jacob ao contrário dormiu em sono profundo ele estava confiante com relação às coisas. Acharam a garota? E isso já era muita coisa. Assim que abriu os olhos levantou-se prontamente e decidiu ir vê-la. A torcida era para que ela não estivesse muito zangada, afinal ontem Jacob não passou a noite com ela, não que não quisesse, mas agora com julgamento há dois dias apenas, os pais dela chegariam a qualquer momento, não seria um encontro nada amistoso se chegassem e se deparassem com ele e Renesmee na cama.

Assim que Jacob chegou viu um rostinho muito ansioso, a mesa estava repleta de guloseimas, pães, frutas, doces uma quantidade por sinal que daria para alimentar um exército. Ele notou que Renesmee mal tocou nas panquecas com mel que estavam em seu prato.

- Ah amor eu não acredito nisso você nem tocou no seu café... Você sabe que suas curvas são perfeitas e não há necessidade de dieta. – Jacob brincou dando-lhe um beijo carinhoso. – Ah propósito, bom dia.

- Bom dia e eu não quero comer nada. – ela respondeu rapidamente.

- Amor, sem alimento você enfraquece, e o que você mais precisa no momento é de forças... Seja uma boa menina e abra a boca olha o aviãozinho... – Jacob cortou um pedaço de panqueca com o garfo e agora oferecia a Renesmee como se ela tivesse meses de vida.

Renesmee o olhou sem nenhum humor.

Jacob largou o garfo sobre o prato e cruzou os braços.

- Nessie não adianta nada não comer e tal Jenny deve estar por ai, provavelmente comendo algumas rosquinhas com café. A encontramos certo? É só uma questão de tempo para as coisas se ajeitarem. – Jacob explicou.

- O problema é esse Jake. O tempo. Não temos muito tempo, temos que ser rápidos quanto mais o tempo passa pior é. – Renesmee comentou enquanto brincava com um pedaço de panqueca.

- E passar fome não vai adiantar em nada, vamos coma. – Jacob disse em tom firme.

Renesmee revirou os olhos e provou um pedacinho da panqueca.

- Sim senhor. – ela respondeu.

Renesmee acabou tomando seu café, e logo em seguida Carter chegou com as boas novas além de notícias sobre Jenny estava a tira colo com Lavínia, sua amiga que não via há muito tempo.

- Lah! – Renesmee lhe deu um abraço apertado. – Finalmente já estava me perguntando se eu teria que te resgatar do cárcere. – Renesmee olhou para Carter rindo.

- Ela não estava presa, tem portas e janelas pela quais ela poderia sempre que quisesse a questão é que eu sou tão irresistível que a distância era insuportável para ela. – Carter sorriu cheio de si.

- Seu convencido, você que quase entrava em pânico quando eu dizia sobre sair ou partir. – Lavínia retrucou. – Amiga estava morrendo de saudades de você! – ela disse enquanto olhava Renesmee, os sinais de estresse e ansiedade eram visíveis. – Que tal primeiro tratarmos de negócios, sobre a vadia que incriminou Nessie, Carter.

Carter prontamente jogou uma pasta sobre a pequena mesa central da sala.

- Na verdade seu nome não é Jenny e sim Jules. Jules Harven, 15 anos, mora no subúrbio e a propósito Ness sua história é triste, mas ao mesmo tempo perigosa. – Carter disse enquanto andava de um lado para o outro.

- Como assim? – Jacob perguntou intrigado.

“Jules (vulgo Jenny) tinha uma família estável e aparentemente tudo ia bem. Até que seu pai Joseph Harven morre em um acidente de carro. Jules tinha apenas 12 anos quando isso aconteceu. Sua mãe e ela ficaram sem ninguém para mantê-las, foram tempos difíceis. Após longos meses a mãe de Jules conseguiu um emprego em uma lanchonete como garçonete, o salário não era lá essas coisas, dava para alimentar sua filha. Menos o vício. Marie se entregou as drogas e ao álcool, perdeu o emprego. Acabou virando uma mulher da noite, uma prostituta. Parecia ser o fundo do poço, mas o pior aconteceu depois. Marie se casou com um traste chamado Pherbs Parker. Era um mau elemento, pelo que se sabe alimentava o vício de Marie e fazia da vida de Jules um inferno. No fim o mais estranho aconteceu a casa onde eles moravam pegou fogo, Marie e o Pherbs não escaparam. Jules por uma sorte extraordinária não estava em casa e sobreviveu, a partir de então passou a se sustentar por si mesma, se nomeou Jenny e atualmente é garota de programa em ascensão, é companhia de alguns homens de poder.”

Renesmee sentiu a boca boquiaberta. Ela não sabia o que dizer. A raiva que ela sentia de Jenny que agora é Jules se misturava com pena. Jules era uma pessoa com uma história infeliz.

- Uma história digna de novela mexicana, mas não nos deixemos enganar Jules pelo que ouvi é um lobo sob pele de cordeiro. Ela já foi parar na cadeia algumas vezes por causa de furtos, falsidade ideológica e ainda por cima é suspeita da morte da sua mãe e seu padrasto, o incêndio foi considerado criminoso. Porém não tinham provas suficientes contra Jules e o tal Pherbs era um homem que tinha muitas inimizades, o caso por fim foi arquivado. – Carter concluiu. – A minha garganta está seca falei demais, adoraria um Martine.

O silêncio era total na sala, exceto pelos passos apressados de Juliete uma das empregadas que trazia uma taça com Martine para Carter. Ele virou a taça praticamente em um gole só.

- Um whisky seria perfeito, e traga a garrafa e os gelos eu mesmo me sirvo. – disse Carter petulante.

- E então Carter o que tem em mente? O que iremos fazer com essa Jules? Afinal ela não vai contar tudo com facilidade, suponho. – disse Renesmee.

- Você não vai fazer nada, ela é perigosa. – Jacob cortou Renesmee rapidamente.

Antes que Renesmee pudesse dar uma resposta malcriada a Jacob, Carter a impediu.

- Ele está certo Ness, eu e Jacob tomamos conta disso. As damas ficarão aqui em segurança. Bom... – Carter olhou para o relógio. – Estamos perdendo tempo, vamos Jacob. Mas antes, bebê quero que fique aqui em segurança. Je t’aime... – Carter beijou Lavínia com tanto afeto que surpreendeu Renesmee, de fato ele não era mais o mesmo.

Jacob se aproximou de Renesmee deu-lhe um beijo em seus lábios.

- Não se preocupe... Dará tudo certo.

Renesmee não disse nada, apenas ficou observando Jacob passar pela porta.

O silêncio se estabeleceu depois que eles saíram.

- E então... – Lavínia disse sem saber exatamente o que dizer.

O olhar de Renesmee e Lavínia se encontraram, não podiam fazer muita coisa para ajudar, mas conversar e ficar de pernas para o ar poderia ajudar a passar o tempo.

- E a Kate afinal? – questionou Renesmee.

- Bom Nessie não sei, na verdade não entendo, ela estava super feliz estávamos indo para Paris, você sabe como ela ama Paris. Mas logo que deu de cara com o Jonathan lá, ela simplesmente foi embora. Depois disso não recebo notícias. – Lavínia respondeu.

- Ela não superou o Jonathan, não acredito nisso! – resmongou Renesmee azeda.

- Sabe Nessie estou achando que isso vai além apenas de um fora do Jonathan tem algo mais ai e muito sério... – Lavínia comentou pensativa.

- E por que ela esconderia da gente somos amigas dela. – Renesmee questionou.

- Não sei Nessie... – suspirou Lavínia.

- Assim que eu resolver essa minha situação Kate será minha prioridade... Mas enquanto isso, você e o Carter hein? Conte-me tudo bebê. – Renesmee brincou.

Lavínia riu sem jeito.

- Bom... Carter mudou Nessie, eu não cedi assim tão fácil. Depois de tanto ele se humilhar, se rastejar, ele caiu em si agiu como homem, na verdade como um homem do meu agrado. – Lavínia explicou.

Renesmee sabia bem como era sua amiga, Lavínia era o tipo de garota que aguardava um príncipe montado em um cavalo branco típico dos contos de fadas. A propósito Lavínia sempre teve sorte em encontrar namorados que a tratavam como rainha, mas pelo visto não bastou, apenas alguém sórdido por trás da faixada de gentleman como Carter Miller para agradá-la. Isso soava muito estranho. Mas por que questionar? A própria Renesmee cedeu aos encantos de alguém que ela chegou a repudiar.

- E o que ele fez? – Renesmee questionou.

- De princípio eu não sabia que era ele, eu estava indo jantar com uma conhecida, o convite era irrecusável você sabe como eu amo ir ao Alain Ducasse au Plaza Athénée, os melhores pratos estão lá. Quando cheguei lá para a minha surpresa. Estava vazio, as luzes apagadas, o que iluminava o lugar eram apenas as velhas espalhadas por todo o lugar. Pétalas de rosas... Tudo estava mágico... – disse Lavínia com o olhar distante.

(N/A: Não sou fã de fazer essas notas, mas a nível de curiosidade o restaurante que a Lavínia cita é segundo restaurante mais caro do mundo, é só pra quem pode gente, babem).

- E ai? – perguntou Renesmee ansiosa.

- O Carter simplesmente aparece no meio do nada, disse que estava me aguardando e que hoje o restaurante era todo meu. Jantamos, bebemos champanhe, dançamos, e ai ele se declarou para mim, disse que se rendia que estava cansado de impor, que a partir de agora seria do meu jeito... – Lavínia terminou com um suspiro.

Renesmee não conseguia imaginar Carter se entregando a alguém de bandeja, se não fosse sua amiga contando ela não teria acreditado.

- E desde então ele tem se comportado? Porque nós sabemos bem quem é o Carter... – Renesmee comentou.

- Sei exatamente aonde estou me metendo Nessie... Estou arriscando eu sei, mas tem valido a pena, eu gosto dele e ele parece ter mudado. – Lavínia disse segura. – E por falar em mudanças... Você também mudou.

- Eu? – perguntou Renesmee confusa.

- É. Com o rosto mais corado, olhos cintilantes, não apenas no aspecto físico, mas você parece estar mais centrada... E perto do Jacob isso é muito aparente... – Lavínia disse examinando-a.

Renesmee sacudiu os ombros sem jeito. Lavínia era muito sensitiva e observadora, era difícil virar-se contra ela e dizer que está enganada. Era inegável as mudanças, a própria Renesmee sentia isso. O amor move montanhas. E é esse amor que, apesar da conversa descontraída, não deixava Renesmee em paz seu coração estava apertando pensando no que Jacob estava se metendo ela queria ser uma mosquinha só para poder ver o que estava acontecendo.

Enquanto isso...

- Hoje resolveu dar uma folga para o seu motorista? – Jacob disse para quebrar a monotonia, Carter dirigia o carro em silêncio.

- Limosines podem ser inconvenientes as vezes, muito chamativas... – Carter comentou.

“E desde quando uma Ferrari vermelha poderia ser menos chamativa que uma limosine?” pensou Jacob.

Carter estacionou o carro na frente de um hotel muito bonito, sofisticado e luxuoso do seu gosto.

- Jacob, Jules está vindo para cá... – Carter olhou o relógio. – Dentro de 20 minutos.

- E o que ela pensa exatamente que ela irá encontrar aqui? – Jacob perguntou.

- Um filhinho de papai afim de se divertir com uma garotinha, claro que nada de graça, o programa já está pago e bem pago a propósito. E você é de extrema utilidade. – Carter respondeu.

- E por quê? – questionou Jacob.

- Bom eu já sou bem conhecido por jornais e blá blá blá... Se ela me vir saberá da minha relação de amizade com Renesmee e escapará, mas você não, ela não o conhece, você é estrangeiro. Ela não vai desconfiar de nada. Vamos. – Carter disse abrindo a porta do carro saindo.

Eles entraram no hotel, após identificar-se Carter pegou o cartão e continuou caminhando.

- Aqui todos me conhecem é o hotel de outro primo meu, mas serão sigilosos a respeito da minha presença aqui... – Carter disse a Jacob enquanto eles estavam no elevador.

Jacob olhava para cada detalhe que podia era um hotel daqueles de filme, ele nunca se imaginou na vida andando em um lugar como aquele. Ele lembrou do senhor Cullen, pai da Renesmee, era dono de um hotel seria um semelhante a esse?

- E o hotel dos Cullen? É semelhante a este? – Jacob perguntou.

- Depende tem alguns iguais a este têm outros um pouco mais simples... São tantos hotéis... – Carter respondeu despreocupado.

Jacob se arrependeu amargamente de ter feito a pergunta, o que Renesmee Cullen que mergulha em milhões de dólares estava fazendo namorando alguém como ele que tinha apenas uma conta com um montante enésimas vezes menor aos seus milhões?

- Chegamos. – Carter disse quebrando o silêncio. – Reservei a suíte presidencial.

Só tamanho daquela suíte era o tamanho da casa onde Jacob morava com o seu, talvez uns metros quadrados a menos.

- Troque-se... – Carter pegou a caixa que estava sobre a cama e entregou a Jacob.

Não demorou muito e Jacob agora vestia uma camisa social branca, calça social preta, sapatos preto. Carter o olhou e aprovou.

- Ótimo agora vamos ao que interessa, Jacob aqui onde estamos está instalado câmeras e microfones, gravando tudo. Eu não ficarei aqui lógico, mas estarei ouvindo tudo, deixe-a a vontade liga para a recepção solicite o melhor champanhe... Seja agradável, mas não demais... Converse deixe ela beber o champanhe só deguste uma taça deixe ela beber, se ela se recusar imponha, afinal ela foi paga para fazer o que você quiser. – Carter disse.

- E aonde entra a parte de investigarmos sobre o lance das drogas? – Jacob questionou.

- No momento certo Jacob, não se preocupe com isso. Bom, cinco minutos é melhor eu ir andando. – Carter caminhou até a porta, acenou para Jacob e fechou a porta.

Passados os cinco minutos Jacob estava andando de um lado para o outro no quarto ansioso. Ele precisava manter a calma, respirou fundo e se observou por mais que estivesse bem vestido sua postura não indicava ser algum riquinho, para tranquiliza-lo Jacob optou por ficar na janela observando a paisagem, muito bela a propósito.

O telefone tocou assustando Jacob ele atendeu o mais rápido que pôde.

- Sim? – disse Jacob.

- Senhor, uma moça Jenny Alberdan está aqui embaixo e deseja visita-lo. – a recepcionista disse.

- Mande-a subir, obrigado. – Jacob disse pouco a vontade toda essa cerimônia o deixava mais ansioso, ele desligou e aguardou, foram pequenos e ao mesmo tempo longos segundos aguardando até que por fim a campainha toca.

Jacob não sabia se ia até a porta recebe-la ou se a mandava entrar... Por fim ele tomou uma postura fria, respirou fundo novamente.

- Entre. – Jacob disse.

Ele ouviu a porta se abrir e passos lentos adentrando no quarto. Jacob se virou lentamente para olhá-la. Jenny, ou melhor Jules, vestia um sobretudo branco e óculos escuros, os cabelos presos em um coque, ela estava discreta comparado a noite anterior. Jenny sorria angelical para Jacob.