PDV Renesmee

Quando cheguei em casa a única coisa que pude ouvir foi o som que vinha da TV e no sofá Dorotha dormia tranquilamente. Com certeza ela ficou me esperando e caiu no sono. Pobre Dorotha. A chamei com todo o cuidado do mundo para não assustá-la.

- O que? Hã? – Dorotha disse sonolenta.

- Sou eu Dorotha... Cheguei e estou bem. – disse aos murmúrios.

- Ah graças! Oh senhorita fiquei tão preocupada, foi ficando tarde e... – Dorotha ia começar um de seus recursos.

- Está tudo bem Dorotha... Vá descansar. – disse dando-lhe um beijo no rosto.

- Não quer que eu prepare algo ou... – Dorotha insistiu.

- Não, Dorotha. Quero que vá dormir. – disse em tom mais forte.

- Está bem, está bem. Ele estava morte de preocupação também, achando que tinha cometido alguma loucura, ele estava quase indo atrás de você. – Dorotha comentou apontando para o segundo andar, eu já sabia bem de quem ela estava se referindo.

- Não sei como ele iria atrás de mim. Sem carro e no meio dessa neve. – disse com desdém.

- Não seja assim! Ele gosta de você a ponto de sair andando por ai pela neve, de carro ou não. – Dorotha retrucou.

Olhei-a cética.

- Não tem ideia de como ele ficou aqui, se não falava algo a seu respeito, ele ficava calado olhando pela janela distante, não precisava ser um vidente para saber em quem ele estava pensando. – disse Dorotha. – Não subestime o que ele sente. Bom, acho que estou falando além da conta, boa noite senhorita.

Dorotha saiu e me deixou ali a deriva.

Então ele ficou preocupado. Isso me enchia de satisfação, ele se importava comigo por mais que ficasse zangado com a situação. Isso de algum modo me deixava feliz. A vontade era de dizer que eu senti saudade... Mas... Antes de qualquer coisa um banho. Eu estava precisando.

Foi no momento em que tirei o pesado casaco que estava usando é que pude notar o estrago feito pelas mãos de Jacob, havia hematoma no local onde ele havia me apertado. Estava dolorido por sinal. Mas após ficar meu braço ficar imerso na banheira numa água bem quentinha a dor foi passando.

Assim que sai do banho coloquei uma roupa mais leve e fui até o quarto vizinho. Alguém precisava me ouvir. Talvez até me desculpar.

Fui na ponta dos pés até a beirada da sua cama, ele dormia profundamente. Se não fosse tão importante falar com ele eu não o chamaria. Até porque Jake dormindo era a coisa mais fofa de se ver. Afaguei seu rosto delicadamente e mais rápido até do eu esperava. Olhou-me confuso, mas em seguida pareceu ter tomado um choque elétrico.

- Nessie! – ele me abraçou tão forte que meu braço reclamou de dor. Eu gemi baixinho e ele me soltou de imediato. Jacob olhou meu rosto e depois meus braços. – Nessie, olha eu fui um completo idiota eu não devia ter...

Eu o interrompi colocando os dedos em seus lábios.

- Pare com isso a idiota seu eu, seu bobo. – disse séria.

Jacob me olhou confuso, pareceu não ter processado minha frase anterior. Respirei fundo antes de dizer o que eu estava prestes a dizer.

- Eu sei que o caso é importante. E estou disposta a mudar essa situação. Eu não sou culpada Jake, e tentarei até o fim provar isso perante o júri.

Jacob me olhou tão satisfeito que eu não poderia ficar mais orgulhosa de mim.

- E eu estarei do seu lado não importa o que houver. – Jacob disse enquanto afagava meu rosto.

Nesse momento eu passei a ver não mais a segurança armada e os milhões de dólares como uma proteção. Era naquela pessoa diante de mim que eu via tudo minha proteção, meu alicerce, a razão da minha felicidade. Eu não consegui dizer nada apenas sorrir antes de beijá-lo com toda a ternura do mundo. Na verdade não a necessidade de nada ser dito.

E agora posso concluir com firmeza. Não há melhor maneira de fazer as pazes do que na cama. Posso ser até um pouco pervertida, mas alguém também crê nesta mesma teoria que eu.