Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 42
É assim que deve ser


Notas iniciais do capítulo

Tá... Vou logo avisando que é um capítulo emocionante.

Esse é o penúltimo capítulo de "Friends By Fate".



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Ele estava completamente entediado, mas não era o único. Em um ônibus com 12 Deuses, indo para longe daquela escola interna pelo jeito mais difícil era impossível não ficar entediado. O único animado era Apolo, que insistia em tentar animar a todos com Haicais e músicas antigas. Obviamente, não estava dando certo.

- Ei, Íris. – Sorriu ele para a Deusa sentada ao seu lado – Posso ver o seu celular novo? Talvez tenha alguma música que...

- Não. – Respondeu a Deusa revirando os olhos.

- Por favor! – Pediu ele novamente – É um modelo novo, e eu quero muito ver!

- Você quer muito ver qualquer tipo de tecnologia nova, Hermes. – Rebateu Íris.

Verdade. Mas mexer naquele celular novinho seria bem mais interessante do que ficar parado lá olhando a paisagem, pensava ele. Alguém chamou Íris, e ela olhou para trás. Hermes sorriu e aproveitou a oportunidade.

Ligeiramente ele correu seus dedos pela mochila que a Deusa tinha posto o celular e pegou o aparelho. Como íris voltou a virar para frente, Hermes escondeu o celular em seu bolso.

- Nunca pensei que uma viagem de ônibus pudesse ser tão entediante. Acho que foi até maldade fazê-los passar por isso até chegar ao Acampamento. O que você acha Hermes? – Disse ela ajeitando seu banco.

O Deus das corridas abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer alguma coisa o celular de Íris começou a tocar.

- É o meu... Celular? No seu bolso! – Exclamou a Deusa – Você me roubou e eu nem vi! Seu ladrão!

Hermes sorriu inocente, mas Íris já o conhecia a tempo o suficiente para saber que não devia se deixar enganar com aquilo. Ela estendeu a mão e Hermes devolveu o celular.

- Vamos! Essa você conhece! – Disse Apolo para seu companheiro de viajem. Ele começou a cantar – We all live in the yellow submarine!

- Apolo… - Ares estava rangendo os dentes – Pare de cantar!

- O que? Mas por que? Cantar é a melhor parte em um passeio! – Sorriu ele.

- Cante só mais uma música, e eu arrebento a sua cara! – Exclamou Ares, furioso e cansado por ter que agüentar as músicas de Apolo.

O Deus da música olhou para Ares tentando analisar se ele estava sendo sincero com aquela ameaça. Mas por fim... Ele achou que não. Simplesmente fez surgir um violão para poder tocar, mas Ares não gostou nada daquilo.

- Essa foi a gota d’água! – Berrou Ares pegando o violão das mãos de Apolo rapidamente – Vai se ferrar! Você e a sua música!

Ele nem mesmo pensou. Lançou com toda a sua força o violão para a frente do ônibus, e o instrumento acabou passando raspando pela cabeça de Hades. O Deus dos mortos pegou o instrumento e virou-se com raiva.

- Parem com essa po...! – Ele estava prestes a xingar, quando Deméter lhe deu um tapa.

- Não xingue, seu vadio! – Repreendeu ela – Palavreado chulo? Tinha que vir de você mesmo!

Hades revirou os olhos com raiva e jogou o violão para trás novamente. Apolo e Ares se abaixaram para não serem atingidos na cabeça.

Poseidon falava com Hefesto sobre os problemas que teve que enfrentar em seu reino, mas o ferreiro não estava nem mesmo ouvindo. Ele assentia distraído enquanto montava uma pequena pirâmide de metal.

Afrodite se olhava no espelho, enquanto Dionísio falava de como era bom ser livre e poder dar festas á vontade, e não ficar preso naquele maldito Acampamento com os pequenos demônios que os Deuses chamavam de meio-sangues.

Atena lia com atenção um livro sobre arquitetura, enquanto Zeus (entediado) tentava puxar assunto.

- Você já leu esse livro? – Perguntou.

- Ainda não. – Murmurou Atena em resposta.

- E... Ele é bom? – Quis saber Zeus.

- Estou lendo para descobrir. – Respondeu incomodada.

- Sério? Você... Está conseguindo ler? – Perguntou ele sem acreditar.

- Eu juro que estou tentando, mas não dá se tenho que parar de 5 em 5 segundos para responder ás suas perguntas. – Rebateu ela ainda sem tirar os olhos das páginas.

Hermes se debruçou sobre o banco dela.

- Atena, seus poderes me impressionam! Roubar é uma coisa, mas conseguir ler no meio desse tumulto... Uau! Você está lendo mesmo? – Disse ele sorrindo.

- Bem que eu queria! – Exclamou ela fechando o livro violentamente e lançando um olhar feroz para o Deus das corridas.

- O que foi que eu fiz? – Perguntou Hermes surpreso com a reação dela.

- Hermes... Você não deveria incomodar os outros desse jeito. – Sugeriu Zeus.

- Você deveria seguir o mesmo conselho. – Disse Atena olhando-o.

- Você lançou ele na cabeça de Hades! Ficou maluco?! – Exclamou Apolo ainda sem acreditar que Ares tinha feito aquilo – E se o meu violão quebrasse?!

- Você fazia um outro, porque é um ser insuportável! – Rebateu Ares.

- É verdade. – Concordou Apolo – Mas mesmo assim! Você não devia ter feito aquilo!

- Vai fazer o que?! – Quis saber Ares triunfante – Chorar para Zeus?

- Não. – Sorriu Apolo – Acho que chega de música. Vou fazer alguns haicais.

- Não! – Rugiu Ares se lançando contra o vidro e tampando os ouvidos.

- Chegamos. – Anunciou Hermes se levantando feliz – Finalmente!

Todos os Deuses olharam para a janela. Estava no lugar onde queriam estar.

- Crianças! Podemos descer agora. – Disse Íris se levantando.

Os doze meio-sangues estavam sentados no fundo do ônibus. Nenhum deles tinha certeza de para onde estavam sendo levados, mas não se sentiam em perigo, pois os Deuses estavam lá. Nada de mal aconteceria. Eles... Achavam.

- Aqui estamos nós. – Disse Apolo respirando fundo – Doce natureza.

- Para que viemos aqui? – Perguntou Natália sem entender – Isso... É um tipo de campo?

Eles estavam no meio de um campo bem amplo. Tinham várias árvores verdes cercando o lugar, mas ainda sim tinham um belo espaço limpo para que pudessem correr ou qualquer coisa do tipo.

Eles conseguiram ver algumas mesas de madeiras, como se fossem feitas de troncos de árvores. Tinha um pequeno lago com uma ponte de madeira.

- Bem... Temos que explicar algumas coisas para vocês. – Disse Zeus. Todos os meio-sangues se sentaram na grama e observaram-no – Depois do favor que vocês fizeram para o Olimpo... Nós achamos que devíamos retribuir de alguma forma. Por isso... Vocês terão, de agora em diante, alguns meses de férias. Começando agora.

- Jura?! Um tempo longe daquele colégio interno?! – Os olhos de Nina brilharam – Eu já falei que amo você?

Zeus sorriu, mas depois voltou ao normal.

- Ei. Eu...! – Poseidon tentou dizer “vi”, mas ele o impediu.

- Nem comece! – Exclamou ele.

- Mas... Então vocês vão ficar aqui e passar um bom tempo de diversão com a gente? – Perguntou Amanda sorrindo para Hermes.

- Sim. – Respondeu Hermes assentindo.

- Infelizmente... Temos que ficar perto de vocês. – Resmungou Dionísio – Nada pessoal Vilmar.

- Eu não vou nem tentar te corrigir. – Disse Vinícius revirando os olhos.

- Eu acho que vou ficar no ônibus. – Resmungou Ares.

Amanda pegou seu celular discretamente e discou o número de Ares. No meio do silêncio começou a tocar “Single Ladies” e o Deus da guerra ficou com o rosto completamente vermelho.

- Você! – Rugiu ele olhando para Amanda. Todos riram. Deuses e semideuses – Sua peste...!

- HADUKEN! – Berrou Apolo atrás dele. Ares deu um pulo e gritou de susto. – Há há! Isso foi por você ter jogado o meu violão longe!

Todos os Deuses riram mais ainda. Até mesmo Afrodite. Ares fuzilou Apolo com o seu melhor olhar de ira. Todos ficaram em silêncio, mas Amanda não conseguiu parar de rir.

- Ótimo... – Ares voltou-se para ela – Quer ter um pouco de diversão em família, cabeça de vento? Vamos brincar de um jogo chamado “Fuja para que eu não corte a sua cabeça”.

Amanda parou de rir e olhou ele com cautela. Ares deu um passo na direção dela, e isso bastou para que a filha de Hermes ficasse de pé.

- Ahm... Eu brinquei de coisa parecida com os irmãos McJoe. Mas... Eles podiam me matar. – Amanda olhou para Hermes, esperançosa, e depois novamente para Ares – Sem intervenção direta, lembra? Você... Não pode me matar.

- A missão acabou. Você é irritante. E eu estou a fim. – Ponderou ele contando nos dedos – Não vejo porque não.

- Ótimo... Apolo. Uma ajudinha? – Pediu Amanda chegando para trás.

O Deus do Sol parou na frente de Ares e abriu os braços. Em segundos Apolo abraçou Ares, e o Deus da guerra olhou irado para ele.

- O que você pensa que está fazendo?!

- Te abraçado. – Disse Apolo – Corre, Amanda, corre!

Amanda seguiu o conselho. Ela saiu correndo para longe deles. Ares soltou-se de Apolo, fez surgir a sua espada, e correu atrás dela.

- Oh meu Deus! Ele vai matar a Amandinha! – Exclamou Nina com um pouco de medo – Alguém faça alguma coisa! Alguém que não seja eu, é claro.

- Relaxa. Amanda tem os sapatos. – Lembrou Hermes – E também... Ares é lento. Ela vai correr mais que ele.

- Ahm... Ela nem sabe usar os sapatos. – Lembrou Rodrigo.

- Ah. É verdade... – Disse Hermes pensativo – De qualquer jeito... Acho que ele não mata ela. Não ia deixar que isso acontecesse.

- Mentira. Você ia deixar ela morrer como quase deixou quando estávamos na missão. – Retrucou Rodrigo estreitando os olhos para ele.

Hermes pensou naquilo por um minuto. Ele realmente tinha que fazer alguma coisa. Por fim... Ele teve uma idéia.

- Ei, rabugento. – Sorriu ele para Rodrigo – Que tal você ajudá-la?

- O que?! Por que eu? Nem ferrando! – Respondeu Rodrigo.

- Não era você que queria usar a foice? Teste ela no Ares.

- Para eu virar uma minhoca e você rir da minha cara? – Perguntou Rodrigo cruzando os braços – De jeito nenhum.

- Pense bem. Que hora melhor para usar a foice do que agora? – Insistiu Hermes vendo que Ares estava perto dela – E também... Você não gosta dele, não é?

- Eu não gosto de você também. – Lembrou Rodrigo.

- É, mas eu sou gente boa e não estou tentando matar ninguém no momento. Por isso a melhor opção é o Ares.

- Faz sentido... – Rodrigo lembrou-se de como queria bater em Ares por ter ferrado eles naquele maldito celeiro – Amanda! Tente não morrer até eu chegar aí e cortar esse cara em pedacinhos!

Rodrigo gritou e saiu correndo para entrar na briga. Rita e Mateus se afastaram um pouco do grupo dos amigos para poderem conversar em paz. Eles eram super legais, mas eles preferiam ficar á sós ás vezes. Era mais calmo.

- Estou feliz de todos estarmos bem novamente. – Sorriu Rita.

- Poxa... Eu estou feliz por eu não ter morrido. Eu nem acredito que eu ia morrer aos 16 anos! – Exclamou ele incrédulo – Cara! Tem tanta coisa louca que eu ainda quero fazer...

Rita segurou a mão dele sem querer. Seus olhos se encontraram. Rita sentiu seu rosto ficar vermelho, mas não queria largar a mão dele.

- Tipo o que? – Perguntou ela.

- Tipo o que, o que? – Perguntou ele.

- O que você quer fazer? – Perguntou ela – Antes... De morrer.

Mateus parou um segundo. Rita sentiu que ele ia dizer alguma coisa importante, ou até mesmo bonita. Como sentir o cheiro das flores, ir ao cinema com todo mundo junto, ou até mesmo... Ir ao cinema com ela.

- Eu queria correr pelado por um hotel. – Comentou ele – Tipo... O hotel todo vazio. Só eu e a minha sensação de liberdade.

Mateus tinha uma expressão sonhadora, como se ele estivesse dizendo: “Eu quero descobrir a cura para o câncer e ajudar as criançinhas doentes do mundo!”. Rita soltou suas mãos das dele, e começou a enchê-los de tapas.

- Seu sem vergonha! Como você diz uma coisa dessas pra mim?! Eca!

- Aí! Rita! Para! Foi você que perguntou! – Protestou ele tentando se defender.

Enquanto isso, os outros conversavam com seus pais. Flávia tocava flauta com Apolo. Ambos tinha um sorriso doce no rosto, o que mostrava mais ainda a semelhança familiar.

Natália foi até o pequeno lago e tentou pescar peixes com a mão junto de seu pai. Nina começou a contar coisas loucas e sem noção que tinham acontecido com eles durante os seis malditos anos que eles passaram no colégio interno. Zeus ria, mas só quando tinha certeza de que ninguém estava olhando.

Bruna e Íris conversaram sobre as caçadoras de Ártemis, e sobre as escolhas que Bruna teve de tomar. Afrodite observava de longe Mateus e Rita juntos, e soltava uns suspiros apaixonados.

Dionísio ignorava Vinícius, que por sua vez tentava falar com ele.

- Por favor! Eu só ganhei esse casaco de boiola! Quero uma coisa melhor!

- Olha como fala! Eu gostei desse casaco! – Reclamou Dionísio.

- Então fica com ele para você! Para que que eu vou querer ele?!

- Para não morrer de frio? Dããã! – Respondeu Dionísio – Para um filho meu você é bem idiota, hein?

- Será que é porque eu tive á quem puxar? – Perguntou Vinícius lançando uma indireta.

-O que está insinuando, Vargas?! – Protestou Dionísio.

- Porra! – Vinícius começou a pisar com força no chão revoltado com a vida, com o pai, com os amigos, e com todo o resto do mundo.

Atena e Bia conversavam sobre táticas de guerra, estratégias, e coisas afins.

- Nerd! – Chamou Mariana.

- Cala essa boca, Mariana! – Reclamou Bia.

- Para Mariana! – Falou Nina perto de seu pai – Senão ela vai conversar com você sobre respeito!

- Agora vocês estão ferradas, suas bitches! – Bia saiu correndo atrás das duas, e Nina e Mariana se mandaram.

Rhamon observava todo mundo com um sorriso no rosto. Era tão bom estarem juntos novamente...

- Mesmo o filho do Hades estando no grupo de vocês... – Comentou Deméter de um jeito calmo e maternal – Vocês são um bom grupo.

- Eu sei. – Assentiu Rhamon admirado por sua mãe notar isso.

- Rhamon... – Deméter parecia um pouco incomodada – Lembre-se que separados vocês não são nada. Não... Não se incomode por qualquer coisa. Pequenas brigas podem ser perigosas.

- O que quer dizer com isso? – Quis saber ele. A Deusa olhou para o horizonte.

- Vocês são os doze. Sempre foram, e sempre devem ser. – Disse ela em um tom sábio – Se o destino e a profecia uniram vocês, é porque tem que ser assim. Vocês têm que ficar juntos. Para... O bem maior.

- Bem... Maior. – Repetiu Rhamon achando que aquilo talvez pudesse ser importante mais tarde – Tem alguma coisa que você deve me contar?

Deméter pensou no assunto por um segundo, mas então viu que Amanda e Rodrigo caíram dentro do lago. Ares riu deles. Natália os ajudou a levantar, e os três riram.

- Por ora não. Esquece. – Disse ela sorrindo – Eu posso fechar os meus olhos agora e fingir que você não vai correr como um mal educado, e xingar junto de seus amigos. Vai lá. Divirta-se.

Rhamon resolveu aceitar a proposta. 


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Notas finais do capítulo

Depois de uma tarde linda de diversão, o que vocês acham que vai acontecer com eles?

Espero por reviews!

E até o próximo (e último) capítulo!