Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 40
Reunião escolar


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem!



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- Seguindo a regra das figuras de linguagem, e analisando os textos apresentados, podemos notar que época de influência... – A professora de literatura falava em um tom desanimado e depressivo. Em parte devia ser porque ela odiava o seu trabalho. Ensinar para adolescentes idiotas? Mas que saco. O pior era que além de ter que dar aula para adolescentes idiotas, agora os adolescentes problemáticos e idiotas estavam de volta. Ou pelo menos onze deles estavam ali.

- Eu não acredito que voltamos para a porra do colégio interno. – Comentou Nina para Amanda, que estava sentada ao seu lado esquerdo.

- Nós tivemos, né? O que poderíamos dizer? – Ela olhou para Rodrigo que tinha um largo sorriso no rosto. – Você ficou maluco? Está sorrindo por quê?

- Porque eu aposto que o meu pai está guardando um lugar bem quentinho para ela no inferno.  – Respondeu ele.

- Rodrigo Jabarra! Pare de falar sozinho! – Exclamou a professora e logo voltou á explicação.

- Porra! – Reclamou ele baixinho – Ela acha que eu sou o que para falar sozinho?! Esquizofrênico?!

- Cala essa boca, seu esquizofrênico! – Disse Mariana zoando ele. Rodrigo começou a resmungar com raiva, e Amanda riu. Só que um pouco alto demais.

- Qual foi a piada, Freitas? – Perguntou a professora sem paciência. Amanda parou de rir e se encolheu. – Rita e Mateus! Parem de conversar! E Flávia Visconti, copie! Argh! Vocês onze são insuportáveis! Mais uma provocação, e eu mando todos para a sala do diretor e chamo os seus pais!

Todos os outros alunos riram dos onze. Rodrigo quis mandá-los para aquele lugar, mas antes que tivesse essa chance...

- Desculpe, professora. – Disse Bruna abrindo a porta da sala de aula – Eu me atrasei tentando abrir o armário.

- Chega! – Disse a professora apontando para a porta – Bruna Chateaubriand, vá com seus amigos para a sala do diretor agora mesmo!

Bruna olhou para eles sem entender, mas resolveu não perguntar nada. Ela saiu da sala por último junto da Amanda, que olhou para a professora com um sorriso malandro e fechou a porta.

- Por que está sorrindo? – Perguntou Bruna.

- Ah... Nada não. – Respondeu ela ainda sorrindo. Os doze ouviram um grito estridente: “Ah! Taxinhas?! Amanda Freitas!” - Corre!

Amanda riu e eles foram até o fim do longo corredor onde ficava a sala que eles mais freqüentavam.

- Aqui vamos nós de novo... – Disse Bia achando aquilo totalmente injusto, já que era a única que estava prestando atenção á aula. Mas mesmo assim foi mandada para lá.

Eles entraram na sala e sentaram-se nos bancos já reservados para eles. Rhamon começou e rir chamando Rodrigo de esquizofrênico. Flávia começou a cantar uma música. Amanda ficou olhando para o nada, rindo de idéias que passavam por sua cabeça. Mateus e Rita conversavam felizes. Mariana ouvia Natália falar sobre natação, e Bia tentava ignorar as piadas do Vinícius. Nina começou a rir da Amanda olhando para o nada, e ela riu também.

Isso fez Bruna suspirar feliz. Ela estava orgulhosa de sua idéia. Tinha dito para Ártemis que, caso seus amigos voltassem para a escola juntos, eles precisariam que ela os protegessem. Claro que poderiam ter a ajuda de um sátiro, mas como eles eram onze, não seria lá tão fácil.

- Ah, gente! Eu gosto muito de vocês! – Disse Bruna sorrindo.

- Se você dissesse que não gostava, eu ia te bater. – Disse Mariana cruzando os braços – Nós todos tivemos que escolher voltar para a escola interna só para que você não tivesse que ir com as caçadoras trairas. Você tem que nos agradecer pelo resto da vida.

- Eu deixo você fazer o meu dever pelo resto da vida. – Sugeriu Amanda.

- Eu também. – Concordou Nina – Achei isso uma ótima idéia.

- Que?! – Exclamou Bruna – Eu não vou fazer o dever de vocês!

- Chega! – Resmungou Rodrigo – Eu não quero continuar nessa droga de escola! Estamos no meio do ano. Enquanto as pessoas normais têm férias, nós estamos aqui! Sou o único que não agüenta essa prisão cheia de malucos?!

Não era não. Eles estavam cansados de passar todos os seus dias com professores grossos, diretores furiosos, e pilhas de deveres.

- Ótimo. – Disse Amanda se levantando – Então vamos fugir daqui e partir para o Acampamento Meio-Sangue?

- Ta bom. – Falou Flávia inocentemente. Amanda foi até a porta e virou-se para os seus amigos

– Nós atravessamos o país totalmente sem rumo. Acho que daqui até Long Island não será um grande desafio.

- Long Island, Amanda Freitas?! – Perguntou o diretor em pé á porta atrás dela. Ele era alto e gordo, com o cabelo bem curto e castanho. – Estavam querendo fugir?

Amanda arregalou os olhos. Ela disse que não e tentou voltar ao banco, mas ele segurou seu braço.

- Vamos ter uma conversa com seus pais, entendeu? Na verdade com o pai de todos vocês, seus baderneiros! – Disse ele apontando para todos.

Então liga para o Olimpo, pensou Rhamon ajeitando os óculos. O diretor, ainda segurando o braço de Amanda, virou-se para fechar a porta, mas acabou levando um susto.

- Olá! – Disse um homem de óculos escuros e sorriso radiante. Usava uma camisa pólo azul e calça jeans. Parecia um modelo de revista. – Ah, oi Amanda!

- Quem é você? – Perguntou o diretor ajeitando a postura para parecer mais formal – E como a conhece?

- É amiga da minha filha. – Respondeu ele – Tudo bem com você?

- Ahm... Eu vou indo, Apolo. – Respondeu ela aproveitando para livrar o seu braço do diretor. Ao lado de Apolo apareceu Hermes. Ele usava uma camisa social branca, calça azul marinho, e parecia ter lutado com todas as suas forças para manter seu cabelo parcialmente arrumado – Pai?!

- Filha! – Sorriu ele, mas depois olhou para o diretor – Você gostaria de falar conosco?

- Conosco? – Repetiu ele sem entender – Conosco quem?

- Os pais deles, é claro! – Respondeu Apolo entrando na sala – Flávia! Já teve aula de história hoje?

- Sim, foi muito legal! Mas... – Flávia fez uma cara triste que tocou o coração de Apolo – A professora reclamou comigo. Ela disse que eu sou retardada, papai...

- O que?! Como assim?! – Apolo ficou chocado e abraçou ela – Você não é retardada! Você é uma gracinha ao extremo! Só isso.

- Aaaw! Você acha papai? – Perguntou Flávia com uma voz abafada, por estar abraçando ele.

- Você sabe que isso são só palavras diferentes para te chamar de retardada, né? – Disse Mariana.

- Que? – Perguntou ela sem ouvir.

- Sh! Mariana! Não estraga o momento deles! – Repreendeu Bia dando um tapa nela.

- Passou. Passou. – Disfarçou Apolo para que ela não voltasse a chorar. Um por um os Olimpianos entraram na sala.

Dionísio estava bebendo Diet Coke, e ignorando o pedido do diretor para que ele não o fizesse. Deméter foi diretamente falar com Rhamon sobre como aqueles problemas todos eram culpa da má influência chamada “Rodrigo”. Hades entrou na sala e ficou parado ao lado de seu filho, enquanto Deméter falava mal dos dois.

- Tsc! Hades é um vagabundo! – Falava ela para Rhamon – Ficar perto desse garoto só vai te trazer mais problemas.

- Mãe, eu... – Rhamon foi interrompido por mais queixas da mãe. Hades revirava os olhos, cansado de ouvir o mesmo sermão por milênios.

Atena e Poseidon entraram juntos o que ficou muito claro no rosto da Deusa que não era nada bom. Natália e Bia estavam sentadas uma do lado da outra, o que só piorava a situação.

- Consegue ficar perto de mim sem tentar me enforcar? – Brincou Poseidon sorrindo. Atena lançou-lhe um olhar frio.

- Pelos filhos nós fazemos sacrifícios imensos. – Retrucou indo para perto de Bia. Poseidon foi puxar assunto com Natália que, feliz por finalmente poder falar com seu pai, começou a falar (novamente) sobre os campeonatos de natação.

Zeus entrou com um ar severo e procurou Nina pela sala.

- Ferrou! – Exclamou Nina baixinho ao lembrar do jeito que seu pai podia ser durão. Entretanto Zeus deu um leve sorriso para ela e sentou-se ao seu lado. – Olá papai. Eu não fiz nada de errado, ok?

Ele riu por um segundo e depois voltou para sua postura séria para que os outros deuses não vissem.

- Eu vi. – Sorriu Poseidon para seu irmão.

- Viu nada. – Falou Zeus um pouco tenso – Sh! Mentiroso.

- Ah... Eu vi sim. – Insistiu rindo.

- Eu também vi. – Falou Hades, mas Zeus não conseguiu notar se ele estava blefando ou não.

- Não podem provar nada! – Zeus apontou para eles.

Enquanto os três discutiam como crianças, Afrodite e Hefesto entraram juntos. Afrodite estava comentando sobre seu vestido e Hefesto, por sua vez, assentia fingindo estar ouvindo enquanto analisava um relógio de pulso que tinha acabado de fazer. A deusa do amor notou que ele não estava dando a mínima e pisou no pé dele com seu salto alto.

- Ah! – Exclamou ele – Afrodite! O que foi isso?!

- Humpf. Insensível. – Resmungou ela magoada, mas logo abriu um largo sorriso ao ver Rita e Mateus conversando. – Aaaw! Vocês são um casal tão fofo!

O rosto de Rita ficou vermelho.

- Mãe! – Protestou ela – Para com isso! Somos só...!

- Amigos. Blá, blá, blá. – Falou Afrodite sentando-se ao lado dela – Tem idéia de quantas vezes eu já vi essa cena? Mas tudo bem. É como a reprise de “Desperate House Wifes”. Nunca me canso de ver.

Hefesto começou a conversar com Mateus sobre o novo relógio, quando Afrodite chamou atenção dele.

- Psiu! Para com isso! – Falou ela em um sussurro.

- O que foi que eu fiz agora? – Quis saber ele cruzando os braços.

- Está substituindo o clima deles por engrenagens. – Disse ela.

Hefesto levou uns segundos para entender o que “clima” significava, e por fim ele suspirou.

- Desculpe filho. É que autômatos não tem sentimentos. – Ele encolheu os ombros – Mas tudo bem. Podem continuar namorando.

- Ta. Pode ser. – Respondeu Mateus encolhendo os ombros também. Rita lhe deu um tapa forte – Ai! Rita!

- “Pode ser”?! Seu insensível! – Resmungou ela.

- Ah... Eu te entendo. – Disse Afrodite e começou a fofocar sobre as mancadas de Hefesto, enquanto ele e o filho viam o relógio de novo.

Uma deusa que ninguém tinha visto antes entrou na sala ela aparentava ter uns 35 anos. Tinha cabelos loiros, mas era difícil de notar, pois várias mexas de 7 cores diferentes apareciam em sua cabeça. Ela usava um terninho elegante, porém profissional. Seu jeito de andar era discreto, como se ela fosse realmente tímida e não quisesse chamar a atenção dos Deuses e nem de ninguém. Ela correu os olhos pela sala e achou quem procurava.

- Bruna? – Chamou ela. Bruna olhou para ela, arregalou os olhos de surpresa, e sorriu.

- Mãe! – Sorriu ela.

- Ela é...? – Amanda foi interrompida por Hermes.

- Íris, a Deusa do arco-íris. – Sussurrou ele para que o diretor, que estava parado com cara de idiota, não ouvisse.

- Ahm... – Fez o diretor e todos pararam para ouvi-lo – Que bom que puderam comparecer. Tenho a necessidade de conversar com cada um de vocês sobre a má conduta dos seus...! – Ele foi interrompido.

- Você tem algum problema com os nossos filhos? – Perguntou o último a entrar na sala. O diretor virou-se e se deparou com o pai da Mariana, o que o fez engolir em seco o resto da frase.

- Ahm... – O diretor ajeitou a postura – Longe disso senhor Masson. Mas temo que seus filhos tenham um problema com a escola.

- Não enrola e vai direto ao assunto. – Resmungou ele com uma pose assustadora. Ares sentou-se ao lado de sua filha e cruzou os braços esperando pelo resto.

- É... Vamos começar por ordem alfabética. – Sugeriu o diretor com medo de falar os defeitos e problemas de Mariana Masson logo de cara, e não viver o suficiente para contar os dos outros.

- Puxa! Ordem alfabética! Quem será o primeiro? – Comentou Amanda em sarcasmo.

- Acho que é você, Amanda. – Sorriu Apolo pensando estar ajudando.

- É... Acho que eu já sabia disso, Apolo. – Disse Amanda.

- Amanda Freitas! – Anunciou o diretor apontando para ela – Tem noção de quantas reclamações eu tenho de você por brincadeirinhas, pequenos furtos e falta de atenção á aula?

- Ahm... – Ela não estava feliz por estar levando bronca na frente de todos (ou quase todos) os Olimpianos – Umas duas ou três?

- Cinqüenta e sete! – Exclamou jogando uma fixa enorme encima de sua mesa – Sem contar com sua brincadeira das taxinhas agora e o roubo do mascote da classe! Mas o último foi por falta de provas.

- Você seqüestrou o mascote da classe? – Os olhos de Hermes brilharam como se ele estivesse fascinado. Em seu rosto um sorriso surgiu como resultado dos seus esforços para não rir – Como fez isso?

- Bem... Era um porquinho da índia, só que ninguém cuidava dele. Aí eu achei que seria melhor se ele fosse livre. – Contou Amanda – Não foi difícil nem nada, porque ele estava...

- Acaba de admitir a sua culpa! O senhor viu isso?! – Sorriu o diretor triunfante – Você está completamente...!

- Desculpada. – Hermes piscou para ela – Todo mundo já aprontou pegadinhas desse tipo. Depois não se esqueça de me contar quais foram as outras 55, ok?

Hermes riu e Amanda também. O diretor não estava acreditando que o suposto Sr. Freitas não estava nem um pouco irritado com aquilo. A próxima da chamada era...

- Beatriz Sampaio. – Continuou ele esperando que a Sra. Sampaio adotasse uma postura diferente – Você interrompeu as aulas com gritos histéricos e conversas inúmeras vezes!

- A culpa não é minha! – Exclamou ela em um tom neurótico e defensivo – A Nina é que fala comigo o tempo todo! Eu peço para ela parar, mas ela continua!

- Que?! Não jogue a culpa para mim! – Falou Nina tensa e depois abriu um sorriso inocente para Zeus – Eu sou uma menininha inocente.

- Menininha inocente uma ova, Nina sua sacana! – Rebateu Bia.

- Beatriz. – Disse Atena e Bia parou de falar para presta atenção – Está tudo bem. Acredito que esses problemas foram proporcionados pela falta de preparo dos professores, e não por culpa de vocês.

- Obrigada. – Sorriu Bia, mas logo depois olhou para a Nina com uma expressão responsável e repreendedora – Ouviu Nina? Depois eu e minha mãe vamos ter uma conversa com você sobre respeito.

Amanda riu ao ouvir aquilo e Nina fez o mesmo. As duas se lembraram da vez em que Bia tinha dito para seu irmão (que por sorte estudava em uma escola normal e podia voltar para casa todos os dias): “Passe perfume” e ele respondeu que já tinha passado shampoo. “Passe perfume e depois vamos ter uma conversinha sobre respeito” respondeu Bia.

- Vocês vão conversar comigo sobre respeito? Poxa Bia... Mas eu já passei shampoo! – Sacaneou Nina, e todos riram.

- Chega disso! – Protestou o diretor – Próximo da chamada... Bruna Chateaubriand!


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Notas finais do capítulo

Haha!

O que acham que vai acontecer quando o diretor for falar da Mariana? Ou... Do Rodrigo?

O que acharam da Íris?

Respondam nos reviews!

Beijos!