Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 27
Mensagem para você


Notas iniciais do capítulo

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- O que?! – Exclamou Bruna chocada – Como...?

- Ela me salvou. – Contou Mariana tentando não chorar. Eram quase sete da manhã. Eles estavam no trem indo para o leste, enquanto falavam com o grupo de Apolo, que não ficou feliz em receber a notícia.

- Como ela te salvou? – Perguntou Apolo.

- No último segundo ela me deu as pérolas e me jogou para o lado. Aquilo... Foi muito rápido. – Contou.

- Amandinha morreu?! Não! Como assim?! – Exclamou Nina – Ela não pode ter morrido! Não!

- Um trem passou encima dela. – Falou Ares – Não precisa ser muito inteligente para saber que as pessoas não sobrevivem á isso.

- Isso... – Nina parou para pensar – Isso foi uma indireta?

- O fato é... – Ares revirou os olhos – Ela achou.

- O objeto perdido eram as pérolas de Perséfone? Mas... Como isso poderia ser tão importante? – Quis saber Bia enxugando os olhos.

- Uma escapada rápida do Mundo Inferior. – Falou Apolo ligando os pontos – De acordo com seus sonhos, Mariana, algo vindo do Tártaro queria as pérolas. Eles as utilizariam para fugir. Ainda bem que vocês conseguiram pega-las á tempo.

- Então a Amanda achou o objeto mesmo! – Exclamou Bia feliz e ao mesmo tempo triste.

- Nossa! Isso quer dizer... – Todos olharam para a Nina – Eu estou devendo vinte dólares para ela!

Bruna e Bia deram um tapa nela ao mesmo tempo.

- Então era isso? – Perguntou Flávia, que estava quieta há um tempo – Quatro dos nossos amigos morreram de maneiras horríveis, nós quase morremos também, e isso... Só para achar essas pérolas?! E agora? Nós fazemos o que? Voltamos para a escola e fingimos que nada aconteceu?!

Ela estava com os punhos cerrados. Seus olhos estavam cheios d’água como se ela fosse começar a chorar a qualquer momento. Flávia estava com raiva, triste, cansada e arrasada. Tudo ao mesmo tempo.

- Flávia... Vocês... – Apolo queria fazê-la sentir melhor, mas não sabia como – Vocês não precisam voltar para a escola interna. Podem morar no Acampamento...!

- O que?! – Interrompeu ela – E nunca mais ter aula de História?!

Mariana e Ares olharam para ela com cara de “What the fuck?!”, mas ela continuava Apolo com a mesma expressão.

- Acho que vocês podem conversar sobre isso depois. Primeiro é melhor todos os grupos voltarem e partirem para o Olimpo. – Disse Ares voltando ao assunto – Lá vamos ter uma audiência com os outros Deuses e por fim, de uma vez por todas, nessa missão.

- Certo. Nós vamos avisar aos outros. – Disse Bruna triste – Nos encontramos em New York.

Eles assentiram e terminaram a ligação. Flávia se jogou no banco do vagão e tentou não chorar. Mariana sentou-se no banco da frente ao lado de seu pai.

- Flávia... – Falou Mariana – Pega o Zoiúdo na mochila e tenta dormir um pouco.

- Por que?! – Perguntou irritada e querendo chorar – Eu não sou forte o suficiente para dormir sem ele?!

- Não... – Mariana estava com um pouco de medo – É porque você gosta dele.

- É verdade. – Flávia sorriu de leve, mas depois se lembrou dos eventos tristes e seu sorriso sumiu.

Ela pegou a mochila, abriu o zíper, e procurou entre suas flechas o Zoiúdo, mas além dele, achou outra coisa. Flávia franziu o cenho e olhou para Mariana.

- Você mexeu na minha mochila?

- Que? Não. Ninguém mexeu. – Respondeu ela.

- Mas... – Flávia olhou para a mochila sem entender. Os dois a observaram curiosos. – O que é isso?

Flávia tirou o Zoiúdo, depois um pedaço de papel e um chaveiro.

- O que...? – Perguntou Mariana – Você não pôs isso aí?

- Claro que não. – Respondeu Flávia – Por que acha que eu te perguntei?

Mariana parou para pensar e viu que aquilo realmente fazia sentido. Flávia olhou para o chaveiro com calma. Só tinha uma chave pendurada. Ela não tinha idéia de onde aquilo era, mas por algum motivo foi parar na sua mochila. Um detalhe de plástico do chaveiro ficava perto da chave. Ela leu o que estava escrito:

- JB Hotel. Rua Willow, número 70. – Disse ela, e Mariana encolheu os ombros.

- Esse aí não é... – Mariana tinha uma vaga idéia de onde vira esse nome antes.

- O hotel onde nos encontramos com Ares. – Lembrou Flávia – Olha! Essa é a chave do 666. O que a Amandinha arrombou. Como isso veio parar aqui?

- Eu... Não sei. – Respondeu Mariana olhando para a chave – Espera... Além de você... Mais alguém mexeu na sua mochila?

- Uhm... Eu não lembro. – Respondeu Flávia. Ela parou para pensar um pouco, e depois se lembrou – Espera! Eu... Ia deixar ela no celeiro. Estava quase me esquecendo quando a Amanda me lembrou.

- Então ela pôs isso aí dentro? – Perguntou Mariana – Lá no celeiro?

- Só pode ter sido. – Falou Flávia – Quem mais poderia? Ares?

- Não olhem para mim. – Disse ele com os olhos fixos na janela.

- Mas... Isso quer dizer que... Esse papel... – Flávia olhou para o papel. Mariana o puxou da mão dela rapidamente.

- Uma mensagem! Deve ser uma mensagem da Amanda! – Exclamou Mariana cheia de esperanças – Eu vou ler.

Ares estava olhando para a janela, mas prestava bastante atenção no que elas estavam dizendo. Mariana desdobrou o papel e começou a ler.

Mais uma página do caderno in comum. Olá! É... Se você é a Flávia ou a Mariana (principalmente a Flávia) deve estar imaginando porque essa página está dentro da sua mochila, e não no meu caderno. Bom... Eu espero que eu esteja errada, mas acho que a próxima vítima da profecia vai ser do nosso grupo. – Leu Mariana, e parou quando terminou essa frase. Ela olhou para Ares e para a Flávia incrédula – Espera aí... Ela sabia que isso ia acontecer?!

Ares olhou para o pedaço de papel. Ele tomou da mão de Mariana rapidamente, do mesmo jeito que ela fizera com Flávia, e começou a analisar o que estava escrito.

- Uhm... Ela deve ter tido algum sonho. Ou algo do tipo. – Murmurou ele distraído. Ares continuou a ler – Não que eu tenha escrito isso para causar medo nem nada, mas... Acho que descobri um padrão entre as pessoas que morreram. Espero mesmo que esteja errada. E... Se eu estiver nós podemos ler esse papel e rir muito depois. Ia ser legal.

Mariana e Flávia estavam prestando atenção.

- Humpf. Sempre fazendo piadas. Até mesmo depois de morta. – Resmungou Ares revirando os olhos. Ele soltou um suspiro e continuou a ler – “E quatro partirão esquecidos”, diz a profecia. Vocês já notaram que Rodrigo, Rhamon e Mateus eram indeterminados? Bem... Espero que meu pai ou mãe apareçam rapidinho. Talvez eu até solte alguns fogos de artifício no dia 4 de julho para eles olharem para nós. (Há há. Era uma piada).

- É verdade! – Exclamou Mariana – É por isso que eles morreram! Foram esquecidos pelos pais!

- Nossa! A Amandinha pensou nisso! – Exclamou Flávia igualmente surpresa. Como elas não tinham notado isso antes?

- Gente sem cérebro tem idéias ás vezes. Impressionante. – Ares disse aquilo com um sorriso no rosto, o que indicava que além de estar ofendendo ela, estava feliz por ela ter descoberto – Enfim... Eu não vou enrolar muito, pois se eu não morrer, seria bem estranho ler essa carta depois. Por isso... Estão vendo essa chave? A do quarto que eu invadi entrei no hotel onde encontramos Ares? É bem estranho e ferrado, mas... Entreguem ela para a Bruna. É idiota sim, pode rir Mariana.

Mariana começou a rir.

Falem para ela que no próximo ano eu compro um presente descente. Ou não. Enfim... –Continuou Ares ignorando os risos de Mariana – JB se vocês não notaram são as mesmas iniciais de “Jonas Brothers”. E... Número 70. É a idade que ela vai fazer. É especial de algum jeito. Aposto que a Flávia achou fofinho!

- Eu achei mesmo! – Concordou Flávia sorrindo como se Amanda estivesse lá.

Aposto também que eu fui a única que lembrei do aniversário dela, não é? – Leu ele, e parou para olhar para as duas.

- Nossa! Era...! Era o aniversário dela! – Exclamou Flávia – Eu nem me lembrava mais!

- Fuu! Ainda bem que Amanda escreveu essa mensagem para nos lembrar. – Suspirou Mariana – Mas... É muito tarde para comprar um presente.

Pois é. Isso é tudo. Bem... Se for eu a próxima da profecia, não fiquem tristes certo? (Mentira. Fiquem tristes e, por favor, não se esqueçam de mim). Flávia, você é a coisa mais fofa que eu já vi. Mariana... Você é legal. E Ares... (Espero de novo que não esteja lendo isso) você é... boladão. Há há! Brincadeira! Tchau tchau. Amanda Freitas, filha de Volíssimo.

Flávia e Mariana olharam uma para a outra. Elas não sabiam o que dizer. Amanda tinha idéia de que ela poderia ser a próxima, mas mesmo assim se arriscou para continuar a missão. Bem... Mateus não foi diferente. Ele salvou Rita da hidra, mas acabou morrendo. Rodrigo e Rhamon... Bom, eles foram idiotas, mas mesmo assim eram seus amigos.

- Eu... Nem sei o que dizer. – Falou Mariana por fim.

- Nem eu. A Mandis... Sabia e não contou para a gente. – Falou Flávia com vontade de chorar.

- Garota esperta. – Murmurou Ares e elas olharam para ele. Mariana e Flávia não entenderam. – Ela sabia, e mesmo assim continuou. Ainda bem, senão não teríamos concluído a missão.

- Espera... – Falou Mariana se lembrando de algo – Ela... Ela tinha dito que sonhou com a música “Single ladies” e logo depois... O seu celular tocou com essa música na estação.

- Ei! Escuta aqui! Eu não sei como aquela música foi parar como toque do celular, entendeu?! E mesmo assim... Não tem provas de que ele seja meu! – Exclamou Ares nervoso de repente.

- Dane-se! – Exclamou Mariana – Ela... Ela disse alguma coisa sobre um javali. Ele... Ficou só olhando enquanto nós corríamos perigo. Sabe o que isso significa?

Ares não quis responder de primeira, mas Mariana o pressionou.

- Você sabia que ela era a próxima?! Sabia que isso tudo ia acontecer?! – Perguntou Mariana irritada.

- Eu... Tinha uma idéia. Bem... Sólida. – Respondeu ele desviando o olhar.

Mariana se levantou e fez sua lança aparecer. Ela apontou para Ares, e ele a olhou esperando para ver o que ela faria.

- Você sabia! A Amanda morreu e você não fez nada! – Exclamou ela cheia de ira e fúria – Nem mesmo o pai dela! Ou mãe! Como...?! Como você pode fazer isso?!

- Acalme-se. – Falou ele sem reagir – Mesmo se eu quisesse, não teria como mudar nada.

- Como não?! Se contasse para a gente...! Nós poderíamos dar um jeito! Poderíamos pelo menos tentar! – Berrou ela – Eu te odeio! Eu quero que você morra!

Mariana atacou Ares, mas ele estava um passo na frente. Ele simplesmente se levantou e segurou a lança dela com força. Ela tentou tira-la de sua mão, mas era inútil. O Deus da guerra poderia mata-la, mas ao invés disso continuou calmo.

- Não tem como mudar profecias. Não tem. Entendeu? – Falou ele – Mesmo se eu contasse para o mundo todo, não ia adiantar. O que tinha que acontecer, aconteceria. De um jeito ou de outro. Agora... Fique calma.

Mariana bufou, xingou, deu até um ataque de chiliques, mas por fim achou que aquilo não ia mesmo adiantar. Ela se sentou ao lado de Flávia, bem longe do seu pai. Flávia, por sua vez, estava completamente abalada. Ares devia ter contado isso para elas, era o que ela pensava.

- Não fale comigo, entendeu? – Falou Mariana emburrada olhando para a janela – Eu não quero falar com você de jeito nenhum!

- Já está falando nesse exato momento. – Comentou Ares.

- Não estou! – Protestou Mariana.

- Viu? Acabou de me responder. – Falou ele ainda calmo.

- Não respondi não! – Reclamou Mariana, mas então notou que era verdade. – Mas que droga!

Elas ficaram em silêncio por um tempo. Flávia estava relendo a mensagem de Amanda. Mariana estava indignada por não poder ter feito alguma coisa. E Ares estava simplesmente imaginando para que parte do Mundo Inferior eles tinham ido.

- Mariana... – Murmurou Flávia.

- O que foi? – Perguntou ela depois de alguns minutos.

- A escola... Não vai ser a mesma sem eles quatro. – Disse em um tom triste e contagiante.

Mariana não queria responder, mas ela sabia que Flávia tinha toda a razão. Ela se lembrava de Amanda falando coisas engraçadas na sala de aula que faziam todos rir, de Rodrigo e Rhamon falando sobre videogames que jogavam até tarde da noite, e de Mateus que começava a brincar com as canetas do seu estojo no meio da aula.

“E quatro partirão esquecidos” só podia significar que os pais os esqueceram, pois eles mesmos nunca poderiam (nem conseguiriam) esquecê-los.

Mariana abraçou Flávia sem dizer nada, e as duas ficaram assim por um tempo.

Amanda ouvia sons horríveis. Tinha alguém gemendo e algumas pessoas falando ao mesmo tempo. O lugar onde ela estava parecia escuro e fechado. Quase sem ar. Ela abriu os olhos devagar, mas sua visão estava uma droga. Ela não conseguia ver nada realmente nítido, além de sentir-se péssima. Tudo estava girando como se ela tivesse acabado de sair de uma super montanha-russa. Ela pensou em descobrir onde estava, mas acabou abandonando a idéia. Não podia ser um lugar bom, pois ela pode ouvir uma voz conhecida.

- Amanda? – Perguntou Rodrigo em algum lugar um pouco longe.

- Hmm... – Gemeu ela em resposta, mas duvidou que ele pudesse ter ouvido.


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Notas finais do capítulo

Mundo Inferior... Do mal.

O que será que vai acontecer com os quatro indeterminados que morreram?

E quanto aos outros?

Reviews, recomendações... Fiquem a vontade.