Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 38
Conhecendo os pais


Notas iniciais do capítulo

Tcharam!

Finalmente eles vão saber quem é filho de quem!

Vamos nessa, gente!



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- Não queremos ser grossos nem nada, mas... – Amanda tentou dizer alguma coisa, mas Rhamon interrompeu.

- Queremos sim! – Exclamou ele.

- Perdeu a cabeça? – Perguntou Mateus – Parece que tem problemas!

- Chega! – Disse Zeus novamente, mas depois parou para avaliar a situação – Pensando bem... Acho que nós ainda temos assuntos á tratar. Então, acho que não há problema em que vocês sejam reclamados. Seus pais irão se apresentar.

- Ahm... Será que eles podem fazer isso no tamanho normal? É que dói o pescoço ficar olhando para cima o tempo todo. – Disse Amanda um pouco tímida.

Poseidon sorriu achando graça, mas Zeus não. Ele continuou em seu tom sério e assentiu. Todos os Deuses voltaram ao tamanho normal. Quatro deles se levantaram e foram até o centro do salão parando bem na frente dos indeterminados.

Dois deles eram Hermes e Hades. Os outros dois eles ainda não conheciam.

Rita achou o homem ao lado de Hermes um pouco estranho. Ele tinha cara de ser um encanador ou algum tipo de operário. Tinha uma barba mal feita, um rosto nem um pouco bonito, e roupas manchadas de óleo.

A mulher ao lado de Hades parecia completamente diferente. Ela tinha cabelos escuros penteados, e usava um vestido com estampas que mudava o tempo todo. Seria engraçado, se não fosse pela expressão severa dela.

- Primeiro... – Falou Zeus – Rhamon Mello.

- Aeee! – Comemorou ele animado, mas mulher de vestido estampado puxou a orelha dele de verdade. Rhamon parou de comemorar e quando ela o soltou ele segurou a orelha – Ai! Isso doeu!

- Não seja mal educado! – Repreendeu ela – Você devia agradecer e não ficar gritando como um animal!

- Está bem. Desculpa. – Falou Rhamon com medo dela.

- Assim está melhor. – Disse ela em um tom mais calmo – Eu sou Deméter, Deusa da Agricultura. E você é o meu filho, Rhamon.

- Sério? – Perguntou ele – Então... O que eu faço de legal?

Aquilo era uma pergunta estranha. Ele nunca tinha visto a mãe na vida, e quando via perguntava não “Como vai você”, mas sim “O que eu faço de legal”?

- Nada. – Disse Rodrigo – Agricultura? Que porcaria você pode fazer? É inútil que nem o Vinícius.

- Não é não! – Exclamou Amanda sorrindo – Cara! Rhamon! Foi você que fez aquilo com a cevada! Fez crescer aquilo do nada! Você é muito legal!

- É mesmo! Ham! – Ele fez pose “Fuck Yeah”.

- Você podia até acabar com a fome no mundo. Imagina?! Você viajava para a África e fazia crescer cevada por todo o lugar! Ou até mesmo outras comidas, aí...! – Amanda foi interrompido.

- Você está de sacanagem! Para com isso! – Reclamou Rodrigo.

- Viu só? É por isso que eu não quero você andando com esse garoto! Vai acabar um marginal que nem ele. – Falou Deméter – Mas acho que está tudo bem, desde que você se lembre dos bons modos...

- Está bem, mãe. – Concordou Rhamon com um pouco de medo dela.

- Garoto da cevada... – Murmurou Amanda pensativa – Ah! Que legal! Você é o garoto da cevada!

- Eu arraso. – Falou Rhamon fazendo pose.

- Continuando... – Falou Zeus – Mateus Carvalho.

Mateus olhou para os três que faltavam. Ele esperava que seu pai não fosse o Hades, pois ele era um pouco tenso demais. Antes mesmo de seu pai se reclamá-lo, todos notaram quem era. O homem começou a coçar a barba pensativo. A mesma coisa que Mateus fazia... Ou pelo menos no queixo, pois ele não tinha barba.

- É você? – Perguntou Mateus olhando para ele e coçando o queixo involuntariamente. O homem não respondeu, pois ele mesmo estava coçando o queixo também enquanto olhava para umas peças na mão dele.

- Ahm? Oi? Que? – Falou ele olhando em volta e depois para Mateus. Os dois se olharam coçando o queixo ao mesmo tempo – Ah, sim. Eu sou seu pai.

O homem sorriu desajeitado enquanto mexia nas peças em sua mão. Rodrigo olhou para ele pensando no azar que Mateus tivera de pegar o pai mais esquisito. Se bem que... Mateus também era esquisito.

- Ele é... Hefesto? – Perguntou Rodrigo olhando para o homem – Ei! Porra! Estamos falando com você!

- Xinga mais idiota! – Amanda deu uma cotovelada nele – Hefesto...?

- Deus das forjas e do fogo. – Disse ele olhando finalmente para cima – Eu sou o pai do Mateus. E tenho que dizer... Você foi muito bem na missão.

- Valeu. – Sorriu Mateus – Mas porque você demorou tanto para me reclamar?

- Estava ocupado. – Disse ele – Robôs dão trabalho, e eu não tinha notado você.

- Ah, legal. – Assentiu Mateus não parecendo nem um pouco triste. Como se o fato do pai ter tempo para robôs e não para ele não fizesse a mínima diferença – Posso ver os robôs depois?

- Pode. Claro que sim. – Concordou ele.

- Agora só faltam vocês dois. – Anunciou Zeus olhando para Amanda e Rodrigo. Hefesto e Mateus e Deméter e Rhamon foram para o lado deixando-os com mais espaço. Hermes e Hades olharam para os dois.

Hermes sorriu para Rodrigo e abriu os braços em sinal de “Seja bem-vindo!”.

- Ah, não. – Falou ele chegando para trás, mas Hermes deu um lento passo para frente – Não! Amanda! Fica na minha frente! Esse cara não!

- Filho! – Exclamou Hermes indo na direção dele.

- Não! Eu não quero ser filho dele! Vai embora! Se manda daqui! – Exclamava Rodrigo em desespero – Amanda! Faz alguma coisa, porra!

Amanda fez. Ela começou e rir muito ao ver Hermes andando na direção de Rodrigo, e ele recuando cada vez mais. Alguns deuses também começaram a rir.

- O que?! Vai tentar fugir de mim? Eu sou o Deus das corridas! Alcanço você rapidinho! – Disse ele com um sorriso no rosto – Vem cá filho!

- Não! – Rodrigo estava prestes a chorar de desespero – Voê não é o meu pai! Some daqui! Vai embora!

Hermes parou de andar para perto dele e começou a rir. Ele e Amanda estavam rindo alto, e todos perceberam a semelhança.

- Relaxa, rabugento! Você não é meu filho! – Riu Hermes – É ranzinza demais para isso. – Ele virou-se para Amanda e enxugou uma lágrima provocada pelo riso – Você é a minha filha, Amanda Freitas.

- Jura? – Ela tentava parar de rir – Então isso quer dizer que... Eu não sou filha do Volíssimo?

- O que? – Perguntou Hermes tentando não rir novamente. Ele olhou para Ares sem entender, e o Deus da Guerra revirou os olhos.

- Eu já disse que isso não existe! – Exclamou ele – Cabeça de vento... Ninguém merece.

- Ei! Não fale assim comigo, senão o meu pai vai brigar com você. – Falou Amanda fazendo pose de “fuck yeah”, mas quando Ares se pôs de pé ela parou – Ou não! Tudo bem. Ele pode entender isso como uma brincadeira entre... Tio e sobrinha? Que medo! Você é o meu tio!

- É a vida. – Riu Hermes.

- Mas... Espera... Eu vi você! Ou não? Você estava guiando o grupo de Rodrigo? Por que você não me viu? – Perguntou Amanda sem entender.

- Eu não te vi. Todas as vezes que os grupos fizeram a ligação de Íris, você não estava lá. – Disse Hermes – Nossa... Pensei até que eu tivesse que adotar o zangado como filho!

- Vai se ferrar! – Disse Rodrigo ainda quase chorando por causa do choque de ser filho de Hermes por alguns instantes.

- Olha as flexões, hein? – Ameaçou Hermes rindo.

- É mesmo! – Exclamou Amanda de repente – Eu estava roubando o carrinho quando os grupos se falaram! Por isso eu vi você! Opa! Quero dizer... Eu estava pegando um carrinho emprestado. Não roubei nada.

Amanda fez uma linda cara de paisagem, e Hermes fingiu estar chocado.

- O que?! Você roubou?! – Falou ele de um modo teatral – Não posso acreditar nisso! Foi isso que eu te ensinei por acaso?

- Você roubou um carrinho também! – Exclamou Rodrigo – E ainda pegou um carro que achou estacionado na rua!

- Sério?! – Riu Amanda – Você também roubou um carrinho! Que legal!

Ela abraçou Hermes e ele retribuiu o abraço. Para ela naquele momento as coisas faziam um pouco de sentido. Ela sempre tinha vontade de pegar algumas coisinhas por causa dos hábitos compulsivos de seu pai. Seu cabelo era castanho e vivia bagunçado, e pelo que ela notou... O de Hermes também.

- Ninguém merece... – Resmungou Rodrigo revirando os olhos, mas então viu Hades parado de braços cruzados para ele. – Então... Eu é que sou filho do Deus do Mundo Inferior?

- Sim. – Respondeu Hades dando um passo em sua direção – Rodrigo Jabarra... Você é o meu filho.

Rodrigo pela primeira vez se sentiu feliz. Ele era filho de um dos três grandes, e ainda o que ele mais gostava. O todo poderoso Deus do Mundo Inferior. Hades, Senhor dos mortos. Ele sorriu triunfante para Rhamon, Mateus e Amanda como se ele tivesse ganho na loteria. Só faltava a pose de “Fuck Yeah”, mas antes que ele a fizesse, Hefesto o interrompeu.

- Eu ia esquecendo... – Falou ele pegando de Mateus as duas 9mms e movendo-as extremamente rápido em suas mãos – Pronto. Agora elas se recarregam sozinha e ainda tem uns truques extras.

- Sério?! Que demais! Posso testar?! – Perguntou Mateus animado.

- Não! – Exclamaram todos juntos.

- Puxa vida... – Murmurou ele desapontado.

- Tome, Rhamon. – Disse Deméter entregando para ele umas pequenas bolinhas cinzas – Isso são sementes mágicas. Jogue no chão e cresce qualquer coisa que você quiser.

- Uhul! Na sua cara, Rodrigo! – Exclamou Rhamon – Não mexam com o garoto da cevada!

Amanda começou a rir do nada, e todos olharam para ela.

- João e o pé de feijão. Rhamon e o pé de cevada. – Riu ela.

Rhamon sorriu triunfante. Ele tinha cevada, por isso ninguém devia se meter com ele. Hermes fez aparecer uma caixa de papelão, mas antes dele abri-la, estreitou seus olhos para Amanda.

- Você calça... 36? – Perguntou ele, e ela assentiu. Hermes abriu um sorriso junto da caixa – Aqui. São sapatos voadores.

- Jura?! Eles... Wow! Tem azas! – Disse Amanda olhando para um par de All Star preto igual ao dela só que com azas. Ela os calçou e quando ficou de pé viu as azas baterem. – Demais!

- Diga “Maia” e ele voa. Mas acho melhor treinar antes de usar em batalhas. – Disse Hermes fazendo a caixa de papelão sumir.

- Que legal... Mas quais são os meus poderes? – Perguntou ela – Tipo... A Mariana faz javalis aparecerem do nada. A Rita hipnotiza as pessoas... E eu?

- Você corre. Tem uma memória ótima para lembrar de mensagens... – Hermes foi interrompido pelos risos de Amanda.

- Mentira. Eu não lembro nem o que comi no café da manhã! – Disse ela, mas então ela parou de repente – Espera... O que eu comi no café da manhã?

Foi a vez de Nina rir. Depois todos os outros riram também. Ela encolheu os ombros, sem saber o que fazer. Era verdade mesmo, o que ela podia falar? Por isso voltou a rir.

- E o que eu ganho? – Perguntou Rodrigo á Hades.

O Deus dos mortos olho para ele e sorriu malignamente. Ele pegou o punhal de Rodrigo e em um piscar de olhos ele se transformou em uma foice brilhante e comprida. Ela era completamente preta, com uma lâmina prateada de dar calafrios. Ele estendeu seu braço para Rodrigo.

- Toma. Eu sei que você quer uma foice. – Disse Hades sorrindo.

- Depois de todo esse tempo... Todo esse tempo com o punhal ferrado, e com aquele cachorro inútil... Eu finalmente... Finalmente ganhei a minha foice... – Falou ele com os olhos brilhando de emoção – Não!

Todos pararam o que estavam fazendo o olhara para Rodrigo. Até Zeus ficou sem entender.

- Que? – Perguntou Hermes sem acreditar – Você não parava de falar dessa foice o tempo todo! O que que houve?

- Não! Você acha que pode me deixar quase morrer várias vezes, arder debaixo de um Sol do demônio em uma terra cheia de caipiras, para só depois que a missão acaba você me dar uma foice? – Perguntou Rorigo cruzando os braços – Agora eu não quero mais!

Amanda olhou para Rhamon, e os dois olharam para Mateus. Os três antes indeterminados andaram até Rodrigo com uma pose ameaçadora. Eles o cercaram e o filho de Hades estreitou os olhos para eles.

- O que? Que foi? – Perguntou ele com um pouco de medo.

- Escuta... Querendo ou não... Você vai pegar essa foice, entendeu? – Perguntou Amanda fuzilando ele com o olhar.

- Eu não! – Exclamou ele. Mateus e Rhamon seguraram ele com força.

- Ou você pega essa foice, ou eu enfio ela na sua bunda! – Falou Rhamon em um tom baixo e ameaçador, em parte para a sua mãe não ouvir.

- Argh! Tá bom! Eu pego! – Ele estendeu o braço e pegou a foice. Rodrigo sorriu involuntariamente. Agora sim ele poderia acabar com monstros e tudo mais, mas então... Ele olhou para Zeus – Espera. A missão acabou. O objeto perdido era o elmo de Hades. Nós quatro não morremos... Só partimos para o Olimpo, esquecidos. E... O resto também já passou. E agora?

- Podem voltar para o Acampamento Meio-Sangue, ou podem ir para a escola de vocês. Estão livres para escolher. – Disse Zeus olhando para Nina.

- O que?! – Berrou Rodrigo – Agora que eu finalmente troco aquela porra de punhal por uma foice, a missão acaba?!

- Você ganhou a foice, será que isso não basta? – Perguntou Rhamon – Mas... Uma coisa que eu não entendi é... Como é que nós não morremos?

Atena se levantou. Todos olharam para a Deusa da sabedoria. Ela andou até onde estavam os quatro meio-sangues.

- Permitam-me explicar. – Sorriu ela por ter descoberto o enigma – Eu entendi como tudo isso aconteceu.

Bia sorriu para sua mãe. Ela tinha orgulho de ser filha de alguém tão inteligente. A Deusa olhou para ela e sorriu de volta. Seus olhos encontraram os deles novamente.

- Acho melhor vocês sentarem-se junto de seus amigos. Ainda temos alguns assuntos á tratar. – Disse ela, e todos obedeceram.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaam!

Como será que os quatro não morreram?

E o que a Bruna escolherá?

Descubram no próximo capítulo!