Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 4
Sejam bem-vindos


Notas iniciais do capítulo

Mais um!

Espero que vocês gostem.



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- Só pode ser sacanagem... – Falou Rodrigo incrédulo.

O chalé de Hermes não era nem um pouco pequeno, mas também não era o lugar ideal para abrigar 25 pessoas. Sendo que 9 eram eles. Catorze outros campistas corriam pelo espaço que tinha disponível, sabe-se lá para que.

- Devolve, Travis! Seu ladrão! – Exclamou um garoto de cabelo marrom.

- Você que roubou de mim, Connor! – Exclamou o outro escapando de Connor.

Travis esquivou para o lado um segundo antes de Connor pular encima dele, de modo que ele acabou derrubando Rodrigo, ao invés do irmão.

- Opa! – Espantou-se ele quando viu Rodrigo – Pessoa errada.

- Ah você acha?! – Reclamou ele.

- Para de ser grosso, Rodrigo! – Falou Flávia – Nós nem mesmo moramos aqui!

- Ei! – Chamou Travis andando na direção deles – Vocês são novos?

- Sim. Nós... Dionísio falou para nós ficarmos aqui. – Falou Amanda.

- São filhos de Hermes? – Perguntou Connor se levantando.

- Não... Não sabemos na verdade. – Respondeu Flávia.

- Espero que não. – Resmungou Rodrigo se levantando.

Bruna entrou no chalé e olhou para Connor e Travis.

- Eles são indeterminados. Logo logo vão saber em que chalé ficarão. Mas por enquanto... Sinto muito, eles tem que ficar aqui. – Falou Bruna.

- Sem problema. – Travis encolheu os ombros. –Eu sou Travis e esse é o meu irmão Connor. Somos os irmãos Stoll.

Natália riu.

- Stoll... Roubar... Deus dos ladrões. Que engraçado. – Riu ela.

Eles dois fizeram cara de paisagem.

- Não entendemos. – Falou Travis sorrindo inocentemente.

- Ah, é que... Deixa pra lá. – Falou Natália.

- Ei, Travis! Olha o tamanho da mochila dele! – Exclamou Connor apontando para Mateus.

- Qual é, amigão? Quer ajuda com a bagagem? – Sorriu Travis.

- Travis! Connor! Nem pensem nisso! – Exclamou Bruna.

- Ah... Puxa! – Protestaram eles. – Sua chata!

Bruna revirou os olhos, e olhou para a Amanda.

- Não deixe que eles roubem vocês. Fiquem sempre alertas.

- Tá bom... Mas Bruna! Você... Não vai ficar aqui também? – Perguntou ela.

- Não. Eu tenho que ficar no Chalé de Ártemis. – Falou ela.

- E quanto a gente? – Perguntou Flávia.

- Vão ficar aqui até sabermos quem são seus pais. Não se preocupem... Os Deuses não demoram mais para reclamarem seus filhos. Fizeram uma promessa. Isso pode demorar só... Um dia no máximo.

- Um dia aqui?! – Falou Rodrigo – Onde é que vamos dormir?

- Ah! Tem bastante espaço no chão! Nós podemos dividir um pouco. Relaxa... O chalé de Hermes sempre tem espaço para mais um. – Confortou Connor.

- Temos espaço para todos aqueles que pegam a estrada. – Sorriu Travis.

- Certo... Mas nós não estamos pegando nenhuma estrada. – Falou Mariana.

- É no sentido figurado. – Falou Amanda – Eu acho...

Bruna foi embora, e os irmãos Stoll os ajudaram á arrumar as coisas. Todos lembraram muito bem que Hermes era o Deus dos ladrões, por isso mantiveram as mochilas bem perto de si.

Eles ocuparam todo o espaço do chão com sacos de dormir. Os outros 14 campistas tinham suas próprias camas.

- Malditos... – Murmurou Rodrigo – Quero ir logo para o chalé de Ares.

- Ei. – Chamou Travis. Eles olharam-no e viram que ele estava pedindo para que eles chegassem mais perto. Os 9 se aproximaram. – São vocês?

Ninguém entendeu.

- Somos nós o que? – Perguntou Mariana.

- A profecia. Cada um de vocês tem um pai e mãe diferente não é? – Perguntou Travis um pouco tenso.

- Que profecia é essa? – Perguntou Flávia.

- Não estou gostando disso... – Murmurou Nina.

- Se liga, Travis. – Falou Connor olhando para eles – São indeterminados. Mesmo que fossem eles, como é que iriam saber?

- Nós o que? – Perguntou Rodrigo – Que papo é esse de profecia?

Os irmãos Stoll se entreolharam. Não tinham certeza se podiam contar aquilo, ou se deviam ficar de bico fechado.

- É... O oráculo de Delfos. Ele... Revelou que... – Connor foi interrompido.

Uma trombeta soou lá fora do chalé. Os 12 campistas que estavam deitados descansando desceram de suas camas e saíram correndo do chalé.

- O que é isso? Um incêndio? – Perguntou Mateus.

- Não. – Respondeu Connor com uma expressão aterrorizada – É... É um monstro.

- Sério?! – Exclamaram com medo.

- Não! – Riu Travis – Há há! Pegamos vocês! Esse é o sinal do jantar!

- Seu filho da...! – Rodrigo foi interrompido.

- Jantar?! Nossa! Nós nem mesmo almoçamos. – Falou Natália.

- Hora do rango! – Comemorou Nina.

- Estou morrendo de fome! – Falou Amanda.

- Você está sempre com fome. – Comentou Nina.

- Eu já sei tá bom?! – Retrucou ela – Para onde é o restaurante?

Os irmãos Stoll sorriram e levaram eles para fora do chalé. Depois de andar um pouco chegaram ao lugar onde o jantar estava começando. Tinha várias mesas. Cada uma representada por um chalé diferente.

Eles puderam ver a Bia sentada com uns 7 campistas na mesa de Atena. Vinícus estava sentado só com 2 campistas. Eles eram mais baixos e tinham cabelo cacheado. Vinícius viu eles e acenou. Rodrigo fez uma careta para ele e continuou andando até a mesa de Hermes.

Antes de ir para a mesa, eles pegaram seus pratos e escolheram o que queriam comer.

- Estou morrendo de fome... Vamos logo. – Falou Amanda.

- Não, espere! – Chamou Travis – Antes de nos sentarmos temos que jogar a comida na fogueira.

- O que?! Ficou louco?! – Perguntou ela.

- É um tributo aos Deuses. Jogue só um pouco e pode comer o resto. – Falou ele jogando um pedaço de carne na fogueira. – Á Hermes!

Todos os nove olharam para seus pratos.

Amanda chegou perto da fogueira junto com a Nina.

- Ahm... Á alguém! – Anunciou e jogou um pouco de arroz.

- A mesma coisa! – Exclamou Nina.

Depois de todos fazerem o mesmo, eles foram para a mesa. Tiveram que ficar espremidos no banco com todos os outros 14 campistas. Comeram entre cotoveladas e empurrões, mas por fim conseguiram.

- Atenção! – Falou um centauro – Todos prestem atenção! Eu sou Quíron, para aqueles que não me conhecem. E quero dizer aos novos campistas... Sejam bem-vindos ao Acampamento Meio-Sangue!

Todos bateram palmas, menos o pessoal da mesa de Ares. Eles falaram: “Eee!” em um tom desanimado e voltaram a comer.

- Fiquem sabendo que serão designados para seus chalés o mais rápido possível. – Falou Quíron – Os Deuses fizeram uma promessa de não demorar para reconhecerem seus filhos.

- Bom saber. – Falou Mariana.

- Isso é só. – Falou Quíron.

- E quanto a profecia? – Perguntou alguém de outra mesa. Talvez a de Ares ou a de Apolo.

Quíron pareceu tenso.

- Isso não vem ao caso. Nossos novos campistas já tiveram problemas o suficiente hoje para serem perturbados por isso. – Respondeu ele – Isso é tudo.

Todos olharam para eles. Olhares atravessados vinham de todas as mesas.

- Não gosto disso. – Murmurou Nina – Estão olhando pra gente.

- Deixa pra lá. – Falou Amanda – Somos os estranhos aqui. É normal que queiram olhar para a gente.

- Eu não sou estranha! Esse povo é que é! – Protestou Nina.

- E que profecia é essa? – Perguntou Natália.

- Amanhã. – Falou Travis e todos olharam para ele – Amanhã nós contamos para vocês. Agora... É melhor voltarem para o chalé e descansarem.

- Ou seja, estamos ferrados novamente. – Concluiu Nina.

- Não. Vocês vão estar. – Corrigiu Connor.

Travis deu uma cotovelada nele, e ele se calou.

Quando todos acabaram de comer, os nove se levantaram e foram para o chalé. Chegando lá desabaram encima dos sacos de dormir e pegaram no sono.

Nina estava tendo o pior sonho de toda a sua vida.

Ela estava na beira de um abismo extremamente escuro. Ele tinha a péssima sensação de que iria cair a qualquer momento, pois seus pé não pareciam estar encima de nada. A única coisa que iluminava o lugar era um objeto brilhante. Irradiava uma luz dourada. De repente o objeto simplesmente se apagou e tudo ficou preto.

Ela abriu os olhos e olhou em volta. Estava no chão do chalé de Hermes, e todos a sua volta estavam dormindo. O lugar estava bem escuro, mas ela podia identificar os rostos.

Olhou para a sua direita. Amanda deveria estar lá. Ela cutucou o espaço, mas só encontrou um saco de dormir vazio.

- Amanda? – Perguntou ela baixinho para ninguém ouvir.

Ela se levantou devagar e foi até a porta na ponta dos pés. As malditas tábuas de madeira no chão rangiam a medida que ela se movia, mas ela tentou ser o mais discreta possível.

Ela saiu do chalé e olhou em volta. Não tinha notado, mas ainda existiam outros chalés. Um completamente preto que se camuflava com a escuridão. Tinha chamas verdes ardendo na frente dele.

Tinham outros também, mas ela não conseguia enxergá-los.

- Amandinha? – Chamou ela baixinho – Você está viva?

Não era muito legal sair andando por aí no escuro, e ela sabia daquilo muito bem. Aprendeu muito vendo filmes de terror.

Mesmo assim... Amanda podia estar em perigo. Ou só perdida.

“Espera... Mas o que eu vou poder fazer?” Pensou ela.

- Ah, que se dane. – Nina virou-se pronta para voltar ao chalé e deixar a Amanda pra lá, quando uma mão tocou seu ombro.

- Nina? – Perguntou uma voz ofegante.

- Ah! – Ela berrou, mas antes que fizesse muito barulho a mão lhe tampou a boca.

- Sou eu! Para de gritar! – Falou Amanda.

- Porra! Ficou louca?! Quase me matou! – Ela virou-se para ver sua amiga.

Amanda riu.

- Foi um fucking susto? – Brincou ela. Amanda sabia que Nina xingava em inglês quando estava com raiva.

Nina riu.

- É. Um fucking susto. – Falou ela – Mas o que você veio fazer aqui fora?

- Você tem que ver uma coisa. – Falou ela. Amanda começou a andar e Nina a seguiu um pouco hesitante. – Eu tive um sonho muito louco.

- Sério? Tipo aquele que eu pedi para você entregar pizza na minha casa e você se perdeu por 40 anos, só que não envelheceu? – Perguntou Nina.

Os sonhos de Amanda geralmente eram histórias sem sentidos que serviam para dar risadas na escola. Afinal, quando você fica em um colégio interno, qualquer coisa que faça você rir é bem-vinda.

- Não. Dessa vez não foi engraçado. – Falou ela um pouco hesitante – Foi... Estranho. Bem... Tipo... Eu estava em uma sala. E lá tinham várias coisas estranhas. Sabe... Elas eram expostas como... Troféus. Parecia ser um sótão. E lá... Tinha uma garota ruiva.

- Que droga de sonho foi esse? – Perguntou Nina sem entender.

- Eu não sei! Mas... Lembra daquela profecia que todos eles estavam falando?

- O que tem ela? – Perguntou Nina querendo saber.

- A garota ruiva... Acho que ela falou. E se for isso... Digo... Se for sobre nós... Estamos completamente ferradas.

Nina parou de andar.

- Você está de sacanagem, né? Como é que você pode ter sonhado algo... Assim? – Nina franziu o cenho – Se bem que...

- Também sonhou alguma coisa? – Perguntou Amanda tensa.

- É... Não foi muito claro. Acho que... Era alguma coisa sobre um abismo. – Falou ela incerta.

- Bom... Quer saber? No meu sonho eu sabia onde era o sótão. – Falou Amanda – Era para lá.

Ela apontou para a uma construção enorme pintada de azul claro.

- Então... Você quer ir até lá e ver se tem uma garota ruiva lá? – Perguntou Nina.

- É... Eu acho que sim. – Concordou ela.

- Legal. Não tenho nada melhor para fazer, como diria Dionísio. – Riu Nina.

Amanda também riu e as duas foram para lá.


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Notas finais do capítulo

Como será a profecia?

Será que elas realmente estão ferradas?

Reviews?

Tam tam tam taaaam!



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