Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 25
Algo está errado


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que a Mariana acha que isso é irritante, mas como eu gasto toda a minha criatividade com os capítulos da fic...
Eu não penso em nada melhor para dizer aqui.

Por isso...

Aqui vai mais um capítulo!

He he. Mal aí, Mari.



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Enquanto as garotas dormiam, Ares saiu do celeiro e fez uma ligação de Íris. Na verdade... Três. Apolo, Hermes e Afrodite apareceram. Por sorte eles também estavam longe dos outros meio-sangues. Os Deuses explicaram o que tinha acontecido ao Apolo, e ele ficou completamente chocado.

- Alguma coisa está errada. – Falou Hermes sério e pensativo – A Medusa não deveria voltar assim tão rápido.

- É mesmo. E aqueles zumbis não eram tão ágeis assim. – Concordou Ares cruzando os braços.

- Muito menos aquela hidra. Eu nem mesmo senti a presença dela. – Falou Afrodite mexendo no cabelo.

Porque você estava ocupada demais se olhando no espelho, pensou Apolo, mas preferiu não falar aquilo em voz alta.

- Então vocês estão dizendo... – Falou ele ligando os pontos – Que tem algo de errado no Mundo Inferior?

- Não tem como ter certeza, mas... Parece que sim. – Falou Hermes ainda pensativo.

- Então isso é problema de Hades. – Falou Afrodite encolhendo os ombros – Deveríamos parar essa missão e...

- É problema de todos nós. – Interrompeu Hermes – Se essa confusão chegar ao Tártaro o Olimpo todo estará ameaçado.

- Além do mais, não é nem um pouco sábio virar as costas para uma profecia. - Lembrou Apolo – Ainda mais tendo em vista que...

Ele parou de falar e baixou os olhos. Não precisava continuar a frase para que os outros soubessem o que ele queria dizer.

- Ainda... Ainda falta um. – Murmurou Hermes mais para si mesmo, do que para os outros. Ele parou um pouco tentando imaginar quem seria o próximo.

- Olha... – Cortou Ares antes que eles tentassem adivinhar – Vamos ter que ficar mais atentos. Se realmente há algo errado com o Mundo Inferior, eu não sei. Mas com certeza os monstros não vão esperar nós descobrirmos isso.

- Tem razão. – Concordou Hermes – Vamos continuar a missão e redobrar a atenção. Falta um meio-sangue, mas não podemos deixar com que isso nos atrapalhe.

- Vamos protegê-lo! – Exclamou Apolo com uma pose de herói – Seja ele quem for.

- Então ótimo. Vamos seguir caminho. – Assentiu Afrodite assoprando um beijo para eles.

A mensagem de Íris se encerrou e Ares soltou um suspiro forte.

- Mundo Inferior? – Mariana atrás dele. Ares se virou. Ele não a tinha notado acordar. Mariana começou a tirar alguns pedaços de trigo do cabelo. – Tem algo de errado lá, pai?

- O que você está fazendo acordada? – Perguntou ele fingindo estar tudo bem.

- Sonhei com algo parecido. Você disse que sonhos podem significar alguma coisa, não é? – Ela falou.

- Podem dizer alguma coisa sim. O que você viu? – Perguntou ele se ajoelhando na frente dela para poder olhá-la nos olhos.

- Tinha uma luz. Um... Brilho ou algo assim vindo de dentro de um vagão de trem. Acho que era o tal objeto perdido. – Contou ela – Eu não consegui ver como ele era, mas...

- Mas...? O que mais você viu? – Quis saber ele.

- Eu... Na verdade ouvi. Era uma voz grossa que dizia... – Ela hesitou um pouco ao lembrar o que tinha ouvido, mas por fim resolveu contar – Dizia que aquilo era o que estávamos procurando, e se eu levasse para ele seria muito recompensada por isso. E também... Que os Deuses não dão a mínima para nós.

  - Tsc. Isso é conversa fiada. Eles não... – Ares estava falando em um tom bem calmo e devagar, o que era algo raro de acontecer, mas Mariana o interrompeu.

- E principalmente você. – Continuou ela e ele parou de falar. O tom calmo foi embora assim que ouviu aquilo.

- O que?! – Exclamou ele com raiva.

- É, ele disse que você só gosta de brigas, e assim que essa missão acabar nunca mais vai nos ver. Disse que você vai me abandonar. – Mariana contou em um tom triste.

 Ares concordava com a parte de ele gostar de brigas, mas tirando isso ele estava morrendo de raiva dessa tal “voz” por tentar meter essas idéias erradas na cabeça dela. Ele respirou fundo para se controlar.

- Escuta aqui, eu...! – Ele estava pronto para dizer que era tudo mentira, mas Mariana agarrou seus ombros (do nada) com força e começou a sacudi-lo o máximo que conseguia.

- Você não pode me deixar, ouviu?! Não pode! – Ela começou a berrar com uma mistura de desespero e ira – Nunca me deixe, entendeu?!

Ares não esperava aquilo. Ele foi realmente pego de surpresa. Ela é maluca, pensou ele, tem problemas sérios. Ele começou a avaliar a possibilidade de nunca mais vê-la, que naquele momento parecia extremamente tentadora, quando Flávia saiu do celeiro, abraçada com o Zoiúdo Segundo.

- Bom dia, gente. – Murmurou ela sonolenta. Seus olhos estavam um pouco marcados por ter chorado a noite toda, mas fora isso ela parecia bem.

Mariana largou os ombros de seu pai e notou que o Solo estava nascendo. Devia ser 5 e pouca da manhã. Ela até poderia conferir, se Ares não tivesse pego o seu celular na noite passada.

- O que houve? Estavam se abraçando? – Perguntou Flávia andando até eles – Então eu também quero um abraço.

Não, estava sendo vítima de uma maluca revoltada, pensou Ares.

- Não estava abraçando ninguém. – Reclamou ele se levantando – Agora... Já que todas vocês já acordaram, é melhor irmos logo para a estação de trens.

- Amandinha ainda está dormindo. – Falou Flávia.

- Imprestável... – Resmungou Ares indo para o celeiro.

As duas o seguiram. Ao entrarem eles foram até o monte de feno onde Amanda estava dormindo. Como sempre ela estava murmurando algumas coisas baixinho, enquanto se mexia de leve ás vezes.

- Ela fala dormindo. É tão engraçado. – Murmurou Flávia.

- E quando a senhorita pretende acordar?! – Perguntou Ares em um tom de voz alto e forte, mas Amanda não acordou. Ela só se mexeu um pouco par ao lado contrário dele por puro instinto, e voltou a murmurar um pouco.

- Hmmm... Amanda... Freitas... – Murmurou ela ainda dormindo, e suas amigas chegaram perto para ouvir – Porquinho... Porquinho...

- Porquinho? – Repetiu Mariana sem entender.

- Ajuda... Hm... – Murmurou Amanda franzindo o cenho.

- Ei! – Berrou Ares – Chega de dormir! Acorda logo!

Ele devia simplesmente sacudi-la um pouco, mas ao invés disso acabou empurrando-a para o lado com um pouco de força demais. Amanda rolou sobre o feno e caiu de cara no chão. Dessa vez ela acordou.

- Ai...! – Murmurou ela com uma voz de sono falhada – O que...? O que houve?

- Está na hora de ir. – Falou Ares – Levanta logo e... Põem os sapatos.

- Você tirou os sapatos para dormir? – Perguntou Mariana – Por quê?

- Que sapatos? – Perguntou Amanda.

- Ela não pensa bem quando acorda. – Lembrou Flávia, e depois riu um pouco – Não deve nem saber o que são sapatos.

- Oi? – Perguntou Amanda sem ouvir, nem entender direito. Ela se levantou e todos olharam ela andar cambaleando até o outro lado do celeiro, onde tinha deixado sua mochila e seus tênis. Amanda sentou-se em uma cadeira de madeira e começou a calçar o seu All Star preto, mas então parou e franziu o cenho. – Que droga de sapato... Não durou nem um ano e já está ruim.

- A sua cabeça de vento está ruim. – Corrigiu Ares não acreditando no que estava vendo – Você está calçando o pé esquerdo no direito.

- Ah, é? – Perguntou Amanda sem notar. Então ela tentou corrigir, mas o seu cérebro ainda estava parado. Ela largou o pé esquerdo do sapato, e começou a calçar o pé direito, só que... No esquerdo. – Uhm... Ainda está errado.

- Não posso acreditar nisso. – Murmurou Ares incrédulo – Como alguém pode ser tão idiota?!

- A Amanda não é idiota! – Defendeu Flávia – Ela só precisa de um tempo até seu cérebro voltar a funcionar.

- E ela tem um, por acaso?! – Perguntou ele – Anda com isso, indeterminada!

Amanda olhou para ele com os olhos quase se fechando de sono, e depois olhou em volta. Por fim ela se tocou e soltou um “Aaaah... Saquei”.

- Ah, sim... Você está falando comigo. – Ela riu sonolenta – Eu... Estou indo.

- Gente?! – Chamou uma voz. Era Nina. Uma mensagem de Íris tinha surgido na frente de Mariana, Flávia e Ares. Amanda olhou para lá também, mas demorou um pouco para se tocar de quem era. – Amandinha?!

- Nina...? É você? – Ela perguntou.

- Sim, sou eu! – Exclamou Nina – Amandinha, eu vou morrer!

- O que? – Amanda franziu o cenho – Por quê?!

- Por que eu sinto isso! Falta mais um para morrer na profecia! Vai ser eu... Eu acho que vai ser eu! Cacete! Eu estou ferrada! Eu não quero morrer! Eu não quero morreeeer! – Exclamou Nina, e então ela olhou para Ares – Ares!

Ele olhou para ela como se ela fosse completamente louca, ele só estava em dúvida se era mais ou menos que Mariana.

- Que foi? – Perguntou ele por fim.

- Ares, eu vou morrer?! Você sabe disso, né?! Conta para mim! Fala a verdade! Eu vou morrer ou não?! – Perguntou Nina desesperada.

- Ahm... Eu realmente espero que sim. – Ele decidiu que ela era mais louca que Mariana.

- Amandinha, eu vou morrer, viu?! Flivis! Mari! Eu vou morrer! – Exclamou Nina, mas então Bia empurrou ela para o lado.

- Para com isso, Nina! – Reclamou Bia. Ela olhou para as garotas com um olhar triste no rosto – Gente... Vocês souberam do... Rodrigo, do Rhamon e do Mateus?

Elas assentiram tristes, e Bia arregalou os olhos.

- Vocês já sabem?! Por que nós somos as últimas a saberem?! Que droga... – Ela olhou para Amanda calçando os pés errados e olhando para os sapatos como se fossem enigmas matemáticos – Holla Chica!

- Chica! – Sorriu Amanda – E aí? A Nina... Está melhor?

- A Nina nasceu afetada. Nunca vai ficar melhor. – Falou a Bia – Mas... Vocês sabem que só falta uma pessoa, não é? Eu... Eu andei pensando em uma coisa. Dois grupos foram afetados. Pela minha lógica, acho que nenhum deles vai perder mais ninguém... Por isso...

- Tomem cuidado. – Completou Bruna – Isso pode estar errado, mas mesmo assim... Eu não quero perder vocês.

- E eu... Não quero perder ninguém. – Murmurou Amanda olhando para a mensagem de Íris. Seu cérebro ainda não estava funcionando por completo, mas ela podia pensar um pouco melhor naquele momento. – Nós passamos por tanta coisa juntos. Nos conhecemos há uns... Seis anos. Não... Quero deixar de ver vocês.

- Isso... Talvez isso não aconteça mesmo. – Flávia tentou parece confiante, mas não deu certo. “Talvez” não era o suficiente. – Ah, por favor. Não... Não fiquem assim. Eu vou acabar chorando, se...

Ela não terminou a frase. Flávia tampou a sua boca, para poder se controlar em não chorar. Mariana desviou o olhar da mensagem. Amanda sentiu seu coração se apertar. Ela pulou da cadeira em que estava sentada e andou cambaleante até elas.

- Ei... Mudando de assunto. Bruna. Você sabe que dia é amanhã? – Amanda perguntou tentando mostrar um de seus melhores sorrisos, não muito certa se estava funcionando. – Você não achou que eu fosse esquecer, não é?

- Ei! Você lembrou?! – Bruna sorriu ao ouvir aquilo. Todas as outras olharam para Amanda sem entender do que ela estava falando. – É... 4 de julho pessoal.

- Independência dos Estados Unidos. – Falou Bia quase cantando. Flávia comemorou um pouco. Ela adorava as festas e os fogos de artifício. – Muito legal.

- Ah, claro. – Amanda piscou para Bruna – Lembrem-se... Vamos estar todas juntas em uma mensagem de Íris para comemorar isso, né? E... Nina?

Nina se levantou e olhou para Amanda.

- Eu vou achar o objeto antes de você. Isso é uma aposta. – Amanda sorriu. Ela adorava apostar dinheiro com Nina, mesmo as duas sabendo que ninguém ia pagar nunca – Aposto dez dólares que eu consigo. Combinado?

- Há! – Nina riu se lembrando dos tempos do colégio interno, que pareciam ter sido há anos e não há uns dois dias – Eu aposto vinte!

- Fechado! – Amanda assentiu feliz – Não vou me esquecer disso, ouviu?

- Eu vou cobrar, ta entendendo? – Riu Nina – Você não vai escapar de me pagar, sua malandrinha.

- Vai me cobrar?! Você ainda me deve 5 dólares da última aposta! – Riu Amanda. – Vou me lembrar disso com certeza!

 Nina concordou. Elas riram um pouco, e por alguns minutos conseguiram esquecer a morte dos amigos. Amanda voltou para a cadeira tentando calçar os sapatos novamente, enquanto Flávia e Mariana conversavam com as amigas.

Amanda estava colocando o último pé do All Star, quando Ares olhou para ela. Ele não disse nada. Só olhou por uns segundos, e depois olhou para as outras duas. Seu olhar encontrou o dela mais uma vez, e Amanda pensou ter acabado de receber um tipo de mensagem subliminar. Mas por fim ele resolveu só prestar atenção na mensagem, e olhou para o tênis.

Ela abriu a sua mochila assim que acabou de amarrar os cadarços. Ela pegou seu caderno e começou a rabiscar um pouco. A mensagem se encerrou com Mariana desejando boa sorte para as amigas, e todas elas se levantaram.

- Flávia! A sua mochila. – Amanda entregou para ela – Você ia esquecer, hein?

- É mesmo! Ia deixar para trás... E com o Lulu dentro! – Exclamou Flávia assustada – Pobre Lulu... Tudo bem... Agora está tudo legal.

- Vamos logo. – Resmungou Ares andando e praticamente deixando-as para trás. Elas saíram do celeiro e começaram a andar por uma estrada ao lado direito. Ela era uma estrada de terra cercada pelo milharal. Amanda pensou em fazer uma piada sobre o livro do Stephen King, mas Ares se virou antes que ela começasse, quase que como se lesse seus pensamentos.

- Se você comentar sobre as crianças assassinas do milharal ou coisa parecida, você vai se ver comgio, sacou?! – Ele ameaçou.

- Nossa! Como sabia que eu ia dizer isso? – Ela perguntou e depois riu – Você está realmente me conhecendo melhor, hein?

- Mas do que eu gostaria. – Resmungou Ares – Infelizmente. Argh.

Amanda revirou os olhos. No fundo ela achava que Ares gostava daquele grupo. Ou não... Mas enfim.

- Sabe... Eu tive pesadelos com aquele seu javali! – Comentou Amanda – Aquele bicho ficou olhando a gente quase morrer, sabia?!

- Um sonho... – Ares olhou para ela enquanto eles continuavam andando – Você viu algo de importante?

- Uhm... No meu sonho estava tocand “Single Ladies” da Beyoncé. Isso ajuda na missão? – Perguntou Amanda tentando não rir.

Ares revirou os olhos.

- Claro... Esqueci que gente que não tem cérebro não pode ter sonhos úteis. – Resmungou ele.

- Isso não é verdade! – Protestou Flávia tentando ajudar Amanda – A Mariana teve um sonho útil, não foi?   

- Ei! O que foi que você disse?! – Mariana exclamou tentando bater nela, mas Flávia saiu correndo pela estrada de terra – Eu vou te pegar!

- Quero correr também! – Disse Amanda correndo atrás delas.

- Nada de correr! Isso não é brincadeira! Ei! – Chamou Ares, mas elas já estavam correndo. Ele resolveu deixar para lá. Até porque... A profecia já tinha sido cruel o suficiente com todos os meio-sangues da missão. Deixar que corressem por alguns minutos para se divertir... Era o mínimo que ele podia fazer. 


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Notas finais do capítulo

Tá... Eu bem que podia perguntar o que vocês acharam, mas... Eu tenho algo melhor para perguntar dessa vez.

Quem vocês acham que vai ser o último meio-sangue?

Quero que respondam, viu?

Beijos e até o próximo capítulo!