Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 24
Cronos tem medo de javalis


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!

Espero que agrade...



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- Tá bom, aqui vamos nós! – Falou Amanda subindo encima de uma pilha de feno com uma pose heróica – O Zoiúdo estava em perigo mortal! Ele ia cair nas garras dos...! Dos...! Ahm... É contra quem que a gente luta mesmo?

Ares estava sentado um pouco afastado. Ele encolheu os ombros, pois nem mesmo ele sabia.

- No Hércules da Disney... Ele lutava contra os titãs! – Sorriu Flávia – Eles eram enormes e fortes.

- Ah, sim! Tinha até aquela música... – Amanda tentou se lembrar. Ela olhou para Flávia, e como s fosse mágica as duas cantaram juntas – “Terror de Norte á Sul! No início o mundo era um horror! Com os titãs gigantes espalhando o... Terror!”

- Nossa... Infância. – Sorriu Flávia – Mas continua, Mandis!

- Tá, certo! A Mariana pode ser os titãs. Ou um titã só. Tanto faz. – Ela falou.

- Ai ai... Como eu sou a única das manés que sabe ser do mal, então eu aceito o papel. – Mariana falou suspirando com um sorriso superior no rosto.

- Mas que titã? – Perguntou Amanda franzindo o cenho – Não pode simplesmente ser qualquer um... Eu acho. Fica mais legal com o nome.

Elas olharam para Ares, que fingiu nem notar. Ele olhou para o teto repentinamente distraído.

- Oh, Pa...! – Mariana ia gritar com a voz irritante forçada, quando Ares resolveu responder.

- Têm vários! – Respondeu ele apressado – Nenhum deles realmente presta, mas... Já que a minha adorável filha quer fazer esse papel...

Mariana fez uma careta para ele e ele retribuiu.

- Tem... Cronos, Tifão, Prometeu... – Ares foi interrompido por Amanda.

- Mas o Prometeu não era legal? Ele tipo... Vê o futuro e ajuda as pessoas. Ele... Zeus prendeu ele em uma pedra ou coisa parecida, não é? – Perguntou ela.

- Ah, e ele ficou preso em uma pedra porque ele era um cara legal. – Retrucou Ares – Você é sempre desligada assim?

- Eu não sou desligada. – Protestou Amanda – Só diferente das outras pessoas...

- Ou seja, é desligada. – Cortou Mariana – Mas então... Eu escolho esse cara aí. O Cronos, seja lá o que ele for.

- Pai de Zeus, de Hades e Poseindo. – Falou Ares antes que ela perguntasse.

- Avô da Nina! – Riu Amanda – Ah, por isso ela é tão sem noção!

- É mesmo! – Riu Mariana.

- Gente! Eu quero ver a cena! Vamos! – Pediu Flávia.

- Ah, certo. – Falou Amanda voltando a sua pose de herói – Então Cronos ia por as suas garras... Ele tem garras? Ah, deixa. Garras malignas no Zoiúdo, Filho adotado de Apolo!

Mariana Fez aparecer a sua lança e seu escudo e marchou em direção ao Zoiúdo, que estava sentado no meio de um monte de feno.

- Mas então... Quando todos pensaram que as esperanças estavam perdidas... Aparece... Tam Tam Tam taaaam! – Amanda pulou do monte e ele desabou no chão. Ela se pôs em pé entre o Zoiúdo e a Mariana – Amanda Freitas, filha de...!

Ares engoliu o riso.

- Filha de...? – Ele falou.

- Filha de... – Ela franziu o cenho um pouco triste, mas uma idéia logo lhe passou pela cabeça – Filha de Volíssimo.

- De quem?! – Perguntou Ares sem entender, e Amanda olhou para ele sorrindo.

- Volíssimo, o Deus do Volei! – Ela falou tentando não rir, e depois olhou para Mariana totalmente séria e fez aparecer sua espada. – Pronta para enfrentar o Titã!

Ela mirou bem no escudo de Mariana e bateu com sua espada. Flávia ficou torcendo na platéia ao lado de Ares.

- Salve o Zoiúdo, Mandis! – Exclamava ela.

- É nessas horas que uma guerra de verdade faz falta... – Murmurou Ares olhando a cena, entediado. – Ah... Vai Mariana.

- Eu sou Cronos! – Corrigiu ela.

- Vai seja lá quem for... – Resmungou ele.

Amanda girou e bateu com um pouco de força demais no escudo da Mariana, fazendo-a cair sobre um monte de feno.

- E Amanda Freitas é a vencedora levando o público á loucura! – Ela olhou para Flávia e ela pulou comemorando – Ela salva o Zoiúdo com grande estilo e...!

- Não! – Exclamou Mariana – Como assim, seu mané?! Você não pode simplesmente vencer um titã tão facilmente!

- Mas eu venci... – Amanda virou-se e Mariana a derrubou com o escudo. – Ai! Isso não valeu!

- Claro que valeu! – Falou Mariana com um tom maligno enquanto andava para pegar o Zoiúdo, deixando a Amanda ali no chão – Papai pode ser o juiz. Você diz que valeu, né?

Ares estava com um sorriso no rosto. Parecia estar se divertindo um pouco mais do que antes.

- Claro que valeu. – Afirmou Ares.

- Pois então... – Amanda falou – Isso também vale!

Ela pegou a sua espada, esticou-a e lançou o Zoiúdo para cima. Mariana piscou os olhos nem mesmo notando o que tinha acontecido. Amanda se levantou e saiu correndo na direção do bichinho.

- Ei! Isso é que não valeu! – Protestou Mariana – Volte aqui! O Zoiúdo é meu!

- Vai para o inferno, Cronos! – Falou Amanda com um sorriso no rosto. Ela pulou em uns montes de feno a tempo de pegar o Zoiúdo. Ela sorriu. – Consegui!

- Não mesmo! – Falou Mariana. Ela pegou sua lança e tentou acertar o pé da Amanda, mas por sorte ela conseguiu pular no último segundo- Desça daí!

- Ficou louca?! Podia ter me machucado! – Protestou Amanda olhando para o juiz. Ela esperava que ele desclassificasse a Mariana. Entretanto...

- Semideuses têm que aprender a lutar. Nem que seja da pior maneira. – Comentou Ares encolhendo os ombros e grandemente interessado na luta.

- Você quer que eu morra, né? – Adivinhou Amanda. Ela pulou do monte de feno, e virou-se para Mariana a tempo de desviar de um ataque de sua lança. Ela se jogou no chão e rolou abraçada com o Zoiúdo – Nossa! Foi por pouco!

- Não acredite que eu quase acertei? – Perguntou Mariana sorrindo.

- Não. Eu não acredito que eu desviei do seu ataque. Toma! – Amanda a acertou enquanto estava distraída. Mariana caiu novamente no chão. – Ganhei.

- Você não ganhou! – Protestou Mariana. Ela lembrou de como Vinícius conseguiu fazer aquela mágica com as videiras no ônibus e se concentrou – Javali! Ao ataque!

- Javali? Você está brincando, né? – Amanda riu – Mariana... Você perdeu.

- Não! Eu sou filha de Ares! Eu exijo um javali... Agora! – Berrou ela.

- Ei! Pare com isso! Na guerra nós não temos tempo para “Papai vai me dar javalis!” – Riu Amanda brincando, e Flávia também.

Foi aí que todo mundo olhou para um monte de feno perto delas. Á esquerda de Amanda, o monte de feno começou a se sacudir. Dele saiu um javali que parecia estar com cara de desentendido, como se não soubesse como fora parar ali. Os olhos de Amanda se arregalaram.

- Um javali?! – Exclamou ela – Como assim?! Ah... Tá. Foi você quem fez isso, né Ares?

- Na verdade, foi ela. – Falou ele igualmente surpreso. Ela franziu o cenho – Poucos filhos meus conseguem invocar javalis. Isso é bem raro.

- Há! Eu sou especial! – Comemorou Mariana – Agora pegue ela, javali!

Amanda recuou um passo. Quando Mariana disse: “Pegue ela” o javali entendeu “Mate-a imediatamente”. Era só uma brincadeira, mas Amanda tinha a ligeria impressão de que aquele bicho não sabia disso.

- Mariana... Esse bicho vai me matar. – Falou Amanda recuando uns passos, enquanto o animal com pequenos olhos brilhando de ódio a fitava – Manda ele parar.

- Ele não vai te matar... – Mariana tentou falar, mas então o bicho correu na direção de Amanda fazendo um barulho terrível. Mariana arregalou os olhos – Ah, droga, ele vai te matar. Corre Amanda!

Amanda saiu correndo. O javali a perseguiu cada vez mais rápido. Ela pulou encima de um monte de feno, mas o bicho derrubou a pilha e Amanda foi para o chão junto do Zoiúdo. Ela sacou sua espada e apontou para o bicho.

- Para trás, porquinho! Eu sou amiga! Mariana, falar para ele que eu sou amiga!

- Ahm... Acho que ele não vai ouvir. – Falou Mariana com um pouco de medo.

O animal investiu contra ela. Amanda conseguiu rolar para o lado no último segundo e ele bateu de cara na parede de madeira. Ela se levantou.

- Manda ele parar! Ou melhor... Faz ele sumir! – Exclamou Amanda.

- E-Eu... Não posso! – Exclamou Mariana.

- Por que não?! – Perguntou Amanda preparando a sua espada para cortar o animal selvagem.

- Por que eu tenho medo de javalis! Pronto! Falei! – Respondeu ela tensa.

- O que?! – O animal correu na direção da Amanda e ela o atacou com a espada. Ela estava esperando ele começar a sangrar ou coisa parecida, mas ele simplesmente desapareceu em poeira dourada. Ela respirou fundo e olhou para Mariana.

- Medo de javalis... – Ares fuzilou ela com um olhar de ódio – Você tem medo de javalis e mesmo assim ficou me infernizando por um?!

- Ei! Eu...! – Ela queria se defender, mas não pensava em nada para falar – Eu tenho medo, mas eles são legais!

Ares se levantou da cadeira em que estava sentado. Ele estava pronto para matar Mariana quando a Flávia pulou na frente dele e mostrou-o um bichinho de pelúcia.

- É...É que... – Flávia estava com medo dele, mas não podia deixar que ele matasse a Mariana – Esse é o Lulu. Quando eu fico irritada eu abraço ele. Vo-Você quer dar um abraço?

- Abraços?! – Rugiu Ares e todas elas sentiram a terra tremer – Você quer que eu dê abraços em um bicho de pelúcia?!

Flávia se encolheu.

- Ahm... É que... – Ela estava tensa – É que a Mariana é muito chata... Ela implica comigo... E ela tem aquela voz irritante, mas... Não mata ela não. Ela é gente boa.

Ares cerrou os punhos. Ele não podia acreditar que uma coisa dessas estava acontecendo. De jeito nenhum. Ele queria pisar na Flávia e esmagá-la como um inseto, mas antes que ele pudesse fazer isso...

- O que...?! Você está... Me abraçando?! – Perguntou ele irritado e surpreso.

- É... Pronto. Passou. Passou. – Falou ela abraçando a cintura dele já que era onde ela alcançava – Viu? Você vai se sentir melhor.

Amanda arregalou os olhos. Ela pode ver fumaça saindo por debaixo dos óculos de Sol dele. Ela correu até lá e puxou a Flávia.

- É... Pois é. Está na hora de dormir, né? Estamos mortas de cansaço. Então lá vamos nós. Boa noite, Ares. – Ela falou puxando a Flávia e a Mariana para longe dele, mas então ela se surpreendeu com uma coisa.

Era uma mensagem de Íris. Na frente dela estava Rita e Vinícius.

Todos pararam.

- Ei! – Exclamou Amanda – São vocês. E aí gente? Acharam alguma coisa?

Eles ficaram em silencio. Rita desviou o olhar e cobriu a boca. Vinícius franziu o cenho e olhou para baixo. Eles já sabiam o que tinha acontecido.

- Ah, não fiquem tristes. Eu tenho certeza que vocês vão achar o objeto... – Flávia tentou animá-los, mas viu que Rita estava quase chorando – O que houve?

- Cadê... O Mateus? – Perguntou Mariana devagar e triste.

Rita não agüentou. Ao seu lado apareceu Afrodite e as duas se abraçaram chorando. Vinícius olhou para eles. Ele soltou um suspiro.

- Ele morreu. – Contou Vinícius – Ele... Foi esmagado por milhares de espelhos.

Amanda sentiu como se ela tivesse acabado de ser esmagada por eles. Imaginou a cena e depois fechou os olhos com força.

- Co-Como?! – Perguntou.

- Encontramos uma... Hidra. – Contou ele franzindo o cenho – É... Eu acho que o nome é esse.

- Então... – Ares falou em um tom sério e ressentido, como se um soldado bravo tivesse morrido – Ele foi o primeiro dos quatro.

- Não. – Falou Vinícius sentindo vontade de chorar – Tem mais...

- O que?! Quem mais?! – Perguntou Amanda.

Nina, Bia, Bruna, Natália, Rhamon, Rodrigo... Podia ser qualquer um deles, pensou Mariana nervosa. Ela sem nem pensar apertou a mão de Ares. Ele sentiu, mas resolveu não falar nada. Era o mínimo que podia fazer.

- Nós falamos com o grupo de Hermes – Contou Vinícius devagar. Ele realmente nunca tinha dado uma notícia ruim á alguém, por isso não soube exatamente como falar – Rodrigo e Rhamon morreram lutando com a Medusa. O teto do lugar onde estavam desabou.

Elas pararam. Flávia começou a chorar, e se jogou sobre a Amanda, que com lágrimas nos olhos tentou controlá-la. Em vão é claro.

Mariana também estava com os olhos cheios d’água. Por incrível que pareça Ares abraçou ela. Ela o abraçou de volta e começou a chorar. Ele olhou para Afrodite, mas só Amanda viu isso. O olhar dele... Tinha algo por trás daquilo. Como se ele soubesse de algo que não iria mencionar no momento.

Amanda resolveu nem perguntar. Estava tentando não chorar por causa da morte dos seus amigos. Fosse o que fosse, podia esperar.

Depois de muito trabalho, elas conseguiram finalmente dormir. É claro que ninguém estava com ânimo para isso, mas seus corpos já não agüentavam mais.

Elas tinham acordado ás 4 da manhã, roubaram um Deus, quase foram devoradas por um ciclope, lutaram contra zumbis, e souberam que três amigos tinham morrido.

Ares não tinha muito que dizer. Ele estava tocado pela morte dos três. Ele não ia chorar, mas reconhecia que eles eram bravos, e por isso mereciam seu respeito.

- Amanhã... – Ele falou quebrando o silêncio – Nós vamos para a estação de trens. E... Não se preocupem. Aqueles bafos de cadáver não vão nos encontrar aqui.

- Mesmo? – Perguntou Flávia com medo e com uma voz chorosa. Se fosse em qualquer outro momento, Ares reclamaria, mas não nesse.

- É. Podem dormir tranqüilas. – Ele pensou em tentar um sorriso, mas acho que isso fosse assustá-las, então assentiu e foi dormir em um monte de feno.

Fora um longo dia...


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Notas finais do capítulo

Então...

O que acharam?

Eu sei, eu sei... Vocês ainda estão chorando, né? Eu espero vocês pararem.

Respirem fundo, relaxem, e caprichem nos reviews.
E ah! Recomendações também são bem-vindas.

Beijos, e até o próximo capítulo!