You Are The Only Exception escrita por QueenJane


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Como prometido hoje é sexta-feira e aqui está mais um capítulo. Boa leitura ^^



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PDV Renesmee

Aquelas palavras ditas por Jacob foram praticamente enfiadas na minha goela abaixo, e elas doeram tanto, de maneira tão forte. Jacob tinha essa capacidade de tornar tudo mais intenso seja seu carinho seja sua grosseria.

Como ele pode ser tão grosso? Tão rude? Tão absurdo?

Mas se ele disse tudo isso é porque se importa não é? Quer dizer para ele eu estou em maus lençóis. Preocupação demasiada da parte dele... Afinal quando foi que o dinheiro do meu pai não resolveu problemas?

O advogado disse que todas as provas apontavam contra mim, mas e daí não fui eu?

Mas somente eu sei disso... E talvez aqueles que acreditam em mim.

Me lembrei do Jacob naquela nossa discussão horrível que ele me chamou de viciada, e agora disse da minha vida badalada, até ele me vê culpada. Isso sim doía de verdade.

Ah minha cabeça que vai explodir! A última vez que fiquei nesse conflito mental foi em Paris quando fiquei indecisa entre duas bolsas lindas da Chanel, fiquei tão confusa sobre era a mais linda... Mas no fim fiquei com as duas.

Se as coisas fosse tão simples como as bolsas... E agora cá estou eu sozinha na sala no meio do nada, com alguém muito bravo no andar de cima e alguém totalmente desinformado de tudo que estava acontecendo.

Eu precisava de ar, aquela casa parecia estar me sufocando. Subi as escadas e coloquei roupas mais pesadas, botas e um par de luvas, desci peguei as chaves do carro.

- Dorotha irei dar uma volta, não se preocupe comigo. – disse antes de passar pela porta.

- Mas... – foi tudo o que ouvi Dorotha dizer.

Entrei rapidamente no carro antes que eu fosse impedida por alguém. Nossa propriedade de fato ficava um pouco longe da cidade, e a pista não ajudava, pois estava um pouco escorregadia devido ao gelo. Quase uma hora no volante e pude notar pequenos sinais de vida, pequenas casas, algumas placas e lá estávamos em Juneau.

Juneau era uma cidade pequena, mas de belo cenário, as montanhas em contraste com a neve davam-na um ar aconchegante. Percorri pela cidade de carro até que por fim decidi parar em uma cafeteria, ainda estava de jejum um chocolate quente e uma torta não seria nada mal.

Depois de um café reforçado decidi olhar o porto, os navios, as pessoas passando, tinha uma sensação imensa de ter perdido muita coisa, apesar do frio em seus graus negativos que se faziam, o passeio estava me fazendo um bem enorme. Me fez repensar sobre o que me aguardava em Los Angeles, aquele julgamento... Depois de tudo aquilo que Jacob disse me fez refletir, e se realmente me declarassem como culpada? O que ia ser de mim?

Eu seria a viciada, a perdida eternamente. Mas isso não é justo, não fui eu... Naquela noite, muito vaga na minha cabeça devido ao álcool, aquela garota misteriosa...

Flashback on

- Nunca a vi por aqui...

- Estou de passagem... A propósito sou Jenny e você?

- Renesmee Cullen.

- Você tem blush ai? Nossa acabei esquecendo toda a maquiagem em casa... – resmungou a garota.

- Está ai na bolsa... Vou utilizar o banheiro, vou deixar a bolsa ai com você está bem?

Flashback off

Depois em meio a toda aquela confusão a garota sumiu como fumaça, tudo muito estranho e rápido... Aquilo não parecia coincidência demais?

Precisava conversar com alguém, uma pessoa intuitiva, perceptiva e perspicaz.

Lavínia.

Mas para isso precisava de um celular, droga e o meu foi confiscado na viagem para cá. Se bem que isso não era problema, um cartão de crédito abre portas. Sorte minha ele também não ter sido confiscado.

Em menos de 15 minutos eu já estava com um celular em mãos. Liguei para Lavínia e para a minha surpresa ele foi direto para a caixa de mensagens com uma saudação bastante incomum.

“Oi aqui é Lavínia, e aqui o Carter ela não pode atender no momento porque ela está muito ocupada comigo nós... Cala a boca esse celular é meu! Deixe sua mensagem retornarei prometo!”

Parece que eles andaram se entendendo nessas férias, Lavínia me devia satisfações. Já que ela está ocupada com o Carter tentarei falar com a Kate.

Droga, caixa de mensagens! Qual é parece que todo mundo resolveu se ocupar do nada!

Já que nada me restava decidi usar a internet. Vi algumas trivialidades e algumas notícias bem relevantes também como uma foto de Robert, meu ex namorado, e Carly, a puta de luxo, se agarrando na praia de Ibiza.

- Se merecem... – murmurei enojada.

Eu não me importo não mesmo, principalmente quando se tem um moreno de corpo escultural como pretendente. Entrego aquele fresco, braquelo e sem graça de bandeja.

No meu e-mail milhares de mensagens do tipo: cadê você, sentimos sua falta, convites de festas, e blá blá blá, um monte de baboseira.

Cansei desses e-mails, decidi dar uma volta a pé mesmo ali pelas redondezas. Não queria voltar para casa, não ainda. Uma brisa passou por meu rosto fazendo com que involuntariamente me encolhesse apertando meus braços, os senti doloridos. Jacob e a sua força simplesmente destruíram meu braço. Tenho de me lembrar de deixar meus braços imersos na água quente quando eu for para casa.

Mal notei o quanto as horas passaram rápido, já era fim da tarde, na verdade um belo fim da tarde. Não havia sol, mas as nuvens densas e nubladas se confundiam com o escurecer da noite. O frio pareceu se intensificar com a noite que chegava e a fome também, o que não me surpreende afinal não almocei nem fiz um lanchinho. Dorotha me mataria se soubesse de algo assim.

Entrei em um pequeno restaurante. Estava praticamente vazio, o que não era nenhuma surpresa naquela pequena cidade e tamanho o frio ninguém se animaria para jantar fora. Sentei-me na mesa e rapidamente me entregaram o menu.

Não havia muitas opções, no fim optei como entrada uma sopa de legumes, prato principal um salmão grelhado com uma salada e de sobremesa uma torta holandesa.

Juneau não muda sempre o salmão típico da região. Aguardei um pouco impaciente o estômago se queixava de fome. Quando chegou a entrada bem como o prato principal e a sobremesa eu devorei tudo rapidamente, não era apenas a fome estava tudo muito bom mesmo. A garçonete veio entregar-me a conta e passei o cartão para ela. A garota olhou do cartão para mim várias vezes parada no mesmo lugar.

- Renesmee Cullen? – a garota perguntou.

- Exato. – respondi com simplicidade. Ora não está escrito no cartão?

- Eu conheço você! Talvez não lembre, afinal há muito tempo que não há vejo em Juenau. – a garota disse.

Examinei a garota em busca de algo familiar. Ela não era alta pelo contrário é mais baixa que eu, seu cabelo era ruivo, de vermelho intenso e estava preso em um rabo de cavalo, pálida cheia de sardas em seu rosto, os olhos negros. Olhei-a, mas não me veio ninguém a mente... A garota notou que eu não fazia ideia de quem ela era.

- Sou a Julie, filha dos caseiros... A gente brincava sempre de guerra de bolas de neve... – a garota sorriu de imediato, pareceu estar lembrando-se de algo há muito tempo perdido.

Mas claro! A menininha que eu sempre chamava de tampinha e tirava vantagem, filha dos senhores Woshe.

- Nossa, mas é claro! Julie! – sorri enquanto apertava sua mão. – É um prazer revê-la.

- Eu digo o mesmo, da última vez que você veio já faz uns 6 anos ou mais... Seus pais também vieram? – ela perguntou.

- Não, vim com a minha secretária e... Um amigo. – a palavra “amigo” quase não saiu pelos meus lábios. Jacob é... Jacob...

Conversamos sobre tantas coisas, o que andamos fazendo nos últimos anos. Julie não tinha muitas expectativas, o restaurante era um negócio da família e sua vida se baseava naquilo.

- Se lembra do Josh? – Julie perguntou.

- Claro aquela peste que vivia atormentando a minha vida. – reclamei brincalhona. Josh era o irmão mais velho de Julie e a palavra "peste" era pouco para ele, certa vez ele colocou um rato na minha caixa de brinquedos, o pânico foi geral quando eu dei de cara com aquele rato horrível andando sobre as minhas bonecas e afins.

- Peste? Quem é a peste? – ouvi alguém perguntar. Quando me virei vi um homem alto, robusto, loiro e de olhos negros. Não tinha nada em comum com o magricela que conheci.

- Josh? – perguntei.

- Exato. Josh Woshe ao seu dispor mademoiselle. – Josh pegou a minha mão beijando-a delicadamente.

Eu ri com aquele gesto.

Josh se juntou a nós na conversa, ele contou-me que foi a Paris e estudou culinária, por fim agora Josh era chef Josh. Ficamos os três relembrando pequenos fatos da infância, rindo a beça.

- A vi no jornal recentemente numa pequena nota... – comentou Josh, e de repente reclamou de dor no pé, tenho a sensação que ele foi chutado por debaixo da mesa. Pelo clima que se estabeleceu ali, já sabia bem do que a notícia tratava.

- Aquilo foi um terrível incidente, armaram para mim. – disse após um silêncio constrangedor.

- Não me surpreenderia, afinal você tendo tudo isso gera inveja. – disse Julie.

Olhei para Julie admirada, ela acreditava em mim mais do que eu mesma.

- Mas se armaram realmente, você tem que correr atrás pimentinha, o verdadeiro culpado tem de pagar por isso.

Fiz uma careta com o comentário de Josh não pelo comentário, mas por ter me chamado de pimentinha, ele sabe como eu odeio esse apelido.

- Eu tenho uma pista, agora é correr atrás. Bom... – olhei o relógio na parede e me assustei com a hora, já era tarde o tempo passou voando. – Céus tenho que ir, acerte minha conta Julie por favor.

- Francamente Ness! Por conta da casa e vou preparar uma torta para viagem para você. – Julie disse enquanto levantava-se e ia até a outro departamento do restaurante.

- Mas... – eu disse em vão, Julie já estava longe.

No fim ficamos eu e Josh, sentados.

- Tem certeza que já vai? Quer dizer já está tarde e está frio demais... – disse Josh.

- Eu preciso voltar, ficarão preocupados. – expliquei.

Josh fez uma careta, parecia querer muito que eu ficasse.

- Veja se aparece mais vezes, foi muito bom te ver, e a propósito está linda a idade só a melhorou. – Josh me olhou agora de uma maneira mais intensa.

- Veremos Josh. – eu disse evitando seu olhar. Um silêncio nada agradável se estabeleceu ali para minha alegria não durou muito Julie logo apareceu com uma caixa.

- Aqui está. Volte Ness, foi tão bom ver você! – Julie disse enquanto me abraçava.

- Quando eu puder... Bom tenho que ir, boa noite. Tchau Josh. – apertei sua mão, mas ele me puxou para um abraço e cochichou ao meu ouvido “está indo porque quer”. Me separei dele e sai o mais rápido que pude.

Pude sentir o frio quando sai, Josh estava sobre o frio... Estava insuportável. Entrei no carro e liguei o aquecedor e segui meu caminho. O percurso seria longo.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que tem gente sentindo falta do nosso Jake, calma esse capítulo dediquei especialmente para Nessie e sua consciência. Não deixem de comentar *-*