Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 23
Espelho, espelho meu...


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um.

Vejamos o que acontece agora...



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O estúdio era enorme. Estava cheio de cenários de filmes diferentes, com milhares e milhares de roupas. O lugar era alto, amplo e simplesmente deslumbrante. Rita pensou que era realmente um lugar digno de Afrodite.

Na parede do fundo ela pode ver milhares de espelhos de tamanhos diferentes. Afrodite notou que ela estava olhando-os e chamou sua atenção.

- Rita, eu sei que é praticamente impossível não olhar para eles, mas... – Disse Afrodite ajeitando o cabelo na frente de um – São espelhos mágicos. Para os Deuses não causam efeito nenhum, mas para mortais e semideuses... Pode ser perigoso até mesmo chegar perto.

- Espelhos mágicos? – Perguntou Rita desviando o olhar – O que... O que eles fazem?

- Uns hipnotizam as pessoas, outros mexem com suas cabeças e as fazem pensar que são perfeitas demais, outros as deixam neuróticas e loucas. Nunca se sabe. – Respondeu Afrodite em suspiro.

Rita olhou para Vinícius. Ele estava vestindo uma fantasia vinda do filme “300” ou algo parecido, enquanto Mateus olhava o painel de controle da iluminação. Ela resolveu se divertir um pouco, já que eles estavam lá. Ela procurou uma fantasia legal também nas milhares araras de roupas espalhadas pelo estúdio.

- Olha essa! Piratas do caribe! – Exclamou Mateus vestindo a roupa do Jack Sparrow – Capitão Mateus Sparrow!

- Você ficou bem com essa roupa! – Riu Rita – Bonito mesmo.

- Obrigado. – Sorriu ele piscando para ela de brincadeira – Só que ao invés de usar uma espada, eu uso uma ferramenta!

Ele começou a lutar com o ar com a sua ferramenta enorme de apertar parafusos, e Rita aplaudiu rindo. Vinícius se afastou um pouco deles para procurar uma roupa diferente.

Naquele lugar tinha de tudo. Desde camas arrumadas para cenas de filmes, até mesmo estátuas para enfeitar o cenário de fundo. Vinícius parou na frente de uma que devia servir para o filme “300” também. Ou talvez para “Fúria de titãs”.

Era um monstro enorme quer parecia bem real. Vinícius riu da cara dele.

- Sabe quem eu sou? Vincíus, filho de Dionísio! Eu mando nas uvas, sacou? Não se mete comigo, senão eu acabo contigo! Ham! – Ele estava sacaneando uma estátua, o que não fazia sentido nenhum.

Ele virou de costas, e sentiu uma corrente de vento.

- Ei! Nós vamos ter que fechar as janelas. Entrou um vento frio agora. – Falou ele para os amigos.

Rita e Mateus arregalaram os olhos.

- O que é isso?! – Berrou Rita.

- O que? A estátua? – Riu Vinícius – É o dragão mais errado que eu já vi!

- A sua cara é que é errada! – Exclamou Mateus – Esse troço não é uma estátua!

Vinícius se virou rapidamente, e viu que era verdade.

O monstro que parecia tão real, porque era real. Ele deu alguns passos para trás enquanto o monstro parecia estar se espreguiçando. Como se estivesse naquela posição por muito tempo.

- Ele tem... Três cabaças?! – Exclamou Rita – Que tipo de dragão é esse?!

Afrodite parou de olhar para o espelho e arregalou os olhos para o monstro.

- Como eu não notei? – Perguntou ela meio que para si mesma.

- Você estava ocupada olhando o espelho! – Exclamou Vinícius – Que bicho é esse?!

- É uma hidra. – Respondeu ela, e então se tocou sobre o que Vinícius tinha dito – E você é um grosso! Argh!

Cada cabeça da hidra olhou para um deles. Uma filha de Afrodite, um filho de Dionísio, e um meio-sangue indeterminado. Dariam uma boa refeição.

O monstro rugiu e fez o chão tremer. Cada um deles correu para um lado diferente ao mesmo tempo. A hidra ficou perdida, mas por fim resolveu ir atrás de Vinícius, já que ele tinha sido tão... Gentil.

- Por que eu?! – Berrou ele correndo do monstro – Eu só tenho um bastão como arma! Vocês dois podem se virar melhor!

- Ué?! Você não é o brilhante filho de Dionísio?! Dá um jeito! – Exclamou Rita correndo.

Vinícius ficou encurralado. Ele estava contra a parede e a Hidra tinha parado bem na sua frente. O monstro rugiu mostrando todos os seus dentes ferozes e avançou.

- Ah! – Berrou Vinícius achando que ia morrer.

- Eu te ajudo! – Exclamou Mateus.

A cabeça do meio da Hidra foi atingida por um holofote imenso. O monstro parou de atacar Vinícius e mexeu a cabeça com dor. Ele aproveitou para sair correndo. Encima da cabeça do monstro, sobre um tipo de plataforma de metal estava Mateus com suas ferramentas.

- De nada! – Exclamou ele para o amigo que saiu correndo, e depois olhou para o monstro, mas um pouco tarde demais. – Ah!

A cabeça do meio lançou fogo na direção dele. Mateus se jogou para o lado, mas para o seu azar, a outra cabeça comeu o chão de metal ao seu lado. A plataforma e ele caíram sobre o monstro.

- Mateus! – Exclamou Rita parando de correr e olhando a cena.

Ela conseguiu voltar a respirar quando viu que ele ainda estava vivo. Ele tentou se levantar aos poucos, pois havia vários destroços encima dele. Seus olhos encontraram os de Rita e ele sorriu torto para mostrar que estava bem.

- Ufa... – Ela suspirou, mas viu que ele ainda estava em perigo – Cuidado!

A boca do meio tentou abocanhar ele, mas Mateus se encolheu e ela acabou comendo destroços da plataforma. As outras cabeças fizeram uma cara terrível, como se tivessem engolido um remédio horrível, e a cabeça do meio cuspiu no canto.

A boca da direita tentou mordê-lo, mas Rita correu até lá e pulou em seu pescoço.

- Não! Deixa ele em paz! – Ela pegou uma faca que tinha ganhado no Acampamento e começou a atacar o pescoço do monstro – Toma isso!

O monstro começou a se balançar tentando pegar a Rita, mas ela parecia saber exatamente o que estava fazendo. Isso deu tempo de Mateus se levantar e pegar uma de suas ferramentas. Um martelo.

- Morra de uma vez! – Exclamou ele lançando o martelo de um metro no monstro.

Aquilo realmente deve ter doido. Rita largou o pescoço da criatura bem na hora em que a ferramenta acertou o estômago da hidra. O monstro berrou de dor.

Rita aterrissou no chão e Mateus foi para o lado dela.

- Vamos correr! – Exclamou ele – Temos que pensar em alguma coisa!

- Tá! – Rita concordou e os dois correram, ou... Os dói iam correr.

A hidra, com suas garras, ia atingir Rita em cheio. Só Mateus notou isso, porém. Ele tinha que fazer alguma coisa. Sem nem mesmo pensar ele a empurrou com força e se jogou no seu lugar. A hidra o atingiu, e Mateus voou até a parede do fim cheia de espelhos.

O monstro o seguiu. Mateus não conseguia se mexer de tanta dor.

- Cara... Nos filmes parece fácil... – Gemeu ele, enquanto o monstro se aproximava.

- Mateus! – Exclamaram Rita e Vinícius juntos.

Mateus teve uma idéia. Se desse certo, talvez ele conseguisse sobreviver.

- Ei, idiota! Caí dentro! – Chamou ele.

A Hidra rugiu ameaçadoramente e correu na direção dele. Mateus se levantou com dificuldade, e no último segundo pulou para o canto fazendo o monstro bater de cabeça contra a parede.

- Isso! – Comemoraram Rita e Vinícius.

- Vai, meu herói! – Incentivou Afrodite.

Foi aí que deu tudo errado. Mateus se virou e acertou o monstro com sua ferramenta, fazendo-o se transformar em poeira dourada. Ele levantou os braços para os amigos de forma triunfante, mas se esqueceu de que estava em uma parede de espelhos.

Os espelhos começaram a cair, e ele nem notou quando um de 2 metros caiu bem encima dele. Rita, Mateus e Afrodite viraram os olhos para não ver a cena, mas puderam ouvir muito bem os sons dos espelhos se quebrando. Mateus não gritou. Pelo menos não alto o suficiente para que eles ouvissem.

- Temos que ir embora... – Disse Afrodite começando a chorar – Os espelhos... Eles vão afetar vocês.

- E... E... E ele?! – Perguntou Rita chocada.

- Ele... Não está mais aqui, filha. Eu sinto muito. – Afrodite estava chorando o que fez Rita e Vinícius chorarem também.

- Não pode ser... Ele me salvou. – Falou Vinícius – E eu nem agradeci. Eu... Eu sou um babaca.

- Vamos... Vamos embora, rápido. – Afrodite olhou mais uma vez para trás, e fechou os olhos, sentida. – Nós temos que ir...

Rita protestou. Mateus também tinha salvado a sua vida, e ela não se sentia bem em simplesmente deixá-lo ali, mas Afrodite insistiu. Ela disse que simplesmente não tinha mais jeito. E que Mateus foi um dos quatro da profecia.

- Não. Eu... Nós não vamos deixar que ele seja esquecido! – Protestou ela enquanto estavam na limusine partindo para algum outro lugar.

Ares dirigiu pelo meio do milharal. Amanda olhava pelo vidro lembrando do livro do Stephen King e de hora em hora soltando uma risada.

- Pare com isso! Não existem crianças do milharal! – Resmungou Ares.

- Mas não é divertido?! A gente está passando no meio de um milharal. Nunca se sabe não é? – Amanda riu.

- Para! Eu tenho medo disso! – Protestou a Flávia com as mãos nos ouvidos.

- Chega disso! – Reclamou Ares com Amanda – Vai fazer a filha de Apolo chorar, e isso vai manchar o banco do meu carro!

- Como se ele estivesse inteiro... – Murmurou Amanda olhando para o vidro da frente que estava todo arrebentado.

- E a culpa é de quem, indeterminada?! – Reclamou ele – A partir de hoje, você nunca mais toca no meu carro. Permaneça durante toda a sua vida patética longe dele.

- Sim senhor, pode deixar senhor. – Amanda respondeu brincando como se fosse um soldado, e isso fez Mariana e Flávia rirem.

Ares desistiu de mandá-las calar a boca, e continuou dirigindo. Depois de alguns quilômetros de milharal eles chegaram a uma estrada estreita de terra que levou até um celeiro. O Deus da guerra disse que estava completamente abandonado, por isso eles poderiam ficar lá. Assim que todos desceram do carro, Ares o fez desaparecer diante dos olhos delas.

- Uau! Isso ganhou de todos aqueles mágicos de festas de aniversários! – Riu Amanda, mas logo parou quando ele fuzilou-a com o olhar. Ela estava começando a ficar acostumada com isso, mas ainda dava medo.

Eles entraram no celeiro vazia e fecharam a porta. Por sorte só tinham vários e vários montes de palha empilhados. Alguns caídos no chão, mas nada demais.

Amanda e Mariana olharam uma para a outra.

- Vamos ver quem espalha mais palha? – Perguntou Mariana sorrindo.

- Estou dentro! – Sorriu Amanda.

- O que? Nada disso! Vocês duas...! – Ares tentou impedir, mas elas saíram correndo. Mariana e ela pularam encima de um monte de palha e afundaram um pouco.

Várias palhas voaram pelo ar.

- Há ha! Isso foi demais! – Riu Amanda.

- Aham! É melhor que os pufes da escola! – Assentiu Mariana tirando palha do cabelo.

- Ninguém merece! Logo eu tive que guiar um bando de pirralhas! – Exclamou Ares – Eu podia ter ficado com um grupo de garotos, mas não... Estou preso á vocês!

- Nós não somos pirralhas! – Protestou Flávia abraçando o Zoiúdo.

- Ah... Que horas são? – Perguntou Mariana bocejando.

- São... 9:32. – Respondeu Flávia olhando no celular.

- Oh! O que está fazendo?! – Berrou Ares e ela ficou sem entender. – Tivemos todo o trabalho para despistar os zumbis, vocês arrebentaram o meu carro, e agora ainda quer trazer monstros para cá?! Nem mesmo toque em celulares! Eles atraem tudo quanto é tipo de criaturas.

- O que?! Mas eu preciso dele! – Protestou a Flávia. – E se a minha mãe...?!

Ela parou. Notou que aquilo realmente não fazia sentido. A sua mãe sabia que ela era uma semideusa. Ela não tinha ligado desde que ela partiu de repente para aquela excursão. Realmente... Não precisaria do celular.

- Ótimo. – Falou Ares quando ela o entregou para ele – Agora vocês duas. Entreguem seus celulares também.

Mariana resmungou, xingou e bufou, mas por fim acabou entregando o celular para Ares. Amanda fez cara de paisagem e falou que não tinha. Ares arqueou uma sobrancelha para ela, mas seu rosto não mudou.

- Certo... Se você diz... – Resmungou ele – Agora está na hora de comer.

Ares moveu as mãos e fez aparecer para cada uma um McLanche Feliz. Para ele tinha uma mesa enorme cheia de partos com todos os tipos de carne. Amanda fez uma careta.

- Aaaah, você está de sacanagem! – Protestou Mariana – McLanche Feliz?!

- Ei! McLanche feliz... – Flávia olhou para Amanda, e as duas disseram juntas – É mó legal!

- Como se já não bastasse falar sobre coisaas fofinhas, agora vão ficar usando gírias de surfistas?! Argh. Tinha que ser filha de Apolo... – Ele revirou os olhos – E quanto a você... Coma isso, ou passe fome. Pode escolher, já que eu sou um pai... “Boladão”.

Amanda morreu de rir quando ele falou aquilo.

- Ai ai.. Boladão. – Ela começou a limpar lágrimas de tanto rir. Ares a ignorou e foi comer. Ela fez uma careta para o McLanche Feliz quando viu que só tinha carne – Ah... Carne é ruim.

- É melhor que grama, mas se você preferir tem um campo enorme lá fora. – Falou Ares comendo.

Amanda preferiu o McLanche Feliz. Ela tirou o bife do hambúrguer e comeu só o pão com queijo. Mariana chamou ela de mané, mas logo depois quase se engasgou com sua comida. Flávia comia calmamente enquanto cantarolava uma música em japonês.

- Eu sei cantar essa música! – Falou Amanda feliz.

- Ah, Mandis... Eu ainda quero aprender a cantar em japonês como você!

- Você canta em japonês?! – Perguntou Mariana sem acreditar.

- Canto. – Assentiu Amanda – Só não tenho idéia do que a letra significa.

Elas riram e continuaram comendo. Até por que... Nenhuma delas sabia o que tinha acontecido com os outros.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaam!

Ta... Vou logo dizendo que eu quase chorei escrevendo esse capítulo.

Mesmo.

Mas e quanto a vocês? Enxuguem as lágrimas e mande um review, ok?

Beijos!