Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 28
Comida de herói


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.

Esse ficou um pouco grande, mas acho que vocês vão gostar.



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- Pronto... – Suspirou Bruna triste. Ela tinha acabado de dar a notícia para o último grupo, o de Hermes. Ou pelo menos o que restou dele. – Agora... Temos que ir, né?

Apolo olhou para o relógio e viu que eram 8:30 da manhã. Receber aquela notícia logo ao acordar não era lá uma boa maneira de começar o dia, mas eles não tiveram escolha.

- Sim. Vamos para o carro. Temos que chegar logo ao Olimpo para podermos encerrar a missão. – Disse ele desanimado.

- Espera aí! – Exclamou Nina de repente. Todos olharam para ela. – Você quer dizer que vamos para o Olimpo? Que legal! Eu sempre quis ir á Europa!

Apolo sorriu, mas acabou cortando o barato da Nina.

- Ahm... É realmente. A Europa é um lugar legal, mas... O Olimpo agora é em New York. – Disse ele sorrindo.

- New York?! – Repetiu Nina sem entender – Ah, ta! Você está de sacanagem, né? Apolo, seu danadinho!

Ele tentou não rir ao ouvir a palavra “danadinho”, mas não conseguiu resistir.

- Não. O Olimpo fica mesmo em New York agora. Ele muda de acordo com as potências mundiais. Agora é a vez dos Estados Unidos. – Contou Apolo.

- Mas... Eu sempre andei em New York e nunca notei o Olimpo. Onde ele fica? – Quis saber Bia curiosa. Depois de tantas coisas loucas, ela não se surpreendia mais se o Olimpo fosse em New York.

- Empire States, 600º andar. – Disse ele com muita naturalidade.

- Não tem... Tantos andares no Empire States. – Disse Bia franzindo o cenho.

- Não que os mortais notem. – Riu Apolo – Agora vamos.

Nina e Bia saíram correndo na frente para ver quem ficava no banco ao lado de Apolo, enquanto Bruna pegava as mochilas que elas tinham deixado para trás.

Ninguém merece... – Pensava ela.

Depois de por todas no ombro, Bruna notou que Apolo ainda estava lá ao seu lado. Ela olhou para ele sem entender, e preferiu continuar andando.

- Espera. – Pediu ele, e Bruna parou. Ela olhou para trás e viu que Apolo estava com uma expressão de curiosidade. – O que você vai escolher?

- Como? – Perguntou sem entender.

- Você sabe. – Falou Apolo apontando o queixo na direção que as garotas tinham ido. – Você estava nessa missão a pedido de Ártemis. Agora que ela acabou... Vai deixar elas e continuar com as caçadoras?

Bruna não lembrava disso. Ele tinha toda a razão. Ela tinha ido há seis anos atrás para a escola interna para poder proteger os 11 semideuses da profecia. Ela estava com eles há tanto tempo que nem mesmo lembrava mais que seu lugar era com as caçadoras de Ártemis.

Ela olhou para Nina e Bia brigando para ver quem ficava no banco da frente e lembrou dos momentos hilários que eles passaram juntos. Não queria deixa-las, mas também... Ela gostava muito de ser uma caçadora. Ser imortal, caçar monstros, servir á Ártemis. Era tudo muito legal.

- Eu... Eu não sei. – Murmurou ela olhando para o carro de Apolo.

O Deus do Sol pôs a mão sobre seu ombro.

- Está tudo bem... – Sorriu ele tentando conforta-la – Você sempre vai ter as suas amigas, e eu. E sempre vai poder pedir para o seu tio aqui te contar um haicai.

Bruna olhou para ele com cara de “What the fuck?!”, e estreitou os olhos.

- Você... Não se toca mesmo, né? – Falou ela.

Apolo encolheu os ombros.

- É o meu jeito de ser. – Sorriu ele.

Bruna ia resmungar alguma coisa, mas preferiu ir para perto de suas amigas. Ela não queria pensar naquilo por enquanto. Ela foi até o carro e sentou no banco da frente para evitar brigas novamente. Bia e Nina começaram a reclamar, e Bruna acabou rindo.

Apolo entrou no carro e eles caíram na estrada.

Ela não conseguia enxergar nada por mais que tentasse. Não só por sua visão estar embaçada, mas também pela escuridão que a cercava. Mesmo assim ela tinha certeza de que era a voz de Rodrigo.

- É você, né? – Perguntou ele chegando mais perto. Provavelmente não devia estar enxergando também. – Como é que você veio parar aqui?

Amanda não tinha idéia. Não sabia nem mesmo onde era “aqui”. Porém de uma coisa ela sabia, Rodrigo não estava mais vivo.

- Eu... Morri. – Disse ela em uma voz falhada e fraca. Ela não tinha certeza daquilo, mas tinha uma leve impressão.

- Morreu?! – Repetiu Rodrigo sem entender.

- Você também... – Completou ela com a mesma dificuldade.

- Eu morri?! Como assim?! Você bebeu por acaso?! – Berrou ele não entendendo o que ela dizia.

- Não... – Falou quase em um gemido. Ela estava tentando se lembrar do que tinha acontecido, mas suas memórias estavam bagunçadas. Parecia que ela tinha batido com a cabeça. Ela estava se perguntando se estar morta era assim. – Eu... Um trem... Alguma coisa assim...

- O que? Que trem, garota? – Perguntou ele sem entender – Amanda... Você é completamente maluca.

- Você também... O teto... Ele caiu. E você e Rhamon... – Amanda não conseguia falar. Por algum motivo, ela estava se sentindo extremamente fraca e tonta.

O teto, pensou Rodrigo. Ele se lembrava disso, mas depois... Tudo simplesmente ficou escuro. Ele não lembrava de como fora parar ali, nem mesmo o que aconteceu depois que a Medusa os pegou, mas não estava achando que a resposta seria agradável.

- Espera... Você sabe o que aconteceu com a gente? – Perguntou ele preocupado. – Como?

- Eu... Os outros... A Natália contou. – Respondeu ela fracamente.

- A Natália? – Repetiu ele. – Quer dizer... Que nós morremos mesmo?!

- Eu... Acho que sim. – Respondeu Amanda.

- Não! Você está errada! Porra! Eu morri e nem ganhei a minha foice?! Não! – Berrou ele em desespero. – Isso...! Isso é injusto!

- Foice...? – Repetiu Amanda. – Você... Ainda quer essa droga de... Foice?

- Droga de foice?! – Repetiu ele irritado agora – Ah ta! Desculpa se eu só tenho um punhal ferrado, e você tem uma espada toda perfeita! E ainda esse colete... Ah!

Rodrigo soltou um berro de susto. Amanda sentiu o chão tremer e imaginou que ele tivesse se jogado. Ela não entendeu.

- O que...? O que... Foi? – Perguntou ela um pouco preocupada.

- Rhamon! – Exclamou Rodrigo com uma voz enojoada. – Acorda, seu inútil!

Rhamon resmungou um pouco, mas acabou se levantando. Como estava escuro ele não tinha idéia do que Rodrigo queria dizer.

- O que foi agora? – Perguntou ele. Rhamon estava com uma voz de sono, como se ele tivesse acabado de acordar.

- Olha! Olha para ela! – Exclamou Rodrigo quase morrendo de novo.

- Ela quem? – Perguntou Rhamon. Ele deu uns passos na direção de Amanda e notou que era ela. E também notou... O que Rodrigo queria dizer. – Amanda! O que foi isso?! O que você fez?!

- O que... Eu fiz? Não sei... – Respondeu ela. – Eu... Estou cansada. Quero dormir um pouco...

- Não! Não feche os olhos! – Exclamou Rhamon.

- Rhamon... – Murmurou ela – O que... Aconteceu?

Rhamon hesitou. Ele olhou para Rodrigo, e mesmo no escuro pode ver que ele estava quase desmaiando. Não queria contar aquilo para Amanda, mas não tinha jeito. Se não fosse ele, quem mais contaria?

- Olha... Você... Está um pouco machucada. – Falou Rhamon tentando manter a calma. Ele chegou mais perto com cuidado para não tropeçar no escuro. – Você... Uhm... Está com um ferimento aqui.

Ele apontou para o lado direito da barriga dela, e sua amiga conseguiu enxergar com certa dificuldade. Amanda franziu o cenho. Sua memória estava voltando aos poucos, mas ela estava extremamente cansada...

- Os zumbis... – Murmurou ela – Foi... Da luta. Aquele trem...

- Zumbis?! – Exclamou Rodrigo jogado no chão para não ver o ferimento. Só de olhar sangue ele já começava a ficar tonto. – Primeiro você fala que nós estamos mortos, e agora fala que lutou com zumbis?! Você deve ter batido a cabeça bem forte!

- Mortos?! – Repetiu Rhamon olhando para Rodrigo – Espera... Estamos mortos?!

- Foi o que ela disse! – Berrou ele – Mas essa garota tem problemas!

- Você... É muito... Chato. – Falou Amanda com algumas pausas longas.

- Estou ofendido, realmente. – Murmurou ele em sarcasmo.

- Esquece isso. É só um machucado na barriga. Se nós dermos um jeito... – Rhamon foi interrompido.

Rodrigo estava jogado no chão, por isso pode ver melhor o pé de Amanda. Ele deu um berro ao ver a parte da calça jeans que ficava perto do calcanhar ensopada de sangue.

- Ah! Porra! O que é isso! Eu vou morrer! – Berrou ele. Ele sentiu o gosto do café da manhã roubado de Hermes novamente. Estava prestes a vê-lo, quando fechou os olhos e respirou fundo.

- Amanda! O seu... Calcanhar! – Exclamou Rhamon olhando uma mancha de sangue que cobria até mesmo seu All Star.

- Foi... Culpa dos zumbis. – Respondeu ela – Está... Tão ruim... Assim?

- Bem... Não está tão... – Rhamon não queria que ela se preocupasse, mas Rodrigo acabou abrindo a boca.

- Ruim?! Você pergunta se está ruim?! Parece que seu pé vai cair! Olha só! Que horror! Está ensopado de sangue, e aberto, e...! – Rodrigo estava berrando de olhos fechados, quando Rhamon o interrompeu.

- Cala essa boca! – Berrou Rhamon – Você tem problemas?! Não exagera tanto!

- Exagerar?! Olha para isso e me diz se eu estou exagerando! – Protestou ele enjoado.

Rhamon sabia que ele tinha razão. Não estava a ponto de cair nem nada, mas estava sangrando muito, e bem ruim. Ela devia estar morrendo de dor, mas parecia simplesmente com sono. Ele olhou para ela tentando entender porque, quando Rodrigo comentou do nada.

- Ela está morrendo. – Falou ele.

- Mas... Não estávamos mortos? – Perguntou Rhamon sem entender.

- Mortos sangram por acaso?! Esquece essa droga de mortos! – Berrou ele.

- O que fazemos?! – Perguntou Rhamon tenso.

- Uhm... Deixa. Eu... Não estou com dor. Só quero... Dormir um... Pouco. – Disse Amanda fechando os olhos devagar.

- Não, você não pode dormir! – Disse Rhamon apressado. Para a sua sorte algo começou a se mexer e resmungar atrás deles. Rhamon se virou e tentou enxergar o que estava lá, mas nem precisou fazer muito esforço.

- Nossa! Que sono, cara! – Exclamou Mateus coçando a cabeça – Eu não durmo tanto desde... Nem lembro. Há há.

- Mateus? – Perguntou Rhamon – Ei! Preciso de ajuda!

Mateus se levantou. Ele empurrou algo que estava encima dele para o lado, e foi até Rhamon cambaleando. Quando chegou ele viu os machucados de Amanda.

- Wow! Legal! – Exclamou ele – Coisas assim nós só vemos em videogame!

- Rápido! Não tem... Alguma comida... Eles falaram que ajuda em ferimentos, uma coisa dessas. – Falou Rhamon. Mateus passou a mão no queixo pensativo. Rhamon revirou os olhos – No Acampamento! É... Comida de herói. Uma porcaria assim!

- É ambriosa, seu merda! – Respondeu Rodrigo ainda deitado no chão. – E néctar. Está na mochila.

Mateus abriu a primeira mochila que viu na frente e tirou de lá um cantil. Parecia com o de Vinícius, mas esse era um pouco menor. “Só para emergências. Muito disso pode matar vocês.”,dissera Dionísio no Acampamento. Mesmo assim... Era melhor arriscar antes que ela morresse. Mateus entregou o cantil para Amanda, que tomou um gole bem devagar e com dificuldade. Depois ela fechou o cantil, e acabou deixando-o cair encima da cabeça de Rodrigo no chão.

- Ei! – Exclamou ele, mas ela não respondeu. Na verdade, ela não falou nada.

Amanda fechou os olhos e os três esperaram por alguma melhora, mas... Nada. Só o silêncio. Ela morreu, pensou Rhamon. Já era, pensou Mateus. Eu vou vomitar, pensou Rodrigo.

Quando todos acharam que não aconteceria nada, Amanda falou alguma coisa.

- Gosto de... – Ela falou com a voz um pouco mais firme – Berinjela.

- Ahm?! – Fez Mateus sem entender.

Agora é que eu vou vomitar. Berinjela?! – Repetiu Rodrigo.

- É! – Exclamou ela mais animada – Berinjela da mamãe! Ah! É tão gostosa! Principalmente com feijão e arroz. Mas... Estranho. Isso era para ser líquido, não é? Parecia que eu estava comendo.

- Nossa... Isso foi... Estranho... – Falou Rhamon devagar. Ele olhou para o pé de Amanda. Primeiro puxou a bainha da calça um pouco para cima para poder ver o estrago feito pelos zumbis. Estava péssimo, mas nem de longe tão ruim quanto antes. Aquilo estava surgindo efeito. – Acho melhor... Você tomar mais um pouco.

- Ok. Adoro berinjela. – Sorriu Amanda de leve. Ela tomou mais uns cinco goles, e depois parou. Talvez fosse demais para alguém consumir, mas ela não tinha nada a perder. Já estava morta mesmo. O que mais poderia acontecer?

Depois de comer um pouco de ambriosa também, seu calcanhar foi voltando ao normal. Aquilo era impressionante. Todos olharam fascinados para o ferimento se curando. Bem... Todos menos o Rodrigo.

- Chega. Agora está bom. – Falou Rhamon quando o corte no calcanhar dela parecia um simples arranhão. O machucado na barriga não parecia profundo. Provavelmente o colete a tinha defendido do dano maior. – Cara... Você nos deu um susto horrível.

- Sinto muito. – Respondeu Amanda se ajeitando melhor encima de alguma coisa. Ela nem mesmo sabia no que estava sentada, mas era quentinho e macio. – Vocês também nos deram um susto horrível. Da próxima vez que forem morrer, escolha um jeito mais seguro, certo?

- Da próxima vez?! Se estamos mortos como é que vamos morrer de novo? – Perguntou Rhamon meio achando graça.

- Era uma brincadeira. – Sorriu Amanda triste – Nós... Não vamos ter uma próxima vez. Que droga, hein?

- Ah! Que palhaçada! Para com essa história de mortos! – Exclamou Rodrigo se levantando. – Como é que nós poderíamos ter morrido?

- Ah, puxa! Eu não sei. Uma casa caiu encima de vocês, né? Tsc! Grande coisa. As pessoas saem vivas disso o tempo todo. – Falou Amanda em sarcasmo.

- E como você morreu, hein? – Perguntou Rodrigo cruzando os braços e esperando por uma boa resposta. – Conta aí, senhora “Sei tudo sobre a morte”.

- Um trem passou por cima de mim. – Respondeu Amanda com naturalidade.

- Jura?! – Exclamou Mateus com os olhos arregalados – Ei! Querem ouvir como eu morri?

- Não. – Respondeu Rodrigo estreitando os olhos – Você não morreu, idiota.

- Espelhos caíram encima de mim! – Contou ele animado. Como se isso fosse algo extremamente divertido. – Tipo... Eles caíram todos ao mesmo tempo!

- Que?! Que horror! – Exclamou Rhamon – E você não tem nenhum machucado...!

- Porra! Eu já falei que não estamos mortos! – Berrou Rodrigo pulando e batendo o pé no chão com força. – Ele não morreu, nem eu, nem você e nem ela! Que droga!

- Claro! Você não pode morrer antes de conseguir a sua foice, né? – Falou Amanda revirando os olhos.

- Exatamente! – Concordou ele. – O que?! Acha que eu ia morrer desse jeito?! “Oh! Eu sou a Medusa! Você vai virar pedra! Muahaha!”. Aaaah! Vai á merda!

- Aceite logo de uma vez. Nós morremos. Acabou. – Disse Amanda.

- Morremos nada! – Exclamou Rodrigo – Nós estamos mais vivos do que o Sol lá fora!

Amanda ia dizer alguma coisa, quando do nada o lugar todo se iluminou. Eles gritaram e tamparam os olhos para não ficarem cegos.

- Cacete! – Exclamou Rodrigo – Que que é isso?!

- Ai! Meu olho! Meu olho! – Exclamou Rhamon.

Eles abriram os olhos devagar. Rhamon estava praticamente cego, mas pôde ver algumas coisas. Primeiro... Amanda estava sentada em um monte de feno. Rodrigo estava perto de algo peludo e preto. Teisk. E Mateus tinha empurrado um espelho para o lado, que agora estava quebrado no chão.

- Onde... Estamos? – Perguntou ele – Isso é o Mundo Inferior?

- Sei lá... – Resmungou Mateus ainda parcialmente cego – Eu acho que nunca mais vouver nada.

- Não é a droga do Mundo Inferior! – Exclamou Rodrigo – Já disse que não estamos mortos!

- E você já morreu para saber como é o Mundo Inferior, por acaso? – Perguntou Rhamon.

- Não, mas esse lugar está mais parecido á sua bunda do que o Mundo Inferior! – Retrucou Rodrigo.

- É um vagão de trem. – Respondeu Amanda. Todos olharam para ela sem entender como ela sabia disso. – Eu vi esse vagão passar! Estava na estação de trem, onde nós estávamos lutando com os zumbis.

- Então... Como nós viemos para aqui? – Perguntou Rhamon sem entender. Amanda encolheu os ombros e olhou em volta.

- Ahm... Talvez esse vagão nos leve até o Mundo Inferior. – Chutou ela – Nunca se sabe.

- E talvez não estamos mortos! – Falou Rodrigo – Você acha que as pessoas vão para o Mundo Inferior de trem?

- De novo... Você já esteve na porra do Mundo Inferior para saber?! – Reclamou Rhamon.

- Ah! Se mata! – Exclamou Rodrigo – Não precisa estar morto para saber que isso é idiotice!

Eles estavam prontos para brigar, quando Amanda disse alguma coisa.

- Texas. – Falou ela.

- O que? – Perguntou ele sem entender.

- Texas. É para onde estamos indo nesse trem. – Falou ela franzindo o cenho.

- Como sabe disso? – Quis saber Mateus.

- Sei lá. – Respondeu ela – Eu só... Sei.

- Que legal... O sexto sentido. – Falou Rodrigo – Como descemos dessa droga de trem? Eu não quero ir para um lugar cheio de caipiras.

- Não descemos. A primeira parada é lá. Não tem como descer antes. – Falou Amanda. Todos olharam para ela com medo. – Eu não sei como eu sei disso, ta bom?

- Ta bom... Eu acho então que só podemos sentar e esperar. – Falou Rhamon.

Amanda se jogou no monte de feno e sorriu.

- Não estamos mortos e estamos indo para o Texas. Não é um vagão de primeira classe, mas estou muito feliz de estar aqui. – Ela se deitou sobre o feno. Estava pronta para relaxar quando algo estranho aconteceu. Uma cobra passou por cima dela e foi para o outro lado do feno, como se Amanda simplesmente não existisse. – O que?!

Ela pulou e abraçou Rodrigo e Rhamon.

- Uma cobra?! De onde isso veio?! – Berrou Rodrigo.

- Você pergunta para mim?! – Exclamou Rhamon olhando o réptil se arrastar até o outro lado do vagão.

- Eu não quero ficar aqui! – Choramingou Rodrigo dando um passo para trás – Eu quero a minha foice. E depois eu quero voltar para casa. E depois eu quero chutar o traseiro de Hermes por me fazer pagar tantas flexões. Só isso! É pedir muito?

- Ahm... É sim. – Disse Mateus.

Eles se sentaram longe daquele monte de feno. Teisk acordou e começou a lamber o rosto de Rodrigo. Ele xingou um pouco, tentou mata-lo com seu punhal, mas Rhamon o impediu. Rodrigo e ele começaram a cantar uma música sobre uma cobra e um pé de limão, e Amanda e Mateus ficaram rindo.

Não tinham idéia de como foram parar ali, se estavam realmente mortos ou não, se ficariam bem quando descessem do trem, mas mesmo assim... Continuaram rindo e ignorando os problemas por uns minutos.


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Notas finais do capítulo

Pois é...

Digam o que acharam, certo?

Até o próximo gente!